Francisco 25/02/2021
Uma sátira aos costumes, às paixões humanas e à política como nenhuma outra
A obra nos traz as aventuras de Lemuel Gulliver ao longo de cerca de dezesseis anos e sete meses, que após o naufrágio de seu navio, o "Antelope", acorda na terra de Lilipute, onde os homens possuem cerca de 15 cm, possuem língua e política próprias.
Ao longo do livro, Gulliver é chamado pelos liliputianos de "quinbus flesterin" (Homen-montanha) e passa a ocupar uma situação politicamente e socialmente privilegiado junta à sociedade real da ilha de Lilipute. No entanto, posteriormente é traído e condenado à morte.
Em sua segunda viagem, Gulliver é levado a Brobdingnag, uma terra onde os homens são gigantes. Aqui, o autor fica em posse de um lavrador e sua filha Glumdalclitch, que lhe ensina o idioma local e entra para a corte real quando Gulliver é vendido à Rainha, passando a ocupar uma posição privilegiada junto à Sua Majestade.
Na terceira viagem, vai às terras de Laputa, Balnibarbi, Glubbdubdrib, Luggnagg e Japão. Em Laputa, o domínio real é uma Ilha Volante (Voadora) com fundação adamantina onde todos os indivíduos estão sempre absortos em especulações de toda natureza e são versados em astronomia. Em Balnibarbi, Gulliver encontrou uma Academia onde quase todas as pesquisas realizadas são inúteis e infundadas. Na ilha de Glubbdubdrib, a "ilha dos feiticeiros", as atividades necromantes do rei propiciou a Gulliver travar conhecimento com Aristóteles, Homero, Alexandre da Macedônia, César e Bruto. Já em Luggnagg, há uma classe de indivíduos imortais chamados de "struldbrugs". Quanto à sua viagem ao Japão não há pormenor algum.
Em sua quarta e última viagem, Gulliver enquanto capitão de um navio é levado ao país dos Houyhnhnms, onde os cavalos são seres racionais e os seres humanos são irracionais como uma espécie de primata sob o nome de "Yahoo".
São apresentados as formas de viver e os costumes de todas as terras por onde Gulliver passa como das disputas entre as ilhas de Lilliput e Blefuscu por frivolidades e sua divisão política dos cidadãos e da boa política do reinado de Brobdingnag.
Essa obra revela-se uma sátira (crítica) à política, à religião e aos costumes sociais muito bem construída por Swift que nos faz refletir bastante em muitos aspectos de nossa sociedade. Dessa forma, o texto é bem profundo e com linguagem bastante rebuscada nessa versão integral, diferente das versões voltadas para o público infanto-juvenil, mas que não tornou-se maçante em momento algum. Sem dúvida, essa é uma leitura mais que recomendada por nos fazer refletir em muitos pontos sobre nossas atitudes.