@APassional 14/10/2014
O Tempo Que Nunca Foi * Resenha por: Elis Culceag * Arquivo Passional
O Tempo que nunca foi é o segundo volume da Trilogia Amber House e é fundamental ter lido o primeiro volume para entendê-lo. Quem ainda não conhece o enredo criado por Kelly Moore e suas filhas Tucker e Larkin, pode conferir a resenha de Amber House:
http://www.arquivopassional.com/2013/09/resenha-amber-house.html
Em algum momento da vida você desejou que tudo pudesse ser diferente? Em O Tempo que nunca foi, tudo está diferente para Sarah, Jackson, Richard e para todos os personagens que conhecemos em Amber House, só que eles não sabem disso, não tem consciência que, devido a uma interferência de Sarah no passado, tudo está diferente no presente. Inicialmente somente nós, leitores, sabemos o que mudou e a posse desse segredo nos causa uma engraçada sensação de poder rsrsrs...
Nessa leitura, reencontrei a protagonista Sarah incomodada, quase desconfortável em sua própria pele. Amber House não lhe parece a mesma, suas lembranças do tempo da infância estão confusas e ela sente que está se esquecendo de algo. Mas não é somente o núcleo familiar de Sarah que está diferente, a estrutura política, geográfica, social e econômica do mundo é outra: a escravidão não acabou, o nazismo tomou conta de toda a Europa, os Estados Unidos da América não existem e o mundo não evoluiu, nem no campo da tecnologia, nem em relação aos direitos humanos. É como se estivéssemos lendo uma história que se passa nos tempos atuais, mas numa realidade paralela à nossa.
Mas aos poucos, a memória do "tempo que nunca foi" retorna para Sarah, através de sonhos e visões de "ecos do passado", que ela presencia quando toca em objetos ou partes da casa onde suas ancestrais estiveram. Amber House - a mansão centenária que sempre pertenceu à família de Sarah - tem personalidade própria, e revela ou esconde aquilo que Sarah precisa ou não saber, de acordo com a necessidade. Utilizando essa conexão, as ancestrais de Sarah tentam lhe avisar que "algo deu errado" no passado e que isso precisa ser corrigido, para que a horrível realidade em que o mundo se encontra possa ser modificada.
"(...) eu mudei o passado. Que mudou tudo o que veio depois. Nosso presente. Certa vez tinha havido um tempo, uma história, que simplesmente não existia mais. Não consegui digerir a ideia. Para onde foi esse outro tempo?
O Tempo que nunca foi mantém a narrativa em primeira pessoa na voz de Sarah, mas também conhecemos um pouquinho da personalidade de suas ancestrais, pois em seus sonhos e visões, algumas cenas são narradas por elas. Assim como no volume anterior, logo no início temos acesso à Árvore Genealógica das famílias de Amber House, e as consultas que fiz à esse "documento" foram fundamentais para que eu não me perdesse dentre as quatorze gerações de "mulheres Amber".
Confesso que no início achei a leitura lenta, porque a história voltou a um "marco zero" e com isso não houve exatamente uma evolução dos fatos, mas um recomeço diferente. Ao mesmo tempo em que a ideia desenvolvida pelas autoras é incrível, o ritmo não estava me prendendo tanto como no primeiro volume, quando tudo - sobretudo a ambientação - era novidade. Por outro lado, o mistério "do que deu errado" me fez querer descobrir o que aconteceu, e lá para o meio da leitura o livro me fisgou de jeito, sendo impossível largá-lo a partir de então.
Achei interessante a forma como as autoras trabalharam os personagens "desse tempo", com suas personalidades ligeiramente diferentes "do tempo que nunca foi", confirmando a hipótese de que o meio social e a estrutura familiar exercem forte influência naquilo que nos tornamos. Sarah amadureceu muito e pôde questionar vários aspectos da sua vida antiga e da atual, tentando encontrar um equilíbrio entre a "Sarah 1" e a "Sarah 2". E o final é alucinante! A ponta solta deliberadamente inserida nas últimas linhas me deixou loucaaaaa para conferir o desfecho dessa Trilogia!!!
Espero que a continuação não demore muito...
Porque estou preparadíssima para o Tempo que ainda está por vir ;)
Beijos atemporais... Elis Culceag.
Resenha publicada no Blog Arquivo Passional em 14/10/2014.
site: http://www.arquivopassional.com/2014/10/resenha-o-tempo-que-nunca-foi.html