A arte de escrever

A arte de escrever Arthur Schopenhauer




Resenhas - A arte de escrever


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aleshinohara 09/08/2010

Schopen Soft
Estes pedaços do Parerga e Paraliponema mostram a parte pop do mestre. Como excelente escritor, aplica à risca aquilo que prega: escrita simples, direta, sem contornos. Rodeios são para aqueles que não tem o que falar.

Livro absolutamente confortável de ler. Temas ordinários, comuns, diferentemente de em "O mundo como vontade e representação", que tenta resumir sua visão(metafísica) de forma sistemática.

Recomendo!
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Fidel 24/02/2011

Antes de ler qualquer livro, leia esse.
Digo isso no título porque o que mais vejo hoje nas vitrines das livrarias são "livrinhos bonitinhos" vendendo que só água.
Em cada livro, a alma sebosa dos autores que só usam a tinta do dinheiro.
Esse livro é uma crítica literária não contemporânea, mas encaixa-se perfeitamente nos dias de hoje.
Leiam.
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Rumenig 11/06/2011

Uma crítica a falsa intelectualidade
Um ótimo livro sobre o pensamento. O autor critica os falsos intelectuais, que apenas querem parecer ter algo extraordinário a dizer mas na verdade não tem, e por isso escrevem de forma incompreensível sem alcançar conclusão alguma. O autor também critica toda indústria da literatura, que apóia essa produção industrial de livros sem valor.

Porém o autor escreve muito sobre o uso da língua e da gramática alemã, o que não me interessava, e durante essas partes do livro eu quase perdia o interesse.
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Carina 29/10/2013

Sem papas na língua
Ainda que não concorde com Schopenhauer em muitos aspectos (principalmente nos mais preconceituosos), não posso negar que o livro é divertido. O autor, com o seu ar de superioridade em todas as questões, é um crítico mordaz da sociedade de intelectuais da época.

Trechos:


Poucos escrevem como um arquiteto constrói: primeiro esboçando o projeto e considerando-o detalhadamente. A maioria escreve da mesma maneira com que jogamos dominó. Nesse jogo, às vezes segundo uma intenção, às vezes por mero acaso, uma peça se encaixa na outra, e o mesmo se dá com o encadeamento e a conexão de suas frases. Alguns sabem apenas de modo aproximado que figura terá o conjunto e aonde chegará o que escrevem. Muitos não sabem nem isso, mas escrevem como os pólipos de corais constroem: uma frase se encaixa em outra frase, encaminhando-se para onde Deus quiser. A vida da “atualidade” é uma grande galopada: na literatura ela se manifesta por sua extrema frivolidade e desleixo.

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Seria bom comprar livros se fosse possível comprar, junto com eles, o tempo para lê-los, mas é comum confundir a compra dos livros com a assimilação de seu conteúdo.

Exigir que alguém tivesse guardado tudo aquilo que já leu é o mesmo que exigir que ele ainda carregasse tudo aquilo que já comeu. Ele viveu do alimento corporalmente e do que leu, espiritualmente, e foi assim que se tornou o que é. Mas, da mesma maneira que o corpo assimila o que lhe é homogêneo, o espírito guarda o que lhe interessa, ou seja, o que diz respeito a seu sistema de pensamentos ou o que se adapta a suas finalidades. Certamente todos têm as suas finalidades, mas poucas são as pessoas que possuem algo semelhante a um sistema de pensamentos, de modo que não é um interesse objetivo que os move, e é esse o motivo pelo qual nada do que lêem é assimilado e eles não conservam coisa alguma.
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Por isso, quando alguém aprende uma língua estrangeira, precisa delimitar várias esferas inteiramente novas de conceitos em seu espírito, desse modo surgem esferas de conceitos onde antes não havia nenhuma.
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Aos apreciadores de exemplos dedico esta amostra: “A próxima publicação de nossa editora: fisiologia científica teórico-prática, patologia e terapia dos fenômenos pneumáticos denominados flatulências, que são apresentados de maneira sistemática em suas relações orgânicas e causais, de acordo com seu modo de ser, como também com todos os fatores genéticos condicionantes, externos e internos, em toda a plenitude de suas manifestações e atuações, tanto para a consciência humana em geral quanto para a consciência científica: uma versão livre da obra francesa l’art de péter [a arte de peidar], provida de notas corretivas e excursos esclarecedores.”
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Pois, como diz Sêneca: unus quisque mavult credere, quam judicare [qualquer um prefere crer do que julgar por si mesmo]
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Também se pode dizer que há três tipos de autores: em primeiro lugar, aqueles que escrevem sem pensar. Escrevem a partir da memória, de reminiscências, ou diretamente a partir de livros alheios. Essa classe é a mais numerosa. Em segundo lugar, há os que pensam enquanto escrevem. Eles pensam justamente para escrever. São bastante numerosos. Em terceiro lugar, há os que pensaram antes de se pôr a escrever. Escrevem apenas porque pensaram. São raros.
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É sempre um erro querer transferir para a literatura a tolerância que, na sociedade, é preciso ter com as pessoas estúpidas e descerebradas que se encontram por todo lado. Pois, na literatura, eles não passam de invasores desavergonhados, e desmerecer o que é ruim constitui uma obrigação em face do que é bom. Se nada parece ruim a alguém, também nada lhe parece bom. Em geral, a cordialidade proveniente da sociedade é um elemento estranho na literatura, com freqüência um elemento danoso, porque exige que se chame o ruim de bom, contrariando diretamente tanto os objetivos da ciência quanto os da arte.
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Quanto aos escritores descritos antes, as palavras do mesmo poeta que se aplicam a eles são: “et qui parlant beaucoup ne disent jamais rien” [e que, falando muito, nunca diz nada]. Uma outra característica deles é a de evitarem, quando possível, todas as expressões precisas, de modo que possam sempre tirar a corda do pescoço, quando necessário. Assim, eles escolhem, em todos os casos, a expressão mais abstrata, enquanto as pessoas de talento escolhem a mais concreta porque ela expõe o assunto à claridade, que constitui a fonte de toda evidência.
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A maior parte de todo o saber humano, em cada um dos seus gêneros, existe apenas no papel, nos livros, nessa memória de papel da humanidade. Apenas uma pequena parte está realmente viva, a cada momento dado, em algumas cabeças. Trata-se de uma conseqüência sobretudo da brevidade e da incerteza da vida, mas também da indolência e da busca de prazer por parte dos homens. Cada geração que passa rapidamente alcança, de todo o saber humano, somente aquilo de que ela precisa. Em seguida desaparece. A maioria dos eruditos é muito superficial. Segue-se, cheia de esperanças, uma nova geração que não sabe nada e tem de aprender tudo desde o início; de novo ela apanha aquilo que consegue ou aquilo de que pode precisar em sua curta viagem, depois desaparece igualmente. Assim, que desgraça seria para o saber humano se não houvesse escrita e imprensa! As bibliotecas são a única memória permanente e segura da espécie humana, cujos membros particulares só possuem uma memória muito limitada e imperfeita. É por isso que a maioria dos eruditos resiste tanto a deixar que seus conhecimentos sejam examinados, tendo o mesmo comportamento dos comerciantes em relação a seus registros de vendas.
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Em geral, um erudito tão exclusivo de uma área é análogo ao operário que, ao longo de sua vida, não faz nada além de mover determinada alavanca, ou gancho, ou manivela, em determinado instrumento ou máquina, de modo a conquistar um inacreditável virtuosismo nessa atividade. Também é possível comparar o especialista com um homem que mora em sua casa própria, mas nunca sai dela. Na casa, ele conhece tudo com exatidão, cada degrau, cada canto e cada viga, como, por exemplo, o Quasímodo de Victor Hugo conhece a catedral de Notre-Dame, mas fora desse lugar tudo lhe é estranho e desconhecido.
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No entanto, mesmo entre os escritores pouco numerosos que realmente pensam a sério antes de escrever, é extremamente reduzida a quantidade daqueles que pensam sobre as próprias coisas, enquanto os demais pensam apenas sobre livros, sobre o que outros disseram.
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Não há nenhum erro maior do que o de acreditar que a última palavra dita é sempre a mais correta, que algo escrito mais recentemente constitui um aprimoramento do que foi escrito antes, que toda mudança é um progresso.
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O que o endereço do destinatário é para uma carta, o título deve ser para um livro, ou seja, o principal objetivo é encaminhá-lo à parcela do público para a qual seu conteúdo possa ser interessante. Por isso, o título deve ser significativo e, como é constitutivamente curto, deve ser conciso, lacônico, expressivo, se possível um monograma do conteúdo. São ruins, por conseguinte, os títulos prolixos, os que não dizem nada, os que erram o alvo, os ambíguos, ou então os falsos e enganosos, que acabam dando a seu livro o mesmo destino das cartas com o endereço de destinatário errado. Entretanto, os piores são os títulos roubados, isto é, aqueles que já pertencem a um outro livro, pois se trata não só de um plágio, como também da comprovação ostensiva da mais completa falta de originalidade.
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Assim, logo que nosso pensamento encontrou palavras, ele já deixa de ser algo íntimo, algo sério no nível mais profundo. Quando ele começa a existir para os outros, pára de viver em nós, da mesma maneira que o filho se separa da mãe quando passa a ter sua existência própria.
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Thiago Souza. 29/01/2012

A arte de escrever.
Muito bom!! não li ele todo ainda.. mais sempre o estou foleando.
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Amanda 02/03/2012

Mal comecei a ler este livro e tenho vontade de comer as páginas! É impossível transcrever para o caderno trechos que me interessaram, como sempre faço, pois assim estaria transcrevendo o livro inteiro. Este é emprestado da biblioteca, mas quero um!
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Gustavo Augusto 24/04/2012

Schopenhauer mostra mais uma vez porque ele é um autor que se ame ou odeie, através de sua critica mordaz mas nunca afastada da realidade, a "Arte de escrever" poderia facilmente ter sido um livro escrito nos tempos de hoje, apesar de já se fazerem mais de 150 anos desde a sua redação.

A crítica que ele faz aos "autores de folhetins e jornais", que escrevem na maioria das vezes só para ganhar dinheiro, a qual todo contêudo é apenas um mero acidente, chega a assustar tamanha a quantidade destes ditos autores no mundo contemporâneo que quase sempre pode ser identificado (com raras exceções) aos famosos best-sellers.

Como ele mesmo diria em um de seus aforismas, é triste vê a quantidade de pessoas que passam por essa vida sem mesmo nunca terem realmente experimentado os verdadeiros classicos da literatura, que longe de serem apenas rótulos dados por um conselho de acadêmicos chatos, são clássicos porque seu contêudo permanece imortal e duradouro mesmo com o passar dos anos.
Pois são capazes de fazerem transparecer todas as paixões, mazelas e felicidades humanas, sem se torna uma leitura frugal e efêmera.

Livros como "Crepusculo" são um belo exemplo de literatura que já tem seus dias contados.

Se algúem
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Flora 21/07/2012

"A arte de escrever" é um livro que, na minha opinião, é indicado tanto para acadêmicos quanto para profissionais que lidam com a linguagem constantemente. Referindo-se à prolixidade dos escritores de sua época, Schopenhauer explica o quanto leitura e escrita organizadas dependem do pensamento do leitor/escritor. Não basta apenas ter o conteúdo e jogá-lo de qualquer modo, "como quem joga dominó", enquanto, por outro lado, se não se sabe o conteúdo, dificilmente o autor conseguirá passá-lo em uma linguagem simples e direta. Os desafios da tradução são outro aspecto abordado pelo livro.
Obs: em alguns momentos, Schopenhauer me pareceu conservador, defendendo ao máximo a imutabilidade da língua alemã, o que, teoricamente é impossível.
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Tita 29/08/2012

À frente de seu tempo.
Se engana quem acha que "A arte de escrever" se trata apenas de um livro sobre métrica ou regras de escrita. Muito além disso. O livro traz visões filosóficas do mundo e críticas do modo de pensar (ou de não pensar) das pessoas. A princípio Schopenhauer parece apenas um cara amargurado e revoltado com a situação do seu tempo, mas ele era também um visionário. "A arte de escrever" poderia muito bem ter sido escrito ontem que se encaixaria perfeitamente na situação literária atual.
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AlbertodeCastro 21/09/2012

A Arte de Escrever
Embora Schopenhauer seja extremamente crítico, principalmente aos autores alemães de sua época e o autor abuse de uma linguagem erudita, acredito que este livro seja recomendado a leitura, principalmente para quem deseja conquistar a arte de escrever. A mensagem que o autor deixa é que a leitura é imprescindível, para formarmos o nosso próprio pensamento.
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Israel145 11/10/2012

Essa obra de Schopenhauer traz um conjunto de críticas ácidas disparadas de uma metralhadora direcionada para um único alvo: os detratores do pensamento. Segundo o autor, na época da concepção da obra, os pensadores, os críticos, os escritores e os editores estavam vivendo uma decadência do pensamento e da escrita em si, principalmente na Alemanha, pátria do autor (que de fato podemos constatar no mundo de hoje).
Focado nos grandes filósofos, cientistas e escritores, Schopenhauer critica de forma inclemente todo e qualquer comportamento obtuso do pensar científico. Critica os eruditos e demonstra um ódio ferrenho à obra e aos seguidores de Hegel e outros; Critica o ato de pensar (mais focado nos filósofos); A leitura e escrita de livros, que talvez seja o capítulo mais interessante pela visão ortodoxa do autor; e por fim a linguagem, mais focada na língua alemã.
Mesmo com um estilo furioso, o livro traz passagens memoráveis na sua agradável leitura. Como o autor criticou na época o fim do latim como língua oficial dos eruditos e a tradução de grandes obras para línguas bárbaras (segundo ele), dentre algumas verdades inesquecíveis desse grande conjunto de ensinamentos, podemos elencar alguns:
- Uma obra traduzida é como uma obra morta;
- Ler demais e esperar que aprenda algo é a mesma coisa de comer e esperar que toda a comida que se comeu até hoje tenha ficado na barriga;
- Ler é como usar o pensamento de outra pessoa.
Dentre várias outras ideias jogadas com na cara dos pensadores e eruditos da época com a delicadeza de um coice de cavalo.
Ótimo livro para se iniciar nas obras do autor.
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larissa dowdney 14/03/2013

O livro é extremamente redundante, mas isso não tira o seu louvor. Schopenhauer é magnânimo nos seus pensamentos e na incitação dos nossos próprios!
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TheBorba 26/04/2013

Gostei da forma como o autor expõe as ideias, desconstruindo conceitos e explorando diversos aspectos e ângulos de um pensamento. Quando exagera no tom em que critica, a leitura se alterna entre engraçada e entediante. São críticas que pertencem a outro tempo e nação, e os longos ensaios sobre como o latim é rico e o alemão, pobre e frívolo, são, na minha leiga opinião, dispensáveis por serem quase que totalmente direcionados a quem estuda essas línguas, e não a quem procura sobre a arte de escrever em si. De qualquer forma, a maioria dos textos são realmente válidos para os dias de hoje e aposto que se Schopenhauer presenciasse a situação da educação e erudição atuais seu tom seria bem mais pesado.


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Shirlei.Stachin 07/06/2013

A arte de escrever
Excelente crítica de Schopenhauer com relação à escrita e leitura em sua época.

Incrível como mesmo escrito no início do século XIX é atual na questão sobre os maneirismos da escrita e a desvalorização dos clássicos em comparação as publicações da atualidade.

Schopenhauer cobra a utilização correta da escrita, e destaca a importância da língua alemã, comparando com as línguas antigas (latim e grego).
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Raggny Levy 26/06/2013

Grande visão
O livro, mescla dicas de escrita e uma forte crítica àqueles maus escritores e enganadores daqueles que leem. Schopenhauer, extremamente dominador de diversas línguas especialmente o Latin, traz neste livro citações belíssimas pra ficarem gravadas pra sempre.
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