Liz 19/01/2024
Uma leitura essencial para mulheres, principalmente mulheres jovens e escritoras. Virginia Woolf discute a questão da diferença entre a literatura feminina e masculina, o quão pouco as mulheres escreviam no século XX em comparação aos homens.
Sua personagem descreve a distinção entre uma universidade só para mulheres e outra só para homens, além de percorrer escritos de professores e estudiosos sobre as mulheres em geral. Esses homens publicavam, refletiam e discordavam uns dos outros sobre o que seriam as mulheres, se teriam alma ou não, mas todos concordavam que elas eram de todas as formas inferiores aos homens.
A personagem expõem sua opnião de que, para escrever ficção ou poesia, uma mulher deve dispor de segurança financeira e um teto todo seu, e sua narrativa se baseia em defender essa tese.
O que me prendeu ao decorrer dessa leitura foi a longe imaginação de Virginia Woolf ao propor uma irmã fictícia a Shakespeare, e se ela tivesse o mesmo talento do irmão para o teatro, qual seria seu destino? A conclusão é que, naquele tempo, mulheres escritoras era visto como um absurdo, quase um pecado, e uma romancista ou poetisa era chamada de bruxa e vista até como louca.
"Uma mulher escrever? O que de bom viria de sua escrita?"
A verdade dolorosa é que as mulheres não tiveram espaço para escrever em séculos anteriores, e foram poucas as bem sucedidas com a ficção e a poesia, a maioria foi reprimida e rechaçada, e uma poetisa que não pode escrever poesia, um criador que não pode criar, é um ser rígido, sem vida.
Virginia discute a importância das mulheres escreverem no século XX, agora que podem, e escrever pelos próximos séculos aquilo que almejam, seja romances, biografias, livros de viagem, livros de história, geografia ou ciência. As mulheres devem ocupar esse espaço que lhe foi tirado por tantos anos, desde o início dos tempos.