Tempos extremos

Tempos extremos Miriam Leitão




Resenhas - Tempos Extremos


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Helder 24/04/2016

Duas vergonhas nacionais
Tempos extremos já merece um ponto especial por ser um Romance nacional. Estória com começo, meio e fim e personagens criados do zero. Ainda não é a perfeição, mas a famosa jornalista Mirian Leitão já tem uma boa estreia.
Ela nos conta duas estórias, ambas em momentos de vergonha nacional, que por mais que já tenhamos ouvido falar ou até estudado, sempre nos surpreendem.
Uma das estórias do livro passa-se na época da escravidão, onde conhecemos uma família cujo pai nasceu livre e busca algo assim para seus filhos. Mas como se livrar da escravidão? Com a força bruta, arriscando sua vida em uma fuga com poucas chances de sobrevivência ou usando de inteligência e conquistando sua liberdade junto ao homem branco. Difícil imaginar a crueldade de vidas destruídas neste período. Pessoas tratadas como mercadorias sem ter direito nem a sonhar.
A outra parte de estória passa-se no presente, mas com resquícios da ditadura. A matriarca da família resolve reunir seus quatro filhos e netos para comemorar seus 88 anos, mas o tempo deixa marcas, principalmente em Hélio e Alice. Ela foi prisioneira politica e seu marido foi assassinado. Até hoje sem corpo para um enterro. Na época da repressão, Hélio, seu irmão, era militar, ou seja, estava do outro lado e Alice o acusa até hoje de não tê-la ajudado e a seu marido. Os tempos evoluíram. Acabou o militarismo, Hélio está na reserva, e o PT, do qual ela agora faz parte, chegou ao poder. Mas o que mudou? Fantasmas e estórias não contadas rondam esta família, e certas verdades podem ser cruéis.
O livro tem cenas lindas. Impossível não se emocionar com Paulina altiva tocando piano com seu belo vestido cheio de sangue. Ou com Joana cortando o frango na cozinha enquanto o real passado vai sendo revelado.
Mirian Leitão escreve muito bem. Coesa e poética. Sem encher linguiça. Só não curti muito a costura escolhida por ela para juntar as duas estórias. Para mim, acabou ficando um pouco forçado. Difícil acreditar que Larissa ou mesmo Miriam falassem com fantasmas.
Acredito que se ela tivesse escrito dois livros, teríamos duas ótimas estórias e com mais pé no chão.
Mas vale a leitura. Boa aula de historia e ótimos momentos de literatura.
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Delírios e Livros 07/12/2015

Tempos extremos tem como protagonista Larissa uma mulher de quase quarenta anos que ainda não conseguiu se encontrar profissionalmente, deixou de ser jornalista porque não conseguia lidar com a competitividade do ramo e está pensando em fazer doutorado em história, área na qual ela domina e ama. Larissa sempre foi muito retraída e prefere ficar sozinha no mundo de seus livros do que no meio de muitas pessoas.
“Hoje eu sei que pequenas decisões mudam o rumo da vida ou apressam a morte.”
A trama se inicia quando a avó de Larissa resolve reunir a família em sua fazenda em Minas Gerais para comemorar seus 88 anos, Soledad de Sinhá é uma antiga fazenda que existe desde a época da escravidão e cheia de estórias como a de uma mulher que se suicidou ali quando o marido a abandonou e que assombra o lugar, é nesse clima que o livro começa, com Larissa vendo um vulto de uma mulher no quarto que está dormindo, logo pensa que é sua prima Monica que está querendo assustá-la, mas descobre que não, mesmo Larissa não acreditando nessas coisas resolve ir dormir com a prima.

“O tempo parecia horizontal. Presente e passado convivendo, e ela entrara por alguma fissura. Imaginação? Tudo era real. E impossível.”

A misteriosa mulher em vulto continua a aparecer para Larissa e elas acabam conversando, o que Larissa não esperava é que ela seria o passado daquela fazenda, uma escrava em desespero junto a seu pai e irmão querendo que Larissa ajude-os a descobrir se seus planos para se tornarem livres irão dar certo no futuro. Larissa fica fascinada e pensa se não pode estar enlouquecendo ao entrar em contato com as pessoas do passado, o passado que Larissa tanto ama e vai tentar através dos registros guardados da época na fazenda se pode ajudá-los.

“Toda história em enredo. Essa é interessante, mas esquisita, eu nem sei se sonho, vivo ou leio. Se vocês são reais, frutos da minha imaginação, personagens de um livro que estou lendo, delírio. Se estou enlouquecendo.”

No tempo real a família de Larissa está reunida, mas sua mãe Alice e seu tio Hélio vivem brigando devido estarem em lados opostos na época da Ditadura, o que reflete até hoje essa briga deles. Alice foi presa na época da Ditadura e Hélio era militar. O pai de Larissa desapareceu quando foi torturado e seu corpo nunca foi encontrado. Alice não perdoa o irmão por não achar seu marido e por participar daquela crueldade que foi a ditadura.

“Um desaparecido não é morto. Um desaparecido pode aparecer? A que mundo pertence o desparecido? Ao dos vivos? Ao dos mortos? E sempre uma história em aberto, uma biografia parada no ar.”

Minhas impressões

O livro começa em um clima sombrio, mas logo parte para uma trama recheada de estória em forma de romance, ao mesmo tempo que voltamos a época da escravidão através de Larissa, também iremos viver a Ditadura Militar através das constantes discussões de Alice e Hélio.

Fiquei muito encantada com a leitura, Larissa foi uma protagonista que me encantou demais, me identifiquei demais com ela em alguns aspectos, me emocionei com a estória dos escravos e também fiquei chocada com as reviravoltas que vieram à tona da época da Ditadura.

Amei cada palavra desse livro, e fiquei muito feliz ao saber que a Globo vai adaptar para minissérie a trama, porém ainda sem data de estreia. O roteiro será de Maria Adelaide Amaral, que pediu para incluir na trama o depoimento de Míriam sobre a tortura que sofreu na ditadura. Nem preciso dizer que estou muito ansiosa por esta adaptação.

Recomendo a leitura a todos.


ESCRITO POR DANIELLE PEÇANHA

site: www.delirioselivros.com.br
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Danielle 01/08/2015

MARAVILHOSO
Tempos extremos tem como protagonista Larissa uma mulher de quase quarenta anos que ainda não conseguiu se encontrar profissionalmente, deixou de ser jornalista porque não conseguia lidar com a competitividade do ramo e está pensando em fazer doutorado em história, área na qual ela domina e ama. Larissa sempre foi muito retraída e prefere ficar sozinha no mundo de seus livros do que no meio de muitas pessoas.
A trama se inicia quando a avó de Larissa resolve reunir a família em sua fazenda em Minas Gerais para comemorar seus 88 anos, Soledad de Sinhá é uma antiga fazenda que existe desde a época da escravidão e cheia de estórias como a de uma mulher que se suicidou ali quando o marido a abandonou e que assombra o lugar, é nesse clima que o livro começa, com Larissa vendo um vulto de uma mulher no quarto que está dormindo, logo pensa que é sua prima Monica que está querendo assustá-la, mas descobre que não, mesmo Larissa não acreditando nessas coisas resolve ir dormir com a prima.
A misteriosa mulher em vulto continua a aparecer para Larissa e elas acabam conversando, o que Larissa não esperava é que ela seria o passado daquela fazenda, uma escrava em desespero junto a seu pai e irmão querendo que Larissa ajude-os a descobrir se seus planos para se tornarem livres irão dar certo no futuro. Larissa fica fascinada e pensa se não pode estar enlouquecendo ao entrar em contato com as pessoas do passado, o passado que Larissa tanto ama e vai tentar através dos registros guardados da época na fazenda se pode ajudá-los.
No tempo real a família de Larissa está reunida, mas sua mãe Alice e seu tio Hélio vivem brigando devido estarem em lados opostos na época da Ditadura, o que reflete até hoje essa briga deles. Alice foi presa na época da Ditadura e Hélio era militar. O pai de Larissa desapareceu quando foi torturado e seu corpo nunca foi encontrado. Alice não perdoa o irmão por não achar seu marido e por participar daquela crueldade que foi a ditadura.

Minhas impressões
O livro começa em um clima sombrio, mas logo parte para uma trama recheada de estória em forma de romance, ao mesmo tempo que voltamos a época da escravidão através de Larissa, também iremos viver a Ditadura Militar através das constantes discussões de Alice e Hélio.
Fiquei muito encantada com a leitura, Larissa foi uma protagonista que me encantou demais, me identifiquei demais com ela em alguns aspectos, me emocionei com a estória dos escravos e também fiquei chocada com as reviravoltas que vieram à tona da época da Ditadura.
Amei cada palavra desse livro, e fiquei muito feliz ao saber que a Globo vai adaptar para minissérie a trama, porém ainda sem data de estreia. O roteiro será de Maria Adelaide Amaral, que pediu para incluir na trama o depoimento de Míriam sobre a tortura que sofreu na ditadura. Nem preciso dizer que estou muito ansiosa por esta adaptação.
Recomendo a leitura a todos.


site: www.delirioselivros.com.br
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Dimmi 28/07/2015

Tempos Extremos tem uma bela pesquisa a basear sua narrativa, o que torna seu enredo bem construído e executado e seus personagens sólidos. A início da obra, no entanto, tem baixa fluidez principalmente pelo exagero de explicações sócio-econômicas relativas ao aos diversos mundos em que a obra se passa, o Brasil Colônia, a Ditadura das décadas de 60/70 e o Brasil atual. A força desse trabalho começa na fusão desses três mundos a partir da personagem principal, Larissa, e sua tentativa de se encontrar. A última frase de Tempos Extremos é uma relíquia que deve ser levada na alma.
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Tomo Literário 04/02/2015

Tempos Extremos - Míriam Leitão
Em “Tempos Extremos”, estreia da escritora e jornalista Míriam Leitão na ficção, publicado em 2014 pela Editora Intrínseca (270 páginas), estão retratados dois tempos da história brasileira. Embora esteja ambientada no século atual, são visitados através dos personagens, os períodos da escravidão (século XIX) e da ditadura (século XX). Esse último a escritora conhece de forma empírica.

No livro, Larissa é jornalista, uma mulher tida como estranha pela família, casada com Antônio, também jornalista. Larissa tem contato com pessoas de outros tempos, na fazenda. Entre os escravos que conhece e “conversa”, vai descobrindo momentos da história no período escravocrata brasileiro e tenta descortinar o que aconteceu com aqueles escravos que estão próximos dela.

Nesta fazenda, localizada em Minas Gerais, mistérios cercam a família que vive alguns conflitos, até mesmo reforçados por diferenças políticas e divergências do passado que carregam até o momento presente.

“Queria que compreendesse minha aflição e meu desterro. A nenhum tempo pertenço. Transito sonâmbula ou insone por uma enorme casa escura. Nela vejo tudo com visão mais aguda do que jamais tive. Encontro pessoas que não são deste mundo nem desta época, mas elas eu entendo mais do que a minha família. São eles os escravos, ou sou eu a escrava de um tempo da qual não pertenço? (...)” Questiona-se Larissa em carta enviada ao marido Antônio.

A narrativa de Míriam é emocionante e o enredo envolvente. As relações dos personagens são densas, assim como a densidade de Larissa, carregando seu jeito introspectivo e por vezes aparentemente tímido. Ao mesmo tempo que a personagem tem voltas ao passado, ela se mostra a frente, com uma busca profunda para alcançar seu objetivo. A história, entremeando o momento presente e dois momentos amargos vividos no Brasil, a ditadura e a escravidão, rompe a barreira do tempo. Larissa é uma mulher que expande-se para o mundo, por meio do seu próprio mundo.

O marido Antônio fala para ela: “(...) Você é complexa, densa, parece ter muitas vidas. O ordinário do cotidiano a derrota. Suas vitórias são menos visíveis. Entendi que a temporada na fazenda, com aquela chuva que manteve todos prisioneiros, permitiu a você viver a intensidade dessa sua paixão pelo passado, pelos detalhes reveladores. Você vê significado no que as pessoas pensam ser apenas decoração. Por isso, surpreende sempre. (...)”

Uma descoberta feita por Antônio lança a reabertura de uma ferida dolorosa para a família. Essa descoberta machuca a alma de Alice, mãe de Larissa, uma mulher que carrega marcas pesadas do passado, que a tornaram dura, de certa maneira. Machuca também Maria José, vó de Larissa, que viveu momentos tensos, incluindo a privação de sua liberdade por atos cometidos pela filha Alice. A história envolve ainda Hélio, tio de Larissa, que em pleno período ditatorial buscava atingir o cargo máximo dentro da carreira militar. A ferida reaberta atinge a todos.

O livro é envolvente, adjetivo que já utilizei para descrever o enredo. A história cativa e provoca o leitor a pensar em momentos da história do Brasil. Um romance ficcional, mas com despertar para a realidade, nem sempre lembrada pelos brasileiros ou por vezes escondida e mascarada. Excelente leitura! Fui totalmente absorto pelo livro de Míriam.

site: http://www.tomoliterario.blogspot.com.br/2015/01/tempos-extremos-miriam-leitao.html
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Literatura 03/09/2014

Nada é o que você pensa.
A autora e jornalista Míriam Leitão é conhecida mundialmente e traz em seu livro, uma escrita bem fluída, por vezes detalhista demais e complicada, porém ela consegue prender a atenção do leitor.

A história se passa no interior de Minas Gerais, na fazenda da Soledade de Sinhá. Larissa se formou em jornalismo, a mesma profissão da escritora, porém decide se voltar para a faculdade de História. Ela, a pedido de sua avó, vai passar um fim de semana na fazenda com seus tios e primos, onde lá possui diversas histórias e segredos do passado da fazenda e da família.

Larissa começa a ter visões de escravos que viveram na fazenda. Assim, a história se desenrola entre passado e presente, no qual essas idas e vindas foram bem escritas pela autora. Existe um excesso de personagens, mas isto não influência o caminhar da história.

Para continuar lendo acesse:

site: http://www.literaturadecabeca.com.br/resenhas/resenha-tempos-extremos-miriam-leitao-nada-e-o-que-voce-pensa/#.VAcwncVdX3Q
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Rafa 18/08/2014

Tempos Extremos
Conhecida nacionalmente e até mundialmente a jornalista Míriam Leitão vai levar o leitor para o interior de Minas Gerais em uma fazenda chama Soledade de Sinhá.

A autora possui uma escrita bem fluida, deixando bem interessante a historia para o leitor. Ela consegue manter o foco nos personagens e prender a atenção durante a leitura.

Larissa é a personagem principal da história, ela se formou em jornalismo porem ela decide fazer faculdade de história, alguns irmãos apoiam mas sua mãe acha que é perca de tempo por causa da idade.

Na fazenda da sua avó, Larissa começa a ter visões sobrenaturais de escravos que viveram na fazenda e levando a personagem principal a percorrer uma linha entre o passado e o futuro.

Através da leitura de “Tempos extremos” o leitor vai viajar através do tempo conhecendo o Brasil império e também conhecendo um momento marcante na vida de muitos Brasileiros que foi a Ditadura Militar.

Finalizando a resenha quero deixar meus parabéns pela editora Intrínseca pelo trabalho de diagramação e trabalho de capa, gostei muito e claro que não podia faltar os meus parabéns pela escritora que me fez prender a atenção do começo ao fim.


site: http://www.livreando.com.br/2014/08/resenha-tempos-extremos-miriam-leitao.html
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Tamara 26/07/2014

Passado e presente, os dois lados de uma extremidade que se cruzam
Estamos dentro da história, mas muito raramente ela encontra-se dentro de nós. Na verdade ela sempre está, porém não prestamos atenção. Vivemos no presente como se não tivéssemos um passado, como se ele já tivesse partido e não importasse mais. Agimos como se este não fosse necessário para compreendermos quem somos e de onde vivemos. Raramente desejamos buscar nossas raízes. Aquelas mais profundas, que estão enterradas no fundo da terra, que estão fincadas nas árvores, nos rios e nos caminhos pelos quais milhares de pés já passaram, milhares de lágrimas já pingaram e milhares de sorrisos já se abriram. Não pensamos em quem esteve antes de nós na terra onde estamos, não imaginamos quem tocou um objeto que também tocamos antes mesmo que existíssemos, não pensamos em quem conquistou algo por nós.
A história gira em torno de Larissa, uma filha do Brasil, uma mulher nascida no seio da ditadura militar, fruto de uma união nascida nessa época. No início da história Larissa vai até uma fazenda no interior de Minas Gerais reunir-se com tios e toda a família para a comemoração do aniversário de oitenta e oito anos de sua avó. Pode-se reconhecer aí claramente a bela e singular cultura brasileira com todas as suas peculiaridades. A vida calma de uma fazenda, a mesa farta, a casa antiga, os móveis rústicos. A tranquilidade das rodas de música e conversa, o frescor das lembranças da infância, a união familiar mesmo com todas as diferenças entre os membros dessa. Larissa foi por algum tempo uma jornalista, porém em certa altura da vida resolveu abandonar tudo e tornar-se historiadora. E com o espírito de historiadora a ao saber de um possível fantasma na casa da fazenda e após presenciar uma suposta visão deste, vai em busca de fatos, investigando a história do local, sendo reportada então ao tempo da escravidão, dos sofrimentos dos negros, da falta de esperança mesmo com toda a força de vontade destes, da precariedade e da desolação. Ao mesmo tempo também é envolvida novamente em fatos da ditadura militar uma vez que seu tio Élio sendo um militar e sua mãe uma opositora da ditadura possuem desavenças desde a época dessa grande ocasião, não perdendo a oportunidade de entrar em conflitos e de remoer o passado sempre que podem. Nessas incursões pela história do Brasil entre o século XIX, XX e XXI, Larissa é capaz de compreender muito sobre a história de seu país e sua família, sua cultura e a sua própria história. Será uma busca de muito desespero, indignação, fascinação e emoção. É impossível deixar de emocionar-se com Larissa, de nos sentirmos tocados por suas descobertas e reflexões. É impossível não querer descobrir um pouco mais sobre nossa própria história.
A estréia de Miriam Leitão na ficção adulta foi muito bem sucedida e impactante, com um livro que nos remete aos locais mais fundos de nossas tradições. Esse é um livro como o próprio título esclarece que fala de tempos extremos. Dos nossos tempos, dos tempos antigos, dos tempos futuros. Tempos que são dotados de extremos tanto positivos quanto negativos. Tempos cheios de conflitos e de soluções. Cheios de histórias e de conquistas. Cheio de grandes acontecimentos e de milhares de pessoas anônimas que fizeram parte deles. Pessoas que contribuíram para a história e que nunca serão reconhecidas, terão uma existência jamais divulgada. Sabe-se que é impossível reconhecer todos que fizeram parte de cada passo da construção de nosso país tanto pela falta prática muitas vezes de registros quanto pela extensão e o número de pessoas. Porém Tempos extremos é uma homenagem silenciosa a todos esses homens, mulheres e crianças. Brancos e negros, ricos e pobres. É uma homenagem singela a todas as pessoas que construíram e constroem a história diariamente. É uma forma de dizer: "Vocês são reconhecidos. Sabemos da sua importância, mesmo que não aparente. Vocês são parte do que hoje somos. Na história, vocês são imortais."


site: http://redescobrindopalavras.wordpress.com/
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Socorro Rolim 09/07/2014

O que nos aprisiona hoje?
Sempre fui cheia de encantamento por Minas Gerais apesar de sequer conhecer. Uma história que tem como principal cenário uma antiga fazenda mineira é irresistível para mim.
Deleitei-me com Tempos Extremos.
Surpreendi-me com esse outro lado de Míriam Leitão, esse lado feiticeira, que junta numa poção mágica, quase surreal, dois tempos tão distintos, escravidão e ditadura, dois lugares, Rio de Janeiro e Minas Gerais e sentimentos diversos e conflitantes no meio dos membros de uma família que serve de liga nessa história recheada de História.

Míriam soube colocar com muita sutileza, toda sua alma e também toda a sua experiência nessa obra, um pouquinho dela em cada personagem, mas só um pouquinho mesmo. Nenhum deles foi encharcado pela autora, porém, cada um tem uma pitadinha dela.

A jornalista, a economista, a mineira de raiz, a amante de MPB, a sobrevivente do regime militar, a inegável e revelada amante de História, a mãe agregadora. Todas as Mírians estão lá bem colocadas em suas crias perfeitas.

A história de Larissa e Paulina é conduzida de tal maneira que ao término nos faz pensar que “não há nada de novo debaixo do céu” que as prisões são as mesmas, apenas mudam de forma e de nome, mas nos mantém acorrentados hoje como foi ontem e como sempre será. Assim como eterna, mudando apenas de forma e de nome, será a luta pela liberdade.

Quais são nossas prisões de hoje?
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Alessandra 29/06/2014

Surpreendente
Tempos Extremos, desde as primeiras páginas, conduz o leitor a uma narrativa envolvente, densa e repleta de emoções. O livro expõe os conflitos existentes na sociedade brasileira lançando mão de três momentos históricos: a escravidão, a ditadura e o hoje.
A raiz da trama se encontra em Minas Gerais, onde o eixo da narrativa se estrutura. Com uma abordagem muito clara, a autora – Miriam Leitão - consegue sair do cenário base e voltar para ele de forma eficaz, sem permitir que o leitor se perca em nenhum momento. O resultado dessa abordagem é a construção de uma narrativa em que três séculos se conectam de forma coerente, manifestando suas peculiaridades e semelhanças.
A personagem principal – Larissa - transita entre o passado e o presente, revelando a intensidade de sentimentos existentes em cada época, por meio de sua relação com os demais personagens. No período da escravidão, Larissa leva o leitor a compreender as emoções existentes através da amizade e do amor. Com a ditadura, a personagem evidencia toda a angústia de quem perdeu um ente querido para a intransigência dos agentes no poder, cujas consequências se perpetuam até os dias de hoje. Ressaltando esse período histórico de violência, repressão e sentimentos intensos, outros parentes de Larissa expõem suas cicatrizes e feridas ainda abertas, o que permite ao leitor ter uma percepção sob diferentes ângulos e pontos de vista. O momento real de Larissa – o hoje – revela o quanto o passado está presente na atual conjuntura, pelas semelhanças entre os questionamentos e conflitos humanos (atemporalidade) e pela característica da sociedade brasileira de evitar o debate de temas áridos.
Uma grande contribuição do livro é trazer à tona fatos históricos sob a ótica dos sentimentos. O livro humaniza os momentos vividos pela sociedade brasileira, sem que estes se restrinjam a uma sequência de episódios. Tempos Extremos consegue envolver o leitor na trama porque o traz para dentro da narrativa através da identificação. Os problemas/dilemas vivenciados pelos personagens, independentemente do momento histórico, encontram semelhança com a trajetória do leitor. Essa característica do romance de Miriam Leitão gera cumplicidade entre o leitor e a personagem principal. Por isso, cada capítulo é um convite para a leitura do próximo, como se a resposta aos conflitos e desafios impostos a Larissa fossem parte da vida do leitor.
É um livro que encanta, informa e faz pensar.

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Erlanger 22/06/2014

Liberdade para sonhar
Temas sempre presentes na vida e na profissão de origem da escritora ( democracia, justiça social, igualdade racial e liberdade ) se desprendem da crueza da linguagem jornalística, compondo um romance pungente e instigante - tanto pela curiosidade com os caminhos da trama, quanto pelos sentimentos que as questões, aqui tratadas de maneira sublimada, provocam.
Na sua viagem pela ficção, conduzida pelas apaixonantes Larissa e Paulina e suas sagas, Miriam Leitão rompe com o racional e até com a barreira do tempo, mas, sem resvalar num romance engajado, não deixa de regar sua crença numa sociedade justa e igualitária.
Como disse George Santayna, "quem não recorda o passado está condenado a repeti-lo".
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Resenhoteca 20/06/2014

Um interessante viagem aos passados
Inicialmente não é um livro fácil de ler, confesso. A forma com que a Autora Míriam Leitão escreve é um pouco complicada e muito detalhista, não que isso seja uma coisa muito ruim. A autora cria uma teia complexa, entre passados e presente, de fatos e acontecimentos que deixam o leitor deslumbrado com as ligações conseguidas com sucesso pela autora.

O leitor vai se envolvendo na história entre os passados e o presente apresentados de maneira muito boa. Mesmo durante as passagens de tempo entre passado e presente a autora consegue escrever de forma suave e bela. Apesar de achar um pouco exagerado a quantidade de personagens: Avó, tios, primos, casamentos que não deram certo e por ai vai...

O livro conta a história de Larrisa, que a pedido da avó, foi intimada junto com todos os tios e primos, para passar um final de semana na fazenda antiga da família que contem muitas histórias e muitos segredos. E assim, como a fazenda, a família também guarda muitas histórias e muitos segredos que aos poucos são entregues ao leitor.

Enquanto isso a história se desenrola entre dois passados: Da Escravidão vivida na fazenda Soledade de Sinhá e da história vivida pela família na época da Ditadura militar no Brasil que até hoje atormenta Irmãos, mãe e filha, desequilibrando a harmonia familiar.

Em meio ao caos familiar, Larrisa se encontra entre os passados, o presente e seus sonhos em uma complexa dúvida sobre sua própria vida.


site: http://www.resenhoteca.com/2014/06/resenha-tempos-extremos.html
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Raffafust 06/05/2014

Ler " Tempos Extremos" foi uma viagem ao tempo que por ter tido um encontro de blogueiros semana passada com a autora
( promovido pela parceira do blog: Editora Intrínseca) já tinha mais ou menos ideia do que me esperaria na leitura mas devo confessar que superou todas as minhas expectativas.
No livro a jornalista Míriam Leitão nos apresenta Larissa, uma mulher casada e sem filhos, de 38 anos cuja a família lhe cobra sempre o que é comum cobrarem nessa idade : um filho e uma carreira de sucesso. Sem planos de prole mas com a carreira de jornalista tendo fracassado por não aguentar o esquema competitivo das redações ela opta por fazer uma segunda faculdade, História, e é exatamente de história que o livro todo gira.
São os 88 anos de sua avó Maria José, a família inteira irá se reunir na fazenda onde ela mora para comemorarem, Larissa adora a avó mas tem uma certa barreira com sua mãe Alice que nunca foi de demonstrar sentimentos pela filha. Distante e rodeada de mistérios a mãe pouco fala do pai de Larissa. A moça sabe somente que ele sumiu na Ditadura Militar , que lutou pela causa e que sua mãe que também estava presa conseguiu sair viva e grávida da história, Larissa nunca conheceu o pai. Assim, quando a perguntam ela responde que gostaria muito de entrevistar o pai Carlos, mas não para falar sobre morte e sim sobre como ele era em vida, coisa que pouco sabe.
Na fazenda reunidos em família dores do passado surgirão, como seu tio Hélio que era militar e que sua mãe sempre o acusou de não ter ajudado o pai de Larissa. Por mais que a matriarca tente colocar panos quentes, tentando juntar os irmãos ela sabe que a vida não é tão fácil como gostaria, já perdeu seu marido, teve filha torturada e genro assassinado e sente que não chegará até os 90 anos.
O texto é carregado de dramas familiares que nos apresentam melhor cada personagem envolvido, como por exemplo temos no decorrer do livro a importância do marido de Larissa, que é jornalista e vai correr atrás da verdade apresentando a esposa por mais cruel que possa parecer. Mesmo após ouvir dela que não tem tanta certeza se deveriam ainda estarem casados o rapaz não desiste de descobrir a verdade, fica no leitor a dúvida de se por amor a ela ou se por amor a profissão.
Durante os dias na fazenda Larissa vai encontrar documentos do passado no local, vai ter visões de vidas que tiveram histórias fortes e recheadas de dor como a de Paulina e seu irmão Bento, dois escravos que viveram seus piores dias lá , vai ter diálogos com eles sobre o que é certo fazer já que ambos querem a liberdade mas tem medo do que é melhor : enfrentar os patrões ou fugirem. Larissa busca respostas já que está no futuro, e ao mesmo tempo se pergunta se está enlouquecendo por conversar com aqueles fantasmas.
A protagonista acaba vendo que sua vida já é repleta de fantasmas, o de seu pai que nunca foi bem explicada a morte ( ou sumiço) e a que a une a sua mãe, uma mulher fria que ao dizer que a ama contradiz o que demonstra. Pois deve a Larissa desde que ela nasceu afeto, o que ela acaba tentando explicar que somente se pune de ter tido Larissa na hora errada.
O passado e o presente vão unir a história do país em momentos onde os mais jovens preferem esquecer ou pouco sabem. Desde os tempos de escravidão onde se passa a história dos irmãos escravos até a ditadura militar onde Larissa tem sua vida começando mas a de seu pai sumindo nos envolvemos de uma forma deliciosamente intimista onde parece que vivemos naquela época tão explicativas são as cenas e diálogos travados entre os personagens. Pude me sentir na pele de Paulina ao ser vendida e ter os dentes analisados como se fosse uma mera mercadoria e me ver como Alice nua passando no meio de homens que esqueceram que ali estava um ser humano e não um saco de pancadas.
Intenso, forte mas extremamente comovente o final me emocionou, e me fez parar para pensar que não devemos nunca esquecer o passado para que os erros não se repitam no presente. Afinal, quem pouco se importa com o passado não pode reclamar que o futuro não veio da forma que esperava.

Apesar de ser uma obra de ficção, os temas que envolve infelizmente são verídicos e aconteceram nesse mesmo país que vivemos. Que fiquem somente nos livros ou nos arquivos de nossos meios de comunicação. Um livro para se lido e refletido. Parabéns a Míriam Leitão pela obra esclarecedora.


site: http://meninaquecompravalivros.blogspot.com.br/2014/05/resenha-tempos-extremos-da-intrinseca.html
Neiva 15/05/2014minha estante
Comecei a ler agora e estou adorando. Sua resenha está ótima.


Maria 28/05/2014minha estante
Estava procurando uma resenha e achei a sua. Admito que ela me incentivou muito para começar a ler o livro. O momento se tornou muito oportuno, já que a Feira do Livro da minha cidade começa nesse fim de semana e irá contar com a presença desta ilustre autora. Aproveitar para comprar meu exemplar e pedir um autografo :)




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