Areia nos Dentes

Areia nos Dentes Antônio Xerxenesky




Resenhas - Areia nos Dentes


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Igor83 10/08/2023

Bom, mas pretensioso
A obra é contada por uma narrativa inconsistente de metalinguagem dentro da metalinguagem. Apesar de interessante a experimentação do autor com a escrita, certos momentos do livro se perdem dentro do sentido narrativo. Um claro exemplo é quando a prosa se torna páginas de um roteiro de cinema, e depois o recurso nunca mais volta a tona, parece estar jogado.
A metalinguagem, apesar de intrigante, causa alguns problemas de foco. A história quer construir uma analogia envolvendo pai e filho, mas os cortes que saem da trama principal no Velho Oeste e saltam para a vida contemporânea do homem que está escrevendo a história, quebra o ritmo narrativo, principalmente quando o autor se autoreferencía, criando uma situação alá matrix, onde nada é real e assume a ficção do que estamos lendo. Tal estratégia remove o impacto e destino de qualquer personagem da história.

Enquanto a história em si, achei a motivação do fio condutor para o surgimento dos zumbis sem sentido, soando mais como uma desculpa, já que havia dezenas de outras formas de se resolver a situação imposta.

Os personagens são interessantes e parecem ter muito background para explorar, porém esse desenvolvimento não chega a nível íntimo, deixando tudo quase raso.

Apesar dos pontos levantados, eu gostei do livro. Ele diverte e entretém, a prosa é boa e os diálogos naturais. Trabalha com clássicos arquétipos dos Western e a metáfora "pai e filho" é bem-vinda. Só poderia ter sido mais desenvolvida, assim talvez o autor não precisasse escancarar do que se trata a história, deixando a moral para que o autor pescasse ao refletir após a leitura.

Não é um material que eu indicaria a todos, principalmente leitores novos, mas com certeza muitos irão gostar.
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Rittes 24/06/2022

Diferente e introspectivo
A aposta da editora foi vender este livro diferente como um "faroeste com zumbis" e, talvez, muita gente acabe ficando frustrada por causa disso. Tem elementos de um faroeste clássico e também tem zumbis, mas as duas coisas não se conectam necessariamente numa história com começo, meio e fim. É mais sobre pais e filhos, sobre a solidão do escritor e sobre como se usar a metalinguagem. Não é um livro ruim, mas é bem diferente. Experimente.
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Thiago 09/01/2022

Faroeste com zumbis
Livro que traz uma experiência estética bem legal, alternando diferentes modos estilísticos ao longo da estória. A metanarrativa é o que salta mais aos olhos, por ser um recurso pouco utilizado em romances considerados de " entretenimento ". A trama é bem simples, e mesmo contendo os elementos de faroeste e zumbis, acaba sendo uma estória sobre o relacionamento entre pai e filho.
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Cinde.Costa 16/09/2021

Diferente e imersivo.
"Areia nos Dentes" é um romance nacional contemporâneo escrito em fluxo contínuo, ou seja, as duas histórias - a do escritor e a que ele escreve - não se sobrepõe, mas avançam juntas. Primeiro temos o escritor, morador do Distrito Federal, em seu apartamento, escrevendo uma história. Em seguida, temos a história de faroeste que ele escreve. Exemplifico: quando o escritor para de escrever e sai, a história do faroeste para até ele voltar para casa e continuar escrevendo; quando vários símbolos estranhos aparecem na história de faroeste é o computador do escritor que deu defeito em função de um vírus, e o escritor fala disso enquanto espera o conserto. Entendem?

Assim, em uma história curta e bem humorada, temos a ironia da metalinguística, o exercício da metaficção e o pastiche das histórias de faroeste como a do filme "Três Homens em Conflito" (1966), em um desfecho bem elaborado cheio de zumbis.

A história que o escritor escreve, sobre a rivalidade ancestral entre duas famílias, em uma cidadezinha arenosa, calorenta e esquecida por Deus, se move em torno de duas perguntas: " O que existe no porão dos Marlowes?" e "Quem matou Martín Ramíres?". Além disso, o desfecho dessa história é cruel, criativo e interessante. A história do próprio escritor é uma incógnita, mas é possível aventar teorias. Entendi, no fim da leitura, que saber as respostas não é imperativo. Entender o impacto que essas perguntas tiveram é mais importante.

"Areia nos dentes" não é sobre a chegada ao desfecho. É sobre o ponto de partida frustrante quando estamos diante das escolhas diárias.

Eu gostei muito da leitura e a RECOMENDO.
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Mateus Braga 09/12/2020

Excelente
Grata surpresa ao confiar em quem me recomendou Areia nos Dentes.
Li o livro sem saber sinopse nem nada, e foi uma ótima experiência.
Não dava muito pelo tamanho do livro, imaginei "deve ser uma história superficial".
Não podia estar mais enganado.
É surpreendente como o Antônio Xerxenesky consegue passar tanta informação numa leitura fluida e num livro tão curto.
Mais que recomendado.
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Nat 08/11/2020

^^ Pilha de Leitura ^^
Durante boa parte do livro, a história é apenas um faroeste tradicional, com famílias inimigas e romance impróprio entre elas. Até que você descobre que a história também tem zumbis. Falando assim, parece uma mistura forçada, mas não é – é apenas inusitada. O livro não me encantou, mas também não achei ruim.

site: https://www.youtube.com/c/PilhadeLeituradaNat
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@tarcisovinicius_ 18/04/2020

Zumbis de Western
Antonio Xerxenesky e seus cowboys zumbis, muito bem escrito!!
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nebal 15/08/2013

Um livro dentro de um livro, narrada por um velho bêbado, uma história de pai e filho, um faroeste com elementos shakespearianos e com um bônus: Têm zumbis! Muito bom mesmo!
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Tielle | @raposaleitora 02/06/2013

resenha do blog Mantendo a Esperança
Areia nos Dentes foi escrito por Antônio Xerxenesky e a minha cópia foi publicada pela Isto Não é uma Editora (sim este é um nome bem peculiar para uma editora e para saber mais acesse aqui rs) mas recentemente foi publicado também pela Rocco.


Quando solicitei esse livro pelo Skoob Plus eu não sabia o que esperar, na verdade nem sabia que o autor era nacional (não sou de ficar procurando sobre os autores quando vou adquirir um livro, vou pela sinopse, ás vezes pela capa...) mas quando descobri fiquei ainda mais curiosa para ler, já que estou descobrindo tantos autores incríveis e nacionais. (Caso alguém não saiba eu tinha um pé atrás com autores nacionais, mas agora já estou curada!)

O primeiro pensamento quando vi o livro? Faroeste, adoro e preciso ter uma leitura com muitos tiros e escarros de homens rústicos... mas então quando li a sinopse percebi que a história seria narrada por outro escritor (que é um personagem) e que estava escrevendo sobre a rivalidade entre duas famílias, os Ramirez e os Marlowes. Me encantei e fui conferir outras informações...

"Se tem zumbis no meio, só pode ser bom." - Daniel Galera (está na orelha do livro)

Eu concordo com o Galera e sinceramente, como um livro poderia ser ruim quando se tem um faroeste zumbificado? E não era para menos eu amei a leitura desse livro. Pena que faz um certo tempinho e não saberei colocar tantas informações nessa resenha quanto gostaria, mas acredito que os poucos comentários que farei possa deixá-los curiosos.

O velho que escreve a história é hilário, além de ser solitário e não saber distinguir as horas, ou se é dia ou noite, fez com que a imagem desse personagem se tornasse bem íntima e engraçada. Mas ver como ele perdeu essa intimidade com seu filho me deixou com pena e até mesmo queria poder tirá-lo da frente do teclado para poder conversar um pouco...

Os personagens que vivem na cidade de Mavrak (no faroeste) são tão hilários quanto o velho, além de terem o costume rústico que já comentei e que era esperado, também vivem em completa tensão por causa da rivalidade das duas famílias.

"E OS MORTOS voltarão à vida!"

Quando os zumbis finalmente entram na história vai tudo para o espaço e eu me peguei pensando, quando a morte se aproxima todos passam a ser iguais. Adorei esses zumbis e o que leva os mortos a saírem de seus buracos atrás de cérebros...

Indico esse livro para todos os amantes de faroeste e de zumbis, mas devo afirmar que esse é um livro que descreve cenas bem arrepiantes com sangue e tem um certo apelo sexual. Portanto crianças não leiam! rs]

Posso dizer que a minha cópia ficou com a capa mais bonita, adoro o efeito do sol nesse garoto de chapéu...
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Marselle Urman 09/01/2013

Um tiro no meio do deserto, um faroeste pictórico e bem clichê inventado por um escritor mexicano de meia idade, aposentado e em crise na relação com seu filho.

Pais e filhos, o faroeste e os zumbis são boas metáforas.
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Thiago 25/09/2012

Quê? Faroeste? Brasileiro? Com zumbis? Vejamos...
Peguei o livro para ler por pura curiosidade. Afinal, o autor é da minha geração; um ano mais velho que eu, e já está publicado pela Rocco.
Seria uma perda de tempo ler um livro de um autor com 28 anos? Essa era a questão. E ao final do livro posso dizer que não.

É um livro muito bom. Conta a história de um escritor escrevendo a história de seus antepassados da época em que as pendengas eram resolvidas na rua de terra em duelos de pistoleiros na porta de algum Saloon. É faroeste, pra ser mais claro. Uma brincadeira de contar uma história para, na verdade, retratar algum aspecto da vida de quem escreve. Metalinguagem da boa, diga-se de passagem. Não soa forçada e dá liberdade ao autor de pincelar, com certa poesia, sobre assuntos corriqueiros e simples.

Além disso, o autor se utiliza de algumas variações de formato narrativo e da fonte do texto. Um página cheia de símbolos de "conjunto vazio" ou outra com a fonte que vai crescendo gradativamente a cada linha de texto, são frequentes. Coisas que, essas sim, soam meio forçadas mas dão certa dinâmica e humor ao texto. Acabam sendo interessantes.

Aliás, este faroeste tem zumbis, mas eles são meros detalhes. A história é sobre pais e filhos. Todo o resto é mentira, conforme o próprio autor (personagem do livro) diria.

Resumo da obra: depois de lê-lo, vou passar a dar uma olhada mais atenciosa ao que está sendo produzido no Brasil ultimamente, coisas que fugiam ao meu radar até hoje.
Nalí 25/09/2012minha estante
(Mas a capa da Não Editora é mais bonita!)


Thiago 26/09/2012minha estante
Pois é Nalí! Esqueci de mencionar esse detalhe. hehe Também acho a antiga mais bonita. Já leu o livro?




sobota 06/08/2012

Zumbis e ambição estética... Ahn?
Falar em zumbis é correr um risco bastante perceptível: denominá-los fenômeno e produto do mercado norte-americano de games e filmes, um simples produto da indústria cultural, é o caminho mais fácil (falo, claro, de manifestações artísticas, no sentido mais amplo possível, deixando de fora questões religiosas, que pelo que parece são as origens de fato do mito zumbi). Games como Resident Evil e o mais recente Left 4 Dead e filmes aos montes retratam os zumbis como se conhece: mortos-vivos com buracos na face, babando alguma coisa nojenta, malucos para comer um pedaço de carne humana a qualquer custo.

Por outro lado, a coisa mais parecida com zumbis que se produziu na literatura brasileira do século XX, salvo engano, foi a revolta dos mortos no monumental Incidente em Antares, do gaúcho Érico Veríssimo. Em Antares, os mortos insepultos, porém, não são burros e sedentos por carne humana, antes, fazem uma análise sociológica e política de sua época, provocam uma revolução por baixo dos panos, e o resto você confere lendo o livro por aí.

É também de um autor gaúcho a experiência com zumbis tema desta resenha: Antônio Xerxenesky (1984) escreveu e lançou Areia nos Dentes em 2008 pela Não Editora, uma editora independente que criou junto com cinco amigos e que hoje em dia já tem um catálogo respeitável. Relançado pela Rocco em 2010 (com um cuidado gráfico bastante apurado, capa e edição) com uma orelha elogiosa escrita pelo Daniel Galera, o livro também foi finalista do Prêmio Açorianos.

O próprio Galera lembra, na orelha desta edição, que a temática zumbi carrega nas costas uma legião de fãs de histórias que simplesmente deram certo: discutir esteticidade nesse campo pode não ser uma boa ideia, porque além de correr o risco de contrariar muita gente, a discussão pode ser simplesmente deixada de lado. Não há dúvidas, histórias com zumbis tendem a dar certo.

Mas falando em literatura com ambição estética séria, o público é diferente daquele que usualmente curte zumbis...

CONTINUE LENDO!
http://bibliotecavertical.blogspot.com.br/2012/08/areia-nos-dentes-antonio-xerxenesky.html
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Carol 29/01/2012

Areia nos Dentes e as 150 páginas
Areia nos Dentes, de Antônio Xerxenesky, tem um grave problema: é curto demais. Livro muito criativo, ganha pontos pelo enredo genial. Se às vezes me incomoda a falta de profundidade de alguns personagens que poderiam ser mais explorados, o livro me satisfaz pela sua construção original e trama eletrizante. Pra ilustrar o meu ponto, uma passagem:

Sombras de cavalos e pessoas cavalgam e caminham nas casas de madeira clara. Os ouvidos de Juan escutam somente o vento e a areia. Ele nada pressente. O sol do meio-dia está eclipsado por uma nuvem cinza. Agacha-se e põe a cabeça contra o solo. Não há passos ou movimento em um raio de quilômetros. Levanta-se. Sua orelha fica cheia de areia por fora e por dentro. Uma esfera de poeira se aproxima. Abre a boca e sente pequenos grãos de areia se grudarem nas frestas de seus dentes, a sensação mais desagradável que conhece. Tenta cuspir parte da areia, mas, ao abrir a boca para isso, tudo que consegue é absorver outro punhado de grãos. Fecha a boca em desistência. Aguarda. Caminha. Olha. Espera.

Gosto bastante desse parágrafo. E com base nele o romance teria fôlego para muito mais que contar uma história legal – fôlego pra amarrar tudo isso numa narrativa chorável e com personagens mais opacos. Só que, mais uma vez, é aquele caso do livro nacional contemporâneo que tem mais ou menos 150 páginas.


Fazendo um jogo entre os planos narrativos, Xerxenesky escreve sobre Juan O Atual que escreve sobre Juan O Antigo. Na minúscula cidade de Mavrak, a família dos Ramírez tem uma rivalidade inexplicável com a família dos Marlowes. Entre muitos tiros, fumaça e tentativas de aniquilação mútuas, o jovem covarde Juan Ramírez se sente perdido. Ele sempre foi um cara do norte, por dentro. Mas seu relacionamento com o pai o prende àquela cidadela empoeirada fora do caminho do desenvolvimento. E sim, sim, tem zumbis.


Mas e por que 150 páginas? 144 na edição da Rocco, na verdade. Tudo que tem saído de contemporâneo e brasileiro tem esse tamanho também, mais ou menos e com as devidas exceções. É o fôlego do autor ou o do leitor que acaba assim, cedo? Eu fico com a mistura dos dois. Escrever um romance longo e altamente elaborado exige autoestima. Porque se o escritor vai gastar uma considerável parcela da sua vida escrevendo um romance, e ainda sem garantia de retorno lucrativo já que todo mundo precisa comer, ele vai precisar de muita autoestima, a certeza de que o seu texto é bom, que vale a pena e que ainda vai ser suficiente pra pagar a conta de luz. O atual ambiente editorial brasileiro estimula essa autoestima? Claro que não. E o leitor contribui jogando mais pedras no escritor, indo ver tevê ou lendo os clássicos “que já estão garantidos”. Eu contribuo, porque poderia estar escrevendo sobre como Areia nos Dentes é bom. E é. Mas não deu pra não ficar com vontade de mais.

http://apesardalinguagem.wordpress.com
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