O Deserto dos Tártaros

O Deserto dos Tártaros Dino Buzzati




Resenhas - O Deserto dos Tártaros


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Fabiana.Neves 29/06/2020

Romance que conta a história do oficial Giovanni Drogo, o qual é nomeado em seu primeiro posto, para o forte Bastiani, que se ergue solitário às margens do Deserto dos Tártaros. Decepcionado pela localização de pouca importância estratégica, uma fronteira morta, Drogo espera ficar ali poucos meses, aguardando uma transferência. Cada vez com um empecilho, a transferência sempre fica mais distante. Nessa paisagem desértica há uma misteriosa névoa permanente, encobrindo a visão do futuro e todos os dias são iguais. O tenente Drogo anseia pela glória militar no campo de batalha, mas isso nunca aconteceu no Forte Bastiani. Alguns oficiais de idade tentam animá-lo dizendo que os tártaros ainda estão lá se preparando para a guerra, e que a melhor atitude é esperar.

No fundo, é um livro sobre a passagem do tempo, sobre oportunidades perdidas e sobre os perigos do conformismo. Quantos de nós já não passamos por algo parecido? Recusando sair de uma situação que não nos traz nada de bom, apostando nossas fichas numa vaga esperança de que algo melhor está por vir.
E assim vamos ficando, até perceber que a vida ficou para trás.....
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moacircaetano 30/03/2023

Um livro sobre um forte num deserto... não! Esquece!
É um livro sobre o tédio, e sobre o seu efeito corrosivo, mortal, sobre cada vida.
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anoca 02/08/2020

livro divisor de águas
é difícil achar um livro com boa narrativa sobre questões existenciais e este o consegue com maestria
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Georgeton.Leal 06/08/2020

O que temos feito do nosso tempo?
Quantas coisas importantes deixamos para trás e só depois percebemos que já é muito tarde para recuperá-las? O tempo fugaz está sempre a nos enganar, nos fazendo pensar que amanhã (ou quem sabe, no ano que vem) poderemos reaver oportunidades perdidas e amizades que há muito deixaram de existir. Quando nos deparamos com a crua realidade, tudo já passou e não se pode mais achar nenhum alento no fim da jornada. Drogo viveu isso, e por mais que tentasse, se viu preso em uma falsa expectativa, aguardando por uma chance de mudança que nunca veio.
Esse livro me fez refletir bastante sobre o dilema do tempo e suas nuances. Sabemos que a vida é passageira, mas mesmo assim, quase não nos damos conta disso. Preferimos adiar decisões, encontros e abraços, até que tudo que nos reste seja apenas indiferença e solidão. Assim como Giovanni Drogo, muitos acabam por se apegar a um último resquício de esperança que ainda lhes dê algum sentido na vida, no entanto, tal fundamento pode se revelar inútil quando o peso dos anos anunciam que não existe mais vigor nenhum a se aproveitar e todos os anseios remanescentes já caíram no esquecimento.
Ao fim dessa leitura, lembrei-me da letra de uma música que diz: "O tempo não foi feito pra ser gasto, o tempo é pra ser desfrutado". Que bom que despertei a tempo de descobrir isto.

site: https://senso-literario.blogspot.com/2022/01/o-que-temos-feito-do-nosso-tempo.html
Talys 10/08/2020minha estante
E só me deixando com mais vontade de ler esse livro kkk


Georgeton.Leal 10/08/2020minha estante
kkkkkkkkkkkk!!! Olha, esse entrou fácil pra minha lista de favoritos. É daquele tipo de livro que mesmo sendo pequeno em quantidade de páginas é admirável no conteúdo.


Talys 11/08/2020minha estante
É muita gente ama.




Samanta 16/01/2021

Uma das escritas mais bonitas que já conheci
Acompanhamos a vida e história de Giovanni Drogo, um rapaz que é designado para serviço militar em um forte longínquo. Drogo passa toda a vida no suspense de uma vinda inimiga ou não que atacaria o forte. Acompanhamos essa história até seu desfecho, extremamente melancólico e bonito, paradoxalmente.
Livro incrível.
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Fê Gaia 14/01/2010

Espera
Até que ponto uma longa espera reduz a vida de um indivíduo? É isso que vemos em O Deserto dos Tártaros. Tenho uma antipatia declarada pelo militarismo em geral, por aquelas regras e hierarquia estúpidas, pela ociosidade nada produtiva, pela sede por poder. A tudo isso, ainda se soma a vontade de ser aclamado como herói, de forjar sua glória no calor da batalha, em meio a um lago de sangue. Verdadeiramente mesquinho e mostra o quanto o ser humano está longe da evolução espiritual. É um livro muito bem escrito e triste, que mostra como muitas pessoas buscam a felicidade a longas distâncias (no espaço ou no tempo), sendo que ela sempre está ao seu lado, em cada pequeno gesto, num sopro de vida, numa brisa perfumada, numa mata exuberante, num riacho de águas frescas e límpidas. Basta desejá-la e você a terá para sempre dentro de si.
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Ju Castanheiro 12/06/2023

Entendi o conceito, mas achei chato
É um clássico que fala sobre a passagem do tempo, sonhos e expectativas. Realmente faz o leitor refletir sobre como gastamos o nosso tempo e o que fazemos com a espera. Entendi que tem uma moral, mas não deixa de ser lento e chato de ler.
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Rodrigo 26/08/2022

A espera infinita
Que lindo tocante!
Da primeira à última página o autor nos conquista com sua escrita delicada, tocante, forte.
Giovani Drogo é sonhador e isso permeia toda a narrativa.
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Andre.S 12/09/2022

Um exercício sobre a vida, a morte, o tempo, a juventude e a velhice. Num obscuro e esquecido forte, Giovanni Drogo aguarda junto a outros soldados a invasão de um exército estrangeiro que nunca vem. Profundo e filosófico, o forte e a situação é a própria vida. Para pensar.
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Gilvania4 26/07/2020

Acomodar-se!
Esse livro fala de tempo, de acomodação, esperança, objetivos e principalmente de como as coisas podem não fazer sentido.
Giovanni Drogo passou a vida no forte Bastianni de forma enganosa, esperando uma guerra que nunca vinha e sua foi levando sua alegria e vontade de viver.
Triste, mas me fez pensar o que estamos fazendo das nossas próprias vidas.
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Clarissa 19/08/2020

Profundo e Reflexivo
O livro nos traz a reflexão sobre a passagem da vida. Quanto tempo sentimos ter quando mais novos, quantas coisas ainda podem esperar por "termos tempo" e, em um piscar de olhos, tudo passou e o que de fato fizemos com o nosso tempo? Sim, falar do tempo parece repetitivo, mas leia e entenderá.
Se você está em um momento de decisões na vida, este livro causará um impacto.
Douglas 14/09/2020minha estante
Excelente, Clarissa ! Estou nesse momento e comecei a ler em paralelo com O mito de Sisifo, de Albert Camus. Considero complementares.




Marcelo H S Picoli 11/07/2023

O deserto dos tártaros
A conotação e a passagem do tempo, permeiam o principal ponto da narrativa. Uma longa espera, e o tempo pode mudar tudo.
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Gabriel 09/10/2020

Sobre a brevidade da vida
Quando eu estava no ensino fundamental, acreditava que ao chegar no ensino médio, minha vida seria muito melhor e divertiria-me mais, porém isso não aconteceu. Do ensino médio, olhava para o ensino superior e sonhava que ao atingi-lo sentiria-me completo, mas isso também não aconteceu. Agora no ensino superior, olho para o futuro, em que me vejo empregado, e acredito que somente assim que isso acontecer vou me sentir feliz e mais realizado, e novamente, estou a espera de que o bom da vida ainda vai começar. É exatamente sobre isso que o livro vai discutir: sempre olhamos para o futuro pensando que ele será melhor, que coisas gloriosas nos esperam, mas esse futura chega, e essa sensação de incompletude sempre continua. Principalmente em nossa época em que somos bombardeados com várias inovações tecnológicas, e sonhamos com um emprego maravilhoso e com novas aquisições. E achamos que vamos nos sentir satisfeitos apenas quando obtê-las. Aí vai surgindo outras e outras, e nesse ciclo, a satisfação nunca é atingida. Diante disso, não percebemos que vamos jogando o nosso presente no lixo, pois gastamos muito tempo com projeções. E o tempo vai passando, rápido demais, e a juventude vai se esvaindo entre nossas mãos.

Giovanni Drogo é o personagem principal do livro. Em um certo dia, é designado para trabalhar em um forte, chamado Bastiani. Em um primeiro momento, ele não quer continuar na fortaleza, mas permanece pois acaba nutrindo o sentimento de que ali aconteceria coisas gloriosas, no seu caso, ele sonhava com a guerra. No entanto, passam-se anos e a guerra não acontece.

“Assim, Drogo sobe mais uma vez o vale do forte e tem quinze anos a menos para viver. Infelizmente ele não se sente muito mudado, o tempo passou tão veloz que a alma não conseguiu envelhecer. E, mesmo que a angústia obscura das horas que passam se torne cada dia maior, Drogo persiste na ilusão de que o importante ainda está para começar. Giovanni aguarda, paciente, a sua hora que nunca chegou, não pensa que o futuro se reduziu terrivelmente, não é mais como antes, quando o tempo vindouro podia parecer-lhe um período imenso, uma riqueza inexaurível que ele não corria nenhum risco em esbanjar”.

A guerra era tão ansiada por ele, que acabou esquecendo de viver o presente. Deixou a família e os amigos de lado, para continuar a acreditar que ela um dia aconteceria, e que a partir disso finalmente ele viveria essa glória. Sacrificou a sua vida, em nome de uma projeção, que apenas tirou a sua juventude.

“E com mais de quarenta anos, sem ter feito nada de bom, sem filhos, realmente só no mundo, Giovanni olhava espantado à sua volta, sentindo o próprio destino declinar”

A guerra, acredito que foi uma metáfora que Dino Buzzati utilizou para representar os nossos sonhos mais desejados, porém o mais interessante, é que ela ganha uma importância tão grande para para o Giovanni: foi a forma que ele encontrara para dar sentido à vida.

“Era evidente que as esperanças de outrora, as ilusões guerreiras, a espera do inimigo do norte não passavam de um pretexto para dar um sentido à vida”

O livro também consegue tratar de questões bem profundas. As vezes, pego-me pensando, em meio a monotonia da vida, sobre quando é que a minha vida vai começar a ser interessante, e quando ela realmente valerá a pena ser vivida. E quando sinto que o tempo vai passando cada vez mais veloz, e que não vai dar tempo de ser feliz. Esse trecho representa muito essa sensação:

“Há algum tempo, de fato, uma ansiedade, que ele não conseguia entender, o perseguia sem descanso: a impressão de que não daria tempo, de que alguma coisa de importante aconteceria e o pegaria de surpresa”.

Gosto de livros que tem esse poder de desvendar as profundezas da nossa própria alma. Além disso, o livro tece lindas e poéticas considerações acerca do tempo:

“Tudo se esvai, os homens, as estações, as nuvens; e não adianta agarrar-se às pedras, resistir no topo de algum escolho, os dedos cansados se abrem, os braços se afrouxam, inertes, acaba-se arrastado pelo rio, que parece lento, mas não pára nunca”.

Nesse trecho, eu lembrei de O pequeno príncipe de Antoine de Saint-Exupéry, quando o príncipe descobre que a sua flor é efêmera, ou seja, que “está ameaçado de desaparecimento iminente”. Não somos tão diferentes da flor, somos igualmente frágeis e com a vida breve.

O livro também tem um excelente trecho, sobre a solidão:

“Justamente naquela época Drogo deu-se conta de que os homens, ainda que possam se querer bem, permanecem sempre distantes; que, se alguém sofre, a dor é totalmente sua, ninguém mais pode tomar para si uma mínima parte dela; que, se alguém sofre, os outros não vão sofrer por isso, ainda que o amor seja grande, e é isso o que causa a solidão da vida”.

Enfim, para mim, esse livro sublinha a importância de valorizarmos o nosso presente, pois é somente ele que nós temos. Ou melhor, vivê-lo intensamente. É claro que devemos ir em busca daquilo que nos faz sonhar, porém nunca devemos deixar que isso nos afaste da vida que acontece. Apenas o presente é nosso, o futuro é incerto. Assim, não é interessante achar que será feliz apenas quando tiver ou for algo, no entanto, essa felicidade deve ser buscada no hoje. A gente encontra ela a partir das coisas mais simples e ao lado das pessoas que amamos. Não é atoa que o presente se chama presente.
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Glauber 17/10/2020minha estante
Emblemático! Um dos meus favoritos da vida.




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