O pintassilgo

O pintassilgo Donna Tartt




Resenhas - O Pintassilgo


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charlie54 11/09/2021

"A vida é catástrofe"
Acho que ler esse livro sem saber do que se tratava foi uma das melhores decisões que fiz. Isso me levou a ter uma experiência incrível. E realmente, esse livro é uma puta de uma experiência. Vi pessoas falando muitas coisas negativas e isso só me deixa confusa, porque pra mim, o livro foi perfeito de todas as formas que um livro pode ser perfeito para alguém. Eu amo muito, muito esse livro.

Assuntos pesados e difíceis são tratados aqui, com uma narrativa tão real que as vezes eu ficava me questionando se não era possível que talvez essa história fosse minimamente inspirada em alguém que realmente existiu. Foi tão bem escrito que eu tive a impressão dos personagens serem palpáveis, especialmente o Theo.

Ele teve um desenvolvimento espetacular, e o fato de ele ser o narrador, só deixa tudo o que acontece muito mais imersivo e intenso de se ler. A forma com que ele lida com as coisas, como ele negligencia sentimentos, como tudo afetou a forma dele se relacionar com outras pessoas, enfim. Eu poderia fazer uma redação só falando sobre as coisas interessantes que dá pra se notar pela narrativa do Theo.

Minhas duas coisas favoritas sobre esse livro são a escrita e a "família". A escrita porque, sinceramente, é maravilhosa e a forma com que tudo se conecta sem deixar pontas soltas foi muito bem feita. E a "família" porque, de certa forma, esse livro tem uma found family que o Theo arranja ao decorrer de sua vida. Os personagens e a relação deles com o Theo me trouxeram um conforto absurdo, e as vezes, por mais que as coisas tivessem terríveis e tudo estivesse parecendo dar errado, tinha um personagem que de alguma forma tentava estar ali pra ele e não o deixar sozinho. Isso me deu uma esperança estranha e reconfortante. Vou com certeza reler esse livro futuramente, e revisitar esses personagens que me trouxeram uma ternura confusa e inesperada.

O livro é muito bem escrito, mesmo. Tem tantos pequenos detalhes e coisinhas que percebi ao longo da leitura e no final, que me deixam MUITO fascinada com a história.

Enfim, eu amo esse livro. Foi uma experiência sensacional, e com certeza é um dos meus livros favoritos da vida.
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gabriel 02/10/2021

Perplexo

O livro é bom, mas pune muito o leitor. Ele é provavelmente o livro mais arrastado que eu já li na minha vida. Mesmo assim, ele dá uma decolada no final e o último capítulo é uma das melhores coisas que eu já li recentemente. Poucas vezes me senti tão dividido em relação a um livro.

A leitura em si não é agradável uns 90% do tempo, ocasionalmente algumas das frases funcionam maravilhosamente bem, mas você precisa vencer montanhas e montanhas de parágrafos que não dizem nada com nada e só ficam se repetindo. A história tem um ar de incoerência, que ora é mais sutil, ora é mais claro, e ela joga com isso de maneira muito habilidosa. É um livro que mexe com as expectativas, o que é positivo. O problema é que é um parto pra ler.

No geral, posso dizer que estou satisfeito, e fico contente de ter vencido as partes mais trabalhosas, ou simplesmente chatas e mal escritas. Donna é malandrinha; sinto que fui enganado por ela. A parte final do livro mostra que ela tem domínio narrativo e literário, muito obrigado. Por que, então, quase todo o livro é escrito literalmente de qualquer jeito? Quis criar um efeito? Contratou um "ghost writer" ao contrário (só pra escrever as partes pra encher linguiça)? Ou simplesmente ela teve que apressar a coisa a partir de um deadline apressado e cobrança da sua editora? Num mundo ideal, acredito que seja o primeiro caso. Mas é muito mais provável que seja o último.

O livro fala de um garoto que perdeu a mãe numa explosão no museu (Metropolitan Museum of Art, de Nova Iorque) e a história gira em torno disso, da perda da sua mãe e todas as consequências. Gira também em torno de um quadro - O Pintassilgo - de um pintor holandês do século XVII. Só que é meio que isso, fica girando, girando e girando em torno disso... e não sai do lugar. O que não é totalmente negativo, há uma ambiguidade e um ambiente de loucura e estagnação. Mas o preço a se pagar por isso é um livro muito chato e muito difícil de ler.

O romance dele com a menina (sem mais detalhes para evitar spoilers) não convence quase nunca. Na verdade minto, quase pelo final ele começa a convencer, mas me venceu mais pelo cansaço, tamanha a insistência nesta garota que ele só viu uma ou duas vezes na vida. No final, até eu tava quase me apaixonando pela tal garota, o que causou um efeito interessante. Mas no geral, são partes que apenas arrastam, não convencem, e completam o ar de incoerência do livro (o que é parcialmente justificado por detalhes que não cabem aqui revelar).

O livro toca um tema muito interessante, que é o trauma, e como a vida fica paralisada a partir deste trauma. Theodor (o protagonista) é um eterno garoto de 13 anos, mesmo depois de mais velho. Ele nunca parece evoluir, e sua relação com as drogas parece expressar muito bem isso. Ele é um eterno garoto drogado revivendo sua vida em Las Vegas, com o amigo recém-conhecido (Boris), um esquisitinho que aparece e reaparece do nada, um sujeito excêntrico que já viveu muitas vidas e fala muitas línguas.

O ponto forte do livro (mas que varia em alguns momentos, como aliás tudo nele) é a localização, achei que Nova Iorque ficou muito bem localizada e descrita em diversos momentos. O contraste entre o simpático e pitoresco Village, e as regiões mais ao norte de Manhattan (mais "engomadinhas", digamos assim) é bem interessante. São vários endereços fornecidos, o que hoje em dia pode gerar a curiosidade de você dar aquela fuçada no Street View, o que pode ser bem legal.

O livro também ganhou alguns pontos pra mim quando ele muda pra Las Vegas. Achei a escolha dessa cidade muito feliz: em vez de ele mudar para o cafundó dos judas, alguma cidade americana que ninguém nunca ouviu falar, ela apela para o imaginário popular. Dificilmente o leitor não sabe o que é Las Vegas. O contraste com o cinza/outonal de Nova Iorque é bem interessante e cria ótimos momentos. Momentos esses que vão meio pelo ralo, quando ele simplesmente volta pra Nova Iorque do nada, zerando o jogo, mas tudo bem.

Um livro difícil, arrastado, que trabalha muito com a imagem de "antiquário", e o livro é bem isso mesmo, um monte de tranqueira atrapalhando a leitura. O que, na verdade, cria a ideia interessante de o tema se adequando à forma, mas que na real só deixa a leitura muito desprazerosa. Eu acho que seria um livro muito melhor se ela limpasse esses momentos, fizesse um texto menor e mais focado; de todo o modo, há um efeito interessante quando isso fica em contraste com o ótimo capítulo final, proporcionando uma sensação de alívio, ou até de libertação.

Outro trunfo do livro são os momentos em que eles falam de marcenaria, móveis antigos e reparos, apesar de isso também arrastar bastante a leitura em vários momentos, gera boas passagens e a sensação de prazer e fascínio por estes móveis é palpável. Lembrou um pouco algumas cenas da série "Breaking Bad", em que um dos protagonistas, quando está preso, sonha com trabalhos de marcenaria. Então eu acho que há uma associação disso com uma certa "pureza" que é bem interessante.

A autora insiste muito em algumas coisas e quer te convencer na marra, não há uma construção muito sutil de alguns pontos. Ela força a mão e faz você aceitar certas teses do livro apenas "porque sim", ela é autora, portanto ela é o "Deus" do livro, ela quis assim e pronto. Isso deixa o livro também bem desagradável. (Por exemplo, dentre outros: o romance dele com a menina). Fora que o livro se torna deprimente quando ele fica, sem perspectiva de fim, chorando a morte da mãe. Torna o livro indelicado, pois em vez de simpatizarmos com ele, o odiamos pela simples chatice de ficar lamentando isso o tempo todo.

A Donna tem a detestável mania de interromper os diálogos para mencionar um gesto que o personagem faz durante o diálogo. Exemplo: blablablá - cocei o meu rosto com as costas da mão, como fazia o pai de Fulano em 1715 - e blablabá blablablá. Ela faz isso o tempo todo e quebra muito o texto. Os diálogos, aliás, são no geral muito mal escritos, e achei isso um dos pontos fracos do livro. É um livro com boas (e ocasionais) passagens, mas com péssimos diálogos. Longos, chatos, sem dinâmica, forçados... ruins realmente.

E é um livro com ótimo final, realmente achei que valeu a pena atravessar o "oceano" de texto (muito atravancado, pesado em descrições e bastante enfadonho) para poder chegar até lá. Poderia ser mais levinho, porém é um livro com muita personalidade. A história em si (em termos de enredo) é bem magrinha e pouco interessante, e o livro não te puxa em nenhum momento, ele não tem ritmo, não tem equilíbrio. É só uma pasta sem forma e rasa, de descrições atrás de descrições, uma em cima da outra, apostando muito alto que o leitor se interesse por isso.

E eu não vou nem ficar falando das incongruências, achei que elas fizeram algum sentido dentro da proposta do livro, mesmo assim elas geram um incômodo, pelo desprezo quase que total pela verossimilhança. Alguns breves exemplos: ele leva um cachorro numa sacola de Las Vegas a Nova Iorque (viajando de ônibus), o cachorro magicamente fica quietinho; ou então um personagem reaparece do nada em plena Nova Iorque, e magicamente eles se encontram na rua, numa das maiores cidades do mundo. Eu nem mesmo encontro o meu vizinho de condomínio, que dirá andando assim na rua do nada.

Mesmo assim é uma leitura recomendada, tem um bom final (e realmente, eu achei ele muito bem escrito, destoando do resto do livro), a característica arrastada e ambígua dele talvez seja proposital, o que deixa o leitor com a "pulga atrás da orelha", sentindo-se enganado pela autora. É um livro, então, que me deixou muito dividido enquanto leitor, tornando a experiência pra mim um tanto confusa e intrigante.
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Natália 27/02/2020

Pintassilgo é o nome
Na verdade, Donna Tartt é o nome.
Nunca tinha lido nenhum livro dela.
E em uma pesquisa sobre futuras adaptações cinematográficas, achei esse titulo e me interessei.
Sim, eu gosto de sofrer, ler o livro e depois me decepcionar com o filme…
Mas voltando, pesquisei, me interessei, comprei.
Quando o livro chegou, eu quase que não quis ler, mais de 700 páginas!
E eu não sabia se valeria a pena… mas, Donna Tartt é sensacional!
Ela é detalhista, não deixa pontas soltas, te prende, te preenche com os personagens.
E todos os personagens são bem escritos, importantes, profundos.

Logo no começo, quando Theo Decker perde a mãe, foi realmente angustiante. Você se sente perdido e sozinho como ele se sentiu.
E o livro não deixou de ser angustiante até o final.
É aquele tipo de leitura que quando você não está lendo, está pensando sobre.
O livro tem bastante reviravolta, nada muito mirabolante, mas que prende muito a atenção…
E tem muitos sentimentos pesados, depressão, tristeza, solidão, amores…
As reflexões abordados no livro são quase sempre pessimistas, mas carregadas de verdade.

O livro “O Pintassilgo”, vencedor do Pulitzer de 2014, é uma obra prima.
Um dos melhores livros que já li.
Um livro para quem não se contenta com pouco.
Já o filme de mesmo nome, de 2019, não chega nem perto.
Para quem não leu o livro, acredito ser um filme um pouco confuso, afinal são 720 páginas, e um enxugamento não só era natural como necessário para adaptar em um filme.
Os personagens secundários não são bem trabalhados, parecendo rasos.
Muita coisa podia ter sido cortada da história, ao invés de jogar ao espectador rapidamente sem muita explicação.
No livro, mostra que o quadro é roubado logo no começo. No filme, isso é um mistério… apenas se sabe que há algum tipo de conexão entre Theo e o quadro.
Pode até ser um filme bom, mas faltou muito para ser uma boa adaptação.

Segue link do trailer: https://www.youtube.com/watch?v=CXMFKl5jGDc

(Postado originalmente em Radialista é o Nome)

site: https://www.facebook.com/radialistaeonome/posts/128609822000169
Mari 15/11/2020minha estante
Siim, nossa eu adorei o fato que você citou a angústia, porque foi algo que me pegou demais nessa cena, essa cena que me levou a ler até o final, e a narração é realmente angustiante em vários momentos.




Rseefo 05/03/2020

Bem escrito mas arrastado
A autora escreve muito bem, e é bem detalhista. Mas isso acaba deixando o livro excessivamente longo, com passagens arrastadas e desnecessárias.
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bia 11/01/2023

theo?s ptitsa
a estória desse livro está todinha gravada na minha memória theodore decker é um personagem muito querido por mim torço demais pra ele durante a leitura das quase oitocentas páginas desse livro o texto que da fim ao livro é uma das coisas mais belas que já li não consigo não me emocionar sempre que releio (e releio com uma frequência absurda). donna tart é realmente incrível
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Lorenna 02/12/2020

Entrou para a lista dos meus livros favoritos. Ah, Donna Tart, não te conhecia, mas agora você faz parte das minhas autoras prediletas. Esse livro é tão maravilhoso que eu não tenho palavras para descrever hahahaha. É uma leitura que faz você se sentir parte da história, de sofrer junto, de ficar feliz, angustiado, triste, vivendo de verdade tudo que passa no livro.
Não recomendo o filme, infelizmente não conseguiu captar a essência da história e a profundeza dos personagens.
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alaska.young 05/12/2020

donna tartt seu livro curou minha depressão!!
foi o livro por motivo mais aleatório que eu li. quando soube que ia virar filme, eu fui correndo ler o livro (sim, gosto de fazer isso pra ser a chatona que fala sozinha pensando ISSO NÃO É ASSIM NO LIVRO). li o livro e acabei me apaixonando pela história, e tava com zero expectativa, o que fez eu me surpreender ainda mais. joguei meus remédios fora, o pintassilgo me salvou!!
Anderson 17/12/2020minha estante
Fico feliz por vc, moça! Que a sua vida só melhore a partir de agora. Sucesso ;)




Fe.fer 08/10/2022

Releitura (a primeira de muitas)27/08/22 a 08/10/22

Genial, excelente, perfeito, Donna tartt a melhor, atemporal.

??/10
prblyafuturemilf 25/10/2022minha estante
pensando mt em reler pq amei mt, mas ainda lembro de coisa demais e tenho medo de querer parar antes do fim


Fe.fer 25/10/2022minha estante
Eu demorei meses pra reler


prblyafuturemilf 25/10/2022minha estante
ja fazem sete meses desde que li kkkkkk




Ju 15/02/2020

Uma lembrança
Que história incrível, apaixonante. Uma incrível viagem pelo mundo da arte, amor e resignação... um amor pra vida todo mas tão distante de viver.
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RoSousaAlenc 15/02/2020

Incrível
Bem escrito, possui uma trama e subtrama muito interessantes sobre arte e mercado negro. A agonia do protagonista causam desconforto em alguns momentos, tamanha a destreza na narração. Apenas leiam e se deliciem!
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Rebeca_Moledo 20/03/2020

O pintassilgo (o quadro), é formidável. A narrativa do livro me atraiu muito, apesar de se enrolar um pouco, ficando monótona. Me apeguei ao personagem e a sua trágica história, assim como sua angústia por manter escondido por tantos anos um quadro valiosíssimo, sentindo-se culpado e angustiado o tempo todo por algo impulsivo que fez enquanto sua mente fugia do caos da destruição.
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Mari 31/03/2020

Um bom livro com imensa riqueza de detalhes, porém o final é cansativo e maçante.
Anderson 12/05/2020minha estante
Achei a mesma coisa do final. Aquela parte no quarto do hotel foi a pior pra mim.




Carol 05/04/2020

Esperava mais ....
O livro é muito extenso e cansativo, mas a estória te faz querer ir até o final.
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