barbiedoll 20/10/2023
Confesso que detesto esse livro de verdade. Terminei de ler essa história há muitos anos e até hoje vejo pouca gente falando da atrocidade que essa porcaria é. Em resumo, O Nome do Vento é uma fantasia para macho "alfa" que objetifica mulher se sentir representado (não que falte esse tipo de representação na literatura).
Para começar, esse livro é chato, enrolado e pretensioso. A escolha do narrador em 1° pessoa foi uma decisão terrível, porque simplesmente não combina com o tom da história. Me pareceu muito um narrador em 1° pessoa transvestido de 3° pessoa, devido ao distanciamento e frieza do personagem que temos durante a leitura.
O protagonista, Kvothe, é extremamente irritante, arrogante e pretensioso, Patrick Rothfuss NÃO sabe construir personagens, portanto o faz parecer superficial demais, até porque o autor não coloca DEFEITOS no protagonista, aliás, até "tenta", pois os supostos defeitos só servem para exaltar e dar apoio as qualidades, porque NÃO são defeitos de verdade. Para simplificar, Kvothe é a versão masculina da Mary Sue.
Rothfuss tenta criar um personagem super inteligente, prodígio, autodidata e [INSIRA AQUI OUTRAS 50 QUALIDADES], o problema é que por ser um personagem mal construído (mal executado) e superficial, a inteligência do protagonista soa forçada, é como se Kvothe estivesse tentando ser mais inteligente e interessante do que realmente é. Parece que o autor projeta no protagonista tudo aquilo que ele gostaria de ser, o que me leva a crer que os leitores (homens, é óbvio) facilmente conseguiriam se idealizar nesse personagem também. Porque veja bem, Kvothe é tudo isso citado acima, mas é também sem personalidade, qualquer coisa, sem carisma. Não há nada de único nele.
Não vou comentar dos personagens secundários, pois, sinceramente, nem lembro deles. São tão sem carismas e mal desenvolvidos que parecem que foram criados para serem esquecidos.
A pior parte do livro, na minha visão, é a representação das personagens femininas. Todas servem a um único propósito: se apaixonarem pelo Kvothe e serem objetificadas e estereotipadas pela narrativa. Não têm personalidade além da aparência.
Já a construção de mundo e o sistema de magia parecem ser muito bons e ter potencial, mas são simples, sem imaginação e sem graça. Cheio de lugar comum que um leitor de fantasia facilmente encontra em qualquer outra obra.
Enfim, Patrick Rothfuss tenta fazer algo grandioso, e até consegue enganar devido a escrita (que não é ruim, mas também não é boa), mas soa forçado demais. De qualquer forma, é um livro que tem as ideias bem organizadas, porém não são bem executadas.
Ainda acho que o hype desse livro é efeito manada e falta de senso crítico, porque honestamente...