Rio:Zona de Guerra

Rio:Zona de Guerra Newton Rocha




Resenhas - Rio: Zona de Guerra


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Aninha | @pactoliterario 18/05/2019

Carlos Freitas é um detetive que atualmente reside na Zona de Guerra, porém anteriormente ele era da Fronteira, um lugar protegido, onde só pessoas de um grande nível tem acesso. A Zona de Guerra é um lugar onde tem muita corrupção, gangues e todas as outras coisas de ruim.

Carlos é contratado pela prostituta Vivian, sua amiga, Rita de Cássia, que também era prostituta, se jogou de um prédio, essa é a notícia que saiu em todos os lugares, porém na real, a prostituta foi assassinada. Vivian tem plena certeza disso e corre atrás para descobrir quem fez isso com Rita, sendo apoiada pelo corporativo Bruno, que é um ricaço, com muita grana e bens para esbanjar.

"Vai por mim, nem que ela fosse a campeã mundial de salto em distância, aquilo poderia ter sido suicídio. Ela foi morta... assassinada... eu ainda não sei como e nem por que, mas foi."

Carlos pega um bom dinheiro do corporativo Bruno para entrar neste caso. Ele quer investigar tudo, saber dos mínimos detalhes, mas para isso ele precisa sair da Zona de Guerra e estar dentro da Fronteira. Óbvio que ele consegue isso, ele tem uma passe permanente para lá.

O que Carlos não pensava é que iria encontrar Renata, uma "ex-namorada" sua que ele largou para ir para a Zona de Guerra, tem bastante dinheiro que ganhou com sua carreira de advogada. No início a presença de Carlos para ela chega a ser incômoda, mas ela acaba aceitando e ele fica na casa dela enquanto estadia na Fronteira.

Porém ele começa a ser perseguido por corporativos que já sabem da investigação que ele está fazendo e quer a todo custo silencia-lo, ou seja, mata-lo. Agora além de ter que resolver um crime, ele irá desvendar as mentiras que compõe a Fronteira.

"Freitas não disse nada. As emoções se digladiavam dentro dele. Orgulho da mulher com quem sabia que dividiria o resto e sua vida, que, no atual momento, não tinha perspectiva de durar muito. Medo de deixa-la participar daquela louca que tomara proporções que ele não tinha imaginado."

Vamos começar falando do cenário do livro, que no meu ponto foi muito bem construído. O autor não poupou detalhes e descreveu o mínimo de cada lugar e objetos, e claro, fazendo com que em nenhum momento a narrativa fique cansativa.

O livro conta com muita ação, envolve policiais, guardas, corporações e gangues, imagina a loucura que é. E claro, não poderia faltar um romance, já deixo claro que o foco do livro não é esse, mas um romance sempre faz falta em um livro.

A todo tempo temos que ficar ligados durante a narrativa, pois se você vacilar um pouquinho, daqui a pouco já não sabe mais o que está acontecendo no livro, por conta de ser muito detalhado, você pode acabar perdendo alguma parte importante e aquilo fazer falta mais para frente.

O livro não foi a pior leitura do ano, mas também não foi a melhor. No mínimo agradável. Foi bom lê-lo para variar um pouquinho o gênero.

Resenha postada originalmente no blog Pacto Literário.

www.pactoliterario.blogspot.com.br
www.instagram.com.br/pactoliterario
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Vanessa 26/06/2017

Foi uma surpresa
A história é muito boa e envolvente, a escrita também é bem dinâmica, o que acabou resultando em uma ótima leitura. Só o romance que é meio forçado e desnecessário, fora isso foi bem legal, vale a pena ler.
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livrosepixels 15/08/2016

Rio: Zona de Guerra
Em um futuro não muito distante, com a crescente desigualdade social e econômica, o Estado entrou em colapso. Não podendo mais garantir a segurança pública e a ordem social, o governo foi derrubado e mega corporações multinacionais assumiram o poder. Para evitar que o caos se tornasse ainda maior, essas corporações criaram as cidades-fronteiras (cidades com enormes muros separando a elite dos menos favorecidos) e com elas, as polícias corporativas.

No Rio de Janeiro, a Fronteira, uma imensa muralha intransponível e vigiada 24 horas por dia, protege os interesses das corporações do que há do lado de fora, a chamada Zona de Guerra, onde gangues lideram e criam suas próprias leis. Porém, quando um assassinato de uma prostitua ocorre em um edifício de uma mega corporação, um detetive particular é recrutado para investigar o caso.

“Freitas imaginava até o que o policial corporativo estava pensando. Que era impossível um cara vindo da Zona de Guerra, depois de seis anos, aparecer sem um arranhão e ainda mais com um passe permanente de entrada e saída.”

Carlos Freitas é um ex-policial corporativo que trocou sua vida na Fronteira para viver na Zona de Guerra. Freitas não se encaixava naquele estilo de vida a não compreendia como os corporativos podiam deixar tantas pessoas à mercê da desgraça no lado de fora. Agora, após 6 anos vivendo nessa área de conflito, ele é chamado por Viviam, uma prostituta de luxo, para investigar o assassinato da sua amiga. Mas o detetive não imagina que ao aceitar o trabalho, estará colocando sua vida em risco e que irá descobrir segredos que até mesmo as outras mega corporações desconhecem.


MINHA OPINIÃO

Conheci o livro por acaso quando pesquisava por livros nacionais. Fiquei bastante interessado na premissa cyberpunk/distópica e quando vi que se tratava de uma ficção policial, fiquei mais instigado a conhecer a história. Gosto muito de ficção policial, e este tinha um cenário bem diferente do que estou acostumado a ler dentro do gênero. Fiquei um pouco receoso, contudo, devido as suas poucas páginas. Um livro curto e com um cenário futurista, onde inúmeros detalhes podem ser explorados, conseguiria contar uma boa história? A resposta é sim.

Com aproximadamente 205 páginas, Leo Lopes foi objetivo no que a trama pretendia mostrar. A narrativa em terceira pessoa foca nos passos e ações de Carlos Freitas, o detetive. Há poucos capítulos onde a narrativa muda de personagem. E quando muda, de uma forma ou de outra acaba voltando ao personagem do ex-policial.

Enquanto lia, não pude deixar de notar uma certa semelhança com o enredo do filme Eu, robô, baseado na obra homônima de Isaac Asimov. No filme, o policial Spooner não confia nos robôs e prefere as tecnologias já consideradas ultrapassadas do que as novas. Em Rio: Zona de Guerra, o detetive Freitas não confia nas mega corporações e prefere as armas antigas e de tecnologia “ultrapassada” do que as modernas. Dentro da Fronteira, desconfiando de tudo e de todos, o detetive reencontra uma velha paixão e usará esse momento para explicar os seus motivos. Renata, apesar de tudo, resolve ajudar Freitas em sua missão na cidade.

“As portas do elevador se abriram em seu andar, e ela caminhou até a placa biométrica. Reconhecendo sua proprietária, o apartamento abriu-se para ela e começou a fazer os relatórios para que havia sido programado.”

Neste cenário cyberpunk, temos uma sociedade que não vive sem tecnologia. Tudo na vida dos personagens que moram dentro da Fronteira depende dos equipamentos eletrônicos. Os apartamentos possuem inteligências artificiais que reconhecem os proprietários; os carros não possuem mais rodas, pois agora funcionam através de electromagnetismo e colchões de ar; as armas dos policiais funcionam por reconhecimento de DNA do proprietário, e o dinheiro físico não existe mais. A moeda desta sociedade é o chamado crédito , e para utilizá-lo, os personagens dispõem de um dispositivo chamado BPM – Banco Pessoal de Memória, uma espécie de pen drive que permite as transações. Nas cidades, os edifícios são descritos como tendo 30, 40 andares e a segurança é reforçada com a utilização de drones por todos os lados. Outro detalhe do cenário futurista é que não há mais prisões. Quando alguém é condenado por algum crime, é banido da Fronteira e jogado na Zona de Guerra.

Mas o principal foco deste cenário é a representação do abismo entre as classes sociais, tanto no Rio de Janeiro como no restante do mundo. Nessa sociedade futurista, quem possui muitos créditos tem uma vida plena, segura e aconchegante dentro da Fronteira. Quem não possui, é deixado à própria sorte no lado de fora da muralha, onde ladrões, assassinos, estupradores e gangues criam suas próprias leis. Se formos comparar, não é muito diferente do que acontece hoje em dia nas favelas das grandes cidades do país. Lá inúmeras pessoas vivem diariamente em meio aos confrontos entre traficantes, enquanto a maior parte da população, no centro da cidade, dispõem de mais segurança e conforto. Inclusive, o autor comenta, na orelha do livro, que usou de sua experiência pessoal para retratar as desigualdades que via no trajeto de sua casa, na Barra da Tijuca, até a faculdade, no subúrbio do Rio.

E como era de se esperar, há romance na história. Freitas tem uma queda por Viviam, a sua contratante, mas o seu reencontro com Renata reacende alguns de seus mais profundos sentimentos. Mesmo assim, a narrativa não perde o foco e o romance entre os personagens vira mero detalhe, tão pequeno que não atrapalha no andamento da narrativa. O que ao meu ver foi muito bom. Já li vários livros onde o autor utiliza o romance – geralmente desnecessário – como forma de escapar da trama principal e acumular mais algumas páginas.

A narrativa é simples e apresenta bastante palavrões. Mas é de forma intencional, demonstrando como a sociedade declinou, tanto em educação quanto em qualidade de vida. E o que dizer desta capa? Muito bem feita, bem desenhada. A capa, inclusive, dá bastante detalhes do mundo criado por Leo Lopes, o que se mostra muito útil durante a leitura. O que poderia ser melhorado, ao meu ver, é a conexão entre as seções do livro. São poucos os capítulos que terminam de uma forma que desperte o desejo de ir para o próximo.

“- Você foi embora!!! Você acha que aquilo lá é ruim? Você não sabe as coisas que eu tive que fazer para sobreviver aqui dentro. A Zona de Guerra pode ser o Inferno, mas o Diabo mora dentro da Fronteira.”

O desfecho da história me surpreendeu um pouco. Conforme a história vai se desenvolvendo, é possível criar suspeitas sobre o futuro de alguns personagens, acreditando que eles possam ser os possíveis assassinos da prostituta. Porém, quando Freitas enfim resolve o caso, o assassino é completamente diferente do esperado. Mas aí, o autor não desenvolve muito bem esse assassino e a motivação do crime também parece não fazer sentido, o que tira o mérito da revelação. Mesmo deixando um pouco a desejar, as linhas finais sugerem uma continuação, o que já foi negado pelo autor. Segundo ele, apesar da possibilidade, o livro foi escrito para ser único.

A experiência que tive com este livro foi muito bacana e pretendo ler outras histórias ambientadas em mundos cyberpunks. E confesso que estou ansioso com o lançamento do filme, no ano que vem. Vai ser muito bacana ver como esta sociedade futurista será representada no cinema nacional. Se você gosta de de ficção policial e ficção cyberpunk, Rio: Zona de Guerra é uma boa escolha.

site: http://resenhandosonhos.com/rio-zona-de-guerra-leo-lopes/
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Antonio 25/04/2015

Ficção científica e policial
Ficção policial e científica? E tudo isso se passando no Brasil, especificamente no Rio de Janeiro? Sim, parece estranho, mas é RIO: Zona de Guerra, de Leo Lopes. É um grande mérito que ele tenha se aventurado por esses gêneros pouco conhecidos pelos escritores brasileiros. E o resultado surpreende.
Ficção policial e ficção científica. A primeira significa que o personagem principal é um detetive, Carlos Freitas, que é contratado por uma prostituta, Viviam, para descobrir o responsável pelo assassinato de outra prostituta. A segunda significa que essa história se passa no futuro, o Rio de Janeiro se divide entre a Zona de Guerra e a Fronteira. A Fronteira, como o nome indica, é um bairro protegido, onde ficam as grandes empresas, as corporações, e corresponde à Barra da Tijuca e o Recreio dos Bandeirantes. A Zona de Guerra é todo o resto do Rio de Janeiro, cheia de gangues, de foras-da-lei, sendo que o mar subiu e cobriu grande parte dos bairros tradicionais. A ficção científica, como sabemos, é cheia de novidades: em vez de carros, existem flutuadores. Em vez de jornais, TV, existe o Holonoticiário, holocartão, holovisor, holoprojetor. Ou seja, é uma tecnologia que reproduz as 3 dimensões. E essas novidades muitas são saborosas, pois apenas reforçam as tendências atuais. Sem contar que o Rio de Janeiro estar dividido em duas partes (a rica e a pobre) não chega a ser uma novidade.
A história é bem movimentada e cheia de surpresas e guinadas. Sim, é preciso atenção para acompanhar todas as mudanças, sejam as mudanças ‘históricas’, sejam as reviravoltas da história. Mas é isso o que o leitor quer. O personagem principal, Freitas, foge do estereótipo do detetive, pois é gordo. Ele sai da Zona de Guerra (o exílio, para onde foi enviado), e vai para a Fronteira. É claro que algumas vezes a nova tecnologia dá o rumo da história, mas o importante nesse caso é que o autor mantenha a coerência dos personagens e dos fatos — Leo Lopes, que começou escrevendo RPG, conseguiu isso, sem sombra de dúvida.
Imagino que o gênero Ficção científica não seja muito popular no Brasil — o que é uma pena, pois é um terreno fértil para a criatividade. Um livro como esse, Rio: Zona de Guerra, daria um bom filme!! Mas o cinema brasileiro é ainda menos fã da ficção científica — claro, é preciso investir alto nos efeitos especiais, isso dificulta. Mas se você gosta de se aventurar em diversos gêneros, vale a pena ler esse livro. A história prende bastante a atenção e é, no fundo, uma reflexão sobre a realidade atual do Brasil.


site: www.blogselivros.com.br
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LeandroBurla 09/12/2014

Cyberpunk na veia
Conheci o livro por indicação de um podcast o qual seu ouvinte assíduo - o Melhores do Mundo (MDM). O tema me chamou atenção, somado com a boa avaliação pelos podcasters.
A expectativa não foi desfeita. Demorei um pouco a me adaptar com o estilo de narração do autor, arrastado de início, mas que tem como mérito abordar o assunto sci-fi de forma simples, sem exigir grande base de conhecimento sobre o tema. Não usou descabidamente termos de tecnologia, o que poderia assustar um público mais amplo. A trama é simples e envolvente. Os personagens são críveis (alguns são até carismáticos) e a ambientação é bem elaborada. Tive a impressão de que a solução do mistério não teve muita conexão com a investigação em si, apesar de fazer sentido, sem apelação de um "Deus Ex machina". O final é bem interessante.
Recomendo a leitura e fico feliz por constatar que temos mais exemplos de bom conteúdo nacional.
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Leitor Sagaz 16/10/2014

Um thriller policial futurista
Resenha publicada no blog Leitor Sagaz.

Recebi este livro em parceria com a editora Avec, o trabalho gráfico foi a primeira coisa que me chamou a atenção, a diagramação também ficou excelente e nos proporciona uma leitura fluida e dinâmica.

Mas vamos entender o cenário do livro, em um futuro (não tão distante) as cidades foram tomadas por rebeliões e crimes, em contra partida grandes corporações foram formadas e se protegeram nos grandes centros. Nestes centros foram erguidos enormes muros, separando os mais ricos da ralé, dentro da fronteira praticamente todos trabalham para as corporações e a policia é denominada de policia corporativa.


Enquanto isso do lado de fora na Zona de Guerra o domínio fica por conta das gangues, o povo vive na miséria e com medo, não existe governo para protegê-los, e é nesse mundo esquecido que vive o nosso personagem principal: o detetive Freitas, ex-policial corporativo, e que decidiu morar e trabalhar na Zona de Guerra por livre e espontânea vontade.

Freitas trabalha como detetive particular e sempre ajuda seus vizinhos, é respeitado até mesmo por membros de gangues. Ele abandonou o mundo corporativo por não concordar com o que era feito por lá, a segregação e o preconceito reinam dentro dos muros das cidades, onde seus moradores ostentam riquezas e soberba!

Um crime pode abalar a cidade, uma prostituta supostamente cometeu suicídio se atirado do alto de um prédio de luxo! Mas sua amiga Vivian não acreditou nessa versão, ela foi procurar por Freitas e não importaria quantos créditos custasse, mas ela iria saber a verdade sobre essa morte.

Vocês já entenderam que se trata de um livro policial, o cenário é um futuro apocalíptico bem interessante, a tecnologia armamentista proposta também é muito legal. Todo o enredo proposto no livro é muito interessante.

Freitas é um cara meio gordinho que você não daria nada por ele, mas ao contrário do que vocês possam imaginar ele é bem ágil e muito dedicado em suas causas, vai fazer de tudo para resolver o mistério sobre essa morte.

As questões sociais propostas no livro, não são algo tão absurdo assim, afinal vivemos em um mundo capitalista onde apenas os de poder aquisitivo elevado são beneficiados com tudo de bom que o governo pode oferecer.

No geral as investigações, os personagens e a ambientação são ótimos. O problema fica pela ficção científica que poderia ter sido mais explorada, os detalhes sobre os carros (flutuadores), as novas tecnologias e o sistema de defesa deveriam aparecer um pouco mais no enredo. Não concordei com a forma que foi proposto o final, tudo aconteceu muito abruptamente e nos pega de surpresa.

Claro que os pontos negativos não desqualificam de maneira alguma a obra, mesmo assim é uma obra muito boa e que eu recomendo totalmente. O Freitas é um detetive bem perspicaz e nos faz torcer por ele.

Acho que o Leo Lopes poderia trabalhar numa continuação e abordar mais os pontos que faltaram neste livro, tenho certeza que uma nova história do detetive Freitas iria fazer sucesso.

Fico por aqui e espero que vocês tenham gostado da resenha e que leiam o livro futuramente, um abraço e até a próxima.

Abraços,
Diego de França

site: http://www.leitorsagaz.com.br/2014/10/resenha-rio-zona-de-guerra-leo-lopes.html
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Marcos Pinto 04/10/2014

Um bom cyberpunk nacional
Os leitores frequentes aqui do blog sabem que eu adoro uma distopia; hoje, estou trazendo para vocês um livro deste gênero com carimbo nacional e uma alta qualidade. Vamos conferir um pouco mais dessa obra?

As diferenças culturais e sociais se tornaram tão grandes que já não era mais possível a convivência entre as altas classes com o povão. O resultado foi a divisão do estado do Rio de Janeiro. De um lado a Barra da Tijuca e Recreio dos Bandeiras dominados pelo luxo, glamour e alta tecnologia; do outro, o resto do RJ: a chamada Zona de Guerra.

Toda a Zona de Guerra carioca é dominada por diversas gangues que causam terror na população já pobre e desprovida. Todos que vivem daquele lado tem uma vida sofrida e, muitas vezes, curta. Na Barra, porém, apesar do luxo, há uma ditadura velada, comandada pelas grandes corporações. Só é possível saber e pensar o que essas megacorporações permitem.

As ruas estavam desertas àquela hora. Todos sabiam que era suicídio andar sozinho pela Zona de Guerra depois das oito horas da noite. Freitas não se preocupava com isso. Ele conhecia o Méier como a palma de sua mão e o Méier o conhecia também. Não seria incomodado (p. 11).

Porém, apesar dessa forte divisão, na Zona de Guerra vive um detetive diferente: Carlos Freitas. Ele mora na Zona porque quer e faz isso com um sorriso no rosto. Porém, um estranho assassinato ocorre dentro da Barra e ele é chamado para investigar. Contudo, Freitas nem imagina que esse único crime poderá mudar sua vida e também a Barra da Tijuca.

Como vocês devem ter percebido, o livro é uma mistura de distopia com um romance policial cyberpunk. Dentro desse cenário distópico e policial, o autor conseguiu criar personagens interessantes, um detetive inteligente e uma história bem original. Pelo enredo se passar no Rio de Janeiro, ainda é conferida ao leitor brasileiro uma espécie de familiaridade com a obra.

Carlos Freitas, sem dúvida, é o grande personagem do livro. O autor conseguiu trabalhá-lo bem, tanto fisicamente como psicologicamente. Embora o livro seja em terceira pessoa, conseguimos entender o pensamento e o modo de agir do protagonista, criando ainda mais verossimilhança.

É por essas e outras que eu saí dessa merda, Rocha. Aquelas pessoas não são piores que ninguém aqui dentro da Barra da Tijuca. Tem gente boa lá, gente que devia ter seus direitos protegidos, e não ser exilada para um lugar sem lei (p. 33).

Os demais personagens também são bons e muitos deles, apesar da pouca participação, são cativantes, como Branquinho, um contrabandista que está sempre com um sorriso no rosto Por outro lado, acredito que o autor poderia ter dado um papel maior e mais desenvolvido para Vivian. Ela foi importantíssima para o desenrolar da trama, mas obteve poucos holofotes.

A narração do autor é muito ágil, fluída e cheia de ação. A investigação não é totalmente detalhada, mas isso não prejudica o desenvolvimento da obra, pois o autor acaba compensando com uma narrativa de tirar o fôlego. E, exatamente essa narração alucinante que deixa um gostinho de quero mais e gera uma expectativa para que haja outras obras.

Restaram algumas pontas soltas na obra, mas acredito que tenha sido proposital para que haja outros livros. Uma delas, por exemplo, é a criação das Zonas de Guerras que não foi explicada. Afinal, se o capitalismo prega uma suposta inclusão, dando ao trabalhador um salário pequeno, mas suficiente para sobreviver e consumir, por que criar zonas de guerras através do mundo e excluir essa grande massa consumidora?

O holovisor era velho e muito usado, além de não ter as lentes limpas há muito tempo. O resultado era que a projeção tridimensional formada era falha, com pontos onde somente o vapor podia ser visto. Parecia que a imagem tinha sido atingida por uma saraivada de balas e eu a fumaça ainda saía dos projéteis incandescentes incrustados na coluna de luz (p. 76).

Em Rio: Zona de Guerra, Leo Lopes mostra que possui um grande talento e está em processo de evolução. Ele ainda não pode ser comparado aos grandes gênios do gênero, como Philip K. Dick, mas acredito que ele tem tudo para chegar longe no mercado editorial. Ele é, sem dúvidas, um dos melhores autores brasileiros deste gênero.

Certamente a obra é indicadíssima, tanto para quem gosta de distopias misturadas com romances policiais cyberpunks como para quem é iniciante no gênero. Não deixe de ler, você vai adorar.

site: http://desbravadoresdelivros.blogspot.com.br/2014/10/resenha-rio-zona-de-guerra.html
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Artur 29/09/2014minha estante
Valeu pelo Spoiler!!!!


Rodrigo Ruas 02/10/2014minha estante
Vdd! Vou marcar como spoiler!




Telma 12/08/2014

Rio de Janeiro em guerra civil (dá pra imaginar, não é?).
A Barra da Tijuca e o Recreio dos Bandeirantes é cercada por uma muralha que serve de fronteira para dois “mundos” completamente distintos.

Do lado de dentro, o pessoal da elite, com grana, belíssimas moradias, comida e facilidades (amei os carros que aqui são chamados “flutuadores”... imaginam o porquê do nome?); do outro lado os famintos, o tráfico, os desabrigados.

O que define quem vive de cada lado?

As mesmas definições na nossa sociedade atual: a politicagem, a “ditadura enrustida”, a opressão... enfim, uma sociedade muito parecida e muito diferente da nossa (ao menos por enquanto)... veja o quote abaixo:

O Estado não tinha mais como arcar com custos de segurança. Não era mais possível garantir o bem estar dos” cidadãos de bem” que ficavam dentro da Fronteira, protege-los contra as hordas imundas de gangues e de desafortunados que não tinham créditos para comprar suas passagens para fora da Zona de Guerra. Toda a segurança dentro da Barra da Tijuca, inclusive a patrulha de inúmeros quilômetros de muralhas da Fronteira, ficava dividida entre as polícias das centenas de mergacorporações multinacionais com escritórios no Rio de Janeiro. Nada de cadeias ou prisões. Os criminosos simplesmente eram jogados do lado de fora da muralha, para sobreviverem de Guerra, ou executados durante as investigações.” (p.19)

O grifo em negrito é meu... mas... dá pra imaginar? Além dos criminosos, quem vivia do lado de fora era quem não tinha créditos para pagar a vida dentro (crédito = moeda vigente), ou seja, pessoas como você e como eu.

São 3 os personagens que mais chamam a atenção:

Carlos Freitas: o detetive, cheio de falhas... que poderia viver dentro da Fronteira mas prefere ajudar os injustiçados do lado de fora (perdeu muito na vida com isso, mas ganhou meu respeito). Veja uma das falas que mostram muito do seu caráter:

- Se não fosse a Fronteira – Freitas interrompeu, alterando um pouco o tom de voz -, essas pessoas não estariam entregues à própria sorte, sem a menor infraestrutura e condições de vida. O que esses corporativos filhos da puta achavam que ia acontecer? Que o crime ia diminuir do outro lado? Não faz sentido, Rocha. Nunca fez. (p.33)

Vivian Ballesta: prostituta que trabalhava dentro da Fronteira... vou deixar você com a descrição original dela:

A mulher era alta, ruiva e tinha olhos naturalmente verdes. Freitas sabia disso porque odiava o efeito falso que as manipulações genéticas de íris, tão na moda atualmente, causavam. Não tinha no rosto nenhuma maquiagem, a não ser o batom extremamente vermelho, e, mesmo assim, sua pele era completamente lisa e limpa. (p.18)

Renata Braga, advogada que trabalha dentro da Fronteira. A vida por lá lhe deu muita grana. Já tinha tido um envolvimento com Freitas (que você vai saber qual, quando ler o livro ;) ). Também deixo você com a descrição dela:

Renata era uma mulher bonita com um pouco mais de trinta e cinco anos. Tinha cabelos escuros muitos lisos, cortados na altura do ombro e usava um tailleur bem ajustado ao corpo. A saia, que se estendia até logo acima dos joelhos, revelava pernas de alguém que estava em forma e que certamente se preocupava com a aparência.

O que essas pessoas têm em comum neste momento da história do livro?

Envolveram-se, cada uma à sua maneira, para descobrir sobre o suicídio (que Vivian cria ser assassinato) de uma prostituta amiga de Vivian. (Uma amizade coloridíssima, você vai comprovar).

Vou relatar abaixo a cena do suicídio que está no primeiro capítulo do livro:

Imerso em seus pensamentos, Sebastião foi pego de surpresa pelo estrondo e estilhaços de plastvidro que atingiram a parte de trás de seu corpo. (...). Uma mulher jazia sobre o que restava do teto do elegante flutuador último tipo. Ela estava afundada sobre o teto, algumas partes do corpo tão mescladas à superfície lustrosa do veículo que pareciam ter sido fabricadas junto com ele.

O que mais chocou Sebastião não foi a nudez da mulher, nem o sangue que escorria de sua boca e empoçava sobre o material plástico deformado, nem o fato de estar calçando sapatos de salto altíssimo, nem a posição em que seu corpo ficou, com as pernas viradas para um lado e o tronco para o outro. O que mais chocou o porteiro foi ela estar de olhos abertos, e o azul profundo daqueles olhos ainda parecer emanar vida, mesmo que ele tivesse certeza de que ela estava morta.


Por que colocou tantos quotes, Telma?

Porque, além de ambientar, eu também queria que vocês visse um pouquinho da qualidade da escrita de Leo, além do excelente trabalho de revisão e diagramação do livro.

Não há erros de Português!

A Avec é uma Editora que acaba de se lançar no mercado mas percebo claramente que ela preza pela qualidade, ao invés da quantidade. Já peguei livros de Editoras grandes com erros tipográficos e gramaticais! Isso me dá dor de estômago...rs* Sério! Fico mal...rs

Também sei que os quotes que coloquei não contém spoilers, então, por que não dar essa “canja” pra vocês? Né? É!

A trama é intensa, veloz e fica-se querendo demais saber o que vai acontecer a seguir. Torci muito por Freitas! Torci também para descobrirem a verdade sobre o assassinato disfarçado de suicídio. Mas não posso contar mais nada... ou me colocarei pra fora da Fronteira por soltar spoilers, ou mesmo me executarei myself! Hsuahsauhsuahsuhasuhaushuahsua

Ok... é isso!

Último lance: eu havia lido em uma resenha, no Skoob, que esse livro que era uma cópia piorada de Rio 2054, que também li e também achei fenomenal, mas creiam: são livros com elemento em comum, mas com contextos e história completamente diferentes. Os focos são diferentes também.

Ademais quem disse que foi uma cópia, ignora que Rio, Zona de Guerra foi escrito primeiro.

Achei injusta a acusação e como sou tal qual Freitas, deixo esse erro retificado nessa resenha.

PS.: é possível que essa resenha contenha erros ortográficos ou gramaticais. Ainda será revista. Acaba de sair do forno direto procês!

site: http://surtosliterarios.blogspot.com.br/
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Gerson Filho 04/08/2014

Ainda precisa evoluir
Vi Zona de Guerra à venda na livraria Cultura, no Centro do Rio, e confesso que comprei a ideia pela capa. Um rio pós-apocalíptico? Um noir policial? Cyberpunk?

Acho que me decepcionei um pouco. Nenhum dos lados do livro se cumpre muito bem. Não é um bom livro policial porque, diferente das boas obras do gênero, não te dá uma trilha lógica até o "assassino". Apesar de se dizer cyberpunk, a maneira meio simplória e passageira como o autor aborda o impacto do futuro sobre a sociedade deixa várias boas ideias jogadas no lixo. O livro é muito curto e, com personagens muito estereotipados, não consegue prender em nenhum deles. Acho que só dei duas estrelas porque o protagonista vive no mesmo bairro que eu, o Méier.

Zona de Guerra parece um conjunto de boas ideias má executadas ou feitas às pressas por algum com pouca experiência literária. Entre as distopias brasileiras que li recentemente, foi a mais fraca.

Recomendo Supernova, Rio 2054 e Reis do Rio.
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Kbeça 29/07/2014

Muito bom.
A narrativa descritiva me fez caminhar pelas ruas do Méier e da Barra da Tijuca facilmente. Cada cena é bem descrita ficando fácil ver como o livro seria bem adaptado aos cinemas.

Os diálogos são fluidos e bem humorados.

Os mistérios da história são bem construidos e se mantém até o momento da conclusão.

E o final do livro me deu vontade de ler uma continuação.

Recomendo fortemente a leitura para fãs e não fãs de ficção científica. Mas, acima de tudo para apaixonados por literatura.

site: http://aveceditora.com.br/e-books/e-books-ficcao/rio-zona-de-guerra/
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Noris 28/07/2014

Recomendo!
Com um romance policial cyberpunk, tanto o autor Leo Lopes quanto a editora AVEC dão seu primeiro passo no mercado editorial. E como dizem, "começaram com o pé direito"!

Em RIO: Zona de Guerra, Leo Lopes nos apresenta o Rio de Janeiro num futuro próximo, onde a sociedade vive dividida por uma Fronteira física, onde pobres e marginais são jogados de um lado e os ricos ficam em outro, protegidos por polícias corporativas, já que o Estado deixou de conseguir oferecer segurança e manter a ordem.

Enquanto muitos sonham em viver na Barra da Tijuca, acompanhamos o detetive Carlos Freitas, que decide abandonar sua carreira lá e viver na Zona de Guerra, para o horror de seus colegas. Seis anos se passam e Freitas se adapta bem ao lugar, é respeitado e querido por vários moradores, mas a investigação da morte de uma prostituta o leva de volta para o lado de dentro da Fronteira.

Eu não sou fã do gênero policial, mas ao descobrir o lançamento de uma obra que retrata o Brasil como um cenário distópico, precisei devorar a obra o quanto antes. Curto muito quando nossos autores se debruçam em imaginar o nosso país, com passados alternativos ou possíveis futuros.

Talvez por Leo Lopes ter formação em Direito, ele consegue envolver facilmente o leitor nas situações investigativas e no uso da retórica para manipular personagens e confundir os sistemas de segurança da história. E como a história se desenrola numa época não tão distante, é fácil para a gente suspender a realidade e se envolver.

A escrita do autor tem bastante ação e os cenários são bem descritos, o que me fez sentir em partes vendo um filme. Seus personagens são em sua grande maioria clichês, mas a história não. Inclusive, quanto mais a trama se desenrola, mais inovadora ela fica, e as características de ficção científica vão ficando cada vez mais fortes.

Embora a história não necessite de uma continuação, é difícil não terminar o livro com vontade de ler mais sobre esse universo, ver o que virá depois e depois. As 200 páginas parecem pouco para um mundo tão rico e com tantas tramas possíveis. Embora a editora não tenha anunciado, fico no aguardo de um RIO: A Fronteira ou algo assim :-)

site: http://www.coisashorrorosas.com.br/2014/07/resenha-rio-zona-de-guerra.html
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@paty_bookaholic 14/07/2014

Rio – Zona de Guerra, Resenha, @AVEC_EDITORA
Num futuro muito caótico, podemos encontrar o detetive Freitas. Em uma sociedade muito dividida entre os que estão dentro e fora das fronteiras da Barra da Tijuca, o detetive Freitas tem um passe livre para entrar e sair de lá quando quiser, uma coisa que grande parte da população adoraria, mas por algum motivo que ninguém sabe qual é ele prefere morar na Zona de Guerra.

“As ruas estavam desertas àquela hora. Todos sabiam que era suicídio andar sozinho pela Zona de Guerra depois das oito horas da noite. Freitas não se preocupava com isso. Eele conhecia o Méier como a palma de sua mão e o Méier o conhecia também. Não seria incomodado. Em todo caso, sua Princesa estava ali para protegê-lo.”

Ele é contratado por uma mulher, para investigar o assassinato de sua amiga, mas o que ele não esperava era encontrar algo muito maior que um simples assassinato.

“- Desculpe a invasão, detetive, mas o senhor estava demorando a voltar e eu realmente precisava me refrescar. Meu nome é Vivian Ballesta e quero contratar os seus serviços – disse a mulher, enquanto alcançava a cadeira ao lado do visitante. Ela sentou e cruzou as pernas, mostrando mais pele do que seria aconselhável na Zona de Guerra. Tanto Freitas quanto o homem de terno olharam para suas coxas.”

Ele se envolve com toda uma trama envolvendo as grandes corporações que “cuidam” da cidade dentro da barreira. Ele sofre tentativas de assassinato e é arrastado para uma intriga atras da outra. Descobre que pode contar com a população da zona de guerra de um modo que nunca imaginou. Grandes revelações, suspense e muita ação isso é o que você encontrar ao ler este livro. A muito tempo eu não encontro um romance policial que me agrade, isto é uma realidade, mas Zona de Guerra me prendeu do inicio ao fim, li em poucas horas, e espero que tenhamos mais alguma novidade ou continuação desta incrível história, que na minha opinião tem muito a render.

O livro é incrivelmente lindo, a arte da capa e a diagramação são perfeitas, e a leitura é muito agradável.
Espero que tenham gostado da minha resenha, espero a sua opinião.
Beijinhos da Paty ;)

site: http://portal.julund.com.br/resenhas/rio-zona-de-guerra-resenha-avec_editora
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Café & Espadas 08/07/2014

Resenha Rio: Zona de Guerra
E esse ano está realmente com agradáveis surpresas literárias!

Quando vi na timeline do meu perfil no facebook e também na página do blog o anúncio do lançamento desse livro fiquei um pouco intrigado e receoso.

Pela sinopse da história, deu para perceber que se tratava de uma ficção científica mesclada com uma abordagem de desigualdade social que extrapola todos os limites, em um mundo tecnologicamente avançado onde parte da sociedade é extremamente decadente, e com pouco ou quase nenhum acesso a todo esse desenvolvimento. E isso faz a história criada por Leo Lopes se encaixar dentro do subgênero cyberpunk.

O mais interessante é que temos tudo isso se desenrolando aqui no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro. Mais precisamente ainda, na Barra da Tijuca, uma das “áreas nobres” do que restou do Brasil, onde as megacorporações que controlam tudo e (quase) todos, dita as regras e monta uma segurança reforçada para garantir a segurança dos “cidadãos de bem”.

E nessa distopia temos o detetive Freitas. Um homem que mesmo possuindo um passe de permanência absoluta para residir dentro da área confortável e segura, decidiu morar na zona de guerra. Todos os moradores e até mesmo as criminosas gangues e seus líderes o respeitam por isso. Mas um assassinato envolto em perguntas e suposições irá mudar a vida do nosso protagonista, levando até uma bela prostituta que quer os talentos investigativos de Freitas para solucionar o caso.

Logo, o detetive percebe que a rede que integra todos os possíveis envolvidos é bem maior do que ele pensa. O perigo mina todos os seus planos e a traição pode vir, como sempre, de onde menos se espera.

A narrativa desenvolvida pelo autor flui de uma forma que cativa o leitor logo nos primeiros momentos da leitura. A linguagem da obra é de fácil assimilação e os diálogos são simples em sua base, carregados de uma linguagem pesada e por vezes sensual, mas que abrem o leque de pontos de vista referenciados a situação da sociedade excluída e seu estado de anarquia absoluta.

Rio: Zona de Guerra não é só um suspense policial, uma trama investigativa sobre um assassinato de uma prostituta na elite carioca. É uma história sobre a densa desigualdade social que cobre e devasta nosso país já nos dias de hoje, e desde sempre. O autor transfigura esse cotidiano de nossa sociedade com um ambiente dividido entre o progresso e a ruína, com tecnologia transbordando por todos os lados.

Os tipos humanos se misturam de forma homogênea. Freitas vai além do admirável morador de zona de guerra, mostrando uma capacidade de liderança e influência muito abrangente, e o ideal de derrubar o sistema e mostrar que ainda há algo bom que pode ser resgatado do meio de todo o caos que permeia as primícias de todas as suas ações.

O que lemos nesta obra não é sobre o futuro, ou o rumo que as coisas podem tomar. Vemos tudo que está descrito no nosso cotidiano sem necessidade de análises mais profundas. As grandes muralhas sociais existem. A desigualdade, independentemente de sua origem, é um dos catalisadores para a violência generalizada e banal como vemos no livro, onde a morte chega a ser algo inquietantemente corriqueiro.



Sobre a edição: a AVEC Editora, que já é uma das nossas parceiras, nos proporciona uma leitura agradável com uma edição caprichada em todos os quesitos. Pouquíssimos erros de revisão, papel de qualidade (um pouco amarelado e que não deixa a sombra das letras da página transparecerem na que está sendo lida) e de boa gramatura, fonte aprazível e uma capa com orelhas e ilustrada por Diego Cunha.

O que posso dizer sobre Rio Zona de Guerra é que ele realmente superou minhas expectativas. Sempre fico muito apreensivo quando vou ler qualquer obra de ficção científica ou de qualquer um de seus subgêneros, pois sei como é fácil o autor se perder na linha de sua trama e acabar corrompendo completamente a proposta do livro.

Porém isso não ocorre na obra de Leo Lopes. Muito pelo contrário. Em toda a sua simplicidade, ele consegue simultaneamente manter o ritmo da narrativa com perfeição e manter o suspense permeando todo o desenrolar da trama. E o final (que diga-se de passagem: dá um bom gancho para uma continuação...) fecha a história dentro de seu próprio ato, trazendo o que a maioria dos leitores apreciam: um final sem interrogações.

site: http://cafeeespadas.blogspot.com.br/2014/07/resenha-rio-zona-de-guerra.html
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