uiliandalpiaz 22/04/2022
Um embate à verdadeira Literatura (ou preciosismos)
"Seria uma vantagem inestimável se, em todas as áreas da literatura, existissem apenas alguns poucos livros, mas obras excelentes. Só que nunca se chegará a tal ponto enquanto houver honorários a serem recebidos." (p.27)
Schopenhauer discorre sobre alguns dos ofícios da escrita, da leitura e, sobretudo, da Literatura. São alguns ensaios "Sobre a Erudição e os Eruditos", "Pensar por Si Mesmo", "Sobre a Escrita e o Estilo", "Sobre a Leitura e os Livros" e "Sobre a Linguagem e as Palavras", que alternam entre confrontos, provocações e reflexões necessárias. É possível até se divertir com certos sarcasmos do autor.
Em especial o autor critica aqueles escritores que usurpam o tempo precioso das pessoas em leituras e obras que pouco acrescentariam. A metáfora, por exemplo, da biblioteca pequena e organizada com aquela enorme e desorganizada, isto é, não explora seu conhecimento gerado (p.18) provoca sobre como as pessoas lidam com os conhecimentos e recursos que possuem. Faz refletir bastante sobre o ler sem pensar ou das leituras que por vezes podem impedir o ato de pensar por si próprio, como um dano ao leitor.
Caberia discorrer e aprofundar a cada ensaio, dadas as referências de todos eles e que possam colocar em provocação em seus aspectos da tradução, da retórica, da clareza, da filosofia e mesmo deste exercício constante que é a leitura e a escrita. Porém, sem aqui estender, cabe mencionar que é uma obra que cabe ser revisitada para entender e dialogar tais aspectos, seja para quem deseja aprofundar e ser um escritor (ou desejar pensar como tal), seja para os amantes da leitura, seja para os que desejam refletir sobre a linguagem.