kleris aqui, @amocadotexto no ig 22/01/2015Um verdadeiro tour pela terra perdida e um primeiro passo para os mistérios que encobreFoi como ter aquela velha intuição confirmada... Foi! Para quem não viu minha apresentação de Lagoena, pode visitar no blog. Agora vem comigo, Rheita e Kiel fazer um passeio por esse primeiro livro da trilogia.
Eis que a marca de um “S”, o símbolo de um guardião de lendas distantes, está desenhado nas pequenas mãos de uma criança, fruto de um segredo que se perdeu em meio a tanta ganância e jogos de poder. Sob a dúvida do que este destino guardaria para a menina, seu avô, Gornef, único parente vivo, decide mantê-la a salvo, mesmo que isso custasse a liberdade da garota. Escondeu então Rheita em sua casa, e a marca, em luvas.
Rheita cresce numa casa solitária, no Reino do Vinagre, convive apenas com o avô e uma velha confeiteira amiga, que trabalha ali pelos arredores de sua rua. O mundo, para a menina de 10 anos, era só esse visto pela sua janela, guardando ânsias e dúvidas, estas mais sobre sua própria história, que se negavam a contar.
O que não esperavam da menina era a força, esperteza e uma grande curiosidade, que a leva a buscar respostas, mesmo com o pouco que dispõe. Quando o destino quer, por si arranja maneiras de abrir caminho. Assim, munida de um pedaço de um mapa, novas descobertas e desconfianças, acompanhada de Kiel, um amigo, Rheita decide deixar o aconchego do lar.
O mapa que encontrou revela-se mágico e por isso cobiçado por presenças malignas, pois direcionava ao encontro de certas chaves que abririam o Portal dos Desejos. Se caísse em mãos erradas, Lagoena, uma terra perdida nas dimensões dos mundos, seria novamente tomada por um cruel imperador, Zhatafar. Para completar, Rheita descobre que um familiar seu, desaparecido há muitos anos, está envolvido nessa trama perigosa: seu pai. Seria essa sua chance de reencontrá-lo?
Nossa entrada em Lagoena se dá primeiro por uma escrita primorosa, em terceira pessoa, que nos cede uma visão incrível das cenas. Encontramos assim muita ação na trama, que se alongam por muitos parágrafos, sem espaço para frases de efeito. Gostei disso, pois, apesar de ficar difícil de apontar uma cena em específico sem ter grandes perdas de contexto, releva uma sobriedade, esta necessária por se tratar de crianças em mundos fantásticos.
Rheita é uma garota muito ingênua, resultado da prisão e pouco conhecimento de mundo. Mas quando se trata do seu coração, quando ele fala mais alto, lá vai ela, com toda força que puder. Já Kiel revela-se aquele fiel escudeiro, é astuto e um pouco à frente da menina, mesmo com seus medos. Aos poucos percebemos que eles se complementam, fortificados pela amizade.
A trama é intensa, tem muito disso de grandes buscas, desejos, aventuras, criaturas estranhas e missões a cumprir. Por esse tom aventuresco e fantástico maravilhoso, é fácil de se lembrar de O Senhor dos Anéis, O Hobbit, mitologias antigas, e por toda ingenuidade, acolhimento e humor, lembrar livros como Alice no País das Maravilhas, As Crônicas de Nárnia, Harry Potter, Percy Jackson e os Olimpianos, e, vá lá, até Sítio do Pica-pau Amarelo (e não digo pela presença de um curupira).
Esse primeiro livro é um verdadeiro tour pela terra perdida e um primeiro passo para os mistérios que encobre. Acompanhamos a pequena Rheita na luta pela verdade e humanidade, uma que até os seres viventes de Lagoena já quase não acreditavam mais.
A edição foi bem trabalhada no quesito visual. Além de refletir a marca da guardiã pelos capítulos, há também um mapa no livro para nos guiar e ceder uma melhor noção de espaço. Na capa está Rheita, tão pequena para um grande destino.
Por não ter acompanhado por todo lá no Book Série, tinha receio de nunca conhecer seu fim – e que fim! – assim pouca coisa eu lembrava e perguntas não me faltavam. Bem, ainda faltam. Novas perguntas, claro, sobre então as consequências de um desejo e mais mistérios que só no próximo para serem explicados. Sobre isso já não posso falar, né.
Como uma grande estreia para a literatura brasileira abraçar, recomendo para quem curte aventuras e descobrir não só mundos paralelos e perdidos, mas mundos que estão mais próximos de nós do que pensávamos. Fugir para um mundo fantástico pode ser sua salvação, diz a contracapa.
Sobre a continuação, a Laísa já fez uns breves comentários. O próximo está em processo de escrita e pode se chamar Lagoena – A Feiticeira do Espelho. Há também spin-offs ambientados em Lagoena para vocês visitarem a terra: O Lenhador, a bruxa e a lua cheia, lá no blog Escolhendo Livros, e um que Laísa anunciou recentemente estar escrevendo, sobre o mago chamado Zagut.
Nesse meio tempo fico por aqui só imaginando.... se Once Upon A Time recentemente adicionou Arendelle à trama da série, o que seria se eles conhecessem Lagoena? Acho que sei quem teria feito acordos com o Rumple!
(Deixe uma leitora divagar)
P.S.: Trechos e links referenciais constam no endereço da resenha.
site:
http://www.dear-book.net/2015/01/resenha-lagoena-o-portal-dos-desejos.html