Manuella Gambiragi 02/05/2021
Não é só a beleza feminina que salvará o mundo, Dostoiévski!
Para que o ser humano compreenda seu sentido no mundo, é indispensável que ele conheça a sua essência. Há quem afirme que homens e mulheres têm capacidades, tendências e missões igualitárias. Porém, durante todo o texto, a autora demonstra que isso não é verdade; e, o que pode ser julgado superficialmente pelas massas cegas das ideologias cotidianas como uma clara misoginia, se mostra como um saber que já é interiorizado dentro de nós justamente pela sua lógica, e porque não dizer, por sua beleza e seu perfeito equilíbrio.
Homem e mulher são componentes de uma complementariedade sem igual, planejados até nos mínimos detalhes para serem um, cada um com sua individualidade que tem encaixe perfeito. Portanto, naturezas distintas.
Em um mundo em que é pregado que as mulheres são constantemente renegadas e rebaixadas, Alice Von Hildebrand, sem negar que todos esses males existam em alguma escala na sociedade, traz à tona o privilégio de ser mulher. Ela demonstra a honra que é ser uma "fusão entre coração e mente", a força proveniente de se reconhecer fraca (a qualidade que geralmente é usada que forma depreciativa ganha um novo significado) e a dignidade própria da natureza feminina.
Além disso, a filósofa desbanca uma das maiores falácias sobre a Igreja Católica: que a instituição deprecia e oprime o gênero feminino. Quando, na verdade, a Igreja exalta a mulher como nunca havia sido feito através da devoção à Maria, mulher cujo ventre carregou por nove meses o Salvador do mundo a quem os céus não puderam conter - "Bendito é o fruto do vosso Ventre, Jesus" -, isso sem contar nas diversas santas mulheres, casadas, religiosas e virgens consagradas. Cada qual portando a dignidade e individualidade presente na natureza e na essência feminina.
Finalizando as ideias expressas nesse curto livro, porém cheio de informação, a escritora disserta sobre a missão da mulher para com o mundo. Estimular a sensibilidade, a empatia e o amor mais sublime; condicionar os olhos humanos a contemplar o belo; regular a vida e o estilo prático do universo masculino aprimorando a afetividade dos homens e conduzindo-os a desenvolver virtudes que não são tão naturais a sua natureza; além de vários outros pormenores, TUDO isso, é fruto de uma mulher que compreende e desempenha seus afazeres de acordo com sua feminilidade (que, não por acaso, é um pivó - pilar - da vida humana). Portanto, todas as teorias e maneiras feminista acabam por descaracterizar a mulher como mulher, causando uma crise de personalidade em que a natureza feminina não consegue ser exercida com autenticidade (e não, isso não precisa ser feito dentro da cozinha!). Sejamos mulheres, sejamos femininas, sejamos verdadeiras. O feminismo é uma ideologia que deturpa os valores e causa nas mulheres o pior dos efeitos: a rebaixa como ser humano e a obrigada a ser e agir como algo que não é. Termino então, com duas frases que, na minha opinião, resumem perfeitamente a obra:
1- "Não nego que as mulheres foram injuriadas e até torturadas; mas duvido que algum dia tenham sido torturadas mais do que são agora pelo absurdo propósito da modernidade de torná-las (obrigatoriamente) a um só tempo imperatrizes do lar e funcionárias competentes." - G. K. Chesterton
2- "Um dia, todas as realizações humanas serão reduzidas a um monte de cinzas. Por outro lado, todas as crianças nascidas de mulher viverão eternamente?, pois a elas foi concedida uma alma imortal, feita à imagem e semelhança de Deus. Sob essa luz, afirmação de Simone de Beauvoir de que " as mulheres não produzem nada", mostra-se especialmente ridícula." - Alice Von Hildebrand (The Privileg?e of being a woman)
"De fato, é um privilégio ser mulher"