Resenhas - Lua de Larvas

Psychobooks 21/07/2014

Um livro que recebeu o prêmio Costa Children's Book Award em 2012, o prêmio Carnegie Medal em 2013 e menção honrosa do Printz Awards em 2014 tem tudo para ser incrível, certo? Certo!

- Enredo

Standish Treadwell é um garoto disléxico que mora com seu avô em uma Inglaterra alternativa nos anos 1950. Os dois vivem na Zona Sete, para onde os indesejados pelo governo são enviados. Por isso, ele sofre bullying na escola diariamente. Certo dia, o casal Lush e seu filho, Hector, mudam para a casa ao lado, e Standish logo fica amigo do garoto.

Perto de onde eles moram existe um muro alto separando-os de uma área na qual eles não podem entrar. Standish e Hector costumam jogar bola perto do local, até que um dia ela vai parar do outro lado do muro. Hector resolve, então, buscar a bola, e alguns dias depois ele e seus pais são levados embora. A partir desse acontecimento, Standish começa a perceber que a realidade não é o que parece e, ao descobrir a verdade sobre o programa espacial da Terra Mãe, que está prestes a enviar o primeiro homem à Lua, Standish toma para si a missão de revelar ao resto do mundo o que está realmente acontecendo.

- Desenvolvimento do enredo e Narrativa

A narrativa é feita em primeira pessoa, sob o ponto de vista de Standish, e não é linear – ele vai e volta, alternando passado e presente, em um fluxo de consciência.
Já no começo da história somos atirados nesse mundo distópico construído pela autora e aos poucos vamos entendendo a situação em que os personagens vivem. Os capítulos são curtos, o que dá um ritmo incrível à leitura, mas não são leves – alguns inclusive são bem viscerais e dão um soco na boca do estômago.

O título, à primeira vista, parece não fazer muito sentido, mas quando acontece o plot twist ele fica claro. Não vou entrar em detalhes aqui porque é spoiler, vou dizer apenas que ao longo da narrativa a autora já vai fazendo conexões entre a visão que Standish tem de seu mundo e o título que ela deu à obra. Observem:

“A dúvida é um bicho enorme, dentro de uma crocante maçã vermelha.” (p. 76)

“As palavras dela eram larvas que se enfurnavam na nossa cabeça preocupada, fazendo apodrecer todas as ideias de liberdade.” (p. 96)

Vale dizer também que a autora cria algumas metáforas incríveis ao longo da história, como é possível notar nas passagens acima. A linguagem usada por ela não é clichê e foi um dos pontos que me surpreendeu bastante.

- Personagens

Standish, como dito acima, é disléxico, mas não significa que ele não entenda o que se passa à sua volta. A própria autora é disléxica, e quis criar um personagem central com essa característica para desmistificar a condição e combater o preconceito que às vezes pessoas com dislexia enfrentam por serem consideradas burras.

Ele é um garoto de imaginação muito fértil, que passa boa parte do livro criando mundos alternativos com Hector. Seus pais foram levados embora pelo governo e desde então ele mora com o avô, Harry. Tanto ele quanto o avô são figuras supercativantes e ajudam a família Lush desde sua chegada à Zona Sete.

A senhora Lush era professora e o senhor Lush, engenheiro. Eles foram enviados para a Zona Sete após serem perseguidos pelo governo por se recusarem a cumprir certas ordens. Hector, apesar de ser criança, entende perfeitamente a sua realidade e guarda os segredos que sabe até mesmo de Standish, para que ele não tenha problemas com o governo. Ele está sempre tentando fazer com que Standish mantenha os pés no chão e demonstra ter muita força.

Ao longo da narrativa também somos apresentados a alguns professores do colégio onde os garotos estudam, que em sua maioria são pessoas boas, e à enfermeira, que, escondida das câmeras que estão por toda parte, ajuda Standish. Além deles conhecemos alguns oficiais do governo, que são chamados de Moscas Verdes.

- Conclusão

Nunca tinha ouvido falar desse livro e recebi da editora por ser lançamento. A sinopse me pareceu meio vaga, mas achei bom, pois gosto de começar a ler um livro sabendo o mínimo sobre ele. Levei um tempinho para me situar nesse mundo novo, mas a partir do momento em que me situei não quis mais largar o livro. Ele tem esse gostinho de distopia que aprecio muito e me fez lembrar um pouco de 1984, principalmente pelo fato de haver câmeras vigiando toda a população. Mais do que recomendado!

- Sobre a edição

Palmas para a WMF Martins Fontes, a edição está primorosa! Não tive nenhum estranhamento ao longo da leitura devido a problemas de tradução e também não peguei nenhum de revisão. O livro contém várias ilustrações ao longo das páginas que se relacionam com a história, e vocês podem conferir aqui um pequeno vídeo mostrando-as em detalhe.

"Eu estava sentado junto da janela, já sem sonhar acordado. Havia realidade demais, tanta que excluía a possibilidade de devaneios."
Página 102

site: www.psychobooks.com.br

Rúbia 07/10/2014

YA e distópico
Uma boa leitura que realizei nesse mês de setembro foi o Lua de Larvas, da autora Sally Gardner.
Esse já era um livro que eu queria há algum tempo e depois do sucesso que a autora fez na Bienal de São Paulo, eu acabei comprando.
A edição da WMF Martins Fontes é muito bonita. As folhas do meio são um pouco frágeis, mas não atrapalha a leitura.
O livro acontece num mundo pós-guerra e trata-se de uma distopia, onde há um governo repressor e o mundo dividido em zonas.
Descobrimos com a leitura que a pior é a zona sete, para onde são mandadas as pessoas que não colaboram com o Governo. E é nessa zona que se encontra o protagonista da história, o adolescente Standish Treadwell, que mora com seu avô uma vez que seus pais já foram varridos pelo governo.
Esse governo está tentando recuperar uma raça pura (uma crítica a Hitler?), Standish tem um olho de cada cor e é considerado uma aberração. Além disso, ele não sabe ler e escrever, mas compreende tudo (ele é disléxico e a autora do livro sofre de dislexia o que me impressionou bastante), portanto, supomos que ele tem sorte em estar vivo ainda.
Vizinhos se mudam para casa ao lado e todos vão acabar se tornando uma grande família e Standish vai criar uma amizade muito grande com o garoto dessa família, Hector (ambos têm a mesma idade). Uma determinada situação vai separá-los e Standish não medirá esforços para que eles se reencontrem.
O Governo comete muitas falcatruas e faz de muitas mentiras a verdade para enganar as pessoas (e aqui temos outro ponto coincidente com a distopia clássica 1984 de George Orwell, assim como apagar os que incomodam o governo).
O ápice do livro é a tentativa da família Standish em revelar um segredo do Governo.
Achei muito boa a ideia da autora em misturar o gênero YA com distopia, mas senti falta de um desenvolvimento melhor desse mundo criado por ela.
Como YA, fala de adolescentes e as suas descobertas para vida e para o amor, mas isso ocorre de forma muito improvável e especial.
E uma último aviso: não se engane pela capa bonitinha, o livro é pesado do início ao fim. Muita gente reclamou do final, mas achei que foi super condizente com o restante da história.
Enfim, um YA de muita qualidade e que merece ser lido!

site: http://meumundodeleituras.blogspot.com.br/

Manuela 22/10/2014

Em um mês difícil para a leitura, há o que salve.

Lua de larvas se passa em um universo distópico e conta a história de Standish, um jovem, cujos olhos possuem duas cores, e que dentro do seu universo é continuamente humilhado e excluído. Ele vivia apenas com seu avó, depois que seus pais fogem do regime, até que uma nova família se apossa da casa vizinha - que pertencia a seus pais. Hector, juntamente com sua família, passam a ser grandes amigos de Standish e seu avó, dentro do possível num contexto opressor e minimalista. É quando Hector e sua família somem que o mundo de Standish dá uma reviravolta.

A terra mãe, o regime, dá notícias de um grande futuro triunfo: seus homens conquistarão a lua e, depois disso, nada poderão detê-los.

O livro como um todo é interessante. A leitura é fluída e há um ensinamento de amizade e honra que comovem.

Indico.

Julia 14/02/2015

"Aquela gravidade onde o homem flutua"
Não adianta mesmo a gente se prender a tantos "se", quando a vida quer ser cruel, ela simplesmente é. E quando ela quer ser leve é bom que saibamos aproveitar logo, pois ela não poupa homens, mulheres, crianças, bichinhos, plantas e, veja só, nem mesmo a lua escapa de tamanha atrocidade.
Mas quando os tempos estão difíceis e não há para onde correr, existe sempre aquele lugar cativo para onde se pode ir e lidar com o mundo ao seu redor de uma outra forma, uma muito mais humana e doce. Peter Pan tinha a Terra do Nunca, Dorothy tinha o universo maravilhoso de Oz, Alice, o País das Maravilhas, Lúcia, Nárnia, e assim prossegue até que um dia nunca mais existam crianças (de alma!) para acreditar em todos esses universos.
Hector e Standish são essas eternas crianças de alma que têm o seu próprio Júniper e para lá projetam viagens e foguetes capazes de levá-los com segurança, pois só assim poderão se livrar de vez dos Moscas-verdes e de professores que não sabem que sua função no mundo deveria ser transbordar amor e alimentar sonhos, não esmagar o desejo e aniquilar as esperanças.
Em um mundo, então, que ninguém lembra quem é Pandora e não sabe que a esperança fica bem guardadinha no fundo da caixinha esperando só alguém bem corajoso lembrar dela, não há limites para o exercício da crueldade. É um mundo distante e muito próximo, porém. Muitas similaridades do nosso cotidiano a gente vê lá nessa lua. Uma lua que, se inspira os poetas, é unicamente por sua tristeza, nada de belo há nela.
Uma lua que não abençoa a ninguém, mas que condena todos à sentença da escravidão moral e não está disposta a lidar com indisciplinas. É, qualquer semelhança com outros mundos não é mera coincidência.
Infelizmente parece que esse totalitarismo não é novidade em nenhum mundo.
Com sorte outros mundos podem ter o seu próprio Standish, pequenos corajosos que não temem proteger aqueles que não têm como se defender do caráter sanguinário de alguns lunáticos. A coragem não nasce do nada, todavia, ela, assim como a esperança, também precisa ser alimentada para que possa gerar a força necessária de mover mundos em prol de um bem maior.
A coragem de Standish vem do amor e de sua forma mais elevada: a amizade.
Standish é um daqueles lunáticos que transborda amor e sinceridade.
Age com coragem e cuor agire, garante o latim, é agir com coração.
Ao final de lua de larvas só fiquei pensando em todos aqueles que nesse mundo e em outros agem com o coração e nem sempre lhe damos o devido valor.
Standish finalmente vai para Júniper.
Quantos mundos terão que ser criados para abrigar os nossos corajosos?

Thai 20/02/2015

Lua de Larvas é narrado por Standish, um adolescente disléxico com olhos de cores diferentes que vive (ou sobrevive) com seu avô na humilde Zona Sete dominada por toda Terra Mãe.
Um dia seu melhor amigo Hector é levado pelo governo opressor por algum motivo e Standish se sente sem chão.

"[...] - Você dá sentido a um mundo sem sentido. Você me deu botas espaciais para eu poder pisar em outros planetas. Sem você, estou perdido. Não existe esquerda, nem direita. Nem amanhã, só quilômetros de ontens.[...]"

Quando Standish descobre o maior segredo da Terra Mãe, as coisas se tornam mais difíceis e perigosas para todas as pessoas próximas a ele. Até que percebe que ele é o único que pode desmascarar o governo.

"[...] se é que existe essa coisa chamada verdade. Difícil dizer quando tanta coisa é mentira."

O garoto é tão verdadeiro com aquilo que vê - mesmo que seja algo bobo - que até acreditamos também. É maltratado e taxado como burro na escola, porém sua inteligência é nítida para quem o conhece melhor.

**
Entrou para a lista de favoritos!
O livro é repleto de ilustrações que, assim que percebi a ligação com os capítulos, achei genial, juntamente com a ilustração da capa e o título. Os capítulos são muito curtos, o que faz com que nem percebamos quando já estamos na metade do livro. Os personagens são incríveis, a amizade dos dois garotos e a inteligência de seu avô. Genial é a palavra que posso usar. Apenas.

site: curaleitura.blogspot.com

Natália 23/03/2015

Lua de larvas trata de um mundo distópico, a autoritária Terra-Mãe. Em um regime totalitário onde pessoas miseráveis vivem na chamada Zona Sete, Standish Treadwell e seu avô são ainda mais pobres que seus vizinhos, que enriquecem delatando outras pessoas. Standish é um garoto disléxico e possui heterocromia ocular, o que faz com que sofra bullying na escola. Quando Hector se muda para a casa ao lado, o mundo de Standish muda. Os dois meninos constroem uma forte amizade e, juntos, começam a descobrir segredos sobre a Terra-Mãe e o controle de poder exercido na Zona Sete. Lua de Larvas é um livro bastante violento, mas ao mesmo tempo é seguido pelas fantasias infantis, o que torna sua violência mais dura com o leitor

Yohan 27/03/2015

“Contando pra mim mesmo outra história”
FRANCISCO João Luís


GARDNER SALLY, Waldéa Barcellos. Lua de larvas. – São Paulo: editora WMF Martins Fontes, 2014.

A filha de advogados, disléxica, que teve dificuldades em aprender a ler e escrever (somente aprendeu com 14 anos), SALLY GARDNER vem conquistando o público desde seu primeiro livro “The Little Nut Tree” publicado em 1993 pela Orion Book e premiada desde seu primeiro romance “I, Coriander”, ganhador do premio Smarties Prize em 2005.
Com uma linguagem simples e de fácil entendimento, porém sem deixar o texto monótono e pobre linguisticamente, o livro é um irresistível convite à leitura, que vai te prender da primeira à última página. Narrado pelo protagonista, Standish Treadwell, jovem com dislexia que vive com seu vô em meio a um governo totalitário. Standish é extremamente inusitado, o personagem começa a trama como um menino assustado e aparentemente “burro”, porém com uma imaginação muito fértil, vai crescendo na narrativa até se mostrar sagaz e se torna a ultima esperança de uma nação fortemente oprimida.
Dislexo e com Heterocromia ocular, o protagonista não tinha nenhum amigo até a chegada de Hector, sua chegada seu desaparecimento são pontos cruciais no desenvolvimento da história, deixando a mais densa e profunda. A descrição de um dos personagens da narrativa faz referência ao líder nazista Adolf Hitler e mesmo sem conter elementos que identifiquem claramente o contexto histórico da obra, fica nas entrelinhas o conflito da Guerra-Fria, mostrado no livro entre a nação das Croca-Colas, dos homens que dançam e rodopiam na chuva, se referindo à marca de bebidas Coca-Cola e ao clássico do cinema CANTANDO NA CHUVA para identificar os Estados Unidos, o e pais dele, que corre para ser o primeiro a pisar na lua, se referindo ao Cosmonauta Russo.
Com um bom desenvolvimento de enredo, personagens simples, que lembram bastante o livro REENCONTRO do Fred Uhlmane, com um protagonista que está para SALLY GARDNER tanto quanto Sansa está para KAFKA, a autora se destaca entre a safra de obras distópicas do mercado atual, explicando o sucesso mercadológico e seu prêmios.


site: https://docs.google.com/document/d/1nQLOcq2BF79xClk90vac1PCF6ADzuGO-jnFmMSugIBk/edit?usp=sharing

Francienio 30/07/2016

Diferente, inteligente, surpreendente, incrível
Lua de Larvas conta e estória de Standish, um garoto que vive em uma ditadura fictícia, mas que remete a um passado na nossa própria estória, na época em que o homem pisou na lua.
Sempre ouvi falar bem deste livro, e não me decepcionou. Lua de Larvar requer um pouco de interpretação no início pois os capítulos são muito curtos e alternam entre passado e presente, então você precisa ir encaixando os pedaços no geral da estória como um quebra cabeças. Muito bem elaborado e diferente do usual. Eu gostei demais pois foi muito inteligente a forma da escrita, adorei a narrativa da autora, o rumo que a estória foi tomando se tornava cada vez mais interessante e surpreendente e até os desenhos no início de cada capítulo, que conta uma estorinha a parte, me deixava muito curioso. O livro é muito rápido de ler, o que me deixou com gostinho de quero mais. E o fim foi excelente, na minha opinião. Perfeito. Desde Golem e o Gênio não lia um livro tão bom.

Danielle 21/05/2015

“Uma vez que você é apagado, você nunca existiu.”

Standish Treadwell é um jovem disléxico que vê o mundo de maneira diferente da maioria. Graças a essa visão, ele percebe que o mundo lá de fora não tem que ser necessariamente cinzento e opressor. Quando seu melhor amigo, Hector, é de repente levado embora, Standish percebe que cabe a ele, a seu avô e a um pequeno grupo de rebeldes enfrentar e derrotar a opressão permanente das forças da Terra Mãe.
Com o pano de fundo de um regime implacável, disposto a tudo para vencer seus rivais na corrida para chegar à Lua. Este impressionante Lua de larvas é o novo livro da premiada autora Sally Gardner.



Lua de Larvas é um livro distópico, se passa em 1956 em um mundo pós-guerra, narrado em primeira pessoa por um jovem dislexo de 15 anos, chamado Standish Treadwell. O livro aborda bullying em um primeiro momento, porém o livro é muito mais do que isso, aborda teoria de conspiração e um regime totalitarista, lembra um pouco o universo do livro 1984. Nitidamente é percebido pelo leitor que autora está abordando mais ou menos como seria se a Alemanha tivesse ganhado a segunda guerra mundial, tamanha semelhança como os nazistas tratavam os judeus. O livro possui capítulos curtos e uma historinha paralela em desenhos que o leitor deve prestar atenção e acompanhar, no final fará todo o sentido, sem contar todos os termos peculiares usados e cheio de metáforas.

“Eu me sentava bem no fundo da sala – o quadro-negro poderia estar em outro país. As palavras não passavam de cavalos de circo, dançando para cima e para baixo. Pelo menos, elas nunca ficavam paradas tempo suficiente para eu entender o que estavam dizendo.”

Vou falar um pouco da história, Standish vive com o avô na zona 7, aos olhos do protagonista seria um lugar onde são levadas as pessoas que não servem para o sistema, ele relata o sumiço de algumas pessoas que simplesmente desaparecem da noite para o dia e deixam de existir, como aconteceu com seus pais e seu melhor amigo Hector, que o defendia do Bullying sofrido na escola. Aos olhos de Standish iremos presenciar muita injustiça e inclusive violência. Apesar de ser considerado burro pela maioria, Standish consegue ver toda a maldade do regime opressor e não vai descansar enquanto não conseguir enfrentar o sistema, quando ele percebe algo muito importante que está para acontecer pode ser a saída.

"Tinha me ocorrido então que o mundo era cheio de buracos, buracos nos quais você caía para nunca mais ser visto. Eu não conseguia ver a diferença entre o desaparecimento e a morte. Pareciam a mesma coisa para mim, deixavam buracos. Buracos no coração. Buracos na vida."

Apesar de o livro ser rápido de ler eu enrolei porque não queria que acabasse a leitura, não sabia muito bem o que esperar do livro mas resolvi apostar nele devido as muitas críticas positivas e só me arrependo de não ter lido antes, amei cada pedacinho do livro e cada página avançada era uma emoção, e do meio para o final o clímax foi de tirar o fôlego.

O livro é uma delícia de ler, um prato cheio para os fãs de distopia. Recomendo muito a leitura.

Expedicionário Literário 27/04/2024

Uma Reflexão Sobre Autoritarismo e Resistência, à Luz da História
Lua de Larvas, da escritora Sally Gardner, proporciona uma visão de um mundo distópico dominado pelo autoritarismo e pela opressão. Ao ler a história de Standish Treadwell, somos lembrados das lutas reais que ocorreram ao longo da história humana.

Assim como Standish, muitos indivíduos ao longo dos anos enfrentaram regimes opressivos e lutaram pela liberdade e pela dignidade. Podemos estabelecer paralelos entre a coragem e a determinação de Standish e as narrativas de resistência durante os conflitos e guerras ao redor do mundo. Desde a resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial até os movimentos de libertação em várias partes do globo, testemunhamos exemplos de pessoas que se recusaram a se submeter à tirania, tal como Standish.

Além disso, a trama de Lua de Larvas também nos faz recordar da corrida espacial, um período em que as grandes potências competiram pela supremacia no espaço. Assim como na história fictícia de Gardner, a corrida espacial foi marcada por rivalidades políticas e ideológicas, mas também por uma busca por exploração e descoberta. Enquanto os personagens de Lua de Larvas lutam pela liberdade em um mundo distópico, os cientistas e astronautas reais buscavam atingir novos horizontes no espaço, desafiando limites e ampliando o conhecimento humano.

Resumindo, Lua de Larvas não é apenas uma narrativa de fantasia, mas também uma reflexão sobre questões aterrorizantes que nos assombram até hoje, como autoritarismo, que força as pessoas a lutar pela liberdade, um direito básico e fundamental. É uma leitura que nos faz refletir não apenas sobre o mundo fictício criado por Gardner, mas também sobre o mundo real e as lições que podemos extrair da história. É notável como os seres humanos parecem destinados à busca por poder, e dadas as circunstâncias atuais, parece que somos irracionais ao repetir constantemente os mesmos erros do passado.

Thiago 04/09/2015

A lua nunca foi tão decepcionante
O livro tinha um enredo perfeito, um cenário cruel e bem trabalhado e personagens cativantes, porém, foi tudo muito vago. A história não caminhava , a maior parte do tempo o livro enrolando bastante, prometia muito e quase nada foi entregue. O livro começou a ficar realmente bom no capítulo 74, a verdade é que você pode ler apenas o final e não vai ter perdido quase nada.
Com um final um pouco previsível e bem satisfatório recomendo ler Lua de larvas com uma expectativa um pouco baixa e tentar aproveitar ao máximo.
Gostaria de ter conhecido um pouco mais daquele mundo, seus governantes e população.

Fabi_ZP 08/10/2015

Vídeo-Resenha do World Fabi Books: Alguns Livros que Li
Um vídeo onde eu resenho brevemente oito livros que li nestes últimos dias.

Aqui embaixo vou deixar o nome de cada obra, bem como os autores e as editoras responsáveis por cada uma.

Espero que gostem e desculpem a péssima qualidade, mas ainda estou usando uma câmera ruim… =/

World Fabi Books apresenta os seguintes livros discutidos:

* Medo (quinto livro da série Gone, do escritor Michael Grant, pela Editora Record – selo Galera Record);

* Lua de Larvas (da autora Sally Gardner, pela Editora Martins Fontes);

* O Reino das Vozes que Não se Calam (das autoras Carolina Munhóz e Sophia Abrahão, pela Editora Rocco – selo Fantástica);

* Flores Mortais (da autora Giulia Moon, com participação de Kizzy Ysatis, pela Editora Giz);

* Sombras de um Anjo (da autora Ana Beatriz Brandão, pela Editora Novo Século – selo Novos Talentos da Literatura Brasileira);

* Cemitério de Dragões (primeiro livro da saga Legado Ranger, do autor Raphael Draccon, pela Editora Rocco – selo Fantástica);

* Centelha (segundo livro da série Brilho, da autora Amy Kathleen Ryan, pela Editora Geração – selo Geração Jovem);

* Coroa da Meia-Noite (segundo livro da série O Trono de Vidro, da autora Sarah J. Maas, pela Editora Record – selo Galera Record).

site: https://www.youtube.com/watch?v=_J8X-2BsfVA

Delírios e Livros 07/12/2015

Lua de Larvas é um livro distópico, se passa em 1956 em um mundo pós-guerra, narrado em primeira pessoa por um jovem dislexo de 15 anos, chamado Standish Treadwell. O livro aborda bullying em um primeiro momento, porém o livro é muito mais do que isso, aborda teoria de conspiração e um regime totalitarista, lembra um pouco o universo do livro 1984. Nitidamente é percebido pelo leitor que autora está abordando mais ou menos como seria se a Alemanha tivesse ganhado a segunda guerra mundial, tamanha semelhança como os nazistas tratavam os judeus. O livro possui capítulos curtos e uma historinha paralela em desenhos que o leitor deve prestar atenção e acompanhar, no final fará todo o sentido, sem contar todos os termos peculiares usados e cheio de metáforas.

“Eu me sentava bem no fundo da sala – o quadro-negro poderia estar em outro país. As palavras não passavam de cavalos de circo, dançando para cima e para baixo. Pelo menos, elas nunca ficavam paradas tempo suficiente para eu entender o que estavam dizendo.”

Vou falar um pouco da história, Standish vive com o avô na zona 7, aos olhos do protagonista seria um lugar onde são levadas as pessoas que não servem para o sistema, ele relata o sumiço de algumas pessoas que simplesmente desaparecem da noite para o dia e deixam de existir, como aconteceu com seus pais e seu melhor amigo Hector, que o defendia do Bullying sofrido na escola. Aos olhos de Standish iremos presenciar muita injustiça e inclusive violência. Apesar de ser considerado burro pela maioria, Standish consegue ver toda a maldade do regime opressor e não vai descansar enquanto não conseguir enfrentar o sistema, quando ele percebe algo muito importante que está para acontecer pode ser a saída.

“Tinha me ocorrido então que o mundo era cheio de buracos, buracos nos quais você caía para nunca mais ser visto. Eu não conseguia ver a diferença entre o desaparecimento e a morte. Pareciam a mesma coisa para mim, deixavam buracos. Buracos no coração. Buracos na vida.”

Apesar de o livro ser rápido de ler eu enrolei porque não queria que acabasse a leitura, não sabia muito bem o que esperar do livro mas resolvi apostar nele devido as muitas críticas positivas e só me arrependo de não ter lido antes, amei cada pedacinho do livro e cada página avançada era uma emoção, e do meio para o final o clímax foi de tirar o fôlego.

O livro é uma delícia de ler, um prato cheio para os fãs de distopia. Recomendo muito a leitura.

Resenha de Danielle Peçanha

site: www.delirioselivros.com.br

Melyssa 27/01/2016

Leiam o livro e só
Ambientado em um lugar muito parecido com a Alemanha nazista o livro traz esse mundo visto pelos olhos (um de cada cor) de um garoto disléxico porém muito inteligente e sonhador tentando achar um jeito de lidar e sobreviver a esse mundo... e disposto a fazer grandes sacrifícios para isso.

Suelen 19/02/2016

Quando soube que esse livro era sobre um disléxico, não pensei duas vezes antes de compra-lo. Não li nada sobre ele. Somente que era um adolescente disléxico que sofria na escola. Achei que era ‘só’ isso, porém era só a ponta do ice Berg, o livro é arrebatador e muito diferente.

Que tal foi minha surpresa ao saber que se tratava de uma bela distopia, e fui descobrir ao longo da leitura. Standish não tem somente problemas na escola como qualquer outro adolescente o seu problema é muito maior. Ele vive em uma sociedade com um governo opressor, mentiroso e onde levam uma vida com muita privação.

Ele vive com seu avô, seus pais sumiram, o governo deu um jeito deles desaparecem sem deixar nenhum sinal. Este mesmo governo pretende implantar uma das maiores farsas, intuindo seu povo de que eles estão prestes a pisar na lua e conquistar um novo território.

Standish conta com o apoio de seu meu melhor amigo Hector, seu avô e os pais de Hector, porém logo o governo também da um sumiço em Hector e seus pais. Junto de seu avô e da ajuda, do que ele chama, de ‘o homem da lua’ ele vai descobrir o que o governo está tramando e se prontifica a não permitir em deixar que o governo manipule as pessoas.

Com isso, num ato muito grande de coragem ele irá se infiltrar no local onde toda a farsa está sendo montada e finalmente desvendar para o mundo o que de fato o governo estava armando.


site: http://vivalivraria.blogspot.com/