rperesperes 23/12/2019Tudo sobre o livro + Resumo + Minhas breves consideraçõesRESUMO
As pessoas se comunicam através da linguagem verbal e a linguagem não verbal. É através da linguagem não verbal que podemos presumir o que a outra pessoa está pensando e que também podemos influenciar e criar empatia. Este tipo de linguagem nos fornece, inconscientemente, pistas do que estão sentindo, ou até mesmo do que vão sentir. Os movimentos dos olhos, das pernas, o tom de voz, entre outros sinais, nos dizem quem realmente somos. É através da linguagem corporal e da linguagem não verbal que influenciamos as pessoas com nossas ideias e nossas atitudes.
MINHAS CONSIDERAÇÕES
- Descubra a forma de expressão que a pessoa está usando e adapte-se a ela o máximo possível.
- Levar as pessoas a falar sobre si mesmas é um atalho para a empatia.
- Ocultar as emoções ou fingir sentir algo que não se sente é uma forma de mentira.
- Crie uma memória forte em alguém quando a pessoa estiver no auge do seu melhor estado emocional.
A partir daqui, tudo sobre o livro...
LEITURA DA MENTE
Todos nossos pensamentos afetam o nosso corpo de um modo ou de outro. Se você estiver assustado, a sua boca ficará seca e o fluxo sanguíneo em direção às pernas aumentará, preparando-o para uma possível fuga. Se você começar a ter pensamentos sexuais sobre outra pessoa, perceberá reações muito óbvias no seu corpo — ainda que não tenha passado de um pensamento. Às vezes, as reações são mínimas, porém observando atentamente, podemos perceber como ela se sente, quais são as suas emoções e no que está pensando.
Muitos sinais mudam constantemente quando estamos conversando: linguagem corporal, movimentos dos olhos, ritmo da fala etc. Tudo isso pode ser considerado comunicação “não verbal” ou silenciosa. Toda comunicação é absorvida, analisada e interpretada pela nossa mente inconsciente, entretanto, a mente inconsciente não é perfeita. Ela tem muito a absorver, entender e interpretar, tudo ao mesmo tempo, e ninguém a ensinou como desempenhar essa função. Muitas vezes deixamos escapar algum detalhe e interpretamos algo de maneira equivocada.
Para ser o melhor possível na arte de ler mentes, é importante aprender a captar e interpretar corretamente os sinais silenciosos que as pessoas revelam inconscientemente quando se comunicam. Prestando atenção e direcionando a sua própria comunicação silenciosa, é possível decidir qual mensagem transmitir e garantir que não será mal interpretado por ter dados sinais que não queria.
O QUE É EMPATIA E PORQUE VOCÊ A DESEJA
A palavra empatia significa, “criar harmonia e relações amistosas”. Ao criar empatia com alguém, estamos gerando um relacionamento de confiança, consentimento, cooperação e abertura às ideias do outro, tanto em ambiente profissional ou pessoal.
Para conquistar a empatia de alguém à regra básica é descobrir como a pessoal prefere se comunicar. Ao adaptar-se a outra pessoa você se expressa como ela, assim fica mais fácil a comunicação. Se adaptando ao modo de comunicação do outro, você demonstra que é como ele, já que as suas expressões são semelhantes.
Depois de estabelecer a empatia, você não precisa mais continuar seguindo a orientação da pessoa, nem se adaptar, ela ficará satisfeita em seguir você. E você poderá começar a mudar em seu comportamento para conseguir a mudança no outro. Se houver empatia, a pessoa também aceitará as suas ideias e sugestões mais facilmente.
Uma maneira simples de usar a linguagem corporal para criar empatia, é copiar a outra pessoa. Olhar a postura, o ângulo da cabeça, como ela mantém os braços e depois fazer o mesmo. Há duas formas de fazer isso, o que o autor chama de alinhamento e espelhamento. No alinhamento, você mexe a parte correspondente do seu corpo quando a pessoa com quem você deseja se alinhar se mexer, ou seja, se ela levantar o braço direito, levante o braço direito. No espelhamento, você move a parte oposta do seu corpo, ou seja, ela move o braço direito, você move o seu braço esquerdo, como se você fosse a imagem dela em um espelho. É muito importante ser discreto e fazer isso gradualmente.
Um jeito de mascarar que está imitando alguém é atrasar os seus movimentos. Em vez de fazer algo logo depois da ação da outra pessoa, você pode esperar vinte ou trinta segundos. Ou ainda imitar as expressões faciais de um indivíduo, já que ele não pode ver o próprio rosto.
Outro jeito de estabelecer a empatia é através da voz. Você adapta a própria voz ao jeito da outra pessoa. Ouça e veja como ela usa a tonalidade, timbres, melodia, ritmo, força e volume. Preste atenção nas palavras que a pessoa usa com mais freqüência e depois comece a usá-las. Dessa maneira, você começa a falar a língua da pessoa, mostrando que é igual a ela, e será claramente entendido, já que vocês até usam as mesmas palavras ao falar.
Outro jeito para uma boa empatia é adaptar a sua respiração à de outra pessoa. Você deve observar o estômago, o peito, os ombros e o pescoço. Se você conseguir sincronizar totalmente a sua respiração com a de outra pessoa, o vínculo entre vocês poderá ser mágico.
Observe onde a pessoa está concentrando a atenção assim saberá o que ela tem interesse. Para ter certeza absoluta de que o foco da pessoa está em você, ela deve estar olhando nos seus olhos enquanto você fala.
O SENTIMENTOS E O PENSAMENTO
Se você conseguir entender o perfil da outra pessoa, por exemplo, se ela é mais auditiva ou mais visual, também conseguirá entender como essa pessoa pensa, como prefere se comunicar e o que é importante ou desinteressante para ela.
Na neurociência, já se sabe que, ao pensar, ativamos partes diferentes do cérebro e dependendo de qual parte estiver sendo ativada, os olhos se movimentam de formas diferentes.
As pessoas que pensam em imagens olham para cima e para a esquerda quando estão lembrando, e para cima e para a direita quando estão construindo imagens novas na mente. O olhar para pensamentos auditivos é direto para os lados: para a esquerda, no caso de memórias e para a direita, no caso de pensamentos novos. Sensações físicas e emoções localizam-se para baixo e para a direita.
Uma pessoa visual usa palavras que fazem sentido em contextos visuais. Ela prefere palavras como: Olhar, focar, imaginar, retratar, insight, brilhante, visualizar, perspectiva, ver, prever.
Uma pessoa auditiva usa palavras diferentes que soem verdadeiras para ela: Dizer, ênfase, ritmo, alto, tom, monótono, surdo, soar, perguntar, falar, discutir, comentar, ouvir.
Uma pessoa cinestésica (na maioria das vezes alguém orientado pelo tato ou pelas emoções, ou aqueles cujo sentido primário é o paladar ou o olfato) sente-se mais à vontade usando termos como: Tocar, manusear, pressionar, apertado, quente, frio, contato, tensão, pressão, sólido, ferida, segurar, captar, tangível.
Se estiver se comunicando com várias pessoas ao mesmo tempo, em uma reunião, por exemplo, é preciso ter certeza de que você está usando todas as impressões sensoriais possíveis na sua comunicação. Suponhamos que você esteja fazendo uma apresentação. Além de falar sobre o seu tópico (para os auditivos), não deixe de usar um bloco de anotações ou uma apresentação em PowerPoint (para os visuais) e distribuir folhetos (para os cinestésicos segurarem). Assim você aumentará o potencial de compreensão de todos.
Se conseguir entender qual tipo de impressão sensorial a outra pessoa prefere, entenderá o que ela está tentando dizer para você. Adaptando a sua escolha de palavras ao modo pelo qual a pessoa pensa e percebe o mundo, você pode se expressar sem nenhum perigo de ser mal interpretado. Sobretudo, você vai se expressar como ela e falar sobre os tipos de coisas que ela julga importante.
COMO SEMPRE REVELAMOS AS NOSSAS EMOÇÕES
A causa mais comum de uma emoção é um sentimento ou uma crença de que a nossa segurança pessoal ou o nosso bem-estar geral está sendo ameaçado. Elas provocam mudanças em partes diferentes do nosso cérebro e afetam o nosso sistema nervoso autônomo, que, por sua vez, regula funções como respiração, suor e batimentos cardíacos. Mas as emoções também alteram as nossas expressões faciais, a nossa voz e a nossa linguagem corporal.
Podemos ficar emotivos ao lembrar situações em que tivemos emoções fortes. Ou começamos a nos sentir como nos sentimos naquele momento ou a sentir emoções novas como uma reação ao que sentimos naquele momento. A nossa imaginação nos permite criar pensamentos ou cenas imaginárias que podem despertar emoções.
Conseguimos diferenciar quando alguém está feliz ou muito irritado. Mas não notamos que alguém está perturbado até que ele esteja gritando bem na nossa frente. Também confundimos as expressões faciais, chegando a acreditar que alguém está com medo, quando está apenas surpreso, ou que alguém está irritado, quando está apenas se concentrando em um problema.
Há três classes principais de expressões faciais emocionais sutis. Elas se chamam expressões suaves, expressões parciais e microexpressões. Uma expressão suave usa todo o rosto, mas sem muita intensidade. Todas as partes do rosto mudam suavemente.
Uma expressão parcial somente usará uma ou duas das partes do rosto necessárias para uma expressão facial completa. Essas expressões parciais podem ser fortes ou suaves, mas em geral são suaves.
Microexpressões são expressões faciais rápidas, porém completas, que revelam o que a pessoa de fato está sentindo. Podem durar um quarto de segundo e são muito difíceis de observar conscientemente.
NUNCA É TARDE DEMAIS
É importante conseguir perceber quando alguém está mentindo para você. O jeito mais fácil de mentir é com palavras. Não somos tão bons em mentir com as expressões faciais. A maioria de nós nem pensou no fato de que o nosso corpo realmente “fala” muito também. Se quisermos saber o que alguém está realmente nos falando, devemos nos preocupar menos com as palavras ditas e mais com o que ele estiver expressando com o resto do corpo e o tom de voz.
Se conseguirmos notar alguma desarmonia no que é expresso, entre o que as mãos e as palavras comunicam, por exemplo, poderemos desconfiar que haja duas mensagens diferentes envolvidas.
Os sinais inconscientes e contraditórios que um mentiroso demonstra se chamam vazamento. Quando alguém mente ou tenta esconder os próprios sentimentos, haverá um vazamento em diferentes áreas. Mas tome cuidado, pois certas pessoas não exibem nenhum vazamento, apesar de mentirem. Então não interprete a ausência de vazamentos como garantia de que alguém esteja falando a verdade.
Ao descobrir esses sinais, o seu próximo passo é considerar o contexto e quaisquer outros motivos possíveis para o comportamento antes de afirmar com segurança que alguém está mentindo.
O jeito que mais usamos para ocultar as nossas emoções é o sorriso. Ele afirmava que geralmente tentamos mascarar as emoções negativas e que o uso dos músculos no sorriso é a expressão mais distante das expressões negativas.
Os olhos se movem quando uma mentira é construída, por isso que o mentiroso quase não olha nos olhos diretamente. Mas isso apenas funcionará se você conseguir observar a pessoa no ato da construção da mentira enquanto ela estiver sendo falada. Se a pessoa tiver tempo para se preparar para a mentira, talvez você não veja nenhuma diferença no movimento dos olhos.
O gesto mais comum é cobrir a boca, como se quisesse impedir a mentira de sair ou como se você sentisse vergonha do que está prestes a dizer. É provável que todos os outros gestos com as mãos em direção ao rosto — ajustar os óculos, puxar o lóbulo da orelha, coçar o nariz — na verdade sejam o mesmo gesto básico que foi desviado da boca para fazer algo menos suspeito.
Ao mentir, o jeito de falar muda e a qualidade da voz também. Começamos a usar pausas longas ou curtas demais se comparadas aos nossos padrões de fala anteriores. Precisamos lembrar que localizar um desses sinais não basta. Tudo o que um sinal significa é que você deve ficar atento a outros indícios. Você precisará do contexto para determinar se a pessoa esta mentindo.
OLHE PROFUNDAMENTE NOS MEUS OLHOS
Uma sugestão é uma proposta ao nosso inconsciente. Em geral as propostas são feitas à nossa mente consciente, então refletimos e decidimos sobre elas depois de ouvi-las.
Quando alguém faz uma proposta à nossa mente consciente, filtramos as informações, analisamos o conteúdo do que foi sugerido e depois decidimos. O nosso inconsciente não filtra e não faz julgamentos. Ele aceita as propostas sem criticar.
Um método muito comum para plantar ideias novas em alguém é afirmar que algo não é o caso. Antes de “não poder fazer” alguma coisa, precisamos imaginar o que colocaremos depois da palavra “não”. Não pense em um urso polar azul. Para entender a frase, você precisa ter certeza de que entende o que significa um urso polar azul a fim de aplicar o conceito abstrato do não. E aí já é tarde demais. Você já pensou em um urso polar azul.
Isso tem a ver com o fato de que conceitos abstratos são as últimas coisas que aprendemos quando crianças. Por serem abstratos e não terem correspondentes no mundo real eles são difíceis de lembrar. Se disser ao seu filho para não se jogar para trás na cadeira, você está dando a ideia de se jogar para trás na cadeira.
Então, em vez de pedir a alguém para não fazer algo, por que não lhe dizer o que você quer que ele faça? A probabilidade de conseguir o que você quer será muito maior.
Mude o tom da voz ou busque contato visual ao falar as palavras que sejam partes da sua sugestão. Tudo o que você precisa para que o inconsciente da pessoa que você está tentando influenciar compre a ideia é emitir as coisas que você diz com uma voz um pouco mais baixa, como se elas fossem especiais.
LEVANTAR ÂNCORA
Como você sabe, é possível influenciar os estados emocionais dos outros através de empatia e sugestão. Porém, os resultados serão um pouco imprecisos e você poderá achar difícil conquistar reações emocionais fortes. Existe um modo melhor de influenciar as emoções que permite causar qualquer sensação desejada, em qualquer pessoa que você quiser, quando quiser, e esse modo mais eficaz é o uso de âncoras.
Âncoras = marcas. O objeto que aciona uma reação emocional a uma lembrança é conhecido como âncora. Trata-se de uma situação, objeto ou experiência que associamos inconscientemente a certa emoção.
Nós esbarramos nesse tipo de âncora o tempo todo: quando ouvimos uma música conhecida e sentimos as mesmas emoções que sentimos ao ouvi-la pela primeira vez. Ou rever álbuns cheios de fotos antigas, despertando memórias e as emoções que as acompanham. E não nos esqueçamos das trilhas sonoras de filmes! Em muitos filmes a música é usada como âncora para conduzir o público ao estado emocional certo.
Podemos facilmente criar âncoras novas em nós mesmos e nos outros. E sempre estamos fazendo isso, então podemos muito bem aprender a fazer direito. Ao criar âncoras novas, você sempre saberá exatamente qual emoção está sendo criada e exatamente o que fazer para criar.
É assim que funciona: o que você fizer ou disser quando estiver com alguém que esteja vivenciando uma emoção forte ficará ligado à emoção nas lembranças da outra pessoa. Essa ação particular será a sua âncora. Mais tarde, quando você repetir, dizendo ou fazendo a mesma coisa de antes, isso estimulará a memória do estado emocional que a pessoa estava vivenciando quando a âncora foi plantada.
Uma boa ancora é fazer contato físico com alguém que esteja de bom humor. Assim, você poderá ajudar quando a pessoa estiver menos feliz, tocando-a e acionando as emoções positivas e atuais dela.
Tudo o que percebemos pode criar uma âncora funcional. Uma palavra, uma imagem, o tom da voz, um gesto particular, um odor, uma cor ou um sabor. Por motivos naturais, uma pessoa visual prefere uma âncora visual, e uma pessoa auditiva prefere uma âncora baseada no som. Se você não tiver certeza sobre que tipo de âncora usar, combinar várias impressões sensoriais nela pode ser uma boa ideia. Em vez de apenas dizer uma palavra, você o faz com um tom de voz específico, enquanto faz um gesto com uma das mãos e toca o braço da pessoa com a outra. Quanto mais impressões sensoriais você conseguir incluir na âncora, mais clara e forte ela será.
Você também pode plantar âncoras em si mesmo. É uma ótima maneira de dar a você um estímulo necessário de qualquer emoção. Você pode se sentir seguro em uma situação que o deixaria normalmente nervoso, feliz quando as coisas não estiverem bem, enérgico e determinado quando se sentir preguiçoso etc.
Talvez você esteja longe demais da pessoa para conseguir tocá-la de um jeito natural. Em situações assim, você conseguirá bons resultados se usar um gesto claro e acentuado, e disser algo. O gesto deve ser alguma coisa que você não faça normalmente, como bater palmas, agitar rapidamente os dedos, dar um tapinha na testa ou uma expressão facial muito distinta.
O jeito mais fácil de plantar uma âncora em alguém é esperar até que ele esteja no estado emocional que você busca. Suponhamos que seja alegria. Ao notar que está acontecendo alguma coisa que o deixe muito mais feliz do que o normal, plante a âncora exatamente no momento em que a emoção estiver no clímax. É importante tentar plantar a âncora enquanto a emoção estiver crescendo ou explodindo. A âncora não deve estar associada a uma emoção em declínio.
Quando aprender a colocar em prática as lições ensinadas pelo autor, além de influenciar pessoas, você poderá criar ambientes muito mais descontraídos e agradáveis, não somente através da linguagem corporal, mas também da empatia. Você se tornará muito mais influente e eficaz na arte de ler mentes.