O Imoralista

O Imoralista André Gide




Resenhas - O Imoralista


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Mario Miranda 16/04/2018

Ficção e Realidade se Confundem em Gide e Michel
O Imoralista foi meu primeiro contato com o Laureado com o Nobel de 1947 André Gide. Tendo conhecido diversos autores que foram agraciados com este prêmio dentro do espectro literário Francês, confesso que para mim faltou um pouco nesta obra. Apesar da sua boa narrativa, estrutura interna, utilização gramatical em maestria, os assuntos/críticas são abordados de maneira muito sutil. As principais são formuladas pelo conhecido do Personagem Principal, Ménalque, que criticará a formação Histórico-Religiosa de Michel.

O livro discorre sobre um personagem, Michel, que traz a luz seu passado recente aos seus amigos mais próximos: um casamento de conveniências, uma doença que quase lhe retirou a vida, projetos de estudo, uma tuberculose que aflige sua esposa. Um tema que palpita a todo momento é o interesse de Charles exclusivamente por personagens masculinos (um jovem árabe, Ménalque - O real Imoralista -, Charles): uma reminiscência das dúvidas do próprio Gide.

Em todo o livro notamos um caráter autobiográfico do personagem, seja na formação educacional de Charles/Gide, nas suas relações familiares, etc.

site: https://www.instagram.com/marioacmiranda/?hl=pt-br
Anderson.Henrique 22/09/2018minha estante
Achei o livro bom, mas não excelente. Foi como vc disse, parece que faltou algo nesse livro.


Mario Miranda 24/09/2018minha estante
Li recentemente outro clássico dele "Os Subterrâneos do Vaticano". Achei melhor explorado, mais bem desenvolvido, contudo continuo achando que falta alguma coisa em suas obras. Vou dar uma última chance lendo "Os Falsos Moedeiros", seu livro mais aclamado.




NaN 17/01/2011

Um Nobel Imoral
Comecei a ler este livro me perguntando porque ele tinha ganho o Nobel de 1947, e quando terminei de ler entendi.
Este foi meu primeiro contato com o francês André Gide, já almejava ler Os Moedeiros Falsos, mas O Imoralista caiu primeiro em minhas mãos.

Miguel reune seus melhores amigos para contar-lhes sua história, do tempo em que eles estiveram distantes. No inicio Miguel está doente, e esta primeira parte do livro não é muito interessante, porém as seguintes nos mostra todas as reflexões sobre suas experiencias sobre a doença, a possivel cura, e tantas outras que se desonrolam com o enredo, focado em seu casamento com Marcelina.
Este é um livro que a todo momento eu tive de fechá-lo para tentar compreender minha própria imoralidade diante dos acontecimentos que a vida nos trás, uma frase memorável é: não se pode ao mesmo tempo ser sincero e parecer sincero. Sem citar a palavra moralidade, toda a narrativa mostra como o homem trata dessa questão.
Outro questionamento interessante é sobre a felicidade e o sentido de viver, a pergunta que o narrador faz à seus colegas e a si mesmo é se um escritor consegue viver enquanto escreve, ou a vida o atrapalha a escrever.

Com uma narrativa que te leva leve e profundamente "O Imoralista" é recheado de filosofia disfarçada no enredo. Válido para aqueles que apreciam um livro que possuí um intuito ou tão somente para quem deseja ler sem compromisso.
Rauro 14/01/2015minha estante
"Gide disse que o diabo desta vida é que entre cem caminhos, temos que escolher apenas um e viver com a nostalgia dos outros noventa e nove. Pois bem: a literatura é como se você tivesse de renunciar a todos os cem..."
O encontro marcado - Fernando Sabino
http://livroseafins.com/escritor-fernando-sabino/




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AntAnio.Peneda 29/06/2022minha estante
Gostei do seu comentário.

No entanto, o livro tem tiradas interessantes...

Cheguei rapidamente à conclusão de que as coisas consideradas as piores (a mentira, para não citar outras) só são difíceis de fazer enquanto não foram feitas; e ainda mais que elas se tornam facilmente cómodas, agradáveis, boas de repetir e, com o tempo, naturais.

Como seria a descrição da felicidade? Só se pode contar aquilo que a prepara, e o que a destrói.

Não se pode, ao mesmo tempo, ser sincero e parecer sincero.

É preciso deixar que os outros tenham razão, porque isso os consola de não terem outra coisa.

- Desculpe-me - disse ele -, mas quase nunca bebo.
- Tem medo de se embriagar?
- De modo nenhum. Mas considero a sobriedade uma embriaguez mais poderosa; conservo com ela a lucidez.
- E dá de beber aos outros?
Ele sorriu. - Não posso exigir de cada um as minhas virtudes. É já tão agradável encontrar nos outros os meus vícios?

Procuro na embriaguez uma exaltação e não uma diminuição da vida.

Quantos homens que afirmam não devem a sua força à sorte de só terem sido compreendidos pela metade!

Saber libertar-se não é nada, o difícil é saber ser livre.

Mas como as frases ficavam pálidas comparadas com os atos!

O que existe em cada um de diferente é precisamente o que ele possui de raro, o que faz o seu próprio valor; e é isso que se procura suprimir. Imita-se. E pretende-se amar a vida!

A agorafobia moral é odiosa; é a pior das covardias.

Eu, que antes só achava gosto no passado, senti-me um dia embriagado pelo súbito sabor do instante; mas o futuro nos desencanta da hora presente, mais do que o presente nos desencantou do passado.

Sabe o que faz da poesia moderna, e sobretudo da filosofia, letras mortas? É que elas se distanciaram da vida.

Saudades, remorsos, arrependimentos, são alegrias de outrora vistas de costas.

Que pode o homem ainda? Eis o que me importava saber. O que o homem disse até agora é tudo o que ele poderia dizer? Não teria ignorado qualquer coisa de si mesmo? Não lhe resta senão repetir?

Tenho horror às pessoas honestas. Se nada tenho a temer de sua parte, nada tenho também a aprender. E elas também nada têm a dizer?
Honesto povo suíço! De nada lhe vale comportar-se bem? sem crimes, sem história, sem literatura, sem artes? um grande roseiral sem espinhos nem flores?

Existem alegrias fortes para os fortes, e alegrias fracas para os fracos que as alegrias fortes poderiam ferir.

A pobreza do homem é escrava; para comer, ele aceita um trabalho sem prazer; todo trabalho que não dá alegria é lamentável,

Não compreendes que o nosso olhar desenvolve, exagera em cada um o ponto no qual se fixa, e que fazemos com que ele se transforme no que queremos que seja?

Terra (árabe) em que se descansa de obras de arte. Desprezo aqueles que só sabem reconhecer a beleza já transcrita perfeitamente interpretada. O povo árabe tem isto de admirável: sua arte ele a vive, canta, dissipa-a quotidianamente; não procura fixá-la nem a embalsama em uma obra. É a causa e o efeito da ausência de grandes artistas? Sempre considerei grandes artistas os que ousam dar foros de beleza a coisas tão naturais que quem as vê pode dizer: ?Como não compreendi até agora que também isto era belo??




Emilia.Andrea 29/03/2019

Transcrições
Logo após uma longa convalescença o protagonista chegou a esta conclusão: "Depois que a asa da morte o roçou, o que parecia importante já não o é mais; outras coisas que pareciam sê-lo, ou cuja existência era mesmo ignorada, passam a ter importância". No entanto, não quis ser o novo homem, mas o "velho homem", "aquele que o Evangelho já não queria mais", aquele que "aparecia já, graças aos elementos superpostos, mas apagado e difícil de descobrir"... A partir de então, desprezou "esse ser secundário, aprendido, que a instrução desenhara por cima". Sobre o amor, é o que penso, mas não havia formulado: "...creio que há apenas um instante de amor que a alma mais tarde tenta em vão sobrepujar; que ela se consome no esforço de ressuscitar sua felicidade, e que nada impede a felicidade como a sua própria lembrança".
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Jullyan.Garcia 25/01/2020

Uma doença
Um livro muito bem escrito, mas não é bom. Só traz um homem viajando e tentando fugir de algo... Esse algo? A doença do corpo e da alma.
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Paulinho 22/03/2020

Ménalque vale a leitura.
Infelizmente a edição da Nova Fronteira, que se diz Edição Especial e Limitada, Coleção Clássicos de Ouro, e não possui um único texto de apoio, nenhuma introdução, nenhum posfácio, nada. Um livro de 1902, que com certeza rende ótimos artigos e análises, em uma edição pífia. Falando do livro em si, achei as reflexões interessantes, mas a ação repetitiva, único personagem que me ganhou e que valeu a pena a leitura do livro é o Ménalque. Faltou ao Michel coragem para ser imoralista, várias vezes as reclamações do protagonista parecem da ordem de "white people problems".
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Nath 24/05/2020

Não sei o motivo, mas esperava mais dessa leitura. Achei bem cansativo e "repetitivo".
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Glau! 21/07/2020

Ainda estou "digerindo".
No começo é meio cansativo, mas com persistência e boa vontade é possível o envolvimento pleno da leitura.
Poesia filosófica? Considero que sim.
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Gerson 21/10/2020

Talvez eu tenha ido com muita sede ao pote depois de ter ouvido falar tanto da obra de André Gide, mas tirando um ou outro aforismo realmente muito interessante, não percebi no curto romance, parece-me que meio autobiográfico, a genialidade do autor.

Enfim, talvez eu não tenha conseguido perceber tal genialidade no enredo onde o personagem principal parece estar perdido em um conflito existencial do início ao fim e o pior sem nenhum propósito.
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Ingrid 18/01/2021

para passar o tempo e refletir um pouco, o livro é ótimo, porém é meio arrastado e as coisas só se desenrolam mesmo lá para o final do livro.
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Edu 11/04/2021

Sem direção?
A leitura foi fluida, ficando interessante (principalmente nos capítulos em que ele está no campo), mas parece que não chegamos a lugar nenhum... No final ficou aquela sensação de que faltou. Ficou tudo muito sugestivo ou tênue. O mais ousado no livro é a capa mesmo. Mas ainda assim foi uma boa descontração, com um pouco de filosofia.
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Disotelo 14/04/2021

Quando a Persona Desaba
Já se passaram 15 anos desde a leitura desse livro e eu ainda guardo algo significativo dele.
Temos aqui um protagonista bastante sufocado pela persona, que, diante de situações trágicas, vê a persona desmoronando. Eu vivia um processo semelhante quando o li, por isso mesmo ele foi tão marcante pra mim, nota-se que o autor tem um entendimento profundo desse tipo de experiência psicológica, inclusive, ele mostra os perigos disto e vai até as últimas consequências nesse mostrar, não devemos entender como uma apologia ao comportamento do personagem, mas sim como um alerta "seja você mesmo, mas seja com moderação para não se tornar um monstro"
Fora isso vale dizer que a escrita do Gide é muito boa, não é difícil de ler e ele é do tipo de autor que sabe construir frases marcantes, do tipo que fica na sua cabeça após o término do livro.
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Mozart 02/05/2021

Andre Gide neste livro contou alguns detalhes de sua vida .
E um relato de um homem que prometeu ao pai que casaria, e assim o fez, mesmo sabendo que não seria feliz.
Michel teve um matrimônio de aparências com Marceline . Saia só em algumas noites, saia para saciar seu desejo sexual com outro homem, isto com a ciência de sua esposa.
Quando Marceline ficou tuberculosa fizeram o inverso da viagem de lua de mel até o Marrocos onde depois de um período ela falece.
A partir deste momento Michel começa a viver uma vida mais modesta no Marrocos,sem cobranças e sem nenhuma promessa . Vive ao lado de um jovem marroquino. Vive feliz.
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Carolina Corrêa 04/05/2021

Bom
É um bom livro, com a narrativa típica de Gide, prendendo o leitor.
Dentro da temática polêmica para seu tempo, o autor segue dando toques autobiográficos em seus romances. Critica sutilmente os preconceitos do mundo burguês - ambiente da história contada, assim como o que o próprio autor viveu, no século XIX.
Merecem destaque a sensibilidade e a coragem do personagem em relação a seus amores.
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