Allysson Falcon 24/05/2019
Decepções de um traidor
Terminei a leitura de "As Marcas da Decepção", de Victor Ostrovsky e Claire Hoy.
O livro é raro mas consegui comprar um exemplar usado, em boas condições, no site da Estante Virtual.
Minhas impressões: em primeiro lugar, como ex-militar, (Of Inf EB), eu levo à sério a questão da lealdade e fidelidade. Seja para com a minha corporação e principalmente para com meus irmãos de armas e para com meu país.
No livro, a primeira coisa que salta aos olhos, é o ódio e o rancor que o senhor Ostrovsky denota contra o Mossad. Claramente o livro é uma forma de vingança contra a agência, que o expulsou, acusado de má conduta, duas semanas antes da conclusão do curso, que dura cerca de 18 meses.
Li diversos textos, resenhas e críticas do livro, muitas israelenses, que dizem que Ostrovsky apresentou como fatos inúmeras ilações e suspeitas, nunca comprovadas. Sobre o nível de conhecimento do israelense canadense é improvável que ele tenha sabido de tudo que afirma no livro. Ele nem ao menos se formou no curso do Mossad.
Ele buscou sensacionalismo e conseguiu uma promoção gratuita do livro quando o governo de Israel o proibiu de publicar. Essa controvérsia foi amplamente divulgada pela mídia na época e fez o sucesso de vendas do livro.
E mais, vale lembrar que Ostrovsky traiu seu país, sua unidade e seu povo, e descumpriu a lei e o contrato que ele assinou que protegia segredos da agência e que só poderia publicar qualquer texto com a autorização prévia do governo de Israel.
Para mim ele é um traidor. Um Lamarca israelense.
A Mossad aprendeu com o episódio Ostrovsky. Quando um outro agente, codinome Michael Ross, publicou "O Voluntário: A Vida Secreta de um Canadense no Mossad".
Ross, ao contrário de Ostrovsky, serviu na agência por 13 anos, se desligando por alegados problemas de saúde, depressão, etc. Ele também violou a lei e traiu o Mossad para editar seu livro, porém, desta vez, não houve publicidade grátis. O governo de Israel e o Mossad se mantiveram em silêncio, simplesmente ignoraram o livro.
Melhor assim.
Não costumo perdoar traidores. Em razão disso tudo, a credibilidade do livro cai por terra.
A decepção mesmo fica para quem comprar o livro.
Sigamos na luta do bom combate.
Força e Honra.