Felipe Seibert 16/11/2014Livro MaçanteO assunto abordado no livro pela autora tinha tudo para se tornar uma bela construção de ficção. Já imaginava inclusive adaptações pro cinema. As chamadas de capa e o teaser criado no primeiro capítulo em um cenário com o Hitler, dava um ar de bestseller. Seria uma sequência frenética de leitura, até descobrirmos como aquela situação de encontro da protagonista com o Führer se estabeleceu.
As frases de efeito de divulgação desse livro, indicando uma provável possibilidade de reviver (e recriar) o futuro, em uma nova realidade em relação a vida anteriormente vivida (e que culminava em morte), eram as peças chaves para um sucesso certeiro.
Porém, o livro não entrega isso.
O início é interessante, mostrando esse jogo de vidas paralelas, no estilo efeito borboleta. Uma pequena ação aqui, gera uma mudança drástica acolá. E assim, a protagonista vai revivendo os mesmos cenários, em novas circunstâncias.
O leitor fica focado e aguardando justamente esse processo de morte e nova tentativa de vivência, querendo novos desafios, novos relacionamentos, novas oportunidades na história. E existe um conflito nesse processo com o enredo em si, onde a autora conta a história da personagem Úrsula, que é muito ruim. Ou seja, enquanto ela não morre, ela está vivendo sua vida em um período de guerras. Só que esses textos contando a vida dela, são muito chatos, incompletos, cheio de quebras de condução da história. A autora não consegue descrever com detalhes as cenas. A impressão que tive, é que cada parágrafo fosse um assunto. Ela muda de ambiente com uma velocidade desagradável, não criando assim, empatia do leitor com os personagens.
Claro que entendo que o objetivo era justamente criar situações diversas, uma vez que seriam épocas diferentes em cada nova 'ressuscitação'. Mas o meu desejo era descobrir como seria a próxima morte e como, após esse episódio, ela conseguiria evitar o erro e manter a vida em curso novamente. E não pareceu ser esse o foco da autora.
Quero evitar spoliers e não vou falar mais :-)
Não sei se consegui descrever o meu sentimento após o fim desse livro. Mas o fato é que não empolgou, não gerou empatia com nenhum personagem e, pelo o que eu esperava, foi um desvio do objetivo anunciado. Não indico.