Belle Époque

Belle Époque Elizabeth Ross




Resenhas - Belle Époque


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tiagoodesouza 27/06/2014

Belle Époque | @blogocapitulo
Belle Époque chamou minha atenção primeiro pela capa. Ao meu ver, ela foi trabalhada para refletir bem o que vamos encontrar no livro. Ela é tão bonita e tão simples ao mesmo tempo dependendo dos olhos de quem vê e admira.

"- Ser uma repoussoir exige um delicado equilíbrio: num primeiro momento, passar despercebida e ser considerada uma dama da sociedade, para em seguida repelir o olhar de si mesma para a sua cliente, com certeza mais atraente."
Página 33.

Belle Époque conta, em primeira pessoa, a história de como Maude Pichon, que fugiu de um futuro indesejável na Bretanha em busca do glamour na Paris do século XIX. Com uma mão na frente e outra atrás, ela responde a um anúncio de jornal da Agência Durandeau. É uma agência especializada em arrumar repossuirs para as damas da alta sociedade francesa. Uma repoussoir é uma mulher pouco bela, que tem a função de fazer com que sua contratante se destaque.

Normalmente, as clientes que contratam têm um acordo mútuo com a repoussoir. Ela sabe para o que está sendo contratada e a cliente também. Mas Maude descobre que sua primeira cliente a contrata para ser a amiga de sua filha Isabelle, que não desconfia de nada, para ela se destacar na temporada e arrumar o melhor partido para se casar. Porém, a cada encontro com Isabelle, Maude a conhece um pouco mais e sua consciência começa a pesar por toda a enganação que coloca sua amizade com a jovem numa linha bem tênue.

A pessoa tem que engolir muito o orgulho para se submeter a ser uma repoussoir. Você tem sua auto estima, pouco liga para a aparência. Mas quando as pessoas usam os seus defeitos como qualidade para o que elas querem, aí sim isso começa a machucar feio. Chega a ser cruel. Mas de vez em quando aparece alguém que percebe a beleza que a gente começa a rejeitar existir na gente e nos tornamos uma coisa linda, voltamos a nos redescobrir. Elizabeth mostra isso com Maude, porque no começo o orgulho dela é muito grande para submeter seus defeitos aos caprichos da sociedade.

Eu achei bem interessante o fato da autora escolher a época da construção da Torre Eiffel para ambientar a história de Belle Époque. Não sei se vocês sabem disso, mas além da torre ter sido primeiramente planejada para ser desconstruída após o evento que levou à sua construção, muitas pessoas a consideravam uma cicatriz na paisagem de Paris. Eram contra a construção. Hoje, ela é um dos maiores símbolos de beleza do mundo moderno.

Recomendo bastante para quem gosta de romances de época cujos relacionamentos amorosos não são o foco principal. Eles estão lá, obviamente, mas certamente a intenção da autora foi mostrar uma sociedade louca, em que a aparência e o egoísmo se sobressai aos sonhos.

"- Você não pode julgar um livro pela capa - digo. - Há mais sobre uma pessoa do que a aparência. E as qualidades ou a maneira como ela conversa e dá atenção para você?"
Página 41.

site: http://ocapitulodolivro.blogspot.com.br/2014/06/resenha-belle-epoque.html
Carol Vidal 27/06/2014minha estante
Essa é uma época que me interessa muito e pelo seu texto parece que foi contada de forma bem interessante e singular. E se formos pensar até hoje a beleza é uma mercadoria, não é mesmo?


Adriana 28/06/2014minha estante
Mais uma linda resenha, realmente é um tema interessante, a sociedade sabe ser cruel seja a época que for né.
Gostei da ideia da autora e o cenário também( adoro livros que contam curiosidade sobre o local), com certeza este entrou para a minha enorme lista de desejados.


Dani 28/06/2014minha estante
Adorei sua resenha, fiquei muito interessada no livor por esse diferencial: falar de qualidadese defeitos e de como eles são relativos, além disso é ambientado em uma época histórica que eu acho muito interessante.
Parabéns!


Leticia 02/07/2014minha estante
Um livro que me parece ser muito interessante. Foge dos enredos convencionais que lemos por ai...
Me chamou a atenção desde a primeira vez que li uma resenha dele e me interessa mais a cada resenha.
Nossa, achei muito interessante a informação sobre a torre Eiffel, eu não sabia... rsrs... ainda bem que eles não a derrubaram!
Parabéns pela resenha, muito bem escrita. E adorei receber informações sobre o contexto da história.
amo livros que se passam na antiguidade, sou fascinada pelo tipo de vida, vestuário, modos e etcs, da antiguidade.
Espero lê-lo em breve.
Bjs


Rosacarla 03/07/2014minha estante
Quando li o título deste livro imediatamente lembrei de um livro que amo, Belle. Mas logo que li a sinopse vi que se tratava de uma estória totalmente diferente, mas também muito interessante e bonito, muito bom livro!!


Tânia Regina 06/07/2014minha estante
Fiquei interessada na história de época, principalmente porque é diferente do que estamos acostumados a ver em romances de época. Vou conferir. Valeu!


Ketelly 07/07/2014minha estante
este livro me pareceu ser totalmente diferente dos romances de época que eu já li, fiquei intrigada por não ter um foco especifico em casais e sim na sociedade, e da maneira que a personagem lida com as situações do seu cotidiano, fiquei curiosa pra ler, o meu único receio é com a escrita, já que romances de época costumam ter alguns termos que conforme a leitura avança acaba se tornando maçante...


Milena 10/07/2014minha estante
Gosto muito de romances de época e esse parece ser ótimo, fiquei doida pra ler, já foi pra minha lista de leitura!


Letícia 12/07/2014minha estante
Adorei a resenha! kkkkkkkkkkk descobriram minha tática, quando eu era mais nova na festa junina sempre escolhia um menino mais feio, para eu parecer mais bonita kkkkkkkkkkkkkk.
Fiquei curiosa, espero ganhar o livro, estou ansiosa para ler.




Adriano 22/08/2014

A Paris da Belle Epoque e a supremacia da beleza sobre o conteúdo.
Belle Époque é um livro histórico () que tem como plano de fundo a Paris boêmia, clássica do movimento homônimo, escrito por Elizabeth Ross e publicado nacionalmente pelo Grupo Editorial Record, através do selo Verus Editora.

O livro acompanha a vida da pobre Maude Pichon, que fugiu de um humilde povoado na Bretanha para a França em busca de oportunidades melhores de vida e trabalho. Vemos uma jovem destemida e corajosa que larga a família pelo sonho de viver um conto de fadas em Paris. Ela aproveita o momento que a cidade-luz vive, a partir do fim do século XIX, quando intensas explosões artísticas, sociais e culturais explodem através da Belle Époque.

Para quem desconhece a Belle Époque foi considerada uma era de ouro da beleza, inovação e paz entre os países europeus. Novas invenções tornavam a vida mais fácil e a cena cultural estava em efervescência: cabarés, o cancan, e o cinema haviam nascido, e a arte tomava novas formas com o Impressionismo e a Art Nouveau, assim como a arquitetura, com a criação de arabescos e floreios. (vejam os detalhes da capa; a pomposidade do dourado com os arabescos).
Além disso a "Belle Époque" foi representada por uma cultura urbana de divertimento incentivada pelo desenvolvimento dos meios de comunicação e transporte, que aproximou ainda mais as principais cidades do planeta.

No entanto, apesar dessa efervescência cultural, sabe-se que os únicos a terem acesso a eles, seriam os abastados favorecidos da alta sociedade burguesa. O pobre continuaria a mercê dessas inovações e através de sua mão de obra nas fábricas a vapor, alimentaria essa elite que usufruiria da vida urbana. Como diz uma música popular: "Onde o rico cada vez fica mais rico. E o pobre cada vez fica mais pobre. E o motivo todo mundo já conhece. É que o de cima sobe e o de baixo desce".

Apesar de hoje sabermos disso, a Maude, quando decide fugir para a França desconhecia essa disparidade social entre o pobre e o rico. Ela percebeu que não conseguiria se manter naquele país tendo uma vida digna, uma vez que as hospedarias compravam valores absurdos, a mão-de-obra feminina valia pouco e ela não fazia parte do grupo burguês. A vida em Paris era doce para os ricos e amarga para os pobres.

Até que um dia, Maude encontra um anúncio de trabalho num jornal que dizia:

"PROCURAM-SE MULHERES JOVENS E FEIAS PARA TRABALHO POUCO EXIGENTE. DECORO GARANTIDO. APRESENTE-SE PESSOALMENTE À A AGÊNCIA DURANDEAU, AVENUE DE L'ÓPERA, 27, PARIS."

Ela se dirige até lá, sem saber o que seria esse serviço e nesse momento, é que ela conhece o mundo e o universo podre das madames francesas. A Agência Durandeau oferecia o serviço de repoussoir.

Para entendermos o que seria esse trabalho devemos usar uma regra de comparação simples. Acompanhem comigo: temos uma bancada cheio de pêssegos perfeitos. Quais você escolheria? Qual seria o melhor? Impossível se decidir já que temos uma gama enorme de pêssegos igualmente belos. Mas agora analisem: temos um pêssego sadio e grande ao lado de um pêssego machucado e murcho. Qual pêssego vocês escolheriam? Certamente o primeiro. A regra de comparação valoriza o destaque que o belo tem ao lado do feio. É como se estivesse mais bonito. (Estranho? Com certeza!)

A função da repoussoir é resplandecer/intensificar a beleza da outra.

"Da mesma maneira que um joalheiro encaixa uma folheta de metal sob uma pedra preciosa para torná-la mais brilhante, a agência coloca uma repoussoir próxima de uma joia da sociedade para que ela resplandeça. (p. 35)"

Baseando-se nesse princípio é que as madames da alta sociedade francesa alugam as repoussoir na Agência Durandeau. Para que essas moças "feias" e "desprovidas de brilho natural" sirvam de companhia para essas mulheres, ressaltando assim, a beleza, a maquiagem, vestido, joias de sua dama. Ou seja, embasam-se num pilar tosco de beleza e perfeição, numa condição degradante de falsa superioridade.

Devo confessar, a autora já ganhou minhas cinco estrelas no primeiro capítulo. A Elizabeth construiu muito bem as nuances de uma sociedade na qual a beleza é mais importante que o conteúdo. Na qual um casamento por interesse e status vale mais do que amor. Sociedade na qual, educação feminina restringe-se a bordado e aprender a se portar como uma lady.

Trabalho fácil e humilhante para as repoussoir que devem aceitar e acatar seus defeitos como se elas fossem apenas isso: falhas da natureza. Maude não compartilha desse pensamento mas se envolve com uma das madames mais influentes da sociedade e deixa-se levar por esse mundo de luxo, status, poder e refinação. Mal sabe ela que não é nada para aquele sistema. E não passa de um objeto para que os objetivos da madame sejam cumpridos: casar sua filha Isabelle com algum lorde importante.

A Elizabeth me concedeu uma viagem para Paris nesse livro. Vi de perto a Torre Eifflel ser erguida e criticada pelos franceses. Vivenciei o advento de novos pensadores que discordavam desse sistema. Conheci expressões francesas, como mademoiselle, monsieur, excusez-moi e etc. A ambientação do livro é algo perfeito.

Segundo a autora: muitos franceses acharam a construção da Torre um desperdício e sonharam destruí-la, logo que ficasse pronta!
Sou fã de livros históricos e esse livro me fez saborear uma estória incrível sobre a luta contra a ditadura da beleza, contra esse pilar de perfeição. E mais ainda, a luta por quem não se vê como só um rostinho feio. As pessoas sempre têm algo a mais para se mostrar que não se restringe a beleza.

Amei o livro e lanço a hashtag #SomosTodosFeios rs (brincadeira).
Recomendo a leitura! Belle Époque é um livro excelente e incrível!

site: http://geracaoleiturapontocom.blogspot.com.br/2014/08/resenha-belle-epoque-elizabeth-ross.html
Gu 14/09/2014minha estante
Adorei estudar sobre a Belle Époque no colégio, mas esse lado de repoussoir é bem duro e cruel. Curti e já quero ler




Fernanda 12/06/2014

Resenha: Belle Époque
Resenha: Ouso dizer que, dentre os tantos livros da minha estante, “Belle Époque” tem uma das capas mais bonitas e com detalhes visivelmente atraentes. É uma das características mais marcantes, sendo que posteriormente o destaque está no enredo histórico e suas discrições sutis e significativas. De qualquer modo, há uma concentração enorme a respeito de mudanças que remetem a várias consequências, o que torna a trama um pouco carregada e ainda mais intrigante e respeitável.



CONFIRA A RESENHA COMPLETA NO BLOG SEGREDOS EM LIVROS:

site: http://www.segredosemlivros.com/2014/06/resenha-belle-epoque-elizabeth-ross.html
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Jacqueline 02/07/2014

Porque beleza não é fundamental
Quando li a sinopse de Belle Époque me senti atraída pela palavra: Paris. Ter a cidade luz como cenário, já é o suficiente para tornar a leitura obrigatória. E nada como um livro que além de conseguir extrair e toda a beleza do cenário, também traz uma história forte e comovente, com personagens marcantes e inesquecíveis.

" Você não pode julgar um livro pela capa (...) Há mais sobre uma pessoa do que a aparência. E as qualidades ou a maneira como ela conversa e dá atenção para você?"

Maude Pichon é uma jovem sonhadora que encontra em Paris um refúgio, e uma oportunidade para viver seu sonho. Ao fugir de casa em um vilarejo Bretanha, com o intuito de evitar um casamento arranjado por seu pai com um homem muito mais velho, Maude espera ser bem sucedida na encantadora cidade luz.
Ao se deparar com um anúncio de emprego em um jornal, as esperanças de Maude reacendem. Portanto, o emprego não é nada daquilo que ela espera. Na agência Durandeau, meninas comuns, e pouco atraentes, são contratadas para fazer o trabalho de repoussoir - cuja função é repelir por conta da aparência física, para ressaltar a beleza de sua cliente. Sua primeira cliente é uma condessa, e seu trabalho é acompanhar e se tornar amiga de sua filha Isabelle, para que ela se sobressaia durante a temporada de debutantes, sem que a mesma saiba sobre sua função. Conforme passam cada vez mais tempo juntas, a amizade se torna inevitável. Contudo, o relacionamento é posto à prova quando Pichon fica dividida entre encorajar a amiga a seguir seus sonhos, ou induzi-la a fazer a vontade da mãe arranjando um bom casamento.

" Talvez as pessoas sejam tão bonitas quanto precisem ser."

Sabe aquele tipo de livro que você não dá muita coisa por ele, e acha que não vai ser uma grande história? Mas logo nas primeiras páginas você é fisgado, e pimba. Big mistake. Belle Époque reúne elementos que eu amo em um livro: narrativa fluída, um enredo atual que se passa em uma outra época, e personagens fortes. Com todas essas qualidades, não teria como não me apaixonar pela obra de Elizabeth.

A narrativa em primeira pessoa é direta e objetiva, e torna mais fácil a identificação com a protagonista. O fato de Pichon ser uma garota que sonha com condições melhores de vida, ao mesmo tempo em que mantém os pés no chão, faz com que o leitor se simpatize por sua expectativa e anseios. Seu sonho não é muito diferente do que a maioria busca hoje em dia: um emprego melhor, uma vida estável, sair da mesmice e se arriscar. Além disso, Maude é uma personagem forte, e com pensamentos e ideais genuínos. apesar de passar por dificuldades, ainda carrega um traço de ingenuidade e valores.
Aliás, todas as personagens tem uma característica em comum: são mulheres à frente de seu tempo, que não se contentam em passar o resto de suas vidas à sombra de um marido, já que na época em que a história é ambientada, as mulheres eram quase impedidas de pensarem e ter uma boa instrução.

Os personagens secundários tem seu brilho próprio, sem ofuscar a principal. Isabelle é inteligente, e destemida. Ela não se deslumbra com riquezas e títulos, e para contrariar a mãe não pensa em arranjar um bom casamento com um duque, e sim estudar ciência em uma faculdade onde somente homens estudam. A amizade delas é gradual, sem parecer forçada, onde ambas trocam experiências.
Só o romance ficou devendo um pouco. Poderia ter sido melhor explorado, e ter mais destaque. Contudo, foi satisfatório.

Ross traz uma visão ampla e contrastante de Paris, indo da riqueza opulenta de jantares e eventos, para a simplicidade de becos e vielas. A construção da Torre Eiffel foi o pano de fundo escolhido, e Elizabeth acertou em cheio. Eu não imaginava como os franceses detestavam e achavam o monumento - que hoje é um dos maiores símbolos da cidade - feio e monstruoso.
A pesquisa que a autora realizou sobre o período de 1800, ano em que sua história é ambientada, traduz o aspecto realístico de sua obra. E a perfeição aqui mora nos pequenos detalhes. É delicioso acompanhar cada ponto turístico pelo ponto de vista de Pichon, e também o seu deslumbramento com os bailes e o despertamento da sua paixão pela fotografia.
Além disso, Elizabeth consegue introduzir sua crítica à sociedade da época, seja nos exageros e desperdícios de comida nos jantares da aristocracia, ou o culto excessivo à beleza física.

Belle Époque é uma ficção histórica atemporal sobre amizade, autoconhecimento, e como uma sociedade por mais avançada que seja, consegue retroceder por conta de pensamentos tão retrógrados como alcançar padrões de beleza, e julgar pela aparência.

site: www.mybooklit.com
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Livy 07/09/2014

Ótima leitura, uma história tocante e inesquecível.
Sempre é um desafio começar uma resenha de um livro que mexeu comigo de uma maneira especial. É difícil achar as palavras certas para expressar o quanto gostei da leitura. E Belle Époque é um livro que me fez pensar muito em como iria começar a escrever esta resenha, e conseguir mostrar porque ele foi especial para mim. Não cheguei a uma conclusão, mas mesmo assim vou tentar fazê-los entender porque favoritei o livro e porque gostei tanto da leitura.

Primeiramente, eu adoro livros de época. Quando um livro têm em sua trama aprofundamento histórico eu simplesmente fico totalmente envolvida e imersa na leitura. Acho fantástico ser transportada não apenas para a história do livro, mas também para outra época, e conhecer mais detalhes sobre acontecimentos históricos. Belle Époque tem como pano de fundo, em paralelo com a trama central, a construção de uma das maiores construções do mundo e um dos monumentos mais amados e vistos também: a Torre Eiffel.

Durante o desenvolvimento da trama, Elizabeth Ross nos presentou com comparações sutis usando este monumento para mostrar como a beleza é relativa. A Torre Eiffel não era bem vista, não era querida e era considerada uma monstruosidade que manchava a boa aparência de Paris. Nem dá para acreditar que desprezavam algo que ficou eternizado como o cartão postal da cidade luz. Pois é aí que percebemos que algo que foi considerado feio e ridículo se tornou símbolo de beleza ímpar. Sim, meus caros, a beleza é muito relativa, e é um mero entendimento de quem a vê.

Maude Pichon é uma jovem de 16 anos que foge da Bretanha, atrás de seus mais inocentes sonhos, rumo à Paris. Mas a vida na bela cidade não é tão romântica e bela quanto ela esperava. Lutando para sobreviver e conseguir o mínimo para garantir sua subsistência, ela acaba arrumando um trabalho degradante e desgastante, mas nada que se compare à Agência Durandeau. Lá ela é contratada para ser uma repoussoir, que em uma tradução básica seria: repulsiva. Todas as moças que trabalham lá são contratadas por serem sem graça e até mesmo feias. Assim, sendo contratadas por pessoas da alta sociedade, andam ao lado de mulheres para realçar a beleza delas. Como uma folheta de metal é colocada por baixo de uma joia para realçar seu brilho.

Sendo contratada para um desses serviços, Maude nem imagina que seus sonhos irão alçar voo; que a filha de sua cliente, Isabelle Dubern e as meninas que trabalham junto com ela na agência irão mudar sua vida e o modo como a enxerga. O modo até mesmo como se enxerga.

Cada personagem têm sua personalidade, seus defeitos e qualidades expostos de forma que transcendem a aparência. Eles ficam nus diante de nossos olhos, expostos. Maude, sendo tão jovem e tendo tantos sonhos, acaba se deixando levar e comete alguns erros, mas no fim nos mostra que a força da verdadeira beleza pode superar tudo. Eu também gostei da amizade que se construiu entre ela e Isabelle. Gostei principalmente de Isabelle, que diferente de uma jovem frívola da época, tem sonhos e é ávida por ciência. Além de Marie- Josée que é uma personagem tão meiga e fofa, que supera sua "feiura" com tão bom humor, uma alma tão boa e gentil, que me comoveu em muitos momentos.

Elizabeth Ross teve a ideia de escrever seu livro a partir de um conto, o Les Repoussoirs, de Émilie Zola, onde há um empresário chamado Durandeau que abre uma agência ficcional de moças consideradas feias para poder chamar a atenção para a beleza de suas clientes. Elizabeth resolveu escrever sua história em um importante momento histórico da França. Não só isso, ela nos apresenta uma parte cultural muito importante para o desenvolvimento do livro.

Eu gostei tanto do livro, que tinha a impressão de estar lendo um conto de fadas. O desenvolvimento dos personagens e da história foi magnífico, além da narrativa de Elizabeth Ross que me encantou de várias formas. Acho que a forma como ela escreve foi o que me ganhou definitivamente, pois ela soube como contar uma história cheia de significados, sentimentos e nuances tão belas que você tem que olhar para cada pequeno detalhe e os apreciar, e depois juntá-los e ver que o conjunto formou algo muito especial.

Ao término de Belle Époque havia tantos sentimentos bons dentro de mim que senti como se houvesse feito uma grande amiga, e apreciado uma bela história, que aqueceu meu coração. O final é surpreendente e me agradou muito. Elizabeth nos presenteia com um livro que nos mostra como a beleza vive não pela aparência física ou nos ditames de regras e moda, mas sim em nossos corações. Ótima leitura, uma história tocante e inesquecível.

site: Confira mais resenhas: http://nomundodoslivros.com
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Cris Paiva 16/03/2016

Uma constante nos livros de romance são as mocinhas bonitas e perfeitas. Dificilmente você encontra uma mocinha que foge dos padrões; que seja gorda, dentuça, ou feia.

Maude fugiu de casa, quando o seu pai tentou casá-la com um homem gordo,velho e violento. Ela resolveu que era melhor fugir e morrer de fome em Paris, do que ficar e ter uma vida miserável e acabar morrendo de pancada.
Depois de um tempo penando como lavadeira ela recebe uma proposta de trabalhar como “folheta”, que nada mais é do que uma acompanhante feia para mulheres não tão bonitas. O raciocínio do seu empregador é o seguinte: se você pegar um objeto comum e sem graça e colocar ao lado de outro objeto declaradamente feio, o sem graça vai parecer muito mais interessante e até mesmo bonito. E é isso que as garotas que trabalham nesse emprego estranho fazem: transformam mulheres sem graça em maravilhas, apenas ficando ao lado e apresentando a sua feiura ao mundo.
Mas Maude tem um pouquinho mais de sorte, ela vai trabalhar de acompanhante sem graça de uma garota que não sabe que ela está prestando seus serviços. A garota não é feia, é inteligente, o que é bem pior na opinião da nobreza, e Maude e ela desenvolvem uma amizade sincera.
O tema é bem diferente. Não me lembro de ter lido nada parecido. Normalmente as mocinhas são bonitinhas, ou no máximo são descritas como sem-graça, mas com algum encanto que conquista o mocinho, mas nunca como FEIAS. Aliás, se eu parar para pensar bem, nem romance teve direito. A Maude até tem um pretendente, mas ela não o leva muito a sério, e o livro decididamente não revolve em cima disso. O enfoque da historia mesmo é em cima do estranho emprego da Maude e em sua relação com a sua missão, que é fazer com que a filha inteligente da condessa, Isabelle, apareça na sociedade e consiga um bom casamento. Só que, como eu disse, as duas desenvolvem uma amizade sincera, e Isabelle quer mais da vida do que apenas se casar. Estamos na virada do século 20 e as mulheres estão começando a aprender que podem estudar, ter um emprego e uma vida própria. Possibilidades mil se anunciam junto com a construção da Torre Eiffel, Isabelle não quer ficar para trás e ela acaba contagiando Maude, que acaba até se esquecendo do seu real propósito.
Maude me irritou algumas vezes durante a leitura, fazendo coisas estúpidas, mas perfeitamente razoáveis ao desenrolar dos fatos. A história foge do lugar comum, e gostei bastante da critica sobre a valorização da mulher, proposta pela autora, e até a metáfora da Torre Eiffel, sobre o feio sendo belo, encaixou perfeitamente na história.
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Alessandra.Andrade 04/10/2016

Envolvente
Devorei este livro com muita emoção. Senti-me parte da história e vi-me retratada na personagem principal. Uma história de amizade e descoberta,onde a verdadeira beleza se revela nos olhos de quem a vê.
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Iris Figueiredo 07/11/2016

A feiura como acessório
Na França da década de 1880, a beleza é um artigo de luxo e as debutantes da alta sociedade querem ser vistas e notadas. É nesse cenário que surgem as “repoussoirs”, que pode ser trazido do francês como “repelentes”. O romance, inspirado no conto de Émile Zola chamado “Les Repoussoirs”, conta a história de Maude Pichon. A jovem fugiu da Bretanha em busca de uma vida diferente em Paris, para escapar do casamento arranjado que o pai deseja e da vida no campo. Sem encontrar emprego, acaba respondendo a um anúncio no jornal, que recusa a princípio, mas decide arriscar: mulheres jovens e feias para um trabalho honesto. O trabalho? Acompanhar ricas jovens francesas durante a temporada, pois a feiura das repoussoirs serve como um acessório, algo que enaltece a beleza da cliente.

Tudo no trabalho parece repugnante para Maude, mas ela precisa do dinheiro. Quando é escolhida pela condessa Dubern para acompanhar a jovem e espirituosa Isabelle durante a temporada, Maude tenta exercer seu papel da melhor forma possível. Mas a jovem Dubern não parece interessada em encontrar um marido e, aos poucos, a vida de luxo que o trabalho proporciona vai cegando Maude.

Apesar de ser um romance histórico, não espere algo como Julia Quinn ou Tessa Dare (duas autoras que, por sinal, eu adoro). Aqui o foco não é o amor, mas sim uma crítica social ao que é belo. O título faz alusão ao período conhecido como Belle Époque, uma época de revolução artística, cultural e intelectual na Europa. Mas, também, fala sobre a frivolidade da sociedade e os padrões de beleza da época.

Aqui, a sociedade só se interessa por poucas coisas: dinheiro, títulos e beleza. A condessa quer sempre se sentir bela e quer que sua filha seja a debutante mais cobiçada da temporada. Ela quer um bom casamento para a garota, não por amor, mas status. Quer que o prestígio da família aumente, entre outras coisas. É aí que entra a figura de Maude, que é vista como um reles acessório – é assim que se referem a ela e as repoussoirs ao longo da trama.

Uma coisa interessante desse livro é ver a efervescência de Paris durante a história. Ela se passa no final da década de 1880, quando a construção da Torre Eiffel estava sendo concluída e a cidade se preparava para receber a Exposição Universal. É um contraponto entre a modernização de Paris, polo cultural em efervescência, e as tradições de uma sociedade que era pautada pelas aparências.

Amei Isabelle, que é uma das personagens mais interessantes do livro. Maude cumpre bem seu papel ao longo da história, mas em alguns momentos acaba ficando cansativa. Marie-Josée é, sem dúvidas, a melhor personagem do romance: a ela cabe o papel de colocar os pés de Maude no chão, de compreender o que acontece à sua volta e ser fiel àqueles que ama.

O livro retrata três grupos diferentes: o proletariado, os artistas boêmios e a alta sociedade. Maude passeia entre os três, deseja fazer parte de um deles, pertence a outro e interage com mais um. Ainda assim, não é de nenhum desses grupos por completo.

A narrativa é ótima, fácil de ler e se transportar para a história. Eu realmente me surpreendi com Belle Époque. O romance aqui é praticamente inexistente, o que importa são outros assuntos. É um livro apaixonante e para devorar. Recomendo demais!

site: http://irisfigueiredo.com.br
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Gabi Rached 27/01/2017

APAIXONANTE
Doce, puro e inteligente
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spoiler visualizar
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27/02/2018

Não deixe de conferir ?
https://t.co/TT8V8on56R
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Cris 14/04/2018

Uma bela época
A história é boa, mas o mais interessante do livro, é realmente a época em que se passa, os costumes e as reações quanto a construção da Torre Eiffel.
Vale a pena conferir.
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karina.rutyele 24/07/2018

História instigante
A protagonista me fez sentir raiva ao longo da história, mas o final me agradou. Gostei bastante do enredo por ter estudo histórico como embasamento. Se o livro possuísse imagens ao longo do texto, principalmente as fotografias ia ser divino.
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Mel Rodrigues 15/02/2020

Belle Epoque
Belle Epoque é um livro despretensioso de Elizabeth Ross, que a primeira vista não parece algo muito envolvente, mas acaba tornando-se uma grande leitura que trás a necessidade de refletir muito mais do que se é esperado. Um livro excelente.
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Karine.Campos 22/05/2020

O que de fato é beleza ou feiúra?
"Em todo tempo e lugar, a feiura tem seus aspectos de beleza; é emocionante descobri-los onde ninguém mais os notou."

O que seria beleza?
Quando podemos realmente dizer que alguém é belo ou feio?

Ao iniciar a leitura de Belle Époque da autora Elizabeth Ross esperava apenas conhecer um romance de época na Paris de 1888 e só... Mas, para minha grata surpresa (já que não curto nem um pouco romance de época) essa leitura trouze várias reflexões sobre a beleza x feiúra, os padrões...

Em Belle Époque conhecemos Maude, uma uma jovem da Bretanha que foge de casa para viver seu sonho na linda e glamurosa Paris.
Mas logo que chega a essa cidade Maude ver que realizar seus sonhos é bem mais difícil do que ela imagina.

Em busca de emprego ela termina se deparando com agência do Senhor Durandeau e começa a trabalhar com uma Repoussoirs ou folheta. Esse trabalho em mulheres "feias" serem acompanhantes das belas mulheres parisienses para que elas se tornem ainda mais belas.
e é nesse universo que começam os grandes questionamentos do que realmente é feio ou belo...

Muitas vezes durante a leitura eu percebi que as ditas folhetas tinha uma alma muito mais brilhantes do que as pedras preciosas da alta sociedade... A forma como a jovem Maude desabrocha durante a leitura e força da união das mulheres que há nas páginas de Belle Époque transformam esse romance em algo muito maior do que ele inicialmente se apresenta...

E é por essas e outras tantas reflexões que eu indico a leitura dessa obra para todo mundo.
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