Pornô chic

Pornô chic Hilda Hilst




Resenhas - Pornô Chic


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Laila Jesus 06/06/2020

Se existisse twitter naquela época....
Se existisse twitter na década de 90, esse livro poderia ter sido evitado. Hilda Hilst passa 240 páginas ilustradas encontrando jeitos diferentes de reclamar sobre sua baixa relevância diante da crítica enquanto banaliza pedofilia, zoofilia, incesto e outras coisas ridículas.
Ela deixa claro que não existe um significado mais profundo na bosta que ela se propõe a escrever, uma crítica social, um posicionamento político, um chamado à revolução, embora absolutamente TODOS os autores que participam na "fortuna crítica" do livro (a saber, Caio Fernando Abreu, Humberto Werneck e outros) tenham supostamente encontrado esses tais significados profundos que justificariam o tipo de conteúdo que ela trata nesse livro.
Hilda Hilst foi tão esplêndida quanto poderia ter sido desde suas primeiras obras nos anos 50. Ela é um exemplo de genialidade que pouco se vê na poesia contemporânea e ser uma mulher no século XX significou ter sua genialidade podada e invisibilizada. Todavia, sua baixa relevância no cenário crítico literário não justifica o conglomerado de merda que ela fez em Pornô Chic. Desculpa, Hilda, mas em 2020 é difícil aceitar que a aberração literária d'O Caderno Rosa de Lori Lamby seja, em suas próprias palavras (por Jorge Coli), parte de uma obra "de sacanagem para caminhoneiros baterem punheta!"
Aline 24/09/2020minha estante
Comecei a ler... Me encheu de náusea, já deletei do meu Kindle.


Missae.Odate 23/10/2020minha estante
Não consegui passar do 2º texto. Pensei que, no final do 1º texto, teria alguma conclusão, problematização, interferência divina...qualquer coisa que tornasse aquilo menos perturbador e com uma razão de existir.


Ester 28/10/2020minha estante
Gente, comecei a ler e tomei um susto, ridículo


Lavinia166 16/02/2021minha estante
Horrível esse livro


Ana Almeida 22/04/2021minha estante
Eu comecei a ler e não consegui suportar nem 3 páginas. Passei pra outras pra ver se melhorava, mas é doentio demais


Debora.Pedroza 29/03/2022minha estante
Comecei a ler e não passei do primeiro texto. Me deu ânsia, já exclui do meu Kindle


Leônia 04/03/2023minha estante
Assim como a maioria dos leitores, não consegui passar da segunda página, senti vergonha de ter comprado um livro tão Imoral e a autora ainda tem o disparate de dar a ele o título de pornô chic, ele não só é pornográfico literalmente quanto Imoral, deplorável, obsceno, enfim pela primeira vez na vida queimei um livro, pois sequer tive coragem de jogá-lo fora e correr o risco de alguém pegá-lo no lixo.


Sunny 01/09/2023minha estante
Eu tinha começado a ler, mas já na primeira página senti uma repulsa muito grande e não vou continuar.


Vitor Girotto 16/12/2023minha estante
Como vocês estão fracos. Se não passaram da segunda página é por que não tiveram o senso crítico de entender o que é apologia a algum tipo de crime e o que é crítica social. Não é parando de ler na segunda página que esse tipo de coisa vá sumir da sociedade.


Vitor Girotto 16/12/2023minha estante
Recomendo que leiam "O caderno rosa de Lori Lamby" até o final antes de avaliar mal o livro


Carolina.Mota 20/04/2024minha estante
O título não diz nada sobre o conteúdo, a autora passa o livro todo se lamuriando sobre sua vida e sua irrelevancia diante da academia. É chata e um tanto narcisista.


Vitor Girotto 20/04/2024minha estante
Vocês leram um livro chamado porno chic esperando um romancinho?




jota 07/07/2015

Véia safada...
Com Pornô Chic a escritora Hilda Hilst fez literatura ou pornografia? As duas coisas, mas logicamente que ela privilegiou a arte e não a obscenidade. Verdade que choca um pouco a crueza de certas situações que ela nos conta ou a abundância (epa!) de palavrões que ela emprega. Sim, eles são abundantes, escandalosos, cabeludos, safados.

Como diz a certa altura uma de suas personagens participando de uma historieta rural, um “pornô-jeca”, como a autora chamava: “Hirda Hirste, (...) essa véia é safada.” E põe safadeza nisso especialmente quando HH conta aquela que deve ser, para muitos leitores, a melhor das histórias do livro, O Caderno Rosa de Lori Lamby. E certamente a mais safada (ou chocante, depende), pois a personagem é uma incrível menininha sobre quem o sobrenome diz muito...

Podemos ficar espantados com certas coisas que HH diz, conta ou imagina. Mas nos divertimos demais com tudo isso. E ainda tem, de verdade, o caso envolvendo ela mesma, Marlon Brando e o namorado dele, um ator francês. Caramba!

Enfim, não dá para levar tudo a sério em matéria de literatura, ler o tempo todo escritores altamente intelectualizados que nos dizem muito pouco da vida em suas várias facetas. Especialmente vivendo num país pornograficamente corrupto como o Brasil e tendo como presidente alguém que em vez de fazer um elogio à loucura (como Erasmo) ou outra coisa, faz elogio à mandioca.

Certamente HH tinha – ou teria - uma boa história para contar sobre esse tubérculo de duplo sentido. Muito mais útil para a vida dos brasileiros do que uma “mulher sapiens” na presidência da república.

Lido entre 02 e 07/07/2015.
Thiago 07/07/2015minha estante
Adorei o título da resenha, esse livro está entre os meus desejados.


Mayara ( @literaterapia ) 07/07/2015minha estante
Hilda é extremamente estimulante. Safada e inteligente, quem resiste?
Eu adoro "O caderno rosa de Lori Lamby", fala bastante dessa fase profissional que estava vivendo, mas "Contos d'escárnio" é demais. Literatura de altíssima qualidade!
A literatura da Hilda é a própria Hilda. Todos os temas que marcaram a vida dela estão presentes em suas obras trabalhados de forma fantástica!


jota 07/07/2015minha estante
Mayara: realmente, as história de HH são irresistíveis, safadas e muito bem-humoradas. Quero ler mais coisas dela.
Thiago: leia sim. Com HH o pornô é chic ou então é jeca. Jamais brega.




Ana Luíza 03/05/2020

Hilda Hilst é um furacão
Hilda é uma das maiores escritoras do Brasil. E, enquanto viva, sabia disso. Sua grandiosidade é tão inegável que, mesmo ousando escrever "bandalheiras" - como ela mesma afirma -, o leitor percebe e reconhece o perfeito trato linguístico, as vorazes referências e as intensas críticas (sobretudo ao mercado editorial) neste compilado de sua obra erótica que é o Pornô Chic.

Hilda bebe muito da fonte barroca, e isso é perceptível pela recorrência com que o grotesco se mistura ao divino em toda a sua obra, numa narrativa extremamente rebuscada, diria até difícil; é uma leitura árdua que nos atravessa - nos enoja também -, mas que não cansa nem entedia. Mas certamente intriga. E muito.

Hilda se despe completamente dos moralismos e do politicamente correto ao escrever suas "bandalheiras"; à época, foi criticada até mesmo pelos amigos mais próximos. Diziam que ela havia exagerado, ido longe demais. Sua obra erótica-pornográfica surgiu como uma "reação" ao fato de ser pouco lida, pouco criticada, tida como uma escritora "difícil". O tema talvez atraia diversos leitores, mas o fato de ser erótica-pornográfica não transforma a obra em algo mais tragável, fácil, uma leitura de passo e percurso leve. "O caderno rosa de Lori Lamby" é indigesto e grotesco; "Cartas de um sedutor", um tanto incômodo e difícil; e o "Contos d'escárnio" apresenta uma leitura bastante desafiadora. Pois, além de domar a narrativa de uma forma extremamente peculiar e própria, um traço interessante das obras da Hilda é a fluidez de gêneros textuais – num mesmo enredo, ora se escreve em cartas, ora em peças teatrais, ora em poesia, ora em uma prosa que se desloca entre os acontecimentos "reais" e a histórias dentro das histórias, que seus personagens criam.

A fortuna crítica é um deleite à parte e toda a edição é belíssima, muito bem diagramada. Das muitas frases impactantes, resolvi grifar e trazer esta, que muito dialoga com o momento presente: "(...) porque ser brasileiro é ser ninguém, é ser desamparado e grotesco diante de si mesmo e do mundo".

Seria muita pretensão da minha parte, que por enquanto sou apenas uma leitora iniciante e admiradora comum, dizer que compreendo Hilda Hilst em toda a sua imensidão. Dizer que entendi todas as histórias neste compilado que é o Pornô Chic. Dizer que a obra é somente sobre "bandalheiras". Não e não. Não é. E justamente por este inegável espanto, por essa incompreensão latente e, sobretudo, por essa narrativa arrebatadora e desafiadora, que considero, antes de tudo, Hilda um verdadeiro furacão e esta como uma das maiores obras da literatura contemporânea que já li.
Maria 24/12/2020minha estante
Adorei a resenha!




Ana Usui 29/08/2022

A verdadeira cultura popular: o absurdo e o obsceno
AVISO: Contém gatilhos de incesto, pedofilia, zoofilia e linguagem vulgar. NÃO LEIA se não for o tipo de leitor que encara Lolita, Cortiço e livros polêmicos/tabu.

Esse livro é horroroso, é um absurdo dos maiores absurdos, é obsceno, vulgar e insensível. Ele é composto por alguns poemas e três contos, são eles: Caderno Rosa de Lori Lamby, Contos d’Escárnio – textos grotescos e Cartas de um Sedutor.

O primeiro conto é o pior de todos e serve como um aviso, um meio de afastar o leitor, como um pitbull latindo no quintal avisando pra você sair correndo. No Caderno Rosa somos apresentados a pequena Lori, uma garotinha que relata em um caderno suas experiências sexuais com vários homens que visitam sua casa. O conto é desconfortável, é maldito em todo o sentido da palavra, é horrível, não só pela situação apresentada, mas também porque sabemos que muitas pessoas podem e irão ler esse conto sentindo prazer, é perverso e minha vontade foi de queimar todas tiragens desse livro, MAS

MAS em meio as confissões da pequena Lori, que é prostituí** pelos seus pais, uma mãe alcoólatra e um pai escritor, ela vai nos contando as frustrações do pai, como ele se deprime porque seus escritos não são aceitos pelo editor, que lhe recomenda constantemente que escreva coisas mais leves, bandalheiras e sacanagens porque é isso que vende. E aí as coisas ficam confusas por não sabemos ao certo se tudo está realmente acontecendo ou se é invenção da pequena menina que quer ajudar o pai, ou até mesmo se a menina existe! Talvez ela seja uma projeção da escrita do pai, já que a Hilda (no decorrer de todo o livro) mistura seus personagens e as situações, deixando você sem entender quem é o verdadeiro escritor, quem são os personagens da cena e se está tudo conectado ou não. Só que nada disso realmente importa, porque a verdadeira mensagem da autora é justamente “vender sacanagem”, ela está criticando o mercado editorial e o mercado mainstream de cultura que basicamente só vende sexo.

É não é verdade? O quanto de livros com temas tortos e imorais existem por aí e vendem horrores sob o disfarce de romance? Quantos vendem por ano dentro da classificação de literatura baixa e erótica? Quanto dinheiro 365 dias, 50 tons de cinza, After movimentaram? Eles tiveram até filme!!!

Hilda também nos aponta o machismo, em todos os contos do livro, em meio ao palavreado mais chulo possível, ela faz referência a obras cultas e reverenciadas pelos intelectuais. Detalhe: a maioria (se não todos os citados) são de autores homens. E aqui temos mais uma crítica, como o gênero muda a percepção dos leitores do que é aceitável ser escrito e o que não é.

E concordo plenamente com a autora. Vladimir Nabokov escreveu Lolita e é um grandessíssimo clássico da literatura, a obra é puramente pedofilia, sua intenção é criticar o ato e a forma como ele é muitas vezes aceito de forma natural pela sociedade e por quem está no poder. Porém, Hilda se atrevendo a fazer algo parecido.... É xingada aos quatro ventos.

Hilda deixa claro em sua obra que não está escrevendo literatura erótica, está escrevendo pornográfica e existe uma diferença importante entre os gêneros: a obra é explicita, não fica se utilizando de termos fantasiosos para narrar a verdade da sexualidade. Ela usa termos como c* sem desculpas. Uma variedade infinita de pic*s, pregas e pombas.

A autora expõe como o sexo é risível, como é vulgar em sua essência, como finge se esconder, mas não se esconde, como é material e não fantasioso ou poético. A ironia reside no fato dela evidenciar tudo isso em forma de poema.

E é sobre isso Porno Chic, é sobre pornografia pura e escandalosa, entretanto também é sobre críticas, é sobre cultura, é sobre filosofia. Hilda conseguiu aproximar o mais alto do mais baixo, o mais refinado do que há de mais esdruxulo. É um ato de revolta por anos de silêncio do mercado editorial e dos críticos brasileiros sobre suas obras sérias. É uma rebelião e também uma grande pegadinha. Hilda tirou com a cara de todos, até mesmo com a dela.
Sunny 01/09/2023minha estante
Sua resenha me fez reconsiderar a leitura, pois eu estava indecisa se lia ou não essa obra, já que será meu primeiro contato com os livros da Hilda Hilst.




readwithjuly 28/02/2021

Uma banana
Acho que ninguém tá realmente preparado pra o começo do livro, Lori Lamby gera muita repulsa e faz vc quase abandonar o livro, então sim não é um livro pra muita gente, mas com o final você passa a entender o propósito das bananeiras/bandalheiras que a Hilda quis alcançar com Pornô Chic.
Daniel1841 03/03/2021minha estante
Hahhaha "uma banana", excelente definição.




Henrique 18/01/2015

resenha completa:
https://www.youtube.com/watch?v=KNYUUeyJnjk

confiram! ;)
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Adriana Scarpin 18/06/2015

Como leitora compulsiva de Hilda Hilst, já havia lido as novelas e poesia presentes neste livro, mas como ela é de fato um dos mais espetaculares escritores brasileiros a agraciar essa terra, essa edição está imperdível, pois soma quatro das obras primas dela (porque tudo que sai da pena dela ou é obra prima ou é quase – seja na prosa, seja na poesia), além de textos da fortuna crítica que lançam uma luz sobre a esplendorosidade ficcional-poética da obra dessa grande escritora chamada Hilda Hilst.
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PERFIL DESATIVADO - NÃO SIGA 17/08/2016

Sendo minha primeira leitura da autora, estranhei bastante inicialmente. Ainda mais por ter começado justamente com esses livros: a trilogia obscena. Esse livro reúne "O caderno rosa de Lori Lamby", "Contos D'escárnio/Textos grotescos" , "Cartas de um sedutor" e "Bufólicas".
Gostei bastante do primeiro, apesar de ter me deixado EXTREMAMENTE desconfortável no início. A crítica que a autora faz é ótima e obviamente autobiográfica.
Já o segundo e o terceiro foram mais complicadas, porque gostei de alguns trechos, mas outros foram completamente dispensáveis pra mim.
O quarto foi o mais engraçado por ser tratar de poemas com esse teor erótico. O contraste causou um humor interessante.
Enfim, o livro tem momentos bem engraçados e a autora em momento algum quer ser levada a sério, parecendo mais uma paródia de romances eróticos. (O que imagino que tenha sido a intenção dela). A escrita em si é ótima, mas o conteúdo não me agradou tanto.
Gostei da experiência e apesar de não ter sido das melhores, ainda quero ler "A obscena senhora D" que é um dos mais elogiados dela.
Ah, ainda não consigo acreditar na criatividade que ela teve pra usar tantos nomes para se referir tanto aos órgãos sexuais masculino quanto feminino hahaha
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Valério 01/08/2017

Pornografia artística
Hilda Hilst escreve muito bem. Antes de mais nada, isso precisa ficar muito claro. E é justamente por isso que mesmo um livro permeado por pornografia consegue ser tão artístico, tão agradavelmente bem escrito.
A leitura me provocou até taquicardia. Indignação. Como pode uma mente ir tão longe em obscenidades? O estilo de Hilda Hilst chega a incomodar. Mas se mostra, mais um vez, bem poética.
Trabalha as palavras e lhes dá vida. Então, é muito mais que apenas um llivro erótico.
É pura pornografia artística. Mais que arte pornográfica, se estou sendo claro.
Esta edição é linda, fica muito bem para compor estante. E ainda é ilustrada.
Imperdível. Chocante. Maravilhoso
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Candido Neto 15/09/2018

https://www.youtube.com/watch?v=arzmkbgYw9I&t=13s
Críticas ao mercado editorial, aos editores (esses ******), aos leitores, e aos escritores (esses *******). Divertidíssimo, mas não recomendo aos sensíveis, aos certinhos.
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DeaGomes 27/04/2024

Feito para chocar!
Esse livro não é erótico, é pornografia pura, escrachada mesmo! Foi escrito pra impactar o leitor, e tem de tudo: incesto, pedofilia, prostituição infantil (?)... Muitas histórias são hilárias e não tem como não cair na risada, por outro lado, têm outras que são muito, muuuuuito pesadas. É um livro que incomoda pela linguagem "nua e crua" da Hilda Hilst. Li pela curiosidade da polêmica, não me arrependo, mas não é um livro que penso em reler ?
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Biblioteca Álvaro Guerra 12/04/2019

Edição ilustrada reúne os quatro livros obscenos da poeta, incluindo um texto inédito e fortuna crítica de Humberto Werneck, Alcir Pécora, João Adolfo Hansen, Jorge Coli, Eliane Robert de Moraes e entrevista a Caio Fernando Abreu. Em 1990, Hilda Hilst completava 60 anos, 40 deles dedicados à literatura. Insatisfeita com a publicação de seus livros em pequenas tiragens, o silêncio da crítica e a repercussão restrita, a poeta decidiu escrever “adoráveis bandalheiras”. A experiência deu origem à Trilogia Obsena formada por O caderno rosa de Lori Lamby, Contos d’escárnio – textos grotescos, Cartas de um sedutor e ao livro de poemas Bufólicas. “Pornô Chic” reúne os quatro títulos, ilustrados, traz o inédito Fragmento pornográfico rural e fortuna crítica que aborda a polêmica fase erótica de Hilst. O caderno rosa de Lori Lamby e Bufólicas recuperam as ilustrações de Millôr Fernandes e Jaguar para as primeiras edições. Para ilustrar Contos d’escárnio e Cartas de um sedutor foram convidadas Laura Teixeira e Veridiana Scarpelli, que apresentaram uma abordagem contemporânea ao pornô de Hilst.

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788525058584
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Tamires 19/07/2019

Pornô Chic, de Hilda Hilst
Apesar de não ser um gênero que atualmente eu leia muito, já li uma boa quantidade de Sabrinas, Julias… (insira um nome feminino qualquer aqui que estampou a capa de algum romance de banca de jornal). Além disso, não passei incólume à febre literária capitaneada por Cinquenta tons de cinza, que levou o estilo erótico soft porn para as prateleiras das livrarias e que ainda mantém a temperatura de alguns leitores lá nas alturas.

Mas Pornô Chic, coletânea dos livros eróticos de Hilda Hilst, é totalmente diferente de qualquer coisa que eu já tenha lido (e talvez ainda vá ler). Sabe aquele livro que você não sabe bem definir se gostou ou não logo depois de ler? É esse da Hilda Hilst.

Acontece que Pornô Chic é um ótimo livro. Se você gosta de literatura erótica e ainda não leu, leia assim que possível. Mas os livros que compõem a fase obcena de Hilst não são como os que comumente lemos como pornografia, como os citados acima. São textos (prosa e poesia) que exploram temas como incesto e pedofilia, e também prostituição e uma sexualidade despudorada, tudo isso com um refinamento ímpar de escrita, bom humor e brasilidade.

Confesso que, durante a leitura de O caderno rosa de Lori Lamby (1990), que abre a edição da Biblioteza Azul, eu senti um incômodo tão grande que pensei que não avançaria para os outros livros da coletânea, Contos d’Escárnio – Textos Grotescos (1990), Cartas de um sedutor (1991), Bufólicas (1992) e outros textos esparsos reunidos para essa edição. Hoje fala-se muito em causar; Hilda Hilst já fazia isso lá em 1990, antes mesmo do boom da internet e das redes sociais, ao lançar um livro em que a narradora, uma menina de oito anos, fala sobre as suas aventuras sexuais com homens mais velhos, atividade que lhe rendia mais dinheiro que os livros que seu pai escrevia. Lori nos conta que o editor de seu pai recomenda que ele parta para a bandalheira; bandalheira vende! Era Hilda Hilst criticando o mercado editorial brasileiro. A escritora sofreu com essa falta de leitores; por quase toda a vida foi publicada apenas em pequenas tiragens e por editoras independentes. Resolveu partir para a bandalheira para ser lida, mas não de forma comercial como muitos escritores. Hilda, que nunca teve medo das críticas, se jogou em uma literatura que explora o que temos de mais íntimo e grotesco.

Uma das coisas mais geniais deste livro é que, comparando com cenas de sexo de outros livros pretensamente eróticos, aqui temos sexo de verdade. A autora não usou artifícios de linguagem hoje repetidos quase a exaustão, como diversos eufemismos para os órgãos sexuais, cheiros irreais para o órgão sexual feminino, o leve conservadorismo travestido de libertinagem amplamente difundido (na atualidade) depois de Cinquenta Tons de Cinza e reproduzido por autoras de livros eróticos e romances de época mais ao estilo hot. Em Pornô Chic todos transam, ninguém precisa ensinar ninguém, com exceção, talvez, de O caderno de Lori Lamby. Também gostei das várias referências que Hilda fez a autores clássicos, grande parte ingleses, nos diálogos de seus personagens.

Pornô Chic foi um susto, um acontecimento literário na minha vida de leitora. Algo que vou ler e reler para entender (e me divertir, óbvio) e essa edição da Biblioteca Azul é perfeita, tanto na parte estética quanto no conteúdo. O livro é ilustrado (!) e conta com valiosos textos de apoio. Eu já era fã de Hilda Hilst por sua poesia, que foi outra experiência literária muito gratificante para mim. E agora tenho Pornô Chic: meu mais novo pornô de cabeceira.

Aprecie com moderação. Ou não.

site: https://www.tamiresdecarvalho.com/resenha-porno-chic-de-hilda-hilst/
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Julia4767 02/04/2020

Surpreendentemente
Ruim.
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