24/7 - Capitalismo tardio e os fins do sono

24/7 - Capitalismo tardio e os fins do sono Jonathan Crary




Resenhas - 24/7 - Capitalismo tardio e os fins do sono


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Marcelo 29/10/2023

Resenha disponível no Booksgram @cellobooks ?
O livro "24/7: Capitalismo Tardio e os Fins do Sono" examina o impacto do capitalismo contemporâneo na nossa relação com o tempo e o sono. Argumenta de forma convincente que vivemos em uma era de "capitalismo 24/7", na qual as fronteiras entre o trabalho e o lazer estão se dissolvendo rapidamente, e a pressão para estar disponível e produtivo o tempo todo está aumentando.

O autor começa explorando a história do sono e como a nossa compreensão e valorização do sono mudaram ao longo do tempo. Ele destaca como o sono costumava ser considerado um estado de inatividade valioso e como a cultura contemporânea muitas vezes o desvaloriza em prol da produtividade constante. Também discute a influência das tecnologias digitais e da economia globalizada nesse processo, argumentando que elas contribuem para a sensação de estarmos sempre "ligados" e disponíveis para o trabalho.

Uma das principais contribuições do livro é a maneira como Crary conecta essa mudança na relação com o sono à dinâmica do capitalismo tardio. Ele mostra como as empresas estão constantemente buscando maximizar os lucros e a produtividade, muitas vezes às custas do bem-estar dos trabalhadores. Essa exploração do sono e do tempo pessoal das pessoas é uma manifestação clara do capitalismo 24/7.

Além disso, Crary ressalta a importância do sono para a saúde física e mental, argumentando que a privação crônica do sono pode ter sérias consequências para o indivíduo e a sociedade como um todo. Ele faz um apelo persuasivo para que reconsideremos nossa relação com o sono e busquemos maneiras de proteger nosso tempo de descanso em um mundo cada vez mais exigente.
Maria Fernanda 18/12/2023minha estante
você só falou bem do livro mas avaliou 3/5. o que não gostou? estava pensando em ler


Marcelo 19/12/2023minha estante
Achei um bom livro mas um tanto cansativo e repetitivo. Eu estava esperando algo mais dinâmico e mais conectado com a teoria do comportamento do consumidor. Ele ficou mais filosófico em torno do sono




Miquéias :) 01/08/2023

Vinte e quatro por sete
"24/7 é um tempo de indiferença, contra o qual a fragilidade da vida humana é cada vez mais inadequada, e dentro do qual o sono não é necessário nem inevitável. [...] A imensa parte de nossas vidas que passamos dormindo, libertos de um atoleiro de carências simuladas, subsiste como uma das grandes afrontas humanas à voracidade do capitalismo"
dilemma 09/02/2024minha estante
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Sylvia 30/10/2014

24 horas por dia, 7 dias por semana
"Os sonhos talvez sejam veículos de anseios, mas os anseios em questão são os desejos humanos insaciáveis de exceder o confinamento isolador e privatizante do eu".

Livro indispensável para aqueles que desejam fugir da superficialidade das relações contemporâneas. Crary nos apresenta, com uma crueza passional (contradições à parte), os mecanismos responsáveis pela criação e disseminação de "valores" capitalistas extremos, colonizadores implacáveis da esfera privada. O sono nos é apresentado como último reduto de uma resistência passiva, mas também ameaçado pela tecnocracia subordinada a interesses econômicos.

24/7 é um desabafo e um alerta: até que ponto a reificação sistemática do mundo é necessária, desejável e justificável?
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Jéssica - Janelas Literárias 25/03/2017

Longe de falar somente sobre sono, este livro faz um retrospecto de como o capitalismo e a sociedade industrial veio modificando as relações humanas, nos tornando seres passivos e estáticos, e como isto é favorável para as grandes corporações. Cedemos facilmente a cada nova rede social, a cada nova ferramenta no smart fone e nos expomos felizes dando o mapa dos interesses humanos nas mãos de empresas como o Google. ⠀
Na ânsia das conexões wire less não temos mais tempo pra gastar com conexões humanas reais.
O tempo 24/7 nos faz cada vez mais velozes nas redes e mais inanimados na vida real. O mundo virtual é narcísico e viciante. Quanto mais integrados a ele, mais sozinhos e infelizes ficamos. ⠀
Estamos no tempo sem tempo. Segundo Johnathan Crary o sono é o único intervalo capaz de interromper esta continuidade agressiva, é a única pausa potente na qual o capitalismo não conseguiu se infiltrar. ⠀
O livro é incrivelmente bem escrito e contundente. Com interessantes referências, escrita dinâmica e olhar apurado, Crary nos dá um panorama questionador sobre a modernidade. Panorama limitado e não acabado, é verdade, mas essencial para lançar luz a muitos aspectos sensíveis e escabrosos da realidade em que estamos imersos. ⠀
Surpreendente!

site: https://www.instagram.com/p/BQBC6G9AOYl/?taken-by=janelasliterarias
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Vanessa - @livrices 14/04/2019

Excelente
Dormir é para os fracos? Ou seria dormir uma forma de resistência?

O autor começa destrinchando o sono e sua finalidade. Em seguida, descreve projetos reais e futuros de seres programados para estarem em funcionamento 24 horas, 7 dias por semana. Espaços iluminados 24/7. Um mundo sem noite. Produção ininterrupta, necessidades incessantes, corpos produtivos, capitalismo tardio.

-O clarão, nesse caso, não é o brilho lateral, mas a estridência ininterrupta do estímulo monótono, no qual é congelada ou neutralizada uma extensa gama de capacidades reativas.- (P. 43)

Os meios de comunicação vieram sedimentar esse -estilo de vida-, fazendo com que os indivíduos estejam inconscientemente consumindo-se e ofertando-se uns aos outros 24/7. O sono, drasticamente diminuído e desvalorizado, é o único momento de liberdade e segurança que ainda possuímos. Mas está ameaçado.

O ócio criativo já não existe, procuramos ocupar cada segundo de nosso dia com tarefas -úteis-, sob o véu da - otimização de tempo-. Sentimo-nos culpados se colocamos um prato no microondas e não preenchemos esse tempo de espera com outra atividade - diagnóstico de uma das doenças contemporâneas: a atrofia da paciência. (Tapa na minha cara).

Não é segredo pra nós que o capitalismo é incompatível com modos de vida saudáveis e prósperos. Os atuais sintomas que sentimos e ignoramos não são consequências indiretas, são objetivos, são meios para a construção de seres vivos -inanimados-.

A docilidade, o isolamento aliado à espetacularização digital e a produtividade incessante estão nos guiando no sentido da barbárie, ao mesmo tempo em que fabrica em nós a ilusão da escolha e da autonomia.

Interessante também a parte que o autor discorre sobre a desvalorização dos sonhos e/ou a terceirização de suas reflexões a analistas ou outros profissionais. Também comenta a questão do contato infantil com as telas.

- A modernização não poderia prosseguir num mundo povoado por uma massa de indivíduos convencidos do valor ou potência de suas próprias visões ou vozes internas. (p. 115)

É necessário pensarmos e avaliarmos como nossa experiência e percepção de mundo está sendo reconfigurada com o ritmo, velocidade e formas de consumo aceleradas/intensificadas da era digital. Por fim, o autor não nega totalmente os meios de comunicação, atribuindo seus devidos elogios quando são usados em segundo plano, a serviço de relações pessoais físicas JÁ EXISTENTES.

site: https://www.instagram.com/livrices/
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Alessandro @possati.ale 15/09/2019

Denso
O texto é bastante denso e cheio de ótimas referências que vão do mais simples ao mais complexo. O capítulo 2 é mais fraco, perde pra simplicidade com que o autor define sua ideia que guia o texto no capítulo inicial e pras suas críticas bem trabalhadas nos capítulos seguintes. No 3 ele fala sobre as telas, celulares e televisões e como isso é um avanço do 24/7 sobre nossas vidas e concluiu com uma espécie de "história recente" do 24/7 e suas bases. Crary fecha com um apelo anticapitalista digno. Uma obra importante que por mim só deveria ser menos rebuscada e mais palatável.
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Rittes 17/02/2020

A fronteira final
Se o espaço era a "fronteira final" em Star Trek, o sono é a fronteira final do capitalismo, a última terra a ser desbravada. Pelo menos para Jonathan Crary, que esmiuça neste pequeno mas importante texto a sua opinião sobre como o capitalismo age para atingir esta última barreira, convencendo-nos de que é melhor consumir do que dormir. Tenso, complexo e com uma dialética difícil, mas um grande livro para fazer pensar.
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raskova 19/03/2020

vontade de nunca mais tocar num aparelho eletronico na minha vida. e o mais foda é saber que eu não consigo, nem se eu tentasse muito. livro brilhante em todos os sentidos, mesmo os que eu não consegui entender por completo, se é que isso é possível. tem muito tempo que eu não me perco em pensamento, que eu fico num tempo suspenso de espera deixando a mente ir. pq não tem tempo para isso, ou melhor, sempre tem tempo para tudo, e por isso acaba não tendo tempo para nada. loucura loucura, me deixa angustiada pq sinto que não da para evitar nada do que foi alertado, e que agora já estamos mil vezes pior. o sono, que é descrito no livro como a última barreira para o domínio do capitalismo tardio, já está sendo monetizado, pulseiras de monitoramento tão aí para provar. medo e angústia extremas, mas assim q é bom ne, livrinho cirúrgico.
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eagorarenato 24/03/2020

Dormir não presta. Se você está desocupado você não serve pra nada. É preciso estar sempre atento e em constante consumo de informação. A publicidade precisa raptar sua atenção. Não existe mais o dormir como marcador do término de um ciclo. Os dias se emendam um no outro em rotinas intermináveis e constantes. Basta perceber que ao se distanciar por um tempo da comunicação a sensação de ter sido esquecido ou de estar perdendo tempo surge com uma enorme urgência.
A angústia de não conseguir cumprir rotinas 24/7 consome a finitude desses corpos que se esgotam. Que se vão e que em poucos anos desperdiçam a preciosa juventude. O que fazem? Pra que servem? A quem servem?
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Aline 12/05/2020

A mão invisível que tampa nossos olhos!
Nesse livro encontramos um importante estudo sobre como a globalização e o avanço do uso de tecnologias mudaram a nossa forma de viver e ver o mundo! Sobre aquilo que o Capitalismo ainda não nos retirou mas que se encontra em processo de concretude: o sono! Livro é debate essencial!
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Anienne 29/05/2020

24/7 Capitalismo Tardio e os fins do Sono
Estou chateada porque o skoob nao permite que publique a resenha. O botão de publicar fica fora do alcance, a nao ser que seja uma frase do tamanho dessa que coloquei agora.
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@aloeliane 20/04/2024

Denso, lento e importante
Ler sobre o 24/7, sendo uma pessoa que trabalha/trabalhou em empresas que tem esse regime, me fez repensar muitas coisas em relação ao trabalho em si.

Em 2021, após um burnout, comecei a me questionar quanto aos hábitos que eu tinha e quanto a minha relação com o trabalho e demandas dele. Acabei chegando à conclusões importantes, muitas delas trazidas nesse livro, sobre como o capitalismo quer nos retirar tudo, até o nosso sono e/ou qualidade dele.

É um livro denso, com palavras difíceis, mas não extremamente complicado de ler.
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Práxis Revolucionária 08/07/2020

24/7 CAPITALISMO TARDIO E OS FINS DO SONO | RESENHA CRÍTICA
Jonathan Crary reuniu um vasto material de pesquisa para demonstrar como o mundo ativo no sistema 24 horas por dia, 7 dias por semana afeta nossas vidas. São estudos científicos para desenvolvimento de projetos militares, análise de técnicas de tortura, referências do mundo das artes entre filmes, livros e pinturas, além de inúmeras evidências do uso da tecnologia para atender a especulação do consumo 24/7. Tudo isso para demonstrar como todos esses elementos estão muito mais interligados do que nós pensamos.


site: https://revolucionariapraxis.blogspot.com/2020/06/247-capitalismo-tardio-e-os-fins-do-sono.html
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Gabi Buarque 03/08/2020

acorda pro sono!
um livro importante pra refletirmos sobre o nosso lugar nesse ciberespaço e como ele se constrói a partir de um regime de 24h, 7 dias por semana de trabalho/consumo incessantes. neste cenário, o sono é território ainda não controlado e, portanto, revolucionário na medida em que se liberta da vigília imposta.
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Palestrinha 01/09/2020

O quanto depois melhor!
Uma leitura ótima da qual nos possibilita compreender de forma crítica nosso momento atual em sociedade. O autor denota com diversos exemplos a crescente ansiedade proporcionada pelo sistema capitalista, este que iguala produtividade com utilidade, forçando-nos a acreditar num modelo perfeito de vida que se deve seguir, isto é, que todo momento deve ser estritamente produtivo. É impressionante como cada parágrafo contem inúmeros argumentos cuja sintese é muito bem esclarecidada a cada término de capítulo. Aconselho qualquer um que queira uma leitura crítica e rápida de se ruminar.
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