História do Olho

História do Olho Georges Bataille




Resenhas - História do Olho


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Julio.Gurgel 03/05/2020

Obsceno, repugnante, fascinante
A História do Olho trata da bestialidade dos desejos sem aparas, da experimentação e da liberdade extrema de corpo e espírito. É uma teia de cheiros, fluidos e sadismos de toda espécie que vai gerando uma repugnância crescente no leitor - o que, obviamente, provoca mais e mais interesse, como se fôssemos moscas que pousam em excrementos.

Ah, ao final da história, as notas do próprio autor explicando os elementos do livro esclarecem muitas das metáforas apresentadas, todas elas muito conectadas à sua própria história de vida.
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Eduardo 30/04/2020

Livro dificílimo de resenhar. Causa uma enorme impressão no leitor, não só pela sexualidade exacerbada e pelo chocante das imagens de violência, mas também por essa capacidade de criar relações entre as imagens que usa (olho, ovo, culhões, anus, mijo, esperma, sangue, via-láctea, ...) trazendo a impressão mesmo de uma liberdade de escrita muito grande, que vai desvelando o que aprendemos em sociedade a reprimir.
Uma outra coisa interessante do livro é que na mesma medida em que ele causa impressões fortes é difícil de racionalizar elas. Fiquei com impressões de que o livro está dialogando o tempo todo com conceitos da psicanálise, mas não saberia dizer se ele faz isso de maneira estrita às teorias de Freud ou se mesmo com relação a elas ele faz desvios.
Falando ainda de impressões, sinto que foi uma experiência de leitura bem próxima do que é assistir um filme como O Cão Andaluz, de Buñuel.
A apresentação de Elaine Robert Moraes ajuda muito a sugerir algumas chaves de leitura para o livro. O apêndice com outros textos críticos já me parece algo mais voltado para quem realmente quer se aprofundar em como foi a recepção desse texto. As ilustrações, incluindo a foto de capa, não parecem reduzir ou apenas reafirmar o que é dito no livro, mas justamente investir nessa capacidade de fazer associações livres, como o próprio texto.
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Moony 22/04/2020

O livro mais Freak que eu já li.
Se não me engano, li ele em 2016. Lembro que estava com insônia e li numa sentada só. Ele é curto, mas é horrendo. Não sei se indico, porque ele é meio gore e pode conter gatilhos. Não foi uma boa escolha para mim na ocasião e sinceramente não sei dizer o que sinto e acho sobre, mas gosto de ter sobrevivido a ele.
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Eliete 15/04/2020

...
Eu não combino com esse tipo de leitura. Talvez um leitor que procure obras clássicas e de teor filosófico consiga aproveitar melhor esse tipo de livro.
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Paloma584 14/04/2020

Confuso
Livro confuso e de difícil digestão para mim. Não sei se é por conta da temática, mas mostra o lado mais asqueroso do ser humano dominado pelos desejos do ID.
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Emanuell K. 21/03/2020

Num entendi foi nada! Muito sexo e violência e uma capacidade de compreensão que eu ainda não domino! #numentendinada
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Bart 17/03/2020

História do Olho (+18)
*Georges Bataille*
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Um amigo me disse, "Bart, lê isso aqui, é um clássico da literatura erótica!".
Demorei p/ler, e quando finalmente leio... É ruim, simplesmente, nem é meu gênero de leitura, e se fosse p/escrever isso, faria a mesma coisa que o autor, quando publicou o livro em 1928, usou o pseudônimo "Lord Auch", depois de sua morte foi que colocaram seu nome real como escritor.
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Começou a escrever por sugestão do seu psicanalista, para ajudar a se livrar das obsessões que o atormentavam. O autor era um celebre e respeitado arquivista da Biblioteca Nacional de Paris.
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A "trama" tem a intenção de chocar (é a forma autoral do escritor), se hoje ainda chama atenção, imagina 1928!
O narrador não tem nome, está sempre com sua amiga Simone, com que tem as mais loucas situações masturbatorias e depois e sexuais de fato, puxando para eles a pobre da Marcela (que acaba se ferrando na história), os adultos não representam figuras de respeito, o desprezo pelo pai evidente, por si mesmo e por todos, pois o narrador não se preocupa com a civilidade.
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Realmente, o aspecto da psicologia/psicanálise? é muito interessante, ... p/quem gosta de ovos, olho = ânus (os ovos muitas vezes vão ser colocados e quebrados lá mesmo), ou olho de de fato! P/uma história erótica... powrra (me desculpem)...Eu tenho que aprender a deixar de ler o livro quando eu não gostar.
Quem gosta, fique a vontade, não é puritanismo, esse tipo de literatura seria melhor lida como um estudo de caso, aí sim, muito rico... o tesão, a lasciva é algo muito único de cada um de nós, eu respeito, o ovo, o olho, o outro olho... O que importa é o gozo MÚTUO (para os amigos... dediquem atenção às suas parcerias).
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Biblioteca Álvaro Guerra 10/03/2020

A expressão máxima do erotismo na literatura universal. Texto de estreia de Georges Bataille, História do olho é também sua obra mais célebre e um dos maiores clássicos da literatura erótica do século XX. Chocante e sacrílega, esta novela é a expressão máxima da obsessão do autor pela proximidade entre sexo, violência e morte, e sua dimensão filosófica se depreende do exercício ilimitado que Bataille faz de tal relação. Publicado em 1928 sob o pseudônimo de Lord Auch, o livro acompanha as peripécias sexuais do jovem narrador e de sua amiga Simone. Embebido da atmosfera do surrealismo francês, do qual o próprio Bataille chegou a fazer parte, o relato suspende do horizonte das personagens o interdito do universo adulto e propicia aos jovens uma jornada de extravagâncias que envolvem sadismo, orgias, tortura e loucura, culminando em um ato de transgressão. Este e-book não contém o texto A metáfora do olho, de Roland Barthes, presente na edição impressa.

Empreste esse livro na biblioteca pública.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/8575032119
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Mariana Knorst 04/02/2020

História do Olho, de Georges Bataille
Georges Bataille, autor de História do Olho, foi um dos autores mais controversos do século XX, apresentando uma obra polêmica, que transitava entre filosofia, antropologia, economia e erotismo.

História do Olho está classificado como como literatura erótica, mas apresenta muito mais do que uma única categoria.

O livro é divido em duas partes. Na primeira, a narrativa em primeira pessoa conta a história de dois adolescentes, o narrador e Simone, enquanto descobrem, investem e testam sua sexualidade. Cheia de detalhes e experiências, em sua maioria, de grande reprovação social, a história embora de cunho adulto apresenta uma forte personalidade infantil, embalada por atividades sem limites e sem repreensão do núcleo adulto, muitas vezes espectador.

A segunda parte apresenta uma visão mais técnica, dentro da literatura e da psicanálise, duas das áreas exploradas pelo autor em suas obras, buscando uma forma de transpor as barreiras sociais, quebrando tabus que entendia necessários à transformação da sociedade.

Particularmente, achei a história bastante intrigante e desconfortável. Bataille propõe no livro a apresentação de elementos que no início do século XX eram considerados tabus e é incrível visualizar que, muitos desses elementos, ainda são tratados da mesma maneira atualmente.

Portanto, muito mais do que uma mera leitura erótica, História do Olho nos faz refletir sobre a natureza humana e os limites que foram impostos pela sociedade para mascarar sua essência animalesca.

Aqueles mais conservadores sentirão um pouco de dificuldade de enxergar os objetivos do autor por trás da história, sendo possível (com risco de spoiler) inverter a ordem da leitura, lendo a segunda parte primeiramente, visando diminuir o impacto da história na sua bruta forma.

Contudo, aqueles dispostos a conhecer o mundo proposto por Bataille, podem, sem medo, iniciar a leitura tradicional do livro, que possui poucas páginas e uma curiosa história.

site: https://knorstmariana.wixsite.com/literatura/post/hist%C3%B3ria-do-olho-de-georges-bataille
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austero 15/01/2020

do meu olho pro seu
indispensável pra quem deseja conhecer e transitar pelas teorias do erotismo & da corporeidade...... um banquete batailliano no mais gostoso sentido
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Rafael 02/10/2019

Quebrando ovos com o ânus
O livro se divide em duas partes, na primeira há relatos do tipo mais ousado e absurdo de sexo, incluindo muita urina e mortes violentas, e na segunda há um texto intimista do próprio autor comentando a história. Achei incrível, não há muito o que falar porque acaba se tornando spoiler. É extremamente ousado, o autor vai além das barreiras "morais", atropela tudo, e isto é fascinante. Me causou muitas reflexões sobre os tabús sociais e sexuais e o final me partiu o coração. É muito difícil delimitar o ser humano e seus desejos, sua natureza e sua psique. E este livro bate muito nesta tecla. Por mais estranho e até mesmo risível que seja, por exemplo, a personagem quebrar ovos com o ânus, depois olhado de dentro causa uma perspectiva tão diferente. Incrível o quanto somos cheios de medos e de pudores. Livraço!
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Gu Henri 06/05/2019

O olho que nada vê
A genialidade de quem pensou em colocar a fotografia de Man Ray na capa do livro de Bataille é de uma ousadia sem tamanho, a livre associação que temos à primeira vista nos leva a uma extrema curiosidade, sem nem imaginar, talvez, que se trata de um conteúdo mais mórbido do que pornográfico.

Bataille escreve a História do Olho como exercício de cura, para se libertar, é um relato para lá de fantasioso, obsceno, mórbido, psicótico, delirante, mas ainda assim contém um realismo que se afigura numa linguagem que por ora é simples, mas extremamente poética.

Acaso se vessemos claramente qualquer destas cenas que o livro relata num filme, num documentário ou vivenciássemos de fato aquilo, o efeito seria (pelo menos para a maioria) oposto ao que o livro dá. Não é uma literatura para todos, é impactante na medida que a crueldade é erotizada, gozar em francês é ligado ao termo "petite mort" (pequena morte) e para os francófonos seja mais assimilável, mas o que seria então de uma "grande morte"?. E mais afrente Bataille diz em Erotismo que tudo é em resumo é uma morte.

A escrita de Bataille é ousada, por certa polêmica, deveras ao que escrevera, e não preciso relatar o já relatado dos porquês disso, mas sem dúvida, apesar do conteúdo ser extremamente repugnante, é agradável lê-lo.

Considerei mais chocante ler este livro do Bataille pelo realismo exposto do que Os Cantos de Maldoror, embora ambos sejam exercícios de libertação de seus autores, o último o mais irrealista, mas também feito sob um pseudônimo.

A literatura é arte, e a arte liberta os homens, ou ao menos embriaga-nos do fardo pesado do tempo, de nossas próprias ruínas, e pôr os tormentos, ou os pensamentos mais insanos que existam num papel é tarefa para poucos, pois muitos quando o fazem nem estão sendo fiéis a si mesmos. Este tipo de literatura não teve como intuito a venda, nem agradar a quem quer que seja, teve apenas o impulso inicial de ser um exercício emancipatório.
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Ana Aymoré 24/02/2019

Bataille entre Eros e Tânatos
Em 7 de maio de 1922, o público que assistia às touradas em Madri testemunhou, horrorizado, a morte do toureiro Manuel Granero, atingido por uma chifrada do touro Pocapena em seu olho direito. Entre os espectadores da tragédia, estava um jovem e desconhecido funcionário da Biblioteca Nacional da França. Quatro anos depois, em meio a um quadro de intensa crise emocional, por incentivo de seu psicanalista, o arquivista, chamado Georges Bataille, escreve a novela Histoire de l'oeil, publicada em 1928 sob o pseudônimo de Lord Auch. Daí e até o fim da vida, marcada posteriormente por uma carreira de renome como ensaísta, Bataille nunca permitiu que seu livro de estreia fosse publicado em seu nome.
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Mas não se pode duvidar de que a reserva de Bataille fosse resultado não de uma inferioridade da obra em relação aos escritos posteriores do autor, mas justamente de sua inegável carga autobiográfica. Ela consiste, de fato, na emergência do eu mais profundo - o id psicanalítico - por sobre as camadas dos desejos, medos, horrores e traumas inconfessáveis da mente domesticada.
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Na História do olho, a batalha (em ressonância ao nome do autor) entre Eros e Tânatos é o motor da narrativa, que conjuga uma forma extremamente realista e austera a um conteúdo de exuberância e irrealismo que se aproximam da total inverossimilhança. As personagens que transitam nesse cenário ao mesmo tempo luminoso e grotesco, de elevação e perversão absolutas, à margem de qualquer limite para a consumação de suas obsessões que, todas, aproximam-se da forma e dos sentidos do olho - ovo, cu, colhões, sol, globo ocular -, são a corporificação literária dos tormentos de seu criador, e instrumentos da libertação catártica de seus traumas infantis (cuja exegese é feita, ao final da narrativa, através de uma inesperada intromissão do autor).
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Percorremos suas páginas de sombra com a angústia de quem percorre o pesadelo de se estar nu em meio a pessoas totalmente vestidas. Uma experiência inquietante e única, como é da natureza dos sonhos.
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