Carine 10/04/2023Agridoce?Paris é uma festa? foi minha indicação para o clube. Tínhamos que falar sobre os anos 20 e já íamos ler Gatsby então foi automático pensar em Hemingway e nesse livro.
A biografia apresenta as memórias de Hemingway a respeito do tempo em que viveu em Paris, na década de 20. Época em que o autor, hoje considerado um dos maiores escritores de todos os tempos e vencedor de prêmios como Pulitzer e Nobel, tinha apenas vinte e poucos anos.
É possível sentir em cada página o carinho que Hemingway tinha por esse tempo já distante de sua vida. Como o livro foi escrito na década de 50, fica perceptível a saudade com que o autor lembra da rotina que vivia, dos lugares que frequentava e das pessoas que conhecia andando pela cidade luz.
Entre as muitas personalidades, ele tirou um tempo especial para falar de James Joyce, Gertrude Stein, Ezra Pound e claro, Scott Fitzgerald.
No prefácio, o próprio autor diz que se o leitor preferir pode considerar este um trabalho de ficção já que, de qualquer forma, não foi possível incluir tudo o que foi vivido naquele tempo.
A verdade é que dificilmente ?Paris é uma festa? soe como uma autobiografia e o caráter pessoal também impede de parecer um romance. Os capítulos curtos e a temática cotidiana remetem a crônicas. E o clima ?morno, mas saudoso? pode só funcionar com quem realmente quer gostar da experiencia de leitura.
O mais triste é saber que foi durante a revisão destas memórias que Hemingway se suicidou.
Deixo essa leitura com um sentimento agridoce e apaixonada por Paris.