Jansen 05/09/2023
Espanta o nível daquela época. As mulheres há 2.400 anos tinham uma expectativa de liberdade e igualdade que demoraram muito a obter. O que Aristófanes criou na comédia Greve do sexo (Lisístrata) e na Revolução das mulheres não seria imaginável mais de 2.000 anos depois. Só mais recentemente as mulheres conseguiram votar e sair para trabalhar em empregos antes exclusivos dos homens, como na medicina, direito e gestão de empresas. Eram mão de obra para os afazeres do lar e na agricultura. Não sei a razão para a demora quando vemos que há muito tempo já se esperava mais delas. A personagem Valentina na Revolução das mulheres consegue, através de artifícios, que todas as mulheres votem no parlamento passando o poder politico para as mulheres num congresso dirigido por ela. Definem um Estado muito parecido com o prometido pelo comunismo e que este nunca conseguiu entregar. Por ser algo muito revolucionário logo no início surgem problemas, mas que, no correr do tempo, creio eu, as mulheres resolveriam. E são situações cômicas que tornam a leitura muito agradável. Acho que, com o passar dos tempos, apesar das facilidades e técnicas para criarmos obras literárias, desaprendemos a criar histórias daquele naipe.
Recomendo a leitura, assim como a de outros como as tragédias de Sófocles, memoráveis.