História do Olho

História do Olho Georges Bataille




Resenhas - História do Olho


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Isa 04/01/2018

Então ..
História do olho é um livro eroticamente cômico.
Por vezes senti o desejo carnal e até lascivo e pútrido no qual o texto é embebido. O título carrega a palavra “olho” e a capa contextualiza a que tipo de “olho” vulgarmente se refere. A variação de nomenclatura para o orifício se repete várias e várias vezes, seja enaltecendo-o, seja desejando -o. O ato sexual em si não é detalhado, mas mencionado e determinado. Não ha “machadianismos” ao seu desenrolar, apenas o que foi feito, onde e como. Situa e encerra. Os mais pitorescos fetiches são trazidos: a urina, a ejaculação em corpos alheios e junto a cadáver, inclusive estupro seguido de homicídio por enforcamento são alguns deles.
Espantaria se não vivêssemos num mundo com pornografias exuberantes e exóticas escancaradas. Conhece-se tais gostos e são tratados com certa normalidade no livro.
Entre os capítulos desenhos eróticos adornam as páginas, isso porque a obra conversa com a fase surrealista. Marquês de Sade ficaria orgulho
Trata-se do ardor da descoberta sexual de dois jovens, parentes longínquos e suas angústias compartilhadas pelas “coisas do sexo”, como o próprio eu lírico coloca. O texto é recheado de insinuações capciosas, olhares insanos e principalmente um pudor retido pela necessidade esmagadora de libertar-se, a libertação está intrinsecamente associada a nudez e essa por sua vez, ao prazer.
Diferente do comum em relação as mídias que retratam o sexo, em “Historia do Olho”, o sexo não finda ou tem necessariamente a sua consumação no gozo, mas sim na exasperação, no limite do humanamente suportável. O ambiente hostil de urina, sangue, suor, vômito e “porra” consome os personagens e só então, exaustos ou insanos encerram.
Vários objetos e “coisas”, por assim dizer tem suas funções e características distorcidas em prol da conotação que os personagens querem dar ou precisam inseri-los e utilizá-los. Um pote não é mais um pote somente, um armário não é mais um armário somente e um ovo, não é mais um ovo somente. O único nu, cru e de fato real é o prazer e todo o resto meio para alcança-lo.
Por fim, o narrador nos apresenta uma versão do que poderia ser a explicação para os atos narrados até então, mas sem justificar-se, o que dá um teor autobiográfico a obra, onde já reina a metáfora.



site: http://aquelevelhoblablabla.blogspot.com.br/2018/01/resenha-historia-do-olho.html
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Marker 07/09/2017

Como se dialoga, então, sobre um livro não compreendido, porém amplamente sentido, experimentado? Talvez faltem os aparatos técnicos para entender o que Bataille realmente esperava dizer com esta História do Olho, ou quem sabe, como o próprio comenta num posfácio, esta seja uma história nascida de um furor juvenil, que não se deixa domar e portanto não se deixa compreender.
Nos relatos sobre as vidas e sexualidades da dupla de protagonistas, Bataille comenta sobre um sem número de questões, mas a ideia título de uma história sobre o olho, o agente vivo da experiência imagética do mundo, me soa a mais interessante. Ao longo da trama ele é investigado, torturado, e no fim das contas festejado como grande testemunha da fúria e do prazer que move a juventude. Creio não ter entendido nada, mas amei.
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Paloma 25/02/2017

''O mundo profano é o dos interditos. O mundo sagrado abre-se a transgressões ilimitadas.''
Um reflexo intenso da mente de Bataille, História do Olho é sem dúvidas um dos livros mais instigantes e simbólicos que eu já li. Carregado de significações pessoais do autor, do anonimato por conta de sua vida social e profissional, até o olho que remete as perturbadoras lembranças de seu pai sifilítico. Olho esse que associou, de forma grotesca, à ovos, a cu, a urina, sendo uma consequência da neutralização que o tempo trouxe às suas lembranças, as transformando e por fim, lhes presenteando um sentido obsceno.

“Uma vez mortos Simone e eu, o universo da nossa visão pessoal seria substituído por estrelas puras, realizando a frio o que me parecia ser o fim da minha devassidão, uma incandescência geométrica (coincidência, entre outras, da vida e da morte, do ser e do nada) e perfeitamente fulgurante..”

O contraste entre o realismo da narrativa e a irrealidade das cenas narradas é uma característica que acredito ser única e duvido que a verei em outra obra. O narrador e sua amiga Simone, ambos jovens, ambos sonâmbulos imersos em uma prisão onírica que lhes dá a ilusão da liberdade, como assim observou Vargas Llosa. A fusão entre o cosmos e a individualidade carregada de desejo, em busca vã do sentido ao longo da história é extremamente intensa, de tirar o fôlego, e proporciona um verdadeiro deleite imaginário através das palavras.

A visão radical de Bataille sobre sexo é impressionante. Ele chega diretamente no núcleo das coisas – a transgressão excedente no sexo, é uma verdade contada a partir de outra dimensão. Ele cristaliza um vazio severo através de seus romances e suas obras, como um profundamente apaixonado pela vida e pela morte, ele escolheu celebrar o vazio como a única solução que lhe traz conforto. Um místico, uma voz poética e sombria de um profundo oceano escondido, explicando tudo e nada ao mesmo tempo. Assim, Bataille se torna um dos autores mais relevantes do grotesco na literatura, e ao mesmo tempo, um insulto à maioria das pessoas que acreditam em construções sociais como família, Deus, tradição, trabalho, e até mesmo amor.

Para aqueles que, assim como o autor, vive angustiado pelas coisas do sexo.

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Paulo.Monteiro 17/11/2016

Perfeito!!!
Libidinosamente imoral para se tornar completamente surreal.Recomendo!!!!
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Francivan 28/06/2016

O cu é lindo
Nunca havia lido nada parecido, só o conhecia(Bataille) por uma breve citação de Hilda Hilst. De início a leitura me causou um certo estranhamento, já era esperado, mas é tudo tão lindo tão profundo devido a sua riqueza de símbolos e seus múltiplos significados. Em relação a leitura flui, rápida, e mesmo sendo erótica sem cair jamais no banal, bem pelo contrário fica um sentimento de deslumbre em meio a um deleite quase orgíaco, privilegio exclusivo dos que cedem aos encantos de Bataille.
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Lacerda 09/11/2015

"Para os outros, o universo parece honesto. Parece honesto para as pessoas de bem porque elas têm os olhos castrados. É por isso que temem a obscenidade. [...] apreciam os ´prazeres da carne´, na condição de que sejam insossos."
A ausência de detalhes da vida dos personagens torna o livro orgânico, movido pelo desejo, onde cada movimento gera te(n)são. É um livro de libertação que, como o próprio Bataille irá dizer, o transformou do ser completamente doentio em alguém relativamente viável.
É a história do absurdo, da consciência enfiada no cu, na teoria de um deus morto, para libertá-lo do que é escandaloso e subversivo.
Peleteiro 07/03/2016minha estante
Este livro é fantástico!


Lacerda 12/05/2016minha estante
Esse livro é maravilhoso!




Marinho 31/07/2015

Atenção: Em sintonia com o teor da obra, esta resenha apresenta termos considerados chulos e de baixo calão.

Não é nem um pouco difícil compreender porque “História do Olho” foi uma obra que teve que ser publicada em sigilo e anonimato em sua época. As páginas da novela, permeadas “de sangue, de urina e de porra”, sublinham um caminho de expressão autobiográfica que dificilmente seria compreendido pelo imaginário contemporâneo do livro. É através de um erotismo exagerado e de uma perversão material que Bataille escolheu expurgar os demônios interiores cravados por experiências passadas e que tanto lhe consumiam.

A história não permite rodeios. Bataille conta “as aventuras sexuais” do Narrador (cujo nome não nos é dito) e de sua parceira Simone em um ritmo ágil e direto. Exceto por observações de elementos do ambiente que estabelecem uma sinestesia para com o próprio sexo, o narrador raramente divaga sobre algum aspecto. Tal tom determina um caráter realista de narração, contrastando com o teor dos acontecimentos, tão idílicos e exagerados em sua composição que são dignos de uma obra do Marquês de Sade (uma assumida influência). A perversão, o elemento-chave da história, é gradativa. Se inicialmente, apesar de já descritas de forma explícita e absurda, as experiências parecem brincadeiras de jovens, das quais os adultos assistem passivamente, ela crescem em intensidade, ligando e englobando o campo da volúpia aos da loucura, da morte e do sacrilégio. Tal caminho parece, inevitavelmente, relacionar a perversão com a decadência do ser humano.

É observado diversas relações metafóricas, como o próprio olho, que, assim como o prato, o cu, o ovo, e o sol, compõe a simbologia esférico-globular que objetifica o erotismo. Tal simbologia expõe uma camada da real substância do livro: a história é, deixando de lado o seu propósito autolibertador e considerando a ficção, um “ode sobre o cu”, objeto tão mencionado e tão cultuado que conduz do início ao fim as atitudes e propósitos dos personagens. Esse conjunto de elementos redondos é, no fundo, um personagem, tão importantes quanto o Narrador ou Simone, presentes do início ao fim e igualmente participantes da intensificação erótica. Todas essas metáforas se justificam na condição de expressão do autor, que a utilizou para figurar a sua relação com o pai que tanto lhe afetou, que era, além de paralítico, cego.

O interessante é que, apesar de todas as situações que determinam o grau erótico da obra, talvez o capítulo mais importante seja o último, “Reminiscências”, no qual o escritor abandona o personagem-narrador e assume a própria identidade, explicitando a relação entre os acontecimentos de sua vida e o que isso significou para a criação da história. Aqui, conseguimos enxergar o sentido que há por trás de tantas obscenidades. Apesar do exagero, “História do Olho” é uma escrita cheia de elementos autobiográficos, e essa entrega pode ser entendida como uma necessidade de “botar para fora” traumas e vivências angustiantes, talvez não totalmente superadas, mas confrontadas e descritas.

É nessa condição de “livro-cura” que “História do Olho” mostra o seu real valor literário. Para além de todo o exagero lascivo, a obra é produto de uma transição, um marco entre uma pessoa conturbada e outra libertada, que buscou exprimir-se livre de escrúpulos que certamente o limitariam e afetariam o seu processo de expurgo emocional. Essa externação fiel, esse retrato honesto da persona subjetiva de seu criador: isso é literatura pura. Não é esse o real propósito da arte: a busca de si mesmo?

Representando um claro exemplo de secreção literária, que coloca o autor nos trilhos da expressão experimental e nos coloca na posição de analíticos da relação entre fatos e ficção, a “História do Olho” torna-se então um livro que está muito além de sua história.
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Wagner 05/07/2015

“a diversão é a necessidade mais gritante e, é claro, mais terrificante da natureza humana”

(...) Era durante a qual os tabus imemoriais são violados sistematicamente por esses jovens deuses ansiosos e turbulentos, o narrador e Simone, e por seu acólito, os três tentando infinitamente ocupar seu ócio absoluto com os gestos aberrantes que exige sua sede inextinguível de se sentir ao mesmo tempo fora de toda lei e fora de si mesmos (...)

In: BATAILLE, Georges. História do olho.
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jota 23/05/2015

Surreal
História do Olho não é propriamente um romance.

Roland Barthes e outros dizem que o livro de Bataille é um poema surreal (pense então num quadro de Salvador Dali, Picasso, etc.) que tem suas influências mais fortes na obra do Marquês de Sade.

É pornográfico, erótico ou artístico? Ou é tudo isso junto e misturado? Depende da leitura de cada um...
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Peleteiro 23/05/2015

Louco, depravado, obsceno, instigante
Louco, depravado, obsceno, instigante, como queira chamar. Fato é que "A história do olho" prende a atenção do leitor e o faz devorá-lo com rapidez. Com um misto de nojo, repulsão, entusiasmo e tesão, Bataille desenvolve a narrativa em torno da metáfora do olho e das suas personagens Simone e Marcela. Um livro para fazer o leitor refletir a respeito da psique humana.
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pipa 03/05/2015

o nome, o corpo e a morte: o erótico
A História do Olho é desses livros quase inclassificáveis tamanha a qualidade de sua linguagem -- talvez uma novela noir ou um conto de fadas erótico, bem como um romance autobiográfico. Com sugestão de seu psicanalista, Bataille, funcionário da Biblioteca Nacional da França, começa a escrever para dar vazão as inquietações que sua vida desregrada lhe trazia, sendo sua estréia no mundo das letras um querer apagar-se ("livrar-se do meu nome"), para assim livrar-se de suas obsessões. Porém é na tentativa de esquecimento que se aviva e se marca para sempre o nome do autor -- embora a História tenha sido assinada por Lord Auch, pseudônimo que nunca reivindicou autoria, reforçando o desejo de anonimato, pseudônimo esse compreensível frente as razões sociais e profissionais do escritor no tempo de sua publicação. Entre ficcional e auto biográfica, escrita em primeira pessoa, Bataille compõe uma narrativa libertina e rigorosamente realista, já que se trata de relatos sem rodeios expressivos e bastante diretos, na qual o narrador e sua amiga Simone entregam-se as várias nuances do desejo que lhes são apresentados ao longo da história, através de extravagâncias sexuais das mais diversas e alheias a reprovação do conservadorismo adulto. A ambientação por vezes lembra histórias de terror: castelos, manicômios, mansões , florestas, quase ou totalmente despovoados ou povoados por fantasmas -- fantasmagoria que é outra faceta que compõe tão complexa narrativa. A figura do olho é a medida do simbolismo pelo qual a história se desenvolve: o olho é o "órgão do desejo", de onde partem as revelações e transcendêndias sobre o corpo, a vida e a morte, sendo a morte a condensação das forças da natureza, individual e cósmica. Do caos da imensidão do cosmos, tem-se o terreno fértil para as iniciações sexuais do narrador e suas amigas que os levarão ao contato com a morte, pois, "o sentido último do erotismo é a morte" -- o erotismo no livro está sempre as voltas de seu processo de dissolução. Apagar o nome, ultrapassar o corpo, experimentar a morte: História do olho é um livro de aprendizado sublime e singular sobre as variações do desejo e seus objetos
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Boure 14/11/2014

O Olho de Bataille
George Bataille fez da psicanálise um jorro de autoajuda. Salvou-se. Ao se despir dos trajes morais e escrever com surrealismo orgânico as extravagâncias de dois adolescentes. A História do Olho é um livro de formação, não é uma obra-prima, mas como de cunho de um autor iniciante é mesmo siginificativa. Traz imagens ótimas, mas falta a experiência de um autor cuidadoso. Talvez esteja aí o trunfo da novela. A espontaneidade, o fluxo mental, o estorvo, a ejaculação do despudor. A História de do Olho é um grito insano que ecoa em busca da sanidade. George Bataille tivera pais insanos, o que não é raro. Assumiu sua esquizofrênia em sessões de psicanálise. Como é lugar-comum o remédio era escrever, deixar a consciência fluir e peregrinar materializando um caminho que ja estava dentro de si. No caso de Bataille um caminho recheado de cus deliciosos, ejaculações tsunamícas, precoces. O pratagonista, ansioso e vibrante, é um rapaz que mergulha tão entregue à carne que prontamente ao penetrar no cu de Simone já transborda em porra. E Simone é mesmo um cu para causar gozos sem cálculos. George Bataille fez uma surreal pornografia com estilo. Faltou algo, pensou eu. Mas talvez eu pense com a chatice técnica, de como um diretor pornô que exige tantas bombadas, tantas posições, tantos entre e sai, ou seja, uma chatice. Sem dúvida Bataille sabe mais de cus surreais do que eu e sua rápida ejaculada literária merece um cigarrinho, sem dúvida.

site: http://www.designdoescritor.com/#!alexandre-boure/c7jt
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Henrique 07/04/2014

Dois adolescentes vivem muitas aventuras sexuais, uma mais louca que a outra, algumas envolvendo urina, sujeira, moscas, sangue, vômito. A linguagem direta, enxuta, chula e objetiva, marcam a prosa desse autor.

O livro é bem louco. A história, os personagens, as reações, as situações, são totalmente surreais. Sem falar na fixação que as personagens têm por olho, por ovo, por cu, por urina. Parece que ele saíram de um hospício (um deles acaba parando em um). Só quando pesquisamos o processo de gestação da obra, entendemos um pouco dessa loucura toda e a razão do uso de tantos símbolos (olho, ovo, urina).

O autor, atormentado por seus traumas de infância e por sua obsessão por sexo, procura um analista. Esse analista sugere, como forma de terapia, que Bataille escreva suas perturbações pessoais e suas ideias sobre o sexo. O resultado foi a História do Olho. No processo de escritura, o autor deixa sua mente livre e vê na ficção uma forma de transmitir totalmente essa liberdade, o que numa biografia não seria possível. Ele deixa suas ideias correrem sem freios, mas não esconde a sua realidade; ela está presente nas entrelinhas. No trecho Reminiscências, Bataille explica seus traumas e o significado desses símbolos (não vou explicar para que vocês leiam).

Bem interessante o livro. Forte, dinâmico, corrosivo. Vale a pena
ler!

P.S. Escrevo contos e poemas eróticos. Caso tenha interesse, acesse o link abaixo.

site: http://apenaobscena.blogspot.com.br/
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Adriana Scarpin 05/01/2014

Bataille realmente gostava de cus, fiquei esperando ele mencionar vaginas e nada por um bom tempo, só no meio da história finalmente apareceu uma vulva! Enfim, é um livro interessante, mas não causa o rebuliço filosófico que um Sade provoca por exemplo, mas a novela de Bataille é extremamente freudiana, fruto inclusive de um ano de terapia.
A edição da Cosac oferece incentivos a mais: Os excelentes textos do Apêndice: Michel Leiris faz uma análise biográfica da História do Olho, enquanto Roland Barthes faz uma análise linguística e Julio Cortázar fecha com uma poética crônica sobre os selins de bicicleta. Só faltou algum texto mais psicológico, psicanalítico que seja, muito embora o trecho “Reminiscências” já tenha uma veia psicológica o suficiente, mas algum texto do Michel Foucault sobre o Bataille também teria sido bem vindo
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Joachin 02/12/2012

O primeiro romance pornográfico de Bataille, intitulado W.C (1926), continha no manuscrito o desenho de um olho dentro da abertura de uma guilhotina. O corte do olho como uma castração reaparece em História do olho.

O olho do padre morto que é retirado da órbita e colocado no ânus de Simone, em História do olho, é uma metáfora sobre o deslocamento realizado do olho que vê para o olho que é visto. O olho é retirado de sua função tradicional que é fornecer a visão que embasa o sentido e a razão e recolocado no corpo de uma maneira que provoca horror e prazer.

A escrita de Bataille segue os rastros deixado pelo Marquês de Sade, que transformou o corpo humano no principal alvo da sua linguagem violadora. As metáforas do ovo/olho/testículo e leite/urina/esperma simulam a transgressão que a escrita pode realizar em relação aos discursos.
Sol 28/08/2013minha estante
Excelente sua descrição, em total relação com idéias da psicanálise unidas com a arte da literatura. Já sou adepta de toda boa Literatura de vanguarda, de transgressão sadia, e do erotismo, creio que este livro será uma surpresa boa, e um presente a mim mesma.


Joachin 28/08/2013minha estante
Obrigado, Sol! Bataille é, sem dúvidas, um dos autores mais fascinantes do século 20.




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