O Deserto dos Tártaros

O Deserto dos Tártaros Dino Buzzati




Resenhas - O Deserto dos Tártaros


421 encontrados | exibindo 301 a 316
21 | 22 | 23 | 24 | 25 | 26 | 27 |


AleixoItalo 18/01/2021

Uma viagem à uma paragem exótica e um convite a reflexão sobre o que queremos de fato da vida. O que fazemos com o pouco tempo que nos é dado?

Aqui vemos a história de Giovanni Drogo, um oficial destacado para servir em um forte isolado, onde esperando perpetuamente por uma guerra que nunca chega, os militares se deparam com a própria insignificância de suas funções, em meio ao tédio e uma rotina regida por regras incompreensíveis.

O 'Deserto dos Tártaros' é uma obra introspectiva. Com caráter quase minimalista ele nos leva a contemplar não só a paisagem inóspita, mas também a voraz passagem do tempo, a medida que as oportunidades e promessas de conquistas para aqueles ali confinados, vão se esvaindo como areia numa ampulheta.

Com um quê de "surreal", acompanhamos o dia a dia do forte e alguns eventos singulares que não trazem retorno algum: jornadas rumo à montanhas inalcançáveis, rondas desnecessárias, memorização de senhas inúteis, a espera de um inimigo que não existe... Tudo isso através dos olhos e pensamentos de Drogo, que debate consigo mesmo seu objetivo na vida, enquanto se distancia completamente do mundo real e de seus habitantes.

Com um estilo bem filosófico, 'O Deserto dos Tártaros' lembra muito 'Terra dos Homens' do Antoine St-Exupéry, mais enquanto esse divaga sobre o amadurecimento, os momentos mágicos que compõe nossa existência e sobre liberdade, Buzzati foca justamente no contrário: o sacrifício que fazemos de nossas próprias vidas, abrindo mão de preciosos anos a troco de nada, enquanto somos aprisionados por um objetivo nebuloso.

É uma obra para refletir, todos nós somos destinados para nossos próprios fortes: faculdade, emprego, especializações, amores platônicos... e esperamos por uma conquista que, como tal guerra, pode nunca chegar ou pior, chegar quando já for tarde demais! A questão é, quanto do nosso precioso tempo nos podemos dar ao luxo de sacrificar?
comentários(0)comente



Samanta 16/01/2021

Uma das escritas mais bonitas que já conheci
Acompanhamos a vida e história de Giovanni Drogo, um rapaz que é designado para serviço militar em um forte longínquo. Drogo passa toda a vida no suspense de uma vinda inimiga ou não que atacaria o forte. Acompanhamos essa história até seu desfecho, extremamente melancólico e bonito, paradoxalmente.
Livro incrível.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Layla.Ribeiro 25/11/2020

Recheados de reflexões
Um livro profundo bem reflexivo que nos ensina coisas grandiosas como que a gente precisa viver mais o presente e não ao tempo todo esperar por um futuro que não vem, somos efêmeros nessa vida e quando percebemos a gente se dá conta que não aproveitamos de verdade a vida e não há mais nada para se fazer, outra coisa que gostei foi ele nos dizer uma verdade difícil de aceitar, que realmente somos sós, se sofremos a dor é só nossa e em um determinado tempo percebemos o frio da solidão , resta você saber o que fazer com ela. Ponto negativo foi a história ser muito arrastada, acha que ela seria melhor se fosse um conto.
comentários(0)comente



Yuminie 20/11/2020

Foi uma leitura que começou devagar, mas que da metade para o final me arrebatou. Senti até uma dorzinha no peito porque não queria terminar.
Este livro faz a gente refletir sobre a passagem do tempo e as decisões que tomamos em nossas vidas. Recomendadíssimo! :)
comentários(0)comente



Wiliam.Augusto 10/11/2020

Um livro para nos fazer sair do lugar
Há muito tempo tinha vontade de ler este livro. Sabia de sua importância e do seu potencial para nos fazer refletir sobre nossos objetivos. Na história acompanhamos Giovani Drogo, um oficial do exército q foi designado para integrar a vigília de um forte afastado. Neste forte ele se vê diante da imobilidade gerada por grandes expectativas e, a partir disso, é melhor não comentar mais nada, mas posso lhe dizer q este livro lhe fará pensar sobre o q vc anda fazendo de sua vida. Foi o que ele fez comigo.
Carolina2809 10/11/2020minha estante
Fiquei com vontade de ler


Wiliam.Augusto 10/11/2020minha estante
Leia sim. Vale muito a pena




lefm 02/11/2020

Passagem do tempo
É um livro que nos faz refletir sobre a passagem do tempo e, mesmo cientes dessa repetição diária, nos acostumamos à rotina e quando percebemos a vida passou presa nestes acontecimentos monótonos. Não há muita ação, as personagens ficam imersas nas rotinas e reflexões. Bom para refletirmos sobre as escolhas que fazemos, não é empolgante mas nos faz compreender a importância de ajustar expectativas sem deixar de viver o presente.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
Glauber 17/10/2020minha estante
Emblemático! Um dos meus favoritos da vida.




Gabriel 09/10/2020

Sobre a brevidade da vida
Quando eu estava no ensino fundamental, acreditava que ao chegar no ensino médio, minha vida seria muito melhor e divertiria-me mais, porém isso não aconteceu. Do ensino médio, olhava para o ensino superior e sonhava que ao atingi-lo sentiria-me completo, mas isso também não aconteceu. Agora no ensino superior, olho para o futuro, em que me vejo empregado, e acredito que somente assim que isso acontecer vou me sentir feliz e mais realizado, e novamente, estou a espera de que o bom da vida ainda vai começar. É exatamente sobre isso que o livro vai discutir: sempre olhamos para o futuro pensando que ele será melhor, que coisas gloriosas nos esperam, mas esse futura chega, e essa sensação de incompletude sempre continua. Principalmente em nossa época em que somos bombardeados com várias inovações tecnológicas, e sonhamos com um emprego maravilhoso e com novas aquisições. E achamos que vamos nos sentir satisfeitos apenas quando obtê-las. Aí vai surgindo outras e outras, e nesse ciclo, a satisfação nunca é atingida. Diante disso, não percebemos que vamos jogando o nosso presente no lixo, pois gastamos muito tempo com projeções. E o tempo vai passando, rápido demais, e a juventude vai se esvaindo entre nossas mãos.

Giovanni Drogo é o personagem principal do livro. Em um certo dia, é designado para trabalhar em um forte, chamado Bastiani. Em um primeiro momento, ele não quer continuar na fortaleza, mas permanece pois acaba nutrindo o sentimento de que ali aconteceria coisas gloriosas, no seu caso, ele sonhava com a guerra. No entanto, passam-se anos e a guerra não acontece.

“Assim, Drogo sobe mais uma vez o vale do forte e tem quinze anos a menos para viver. Infelizmente ele não se sente muito mudado, o tempo passou tão veloz que a alma não conseguiu envelhecer. E, mesmo que a angústia obscura das horas que passam se torne cada dia maior, Drogo persiste na ilusão de que o importante ainda está para começar. Giovanni aguarda, paciente, a sua hora que nunca chegou, não pensa que o futuro se reduziu terrivelmente, não é mais como antes, quando o tempo vindouro podia parecer-lhe um período imenso, uma riqueza inexaurível que ele não corria nenhum risco em esbanjar”.

A guerra era tão ansiada por ele, que acabou esquecendo de viver o presente. Deixou a família e os amigos de lado, para continuar a acreditar que ela um dia aconteceria, e que a partir disso finalmente ele viveria essa glória. Sacrificou a sua vida, em nome de uma projeção, que apenas tirou a sua juventude.

“E com mais de quarenta anos, sem ter feito nada de bom, sem filhos, realmente só no mundo, Giovanni olhava espantado à sua volta, sentindo o próprio destino declinar”

A guerra, acredito que foi uma metáfora que Dino Buzzati utilizou para representar os nossos sonhos mais desejados, porém o mais interessante, é que ela ganha uma importância tão grande para para o Giovanni: foi a forma que ele encontrara para dar sentido à vida.

“Era evidente que as esperanças de outrora, as ilusões guerreiras, a espera do inimigo do norte não passavam de um pretexto para dar um sentido à vida”

O livro também consegue tratar de questões bem profundas. As vezes, pego-me pensando, em meio a monotonia da vida, sobre quando é que a minha vida vai começar a ser interessante, e quando ela realmente valerá a pena ser vivida. E quando sinto que o tempo vai passando cada vez mais veloz, e que não vai dar tempo de ser feliz. Esse trecho representa muito essa sensação:

“Há algum tempo, de fato, uma ansiedade, que ele não conseguia entender, o perseguia sem descanso: a impressão de que não daria tempo, de que alguma coisa de importante aconteceria e o pegaria de surpresa”.

Gosto de livros que tem esse poder de desvendar as profundezas da nossa própria alma. Além disso, o livro tece lindas e poéticas considerações acerca do tempo:

“Tudo se esvai, os homens, as estações, as nuvens; e não adianta agarrar-se às pedras, resistir no topo de algum escolho, os dedos cansados se abrem, os braços se afrouxam, inertes, acaba-se arrastado pelo rio, que parece lento, mas não pára nunca”.

Nesse trecho, eu lembrei de O pequeno príncipe de Antoine de Saint-Exupéry, quando o príncipe descobre que a sua flor é efêmera, ou seja, que “está ameaçado de desaparecimento iminente”. Não somos tão diferentes da flor, somos igualmente frágeis e com a vida breve.

O livro também tem um excelente trecho, sobre a solidão:

“Justamente naquela época Drogo deu-se conta de que os homens, ainda que possam se querer bem, permanecem sempre distantes; que, se alguém sofre, a dor é totalmente sua, ninguém mais pode tomar para si uma mínima parte dela; que, se alguém sofre, os outros não vão sofrer por isso, ainda que o amor seja grande, e é isso o que causa a solidão da vida”.

Enfim, para mim, esse livro sublinha a importância de valorizarmos o nosso presente, pois é somente ele que nós temos. Ou melhor, vivê-lo intensamente. É claro que devemos ir em busca daquilo que nos faz sonhar, porém nunca devemos deixar que isso nos afaste da vida que acontece. Apenas o presente é nosso, o futuro é incerto. Assim, não é interessante achar que será feliz apenas quando tiver ou for algo, no entanto, essa felicidade deve ser buscada no hoje. A gente encontra ela a partir das coisas mais simples e ao lado das pessoas que amamos. Não é atoa que o presente se chama presente.
comentários(0)comente



Deghety 30/09/2020

O Deserto dos Tártaros
O livro conta a história do jovem Giovanni Drogo, tenente designado a um Forte militar isolado.
O protagonista é Giovanni Drogo, mas o personagem melhor construído é o Forte Bastiani, tanto na questão geográfica de seus arredores, quanto na imponência
de suas estruturas sob seus "hóspedes"
De início, o aspecto misterioso em torno do Forte é o mais interessante da leitura, no entanto, logo em seguida, pra dar uma ênfase no protagonista, a leitura fica um tanto tediosa. Mas por um breve período.
Na segunda metade da obra que se destacam as transformações dos personagens, o anseio por glórias e honras militares e pelo amanhã que nunca chega.
A metamorfose as quais passam é bem descrita, você percebe a desesperança e o ar obscuro envolver cada um no Forte.

"Tombando uma sobre a outra as páginas cinzentas dos dias, as páginas negras das noites...o afã de não ter mais tempo"

É comum as pessoas se agarrarem à esperança pra dar um sentido pra vida, no caso de Drogo e os demais soldados, ela é o que os algema no acômodo, ostracismo e melancolia por trás das muralhas do Forte e a da implacabilidade do tempo.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Orochi Fábio 17/09/2020

Deserto...
Profunda meditação sobre a passagem do tempo... consequentemente, um amargo olhar sobre a própria existência.
comentários(0)comente



Ana Bruno 12/09/2020

Incrível
O Deserto dos Tártaros, de Dino Buzzati.
Não é um livro óbvio. Mas é um livro incrível!! Me deixou muitas reflexões.
Aqui temos uma escrita poética e sensível sobre o tempo, expectativas e arrependimentos. O que fazemos de nossas vidas? Estamos sempre esperando o melhor que virá... e nos acomodamos nessa espera. Esse livro nos põe a pensar. E o carregamos por um tempo ao terminarmos de ler.
E tem um dos finais de livro mais lindos que já li!!!
Douglas 14/09/2020minha estante
Às vezes não chega a nós, nem o melhor, nem o pior. Essa inércia também gera muito sofrimento.




Bruna 06/09/2020

Giovanni Drogo um jovem oficial, é mandado para o deserto para ocupar um cargo de tenente em um forte, um lugar onde nada acontece, mas que Giovanni acreditava estar indo de encontro com um universo de oportunidades dentro de sua jovem carreira militar.

Uma vez no forte ele vê que a realidade não é como pensava, e tenta voltar, mas o seu superior o convence esperar alguns meses, para não prejudicar sua carreira, e Giovanni aceita.

Os meses vão passando e se transforma em anos, os anos correm a passos largos, e Giovanni continua no forte.

Suas expectativas de uma guerra, de uma invasão nas terras fronteiriças vão se esvanecendo, mas jamais o abandona.

" O tempo corria, marcando cada vez mais precipitadamente a vida com sua batida silenciosa, não se pode parar um segundo sequer, nem mesmo para olhar para trás."

A leitura é agradável e as reflexões que o personagem nos expõem são inevitáveis, as escolhas que fazemos, o que deixamos de viver, as convicções que não nos abandona, e às vezes nos deixam totalmente refém delas.

Após 30 anos Giovanni está doente, sentindo-se impotente, sendo mandado embora do forte, por um oficial mais novo, a inutilidade de uma vida, o que deixou de fazer, casar ter filho, um mar de possibilidades, que poderia ter sido e não foi, vem nesse momento assolar Giovanni.
comentários(0)comente



30/08/2020

Poderia ser um conto de 20 páginas.
Concordo com a crítica de que o livro traz uma reflexão incrível sobre zona de conforto, expectativas frustradas, etc, mas na minha humilde opinião tudo isso poderia ser tratado em poucas páginas. O livro se arrasta de forma monótona e repetitiva. Foi uma luta conseguir terminar.
Meline 30/08/2020minha estante
Perfeita descrição! É uma ótima lição, porém poderia ser mais rápida kkk




421 encontrados | exibindo 301 a 316
21 | 22 | 23 | 24 | 25 | 26 | 27 |


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR