Mares de Sangue

Mares de Sangue Scott Lynch




Resenhas - Mares de Sangue


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Teu 06/12/2020

Pq Scott lynch é um dos melhores autores dessa geração
O segundo livro dessa maravilhosa saga, dar continuidade as aventuras dos nobres vigaristas, o nosso ilustre Scott demostra sua maestria principalmente nos diálogos incríveis, e na solidez dormindo que ele nos apresenta, a forma como ele escolhe contar a história oscilando em sorte do livro entre o presente e o passado, é de um brilhantismo inigualável, os plot twist, o suspense, ele consegue nos colocar da pele dos personagens e ficarmos realmente em dúvida sem saber como eles vão sair dessa enrrasca, a trama ultra intricada de mentiras e artimanhas, se desenha com muita habilidade, não tenho muito oq dizer, só que esse livro é maravilhoso, divertido, e único, leiam, vale a pena
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Shanahan (Me Acabei de Ler) 09/10/2020

História incrível com problemas de ritmo!
Mais uma vez Lynch nos leva numa história sensacional sobre os feitos de Locke e Jean!
Grande parte do livro é envolvente (principalmente a segunda metade), mas a trama inicial simplesmente não me cativou e eu queria ter visto mais da 2ª parte e menos daquele lenga lenga da primeira! Se o livro fosse apenas a 2ª parte certamente seria 5 estrelas, assim como ?As Mentiras de Locke Lamora? foi pra mim.
A primeira parte do livro tem problemas gigantescos de ritmo e descrições prolixas, o que me levou a tirar uma estrela. O livro como um todo vale a lida!
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kauzzara 16/09/2020

Parece que não importa aonde os personagens vão sempre tem alguém atrás deles. Nesse livro os personagens são enganados de novo mas como sempre eles sempre acham uma solução, sendo super complicada, além disso eles ainda embarcam em uma missão, que se torna uma aventura bem louca e perigosa, no mar entre piratas e têm que arrumarem um jeito de continuarem vivos e saírem de uma enrascada bem complicada que me fez pensar que alguém ia morrer enquanto ainda planejam um roubo contra uma das pessoas mais perigosas da cidade. Foi uma leitura que acabou sendo bem rápida pelo livro ser bem cheio de aventuras e complicações que você tem que saber como vão se resolver.
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julia 13/06/2020

Eu realmente não consigo gostar dessa série. Se não tivesse ainda o terceiro livro em casa, desistiria de ler o resto.
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Anny Campos 18/02/2020

Ladroes e piratas, há diferenças!
Nesse livro aprendi que há diferença entre ladroes de terra e ladroes do mar, foi interessante os termos nauticos, apesar de ficar cansativo em algumas partes, foi muito interessante a reviravolta do plano de roubar o cassino para virar pirata, e os porques e acontecimentos me surpreenderam, e me fizeram ver como o Jean se adapta em qualquer lugar, enquanto o brilhantismos do Locke é realmente maligno! Mas em comparação ao primeiro livro, perdeu um pouco o ritmo, foi mais calmo por assim dizer. Mas gostei dos protagonismos femininos na obra e ansiosa para ler o 3 da serie.
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Alanna Nyelle 07/02/2020

MARES DE SANGUE | SCOTT LYNCH | EDITORA ARQUEIRO
"Mares de Sangue", segundo livro da série Nobres Vigaristas, traz um cenário diferente para Locke e Jean, mas prova que independente do lugar e da situação, Locke consegue bolar planos surpreendentes para passar a perna em alguém.

Depois de perder seus amigos, sua fortuna e sua saúde, Lamora e o único companheiro que lhe restou, Jean Tannen, vão para Tal Verrar para se reconstruirem. Locke primeiramente passa por um estado de autoflagelação, onde tudo que faz é se embebedar, dormir e se culpar. E a falta de movimentos só faz com que suas feridas físicas sejam prolongadas. Quando Jean consegue pelo menos amenizar esse sentimento de culpa de Locke e fazê-lo olhar para a frente, eles arquitetam um plano para roubar a Agulha do Pecado, casa de jogos administrada por Requim, que é conhecido pelo seu cofre impenetrável.

Porém os dois são surpreendidos quando são convocados pelo Arconte de Tal Verrar e envenenados. Stragos precisava de alguém audacioso o suficiente para provocar uma guerra no mar e graças a antigos rivais de Locke, ele soube dos nobres vigaristas.

Em consequência do veneno, Lamora e Tannen ficam a mercê do Arconte e precisam ir para o mar, fingindo serem capitão e comandante de um navio pirata. Muitas confusões rondam os dois durante a empreitada no mar, mas Locke consegue mantê-los vivos graças as suas mentiras rápidas e convincentes.

Scott Lynch manteve a imprevisibilidade do primeiro livro, que deixa a leitura tão cativante. Tal Verrar é uma cidade um pouco menos fantasiosa do que Camorr, mas o autor conseguiu manter a fantasia presente em situações marítimas.
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Adriana 29/10/2019

Tem até pirata
...E romance e amizade acima de tudo e promete mais aventura
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Jonathan 19/10/2019

Mares de Sangue - Incrível
Ainda estou extasiado com o que acabei de ler... Não imaginei que a história tomaria o rumo que tomou e agora o autor me força a imediatamente seguir para sua terceira obra.... Pelos treze Deuses....
É intrigante e interessante a mudança de ambiente, e já estou ansioso pelo terceiro livro. Recomendo a leitura, e que "os ladrões prosperam, e os ricos se lembrem".
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Lit.em Pauta 08/09/2018

Literatura em Pauta: seu primeiro portal para críticas e notícias literárias!

—> Os exemplos estarão em inglês, por causa da leitura ter sido da versão americana.

"Mares de Sangue, segundo volume da série Nobres Vigaristas, dá continuidade ao desenvolvimento de seus dois personagens principais, Locke Lamora e Jean Tannen, focando em sua conturbada, mas calorosa amizade. No entanto, a mudança de direção temática para pirataria não recebe a mesma atenção, sendo prejudicada por uma estrutura narrativa problemática.

A trama do romance segue os preparativos do próximo grande golpe planejado pela dupla de vigaristas: roubar Requin, o maior mafioso da cidade de Tal Verrar, que organiza com punho de ferro um cassino em uma torre sinistra. No entanto, mais forças da cidade possuem outros planos para Lamora e Tannen, levando-os a partir em uma viagem em alto-mar e engajar com piratas.

A frase que abre o livro já explicita bem seus elementos principais: “Locke Lamora stood on the pier in Tal Verrar with the hot wind of a burning ship at his back and the cold bite of a loaded crossbow’s bolt at his neck.”, situando o protagonista num cenário específico, prevendo a temática de pirataria com o navio em chamas e informando sobre o perigo iminente com a ameaça da besta. Poucas páginas depois, o próprio corpo de Locke é comparado às partes de uma embarcação (“His ribs stood out beneath his pale skin like the hull timbers of an unfinished ship”), tornando a imagem anterior ainda mais agourenta. Para piorar a situação do personagem, o romance também se inicia com uma possível traição de Jean, marcando um terrível golpe para ele.

O tema de Mares de Sangue certamente é a relação entre Lamora e Tannen, desenvolvendo sua união e mostrando seus diversos desentendimentos. No início, por exemplo, quando o protagonista está amargurado devido aos eventos de As Mentiras de Locke Lamora, Jean não mede esforços para conseguir revitalizar seu companheiro e fazê-lo recobrar a vontade de viver. O próprio Locke explicita a importância vital de Jean em sua vida: “Gods help me, I will never be better off without you.” As desavenças entre eles ganham destaque, portanto, por servirem como dicas para a motivação da traição, da mesma forma com que sua amizade continua sendo considerada uma fragilidade num submundo perigoso e inescrupuloso que não hesita em usá-la contra eles: “If either of you causes any trouble, I’m instructed to punish the other one”, os ameaçam em determinado instante. Por outro lado, os laços que os prendem servem como um contraponto positivo, visto que um funciona como âncora para o outro em meio a tanta atrocidade. Já seus insultos divertem pela frequência e pela criatividade: “You might still be a lying, cheating, low-down, greedy, grasping, conniving, pocket-picking son of a bitch”.

Como o título original do romance revela, Lynch continua trabalhando com a simbologia do vermelho como sinalizador de perigo: “Red seas under red skies” aponta não uma, mas duas fontes de perigo, refletindo a estrutura do livro. Pois, assim que os preparativos para o golpe em Requin estão sendo finalizados, a dupla é sequestrada e feita refém por um inescrupuloso político, que representa o segundo obstáculo que precisam superar. A própria cidade de Tal Verrar também trabalha com essa conexão com cores, sendo chamada de A Rosa dos Deuses, enquanto as perigosas vespas que os dois encontram em determinado momento possuem uma coloração avermelhada brilhante e o próprio navio que as transportam para Tal Verrar, e no qual Locke e Jean eventualmente partem para o alto-mar, completa o aviso, chamando-se o Mensageiro Vermelho.

Locke é um personagem curioso. Apesar de roubar e aplicar golpes, ele é gentil, torce sempre para o mais fraco e tem um senso de justiça social aguçado. A narrativa, entretanto, pesa a mão nesse último elemento, inserindo uma cena absurda, digna da série de filmes The Purge, quando o garoto se depara com nobres e comerciantes ricos jogando um jogo de tabuleiro com peças humanas (obviamente composta por pessoas miseráveis, que não ter onde dormir e muito menos dinheiro para comer), que aceitam ser humilhadas e torturadas física e psicologicamente sempre que são sacrificadas no jogo: “At the Amusement War they can do exactly what they want to do to the poor folk and the simple folk. Things forbidden elsewhere. All you’re seeing is what they look like when they stop pretending they give a damn about anything.” Tornando a cena ainda mais exagerada em sua alegoria política, a violência social não somente é tratada de forma mundana, como também comercializada, com leilões entre os privilegiados para decidir quem terá o direito de escolher a punição adequada – leilão em que até crianças participam, estimuladas por seus pais vestidos em tons de vermelho e ouro. Esses mesmos personagens ganham até espaço para se justificar, apoiados em uma noção de meritocracia religiosa, afirmando que aquelas peças estão lá por culpa e inabilidade delas mesmas: “That’s life, under the gods, by the will of the gods. Perhaps if they’d prayed harder, or saved more, or been less thoughtless with what they had, they wouldn’t need to come crawling here for Saljesca’s charity. Seems only fair that she should require most of them to earn it”. Trata-se de um capítulo inspirado, mas graças ao seu exagero, na forma de um sadismo puro e sem controle, ele foge do tom do restante da narrativa."

Participe da discussão, lendo a crítica completa em:



site: http://literaturaempauta.com.br/Livro-detail/mares-de-sangue-critica/
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Djulia Azevedo 04/07/2018

Surpreendente!
O autor realmente me surpreendeu neste segundo livro. No início, não estava gostando do ritmo do livro. As primeiras 80 páginas foram tão maçantes que quase parei a leitura por ali mesmo. Porém, um pouco depois disso a história começou a tomar rumos diferentes. Os nobres vigaristas entraram em situações totalmente inesperadas (por mim) e a velocidade com que os cenários e situações mudavam foi sensacional. O final então... Sem palavras...
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Camila Roque 11/05/2018

Do riso descontrolado ao choro desenfreado
Confesso que tenho todos os preconceitos possíveis contra “As mentiras de Locke Lamora”. Para mim, o primeiro volume da série Nobres Vigaristas somente fez tanto sucesso devido a uma estratégia de marketing muito forte, capaz de atrair leitores ao compararem/associarem Lynch com Rothfuss (é comum ver muitos leitores dizendo que As mentiras é tão bom quanto O nome do vento). Foi com esse sentimento negativo que comecei Mares de Sangue, através de um combinado de leitura coletiva com um amigo.

Acontece que o livro me surpreeendeu muito, mas muito mesmo.

O segundo volume de Nobres Vigarista é muito melhor que o primeiro, a história flui com naturalidade, a leitura é dinâmica e os personagens apresentam um desenvolvimento incrível! Impossível não simpatizar com o sensível Jean, ou com o inseguro Locke. Foi um trabalho encantador.

Outra coisa interessante foi a representatividade dos personagens. Diversas mulheres fortes (capitã Drakasha que o diga), que nos fazem sentir orgulho e que não precisam nem um pouco de ajuda. E negros também (Drakasha again, ò mulher), com papel central na trama ou personagens de muita força, como o jabril. Eu realmente gostei desse aspecto, sendo a Drakasha a grande personagem construída no livro, por ser, ao mesmo tempo, uma mãe sensível e capitã de navio temida, sagaz.

Como dito anteriormente, outros aspectos dos principais Jean e Locke também ficam em evidência. É possível acompanhar o crescimento dos personagens, sentir a força da amizade entre os dois e realmente se emocionar.

E falando em emoção… bem, acho que tenho andado insensível porque há tempos que eu não me via tão enredada por uma estória. Em Mares de Sangue foi diferente, pois lembro-me que numa quarta feira eu voltava para casa rindo, leve, das respostas do Locke e já na quinta eu voltei aos choros… é impossível não se emocionar com uma passagem específica do livro… um daqueles momentos em que você é obrigado a suspender o rosto da página, olhar para qualquer outra direção (mesmo que no momento você não esteja enxergando ou ouvindo nada ao redor) para tentar digerir o que acabou de acontecer e quais os impactos disso. E então você vê que as lágrimas se formaram nos cantos de seus olhos, mesmo que involuntariamente, por todo o sentimento criado por aquela personagem, por sentir mesmo que somente um milésimo da dor dela, através da empatia. Sinceramente, obrigada Lynch por proporcionar esse momento caro e obrigada Alves Calado pela tradução primorosa.

Acho que não tenho mais nada a falar do livro… muito sensível ainda ao capítulo 15/parte 1 do capítulo 16. Simplesmente impossível de largar ou esquecer.

Se você como eu não gostou de As mentiras de Locke Lamora… bem, não tem problema. Dê uma chance a Mares de Sangue que não irá se arrepender.
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Bianca.Bonami 01/05/2018

Oh. My. Goddesses.
Acho que nunca vi uma história com uma reviravolta tão grande, nem tão ineperada.
Em Mares de Sangue, Lynch aprofunda ainda mais no relacionamento de Locke e Jean, os únicos Vigaristas que restaram, em suas desvnturas e situações de quase morte, tudo pelo golpe perfeito... e por suas vidas.
Temo dizer que o segundo livro sobrepuja o primeiro. Mas meu coração ainda não se recuperou do final, e quero uma continuação.
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Luan 19/01/2018

Mares de Sangue é chato, mas ainda mostra a mente incrível de Scott Lynch
Um livro é ruim ou a gente é que cria altas expectativa – seja por comentários de outros ou por um livro anterior a ele – e acaba se frustrando? Me deparei com esta pergunta, novamente, ao fim da leitura de Mares de Sangue, o segundo volume da trilogia Nobres Vigarista, e que é sequência do ótimo As mentiras de Locke Lamora. Não sei se consigo responder a esta questão. Mas o fato é que Mares de Sangue não chegou nem perto do primeiro, me deixando rapidamente chateado.

Nesta sequência, o leitor é convidado a acompanhar a história de Locke e Jean tempos depois dos episódios derradeiros do primeiro volume da trilogia. Agora que fugiram Camorr, eles precisam arranjar um lugar para ficar – e aplicar seus golpes. Este local é Tal Verrar. Lá, a dupla voltará a aplicar seus golpes. Mas, não espera, no entanto, que será vítima de uma armadilha que vai colocar ambos no meio de uma grande trama conspiratória.

O livro, ao mesmo tempo que mantem a qualidade do primeiro em vários aspectos, apresenta algumas situações chatas e, por vezes, entediantes. A bem da verdade, o livro todo soou como desnecessário. O plot central até pode parecer interessante à primeira vista. Mas não é. Além de não dar uma sequência de acontecimentos de "As mentiras...", já que o arco foi fechado lá, a aventura principal, aquela trama cujo os protagonistas acabam se metendo, soa artificial e para encher linguiça, no jargão popular.

Quando começa, apesar de um pouco lento, o início parece promissor, apresentando inclusive bons personagens novos. Logo somos apresentados a um grande golpe que está sendo orquestrado pelos dois. A sensação é de que, apesar de ser mais do mesmo, vem uma boa aventura, pois a história contada neste exato momento é interessante. Além disso, intercalando com isso, há capítulos de dois anos atrás, que mostram Locke e Jean chegando a Tal Verrar, o que faz o ritmo cair rapidamente. E o que se segue dá uma grande guinada no livro, o tornando ainda mais maçante. Com isso, boa parte dele vai se passar dentro de um navio. Mas vamos por partes.

O autor Scott Lynch tem uma mente poderosa e incrível em se tratando de criar história para os dois criminosos. Os golpes são detalhados e muito bem construídos. Posto isso, a parte em que ele quer dar um golpe da Agulha do Pecado enche os olhos. Até a parte em que um outro líder verrari aparece na história e o coloca como vítima de uma trama diferente. Parece que houve uma ruptura. É possível dizer que parece que se inicia um outro livro, embora aquela outra trama ainda esteja presente. O problema é que esta segunda parte é chata. Com termos técnicos em excesso e uma história sem muito foco, ela vai fazendo o leitor perder o interesse. Não poderia estar mais desinteressado com aquelas tramas da metade em diante.

Mas tirando isso tudo, é preciso destacar que, além do poder do autor em criar as histórias, como já dito acima, a escrita e o diálogo são o forte do autor. Poucos autores têm esta precisão e cuidado com a escrita. É poética e ao mesmo tempo forte e precisa. Os diálogos não são nada artificiais, mesmo se tratando de uma fantasia. É muito prazeroso acompanhar o livro a partir deste ponto de vista. Soma-se a isso os personagens. Além de Locke e Jean, que tem na obra um teste colocado à prova em relação a amizade, e que estão muito construídos, outros tipos. Vilões de grande qualidade, personagens que aparecem em vários momentos bastante profundos e reais.

Em suma, um livro de contrastes. Que mantem a qualidade de escrita e construção de mundo – que, aliás, para não me alongar, é algo positivo que acontece neste livro, já que Scott nos mostra muito mais desse universo criado, que antes não conhecíamos - mas acaba por decaindo em dar uma sequência à altura ao primeiro livro da trilogia. O que Scott construiu foi brilhante e grandioso e tem um produto incrível para dar um final de tal tamanho também. Espero que República de Ladrões supere Mares de Sangue nos traga uma trama tão interessante quanto foi em As mentiras de Loke Lamora.
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João Vitor Gallo 19/06/2017

E eis que voltamos aos golpes e embustes de Locke Lamora e de seu comparsa Jean Tannen, e desta vez os Nobres Vigaristas apostam alto, içam velas e navegam por águas estranhas.

Após os acontecimentos do livro anterior, quando Locke e Jean se tornaram “personae non gratae” em Camorr e se viram obrigados a abandonarem a cidade, a dupla de vigaristas decide que essa pequena inconveniência pode ser uma bela oportunidade para respirarem novos ares, conhecerem outros locais fascinantes, algumas pessoas interessantes e então roubá-los, e o alvo da dupla desta vez é a bela cidade de Tal Verrar, onde fica localizada a Agulha do Pecado, a mais famosa casa de tavolagem do mundo, onde ser pego roubando no jogo significava a morte, algo que para os nobres vigaristas soa mais como um irresistível desafio do que um severo aviso ao qual pessoas bem ajustadas e sensatas dariam ouvidos.

Após dois anos de planejamento meticuloso, quantias substanciais de dinheiro e de tempo gastos e um pouco daquilo que eles mesmos chamavam de “métodos discretamente não ortodoxos”, a dupla vai aos poucos subindo aos níveis mais altos da casa de jogos até que enfim conseguem chamar a atenção de Requin, o senhor da Agulha do Pecado, porém, quando achavam que tudo estava indo conforme o imaginado, seus golpes mais uma vez são interrompidos ao se verem presos a uma poderosa pessoa que sabe da vida criminosa dos dois e quer se aproveitar das habilidades de ambos, desta vez porém se trata de Maxilan Stragos, o Arconte de Tal Verrar, que deseja quem ambos instiguem uma nova onda de pirataria às costas sua cidade, uma vez que divida a autoridade de governo com o Priori, que era basicamente um conjunto de conselhos mercantis, mas com uma ameaça deste porte à cidade ficaria com o poder absoluto em suas mãos.

Poucas vezes precisei de tão pouco pra me tornar fã de algum escritor. A atenção aos detalhes ao criar um mundo vivo e dinâmico, aliada a uma invejável habilidade de escrita fazem de Scott Lynch indubitavelmente um dos grandes nomes da fantasia contemporânea, e nome certo ao procurar algum livro de ficção fantástica que vá te fisgar de primeira. Confesso que já estava ansioso pela continuação de um dos melhores livros de fantasia que li nos últimos anos, e as minhas expectativas foram todas recompensadas com mais um livro absolutamente divertido, surpreendente e que consegue expandir ainda mais esse universo fantástico que serve tão bem de palco para as trapaças e artimanhas dos Nobres Vigaristas.

O livro, de início, segue um ritmo bem parecido com As Mentiras de Locke Lamora, com Locke e Jean executando mais um de seus grandiosos golpes que beiram o impensável, tentando roubar o instransponível cofre da Agulha do Pecado, porém os acontecimentos acabam levando a dupla de golpistas a terem de desempenhar o papel de piratas, deixando a história mais presa ao Mar de Bronze, e nesse ponto há uma certa quebra no ritmo da narrativa, mas em nenhum momento se torna algo monótono ou cansativo, na verdade algo a ser dito é que a trama é sempre bem movimentada e não fica presa a um só evento, inclusive os Nobres Vigaristas tem de se virar para enganar três núcleos diferentes ao longo da história. Apesar de isso ser uma receita para o caos, de alguma forma Lynch consegue fazer com que tudo fique bem amarrado sem ter a necessidade de passar por cima ou abandonar algum acontecimento que tenha iniciado.

Em Mares de Sangue também vemos o mesmo recurso utilizado no volume anterior com pequenos interlúdios, desta vez focada nos últimos dois anos dos Nobres Vigaristas, quando eles fugiram de Camorr em direção a Tar Verrar e de toda a preparação do plano para efetuarem o roubo do cofre de Requin. Essas pausas na história também servem para aprofundar mais a relação entre Jean e Locke, já que ambos vivenciaram um período conturbado tentando lidar com as perdas que tiveram e a reação de cada um diante desse abalo que sofreram é algo que gera algum atrito entre os dois, aliás, a relação entre os colegas/comparsas e os diálogos entre ambos sempre rendem bons momentos e certamente são um dos pontos altos desse livro.

Lynch continua mostrando sua excepcional habilidade na construção de mundos, acrescentando detalhes que parecem dar uma vida própria a esse universo, e essa atenção a cada ponto é vital para que se possa construir uma sociedade rica e plausível, com seus artefatos intrigantes, locais fascinantes, supertições originais e até mesmo marcada por pequenos conflitos que acrescentam como plano de fundo, como é o caso da Guilda dos Escribas com a introdução da impressora naquela sociedade. A exemplo de Camorr e Veneza, Tal Verrar, “A Rosa dos Deuses”, lembra muito a Monte Carlo dos dias de hoje pela riqueza ostentada e a fama relacionada a uma casa de jogos, aliás, toda a série é marcada por ter uma cultura que remete ao Mediterrâneo, mais precisamente inspirada nos estados italianos na Idade Média e Renascença, seja pela relação de governo ou mesmo pela semelhança histórica, já que antigamente havia um Império que se dividiu em cidades-estados, o Trono Terin, exatamente como ocorreu com a queda do Império Romano, ou mesmo pela rivalidade entre essas cidades-estados.

Não há como não ficar fisgado pela forma como Scott Lynch tece suas histórias, mesclando um humor carregado de sarcasmo, personagens ardilosos, cenários fantásticos e reviravoltas surpreendentes. Apesar de ter adorado o clima que Camorr possuía, acho acertada essa decisão de cada livro promover uma mudança de cenário, algo que estimula a inventividade do autor e dá a possibilidade de se explorar outras cidades com suas particularidades e outras facetas dos Nobres Vigaristas, algo que estou ansioso pra ver nos próximos volumes. No geral é um livro que beira a excelência, ainda que pessoalmente eu tenha gostado mais do primeiro, mas Mares de Sangue tem tudo pra agradar a quem tenha gostado ou mesmo para conquistar de vez quem não tenha se encantado tanto por seu antecessor e certamente coloca um pouco de ansiedade pelo próximo volume da série, República de Ladrões.
“Que os ladrões prosperem. Que os ricos se lembrem.”.


site: https://focoderesistencia.wordpress.com/2017/01/07/mares-de-sangue-nobres-vigaristas-vol-2-scott-lynch/
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