Israel145 11/10/2012Essa obra de Schopenhauer traz um conjunto de críticas ácidas disparadas de uma metralhadora direcionada para um único alvo: os detratores do pensamento. Segundo o autor, na época da concepção da obra, os pensadores, os críticos, os escritores e os editores estavam vivendo uma decadência do pensamento e da escrita em si, principalmente na Alemanha, pátria do autor (que de fato podemos constatar no mundo de hoje).
Focado nos grandes filósofos, cientistas e escritores, Schopenhauer critica de forma inclemente todo e qualquer comportamento obtuso do pensar científico. Critica os eruditos e demonstra um ódio ferrenho à obra e aos seguidores de Hegel e outros; Critica o ato de pensar (mais focado nos filósofos); A leitura e escrita de livros, que talvez seja o capítulo mais interessante pela visão ortodoxa do autor; e por fim a linguagem, mais focada na língua alemã.
Mesmo com um estilo furioso, o livro traz passagens memoráveis na sua agradável leitura. Como o autor criticou na época o fim do latim como língua oficial dos eruditos e a tradução de grandes obras para línguas bárbaras (segundo ele), dentre algumas verdades inesquecíveis desse grande conjunto de ensinamentos, podemos elencar alguns:
- Uma obra traduzida é como uma obra morta;
- Ler demais e esperar que aprenda algo é a mesma coisa de comer e esperar que toda a comida que se comeu até hoje tenha ficado na barriga;
- Ler é como usar o pensamento de outra pessoa.
Dentre várias outras ideias jogadas com na cara dos pensadores e eruditos da época com a delicadeza de um coice de cavalo.
Ótimo livro para se iniciar nas obras do autor.