O Deserto dos Tártaros

O Deserto dos Tártaros Dino Buzzati




Resenhas - O Deserto dos Tártaros


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Orochi Fábio 17/09/2020

Deserto...
Profunda meditação sobre a passagem do tempo... consequentemente, um amargo olhar sobre a própria existência.
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Deghety 30/09/2020

O Deserto dos Tártaros
O livro conta a história do jovem Giovanni Drogo, tenente designado a um Forte militar isolado.
O protagonista é Giovanni Drogo, mas o personagem melhor construído é o Forte Bastiani, tanto na questão geográfica de seus arredores, quanto na imponência
de suas estruturas sob seus "hóspedes"
De início, o aspecto misterioso em torno do Forte é o mais interessante da leitura, no entanto, logo em seguida, pra dar uma ênfase no protagonista, a leitura fica um tanto tediosa. Mas por um breve período.
Na segunda metade da obra que se destacam as transformações dos personagens, o anseio por glórias e honras militares e pelo amanhã que nunca chega.
A metamorfose as quais passam é bem descrita, você percebe a desesperança e o ar obscuro envolver cada um no Forte.

"Tombando uma sobre a outra as páginas cinzentas dos dias, as páginas negras das noites...o afã de não ter mais tempo"

É comum as pessoas se agarrarem à esperança pra dar um sentido pra vida, no caso de Drogo e os demais soldados, ela é o que os algema no acômodo, ostracismo e melancolia por trás das muralhas do Forte e a da implacabilidade do tempo.
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Gabriel 09/10/2020

Sobre a brevidade da vida
Quando eu estava no ensino fundamental, acreditava que ao chegar no ensino médio, minha vida seria muito melhor e divertiria-me mais, porém isso não aconteceu. Do ensino médio, olhava para o ensino superior e sonhava que ao atingi-lo sentiria-me completo, mas isso também não aconteceu. Agora no ensino superior, olho para o futuro, em que me vejo empregado, e acredito que somente assim que isso acontecer vou me sentir feliz e mais realizado, e novamente, estou a espera de que o bom da vida ainda vai começar. É exatamente sobre isso que o livro vai discutir: sempre olhamos para o futuro pensando que ele será melhor, que coisas gloriosas nos esperam, mas esse futura chega, e essa sensação de incompletude sempre continua. Principalmente em nossa época em que somos bombardeados com várias inovações tecnológicas, e sonhamos com um emprego maravilhoso e com novas aquisições. E achamos que vamos nos sentir satisfeitos apenas quando obtê-las. Aí vai surgindo outras e outras, e nesse ciclo, a satisfação nunca é atingida. Diante disso, não percebemos que vamos jogando o nosso presente no lixo, pois gastamos muito tempo com projeções. E o tempo vai passando, rápido demais, e a juventude vai se esvaindo entre nossas mãos.

Giovanni Drogo é o personagem principal do livro. Em um certo dia, é designado para trabalhar em um forte, chamado Bastiani. Em um primeiro momento, ele não quer continuar na fortaleza, mas permanece pois acaba nutrindo o sentimento de que ali aconteceria coisas gloriosas, no seu caso, ele sonhava com a guerra. No entanto, passam-se anos e a guerra não acontece.

“Assim, Drogo sobe mais uma vez o vale do forte e tem quinze anos a menos para viver. Infelizmente ele não se sente muito mudado, o tempo passou tão veloz que a alma não conseguiu envelhecer. E, mesmo que a angústia obscura das horas que passam se torne cada dia maior, Drogo persiste na ilusão de que o importante ainda está para começar. Giovanni aguarda, paciente, a sua hora que nunca chegou, não pensa que o futuro se reduziu terrivelmente, não é mais como antes, quando o tempo vindouro podia parecer-lhe um período imenso, uma riqueza inexaurível que ele não corria nenhum risco em esbanjar”.

A guerra era tão ansiada por ele, que acabou esquecendo de viver o presente. Deixou a família e os amigos de lado, para continuar a acreditar que ela um dia aconteceria, e que a partir disso finalmente ele viveria essa glória. Sacrificou a sua vida, em nome de uma projeção, que apenas tirou a sua juventude.

“E com mais de quarenta anos, sem ter feito nada de bom, sem filhos, realmente só no mundo, Giovanni olhava espantado à sua volta, sentindo o próprio destino declinar”

A guerra, acredito que foi uma metáfora que Dino Buzzati utilizou para representar os nossos sonhos mais desejados, porém o mais interessante, é que ela ganha uma importância tão grande para para o Giovanni: foi a forma que ele encontrara para dar sentido à vida.

“Era evidente que as esperanças de outrora, as ilusões guerreiras, a espera do inimigo do norte não passavam de um pretexto para dar um sentido à vida”

O livro também consegue tratar de questões bem profundas. As vezes, pego-me pensando, em meio a monotonia da vida, sobre quando é que a minha vida vai começar a ser interessante, e quando ela realmente valerá a pena ser vivida. E quando sinto que o tempo vai passando cada vez mais veloz, e que não vai dar tempo de ser feliz. Esse trecho representa muito essa sensação:

“Há algum tempo, de fato, uma ansiedade, que ele não conseguia entender, o perseguia sem descanso: a impressão de que não daria tempo, de que alguma coisa de importante aconteceria e o pegaria de surpresa”.

Gosto de livros que tem esse poder de desvendar as profundezas da nossa própria alma. Além disso, o livro tece lindas e poéticas considerações acerca do tempo:

“Tudo se esvai, os homens, as estações, as nuvens; e não adianta agarrar-se às pedras, resistir no topo de algum escolho, os dedos cansados se abrem, os braços se afrouxam, inertes, acaba-se arrastado pelo rio, que parece lento, mas não pára nunca”.

Nesse trecho, eu lembrei de O pequeno príncipe de Antoine de Saint-Exupéry, quando o príncipe descobre que a sua flor é efêmera, ou seja, que “está ameaçado de desaparecimento iminente”. Não somos tão diferentes da flor, somos igualmente frágeis e com a vida breve.

O livro também tem um excelente trecho, sobre a solidão:

“Justamente naquela época Drogo deu-se conta de que os homens, ainda que possam se querer bem, permanecem sempre distantes; que, se alguém sofre, a dor é totalmente sua, ninguém mais pode tomar para si uma mínima parte dela; que, se alguém sofre, os outros não vão sofrer por isso, ainda que o amor seja grande, e é isso o que causa a solidão da vida”.

Enfim, para mim, esse livro sublinha a importância de valorizarmos o nosso presente, pois é somente ele que nós temos. Ou melhor, vivê-lo intensamente. É claro que devemos ir em busca daquilo que nos faz sonhar, porém nunca devemos deixar que isso nos afaste da vida que acontece. Apenas o presente é nosso, o futuro é incerto. Assim, não é interessante achar que será feliz apenas quando tiver ou for algo, no entanto, essa felicidade deve ser buscada no hoje. A gente encontra ela a partir das coisas mais simples e ao lado das pessoas que amamos. Não é atoa que o presente se chama presente.
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lefm 02/11/2020

Passagem do tempo
É um livro que nos faz refletir sobre a passagem do tempo e, mesmo cientes dessa repetição diária, nos acostumamos à rotina e quando percebemos a vida passou presa nestes acontecimentos monótonos. Não há muita ação, as personagens ficam imersas nas rotinas e reflexões. Bom para refletirmos sobre as escolhas que fazemos, não é empolgante mas nos faz compreender a importância de ajustar expectativas sem deixar de viver o presente.
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Yuminie 20/11/2020

Foi uma leitura que começou devagar, mas que da metade para o final me arrebatou. Senti até uma dorzinha no peito porque não queria terminar.
Este livro faz a gente refletir sobre a passagem do tempo e as decisões que tomamos em nossas vidas. Recomendadíssimo! :)
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Layla.Ribeiro 25/11/2020

Recheados de reflexões
Um livro profundo bem reflexivo que nos ensina coisas grandiosas como que a gente precisa viver mais o presente e não ao tempo todo esperar por um futuro que não vem, somos efêmeros nessa vida e quando percebemos a gente se dá conta que não aproveitamos de verdade a vida e não há mais nada para se fazer, outra coisa que gostei foi ele nos dizer uma verdade difícil de aceitar, que realmente somos sós, se sofremos a dor é só nossa e em um determinado tempo percebemos o frio da solidão , resta você saber o que fazer com ela. Ponto negativo foi a história ser muito arrastada, acha que ela seria melhor se fosse um conto.
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Samanta 16/01/2021

Uma das escritas mais bonitas que já conheci
Acompanhamos a vida e história de Giovanni Drogo, um rapaz que é designado para serviço militar em um forte longínquo. Drogo passa toda a vida no suspense de uma vinda inimiga ou não que atacaria o forte. Acompanhamos essa história até seu desfecho, extremamente melancólico e bonito, paradoxalmente.
Livro incrível.
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AleixoItalo 18/01/2021

Uma viagem à uma paragem exótica e um convite a reflexão sobre o que queremos de fato da vida. O que fazemos com o pouco tempo que nos é dado?

Aqui vemos a história de Giovanni Drogo, um oficial destacado para servir em um forte isolado, onde esperando perpetuamente por uma guerra que nunca chega, os militares se deparam com a própria insignificância de suas funções, em meio ao tédio e uma rotina regida por regras incompreensíveis.

O 'Deserto dos Tártaros' é uma obra introspectiva. Com caráter quase minimalista ele nos leva a contemplar não só a paisagem inóspita, mas também a voraz passagem do tempo, a medida que as oportunidades e promessas de conquistas para aqueles ali confinados, vão se esvaindo como areia numa ampulheta.

Com um quê de "surreal", acompanhamos o dia a dia do forte e alguns eventos singulares que não trazem retorno algum: jornadas rumo à montanhas inalcançáveis, rondas desnecessárias, memorização de senhas inúteis, a espera de um inimigo que não existe... Tudo isso através dos olhos e pensamentos de Drogo, que debate consigo mesmo seu objetivo na vida, enquanto se distancia completamente do mundo real e de seus habitantes.

Com um estilo bem filosófico, 'O Deserto dos Tártaros' lembra muito 'Terra dos Homens' do Antoine St-Exupéry, mais enquanto esse divaga sobre o amadurecimento, os momentos mágicos que compõe nossa existência e sobre liberdade, Buzzati foca justamente no contrário: o sacrifício que fazemos de nossas próprias vidas, abrindo mão de preciosos anos a troco de nada, enquanto somos aprisionados por um objetivo nebuloso.

É uma obra para refletir, todos nós somos destinados para nossos próprios fortes: faculdade, emprego, especializações, amores platônicos... e esperamos por uma conquista que, como tal guerra, pode nunca chegar ou pior, chegar quando já for tarde demais! A questão é, quanto do nosso precioso tempo nos podemos dar ao luxo de sacrificar?
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Ester Azevedo 31/01/2021

A solidão pode ser tão boa quanto nociva aos que esperam
"Os rostos são sempre os mesmos, mais ou menos; os hábitos não mudaram, nem os turnos de guarda, nem as conversas travadas todas as noites pelos oficiais.
No entanto, olhando de perto, dá para reconhecer nos rostos os sinais dos anos."

Um livro com uma perpectiva diferente no que tange à solidão humana, a perseverança, mesmo quando desmedida, o arrependimento tardio do que não se fez, e a decisão de encarar seus erros de frente uma última vez... Isso nos dá uma outra perspectiva sobre como a vida humana tem muitas facetas, algumas boas e outras ruins.

#odesertodostártaros
#dinobuzzati
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Josi 16/02/2021

Um tratado sobre o passar do tempo, as expectativas que criamos e as escolhas que fazemos
Tem uma frase do Drummond que resume bem o que poderia ser chamado de "o coração" desse livro: "tudo que poderia ter sido e não foi". A 'pedra no meio do caminho' de Drogo, no fim, eram suas próprias expectativas, norteando escolhas que, ao longo do tempo, cobraram seu preço. E o custo é o próprio tempo. Uma história que transpõe a ficção e nos faz refletir sobre a vida, o estar de coisas nos quais nos encontramos, as escolhs que fizemos... Livro que poderia ser considerado rápido (pouco mais de 250 páginas) mas sua densidade nos impede. A história se desdobra e digeri-la toma tempo. Não à toa é um dos grandes textos da literatura italiana. Vale demais a leitura e a reflexão.
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rodrigo963 18/02/2021

É notável perceber “o tempo” como palavra-chave no livro, a partir desta palavra, o autor buscou descrever um enredo reflexivo sobre os caminhos, nesse caso, passagem do tempo e os impactos nas vidas dos personagens. Assim, iremos Acompanhar Giovani, um jovem que foi designado para assumir um cargo no forte Bastione, localizado no deserto dos tártaros, ao chegar, os sonhos de Giovanni vão desintegrando-se aos poucos, ao tempo, o personagem vai construindo uma falsa esperança de reconhecimento//Vitória. No local, Giovanni vai conhecer pessoas q estão mais de 15 anos no forte, de formar clara, o autor descreve a vida monótona dos soldados, os próprios saldados não questionam o modo de vida deles e seu papel no forte. O forte assume um papel de prisão ao invés de fortaleza, enterrando os soldados no esquecimento de uma vida normal e familiar, alimentando uma falsa esperança de glória.

O problema no livro está relacionado ao ritmo, o livro é meio monótono, tipo de leitura q não vai agradar muitas pessoas, eu até fiquei com sono, mas é uma história profunda.
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Dudu Menezes 12/03/2021

A história das nossas vidas
Poderia recomendar esse livro por vários motivos. Mas não vou me estender muito, como geralmente faço nas resenhas, porque talvez cada um precise experimentar por si mesmo essa reflexão.

A metáfora precisa ser compreendida antes de se debruçar sobre a leitura. Embora se passe em uma fortificação militar, na Itália, narrando a história de um tenente, à espera de uma grande batalha, esse livro não trata da vida militar.

É sobre a vida de todos nós que o autor fala! E fala da forma mais incrível que eu já tinha visto. Podemos olhar para os mesmos lugares e ver algo de diferente? Qual a nossa reação ao mirar o desconhecido? O que procuramos, afinal? O quanto de tempo nos resta? O quanto de vida deixamos em nosso trabalho e nas relações interpessoais? O quanto vale o nosso esforço? O que nos motiva a travar nossas batalhas pessoais? Qual, de fato, é a nossa grande batalha?

Simplesmente leiam...
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Lucsloppes 01/05/2024

É o tipo de livro que precisa ser lido novamente de tempos em tempos. Fala sobre a passagem do tempo e de como podemos ficar estagnados em uma situação apenas aguardando por dias melhores, mas que podem nunca chegar. Tem um dos finais mais lindos e marcantes que já li..
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