O Conto do Covarde

O Conto do Covarde Vanessa Gebbie




Resenhas - O Conto do Covarde


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Ju Ragni 27/03/2024

Suavidade em forma de contos
Quase abandonei esse livro no primeiro conto, e ainda bem que resolvi insistir... Ele tem uma linguagem peculiar, um jeito de contar a história que leva algum tempo para a gente se acostumar, porque há uma delicadeza, um respeito oculto nas palavras do mendigo quando está contando as histórias, porque são histórias das pessoas da cidade, e que depois que a gente pega jeito de ler, cria um laço com o livro. Essa é uma história de uma cidadezinha de mineiros no País de Gales, onde houve uma tragédia numa mina de carvão, a Gentil Clara, onipresente na vida de todos eles. E há um mendigo que conta histórias e um garoto que as escuta, e muita gente da cidade vai desfilar por aqui, com suas dores e alegrias. É um livro que causa um estranhamento no início, porque o primeiro conto é sobre um marceneiro que quer fazer penas de madeira e quer que elas voem (nessa altura achei que não valia a pena continuar), mas se você ler o conto do "meio Harris", o segundo, já vai ser fisgado e vai querer ler até o final. Gostei muito, um estilo diferente e tocante.
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Marie 15/09/2022

Bom, um pouco da minha preguiça fez eu demorar muito para ler esse livro, mas mesmo assim, não foi uma leitura ruim ou cansativa, pelo contrário ela é bem interessante.
Levando em consideração de que esse foi o primeiro livro da autora, ela conseguiu ter uma ótima narrativa e me cativar bastante.
Nunca tinha lido nenhum livro onde a separação de capítulos e tals é feita com contos e, gostei bastante da experiência. Os contos, que são narrados pelo personagem Ianto Jenkins, me fizeram ter um sentimento pelas personagens e até entender o lado de seus traumas e medos.
A autora também explora como o passado afeta o presente das pessoas e da cidade, e esse é sem dúvidas o ponto mais marcante do livro.
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Marie :) 17/02/2022

Como o passado afeta no presente?
O conto do covarde aborda uma reflexão incrível em suas páginas, que é a de "como ações e acontecimentos do passado afetam a vida de diversas famílias hoje em dia?"

Nos são apresentados diversos contos com o narrador sendo Ianto Jenkins, um dos moradores da cidade. É possível vermos como as ações e reações de pais e avós diante à uma tragédia acontecida na mina Gentil Clara afetam bruscamente a vida de seus descendentes.

Podemos ver a construção de traumas, medos e dificuldades, todos oriundos desse acontecimento. Aborda o luto de uma maneira poética e descritiva, com frases que te fazem refletir durante a leitura.
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Tami 13/10/2020

Não sei dizer
Nem sei ao certo como iniciar essa resenha, só repetir o que ja está na sinopse, o livro vai ter como 2 personagens principais, laddy e iantho, um é chorão (que é a criança) e outro é um covarde ( que é o medingo, e ao longo da hisyoria vamos saber pq ele se auto denomida assim). Essa criança e esse medingo vão se aproximar e com o tempo vao ser amigos, e como base pra fortalecet essa amizade, o iantho conta uma história todo dia pra um aglomerado de gente sobre determinadas pessoas que moram naquela cidade.

E essas histórias ou contos, como queiram chamar, é desenrolada toda vez que uma pessoa faz uma pergunta sobre o pq de tal pessoa fazrr isso ou aquilo, ou pq fala isso ou aquilo e etc. Diante disso o medingo conta as histórias dessas pessoas atr o momento atual.

Na minha experiência, o começo foi um tanto que maçante, por eu não conseguir pegar ainda o ritmo, de toda vez ser uma pessoa diferente apresentada. Alguns contos são chatos, não vou mentir, mas tem outros ate que legais que me deixaram curiosa. Ainda assim, a maioria dos contos foram chatos. Fiquei um pouco frustrada. Li mais pq me forcei mesmo do que por entrerterimento ou diversão.


Fora que praticamente, TODOS os contos são tristes.
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Livinha 14/02/2020

Parece um conto de fadas
Quase poesia em prosa, muito bonito e comovente.
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Coruja 02/03/2018

O tema desse mês para o Desafio Corujesco era ‘um livro, uma estação’. Depois de subir e descer a estante, dei-me conta de que o único livro que eu tinha com o nome de uma estação diretamente no título era Conto de Inverno, que já li e já resenhei aqui no blog (por sinal, tenho que retomar meu projeto Shakespeare…). Contudo, quando estávamos estabelecendo os temas do desafio para esse ano, deixei claro que a estação poderia estar implícita no livro, fosse no título ou na escolha da capa. Assim é que O Conto do Covarde saiu da prateleira para a leitura do desafio.

Não me lembro agora como foi que me interessei por esse livro. Tenho impressão de que o título foi a primeira coisa que me chamou a atenção e algo também na capa - que certamente tem um ar bastante outonal. Ele passou bastante tempo na minha lista de desejados, até aparecer disponível para troca pelo Skoob. Dois anos desde que ele chegou por aqui, o desafio finalmente fez com que eu desse prioridade a ele (o que mais uma vez demonstra porque gosto tanto de cumprir esse tipo de desafio…).

O Conto do Covarde começa com a chegada do jovem Laddy Merridew a uma cidadezinha no interior do País de Gales. Laddy foi enviado para passar uns tempos com a avó, enquanto seus pais passam por um complicado processo de separação. Sentindo-se deslocado naquele novo ambiente e dispensável pelas pessoas que o cercam, Laddy faz amizade com um velho mendigo e contador de histórias, Ianto Passchendaele Jenkins, que pouco a pouco vai revelando as histórias da cidade e seus habitantes, marcados pela tragédia da mina de carvão Gentil Clara.

Os capítulos se sucedem contando histórias independentes, numa narrativa que faz pensar um pouco em As Mil e Uma Noites. O ponto de encontro delas é o narrador, Ianto, e o fato de que todas estão ligadas às perdas e consequências do acidente da mina, duas gerações antes do início do livro. A morte de um avô, de um marido, de filhos e irmãos são os fantasmas que assombram a cidade, ela mesma em decadência, vivendo seus dias de outono. Contar suas histórias é exorcizar esses fantasmas, tentar fazer sentido da tragédia e da dor.

Há algo de universal nas experiências de perda, culpa e trauma que entremeiam o livro. Não é difícil reconhecer nesses personagens pessoas de nossas próprias vidas, identificar ecos de nossas próprias experiências. E, ainda que alguns dos personagens lidem com o luto de formas que nos parecem absurdas… quem somos nós para julgar ou para dizer que não faríamos algo parecido no lugar deles?

Considerando o tema pesado, é surpreendente que a narrativa da autora seja tão leve, tão delicada. Mesmo a mina de carvão tem um nome gracioso: “Gentil Clara”. Eis uma boa pista, pois O Conto do Covarde é um livro melancólico, mas incrivelmente poético. Ianto sabe como contar uma história, como transformar narrativas que poderiam parecer sombrias e até sórdidas em algo de contos de fadas. Há um ritmo em suas palavras - repetições, fórmulas de abertura, palavras que se encadeiam como uma canção - que me fez lembrar da minha infância, de ouvir ‘histórias de trancoso’ na calçada da casa de minha avó.

Cheguei ao final do livro com os olhos marejados mas com a sensação de catarse que costuma acompanhar uma leitura emocional como essa. O Conto do Covarde é uma história sobre perdas, sim, e a culpa dos sobreviventes, mas é também sobre gentileza e solidariedade, sobre verdades pessoais, família e comunidade. Para ficar na memória.

site: http://owlsroof.blogspot.com.br/2018/03/desafio-corujesco-2018-um-livro-uma.html
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Xandy Xandy 08/09/2017

Um menino chorão e um mendigo covarde!
Com este diálogo insólito, damos início à resenha de O Conto do Covarde, livro de estreia da autora galesa Vanessa Gebbie.

O livro narra a história de Laddy Merridew, um menino de nove anos que, após o divórcio dos seus pais, havia sido mandado para morar com sua avó, em um pequeno condado do País de Gales.

Lá chegando, o menino tropeça e acaba ralando as mãos e os joelhos, desandando a chorar, sendo prontamente acudido pelo senhor Ianto Passchendaele Jenkins, o mendigo local. A partir deste momento, uma grande amizade se forma entre ambos.

O senhor Ianto era também um fabuloso contador de histórias, a quem muitos escutavam mas poucos davam credibilidade. Ele passa a contar então, ao pequeno Laddy, muitas histórias dos moradores do vilarejo e de suas manias peculiares, e através de suas palavras, o menino passa a entender o real motivo daquelas pessoas agirem de maneira tão estranha.

Pessoas como Jimmy “meio” Harris, que “nasceu morto” e não consegue falar, mas teria vindo ao mundo para ser um grande poeta; ou como Ícaro Evans, um professor de marcenaria, que tinha planos de criar uma folha de madeira, capaz de flutuar no ar.

O resto, só visitando o Lendo Muito!


site: https://lendomuito.wordpress.com/2017/09/08/o-conto-do-covarde-vanessa-gebbie/
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Esdras 05/09/2017

" Palavras de que um homem talvez se esqueça ao crescer, mas que o menino dentro dele nunca esquece.”
Os pais de Laddy Merridew estão em processo de separação e ele tem que ficar uns dias na casa de sua avó, numa cidadezinha de Gales.

Assim que chega lá, já conhece o mendigo Ianto Jekins.
Todos nessa cidade conhecem esse mendigo, que mora na varanda da capela.
Ele dedica quase todo o seu tempo a contar histórias sobre as próprias pessoas que vivem ali.
Laddy e Ianto desenvolvem uma bonita amizade e através dela vão, aos poucos, mostrar um ao outro os sentimentos que pesam em seus corações.

O conto do covarde é uma história muito interessante.
E é profunda.
Como raízes de uma árvore que não param de se espalhar.

Várias das pessoas da cidade apresentam certas manias ou vivem de maneira estranha. E Ianto conta o passado da família de cada uma delas e tudo que (provavelmente) aconteceu para que eles chegassem a ser dessa maneira nos dias de hoje.
(Todos os personagens são muito bem construídos!)
As pessoas que ouvem as histórias nem sempre dão crédito a Iante. E, no início, nós mesmos duvidamos dele e nos perguntamos como ele poderia saber de tudo aquilo. Mas aí cada acontecimento se encaixam perfeitamente, todos os meios parecem justificar os fins, e tudo passa a ser fascinante, deixando as dúvidas para trás.

O passado dos personagens acaba tendo muito em comum numa comparação sentimental e traumática.
Todas as famílias tiveram que lidar, de várias maneiras, com a perda de alguém. E quase tudo está relacionado a um certo acontecimento que houve na cidade, nas minas de Gentil Clara.
Todas as histórias despertam curiosidade e, por fim, arrematam pela tristeza.

Mais triste ainda é o Ianto Passchendaele Jekins - o mendigo - que está ali sempre a proporcionar um “entretenimento” para as pessoas na porta do cinema, que acabaram por abrir mão das sessões para ouvir histórias dúbias de um rapaz que adora balas de caramelo e café com dois torrões de açúcar.
E que nunca contou para ninguém a sua própria história.
Segredos que o fazem carregar um peso na consciência e uma enorme culpa.
E, ainda, que o fizeram clasificar a si mesmo como ‘covarde’.

Recheada de personagens interessantes e contos delicados e detalhistas, a narrativa fluiu muito bem para mim.
A autora escreve de um jeito encantador e real, que me fazia fechar os olhos e me imaginar, facilmente, naquele lugar presenciando tudo.
Muito emocionante!

Laddy Merridew é muito inocente.
Jekins é grandioso e nunca vou esquecê-lo.
As últimas páginas foram um choque.
Não esperava!
Fiquei muito sentido.
Foi repentino.
Mas o "oferecido" foi tudo muito digno!
Enfim...Adorei esse livro!
Fernando Lafaiete 06/09/2017minha estante
Nunca tinha ouvido falar desse livro. Já que você leu, gostou e favoritou; eu provavelmente darei uma chance. Adoro livros tocantes!


Esdras 06/09/2017minha estante
Descobri ele por acaso passeando aqui no Skoob e ai comprei. Espero que gostei. rs




Érica Sousa 13/01/2017

Deixe-se envolver
Ouça com os ouvidos os contos que o Ianto Perkins tem para contar, caso alguém tenha uma pergunta, e essa pergunta chegue até ele, claro. Não seja covarde. Vá até a escadaria do cinema com um caramelo, e talvez uma xícara de café, e deixe-se encantar pela maneira que o mendigo da cidade revela os segredos de cada pessoa ali residente, até você se esquecer da sessão do cinema. Pouco a pouco conheça a história das pessoas e seus antepassados, como a destruição da Mina Gentil Clara perpetuou na história da cidade, e conheça um menino que não gosta de mentiras que se tornou amigo desse senhor tão peculiar.

Seja você também amig@ do Ianto, e emende a colcha de retalhos que ele te oferece, e assim, comova-se nas suas histórias, que fluem rápidas e tranquilas, assim como o rio que contorna essa pequena cidade.

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Acompanhe o menino chamado Laddy, que vai morar um tempo com sua vó numa cidade pequena, e sua amizade construída com um senhor chamado Ianto Jenkins, que é um exímio contador de histórias, e por um acaso é o mendigo da cidade.

Cada conto do Ianto é contado com graça e leveza, não importando o peso e escuridão contidos em cada um. Ouça atentamente, e acompanhe o movimento de seus braços, com um relógio sem ponteiros, mais preciso que muitos relógios por aí. Pontos diferentes da história são revelados, e pouco a pouco vai-se percebendo as marcas de cada geração.
Emende cada história e você terá este lindo livro, construído de maneira peculiar e delicada, para ser apreciado sem pressa.
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Monique 04/03/2015

Triste
É uma história triste, tipo o drama da cidade no País de Gales em torno de uma mina chamada Gentil Clara.
Quem nos conta a história de cada personagem é o "Covarde" ou Ianto "Passchendaele" Jenkins. Ponho "Passchendaele", porque, pelo que entendi, esse foi um nome dado a ele pela cidade. E não se trata de um bom nome.
Chega a dar dó, pois ele se culpa de algo que não tem culpa, tipo é surreal pensar que existe culpa, onde ele acha que tem. Não faz sentido.
O menino, qual sempre está presente para ouvir as historias que ele conta, é chamado de Bigato, pois sua semelhança com o verdadeiro irmão é muito próximo. Então, vez e outra, Laddy Merridew é chamado de Bigato.
Toda a cidade possui sua historia na Gentil Clara e são as curiosidades de cada personagem que traz a tona o personagem Ianto, qual nos conta porque cada um se tornou da forma com o que o vemos.
É triste e curioso.
Mas, a história não é narrada em primeira pessoa e sim em terceira. Tudo que vemos é através do escritor onisciente que nos conta outros fatos, de maneira narrativa.

Não posso dizer que Vanessa escreve mal, por isso dou-lhe 4 estrelas. Não posso dar 5, pois é difícil dar 5 estrelas para um história que me deixou triste.
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Ju Oliveira 21/11/2014

Comovente!
Ianto Passchendaele Jenkins definitivamente não é um homem comum. Mendigo, vivendo numa pequena cidade do País de Gales ele conhece o íntimo de cada um dos moradores. A pequena cidade sempre foi muito unida, tendo como base a mina de carvão Gentil Clara, que explodiu anos atrás, mas que deixou profundas marcas em cada um dos habitantes do vilarejo.

Com a chegada do menino Laddy Merridew, de 10 anos, que veio morar com a avó, muitas histórias até então desconhecidas da maioria dos moradores, acabam vindo à tona. Muito curioso e interessado em tudo o que Ianto tinha a dizer, o menino acabou fazendo com que não só Ianto, mas toda a população revivesse os tempos difíceis da explosão da mina Gentil Clara. Mesmo após muitos anos, cada um ainda carrega a dor e a saudade de ter perdido um pai, um filho, um irmão, um marido na explosão da mina.

— Meu nome é Lady Merridew.
Eu sou um chorão. Me desculpe.
—E meu nome é Ianto Jenkins.
Sou um covarde. O que é pior.


Sempre que Ianto Passchendaele Jenkins começava a contar uma de suas histórias, geralmente em frente à fila do cinema, as pessoas se juntavam ao seu redor e prestavam atenção, principalmente Laddy Merridew. Não sem antes Ianto “exigir” como combustível para suas histórias alguns caramelos e um café, no que era prontamente atendido. Então todos ficavam finalmente sabendo por que a obsessão de Ícaro Evans, o professor de marcenaria, em criar uma pena de madeira que fosse capaz de flutuar, ou então por que Andrew é chamado “Andrew padeiro Bowen” sendo que nunca foi padeiro e sim podólogo. Essas e outras histórias de estranhas particularidades das gerações da Gentil Clara inclusive de sua própria história de vida, que ninguém nunca soube ou nunca se interessou em saber.

O Conto do covarde é um livro delicado, encantador, com uma linguagem sutil, quase poética. É uma história sobre histórias. Através dos relatos do mendigo, começamos a imaginar cada um dos personagens, com seus segredos, suas dores e remorsos. Nos faz pensar que cada um é o que é pela bagagem emocional que carrega. A narrativa tem um ritmo lento, já que são vários contos, sobre a vida dos moradores, que até poderiam ser lidos separadamente, mas que lidos juntos formam como uma colcha de retalhos quentinha e macia. Os personagens são marcantes, principalmente quando conhecemos o segredo por trás de suas personalidades. A própria mina de carvão Gentil Clara acaba se tornando um personagem no livro, pois todas as histórias giram em torno dela. Histórias de gerações, amizade, amor, traição, enfim, histórias comoventes e muito realistas. Um livro para emocionar e tocar os corações. Recomendo!

site: http://juoliveira.com/cantinho/resenha-o-conto-do-covarde/
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Hugo 22/07/2014

Um ótimo livro sobre a amizade entre um covarde e um garoto, com diversos contos intercalando a narrativa principal
(...)O garoto de apenas nove anos Laddy Merridew é mandado para morar com sua avó por conta do divórcio de seus pais. Chegando de ônibus em uma pequena cidade no País de Gales, o jovem já tropeça nos primeiros passos e começa a chorar, recebendo um lenço do mendigo local. Esse gesto cortês é o que começa a amizade incomum entre o velho Ianto Passchendaele Jenkins e Merridew. No decorrer do livro Ianto conta o que ocorreu décadas atrás na mina de carvão da região, o tal desastre de Gentil Clara, que o legado ecoou por gerações, mudando a vida de várias pessoas de modo imprevisível. O mendigo é um contador de histórias nato e adora relatar os motivos das pessoas da cidade serem o que são em troca de café e caramelos. E enquanto Ianto compartilha várias histórias dos cidadãos da cidade com Laddy, o pedinte se recusa a contar o seu próprio conto em relação à mina Gentil Clara.

Esse livro mostra os fortes laços dessa comunidade que teve a vida marcada pelo desastre de Gentil Clara. Na obra aprendemos sobre as lealdades, as traições, os amores e as perdas desse povo. A autora Vanessa Gebbie tem pais galeses e apesar de viver na Inglaterra, conheceu bem o País de Gales durante sua infância e adolescência. O livro transborda seu amor pelo local e passa uma imagem bem autêntica daquela região, dando um charme a mais para a obra.

A caracterização dos personagens é excelente, há muitos detalhes dos indivíduos da comunidade, e ficamos conhecendo da bibliotecária até os estudantes. O ritmo da narrativa é bem lento, a linguagem é prosaica, demorando um tempo para engrenar essa narrativa de 378 páginas. O livro é bem escrito, é mais um relato fictício dos acontecimentos de um local do que um conto tradicional com inicio, meio e fim. Aliás são vários contos de várias vidas em um só livro. Ou seja, é o relato de vidas, do mundano e é um trabalho de arte. Algumas histórias são lições de moral, outras engraçadas, outras fofocas e algumas de partir o coração. E sobre o segredo de Ianto, você nem vai percebendo que esta juntando as peças para o quebra cabeça.

Quer alguns exemplos das figuras que você irá encontrar em “O conto do covarde”? Que tal Jimmy “Meio” Harris, alguém que “nasceu morto”, não consegue falar, mas que veio ao mundo para ser poeta. Ou Ícaro Evans, um professor de marcenaria, consumido pelo desafio de criar uma pena de madeira que possa flutuar. Também temos Tutt Bevan, um sujeito que revisita sua infância sempre andando pela cidade em linha reta. E para finalizar a demonstração de personagens, temos que falar de quem une todas as pontas da história, Laddy Merridew. O garoto recém-chegado que vai perambulando pela cidade, observando, interagindo com os moradores e escutando as histórias de Ianto, se perguntando se os relatos são verdadeiros ou não. Em certos aspectos Laddy é uma versão mais nova de Ianto, se bem que o mendigo vê seu irmão no garoto. “O conto do covarde” é uma leitura reflexiva, obrigatória para quem realmente gosta de ler.(...)

Para ler a resenha completa vá ao site vagantePop.

site: http://www.vagantepop.com/critica-literaria-o-conto-do-covarde-vanessa-gebbie/
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