O barão nas árvores

O barão nas árvores Italo Calvino




Resenhas - O Barão nas Árvores


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Nane B. 20/01/2009

Uma das várias maestrias de Italo Calvino. O mais puro autor do realismo fantástico. Obra que tive o privilégio de também conferir nas artes cênicas. Muito bom!
lecastel 20/09/2009minha estante
Já foi representado? Não sabia.


Ivan Picchi 15/03/2010minha estante
Já foi representado? Não sabia. [2]



Nem curto teatro, mas esse livro pede um!


Tiago638 21/08/2010minha estante
rs, seria muita coincidência você ter visto "Cósmicas" em BH, peça da qual eu participei, e que foi inspirada neste livro que adoro. Mas também ouvi falar de outra montagem em BH também, quase da mesma época (2005). interessante saber que houve mais montagens.


Nane B. 30/08/2010minha estante
Gente, essa fábula é ótima para o teatro. Recomendo! Santi, tu que já fez uma peça baseada nessa obra sabe bem a delícia que deve ter sido. Deve ter sido lindo guri. Bjocas




Ivan Picchi 15/03/2010

Sabe...
foi interessante a leitura; me foi indicado por uma pessoa que o gosto respeito, e li com espectativa. Furei toda a fila infindável de livro aqui.

O interessante é a atmosfera que causa. Não sei bem explicar, mas a expressão mais ingênua que encontrei, é "mágico".

Ingênuo, porque é como se o fosse quando criança; a algum tempo não me sentia lendo um livro assim, me senti como lendo algo como o Pequeno Príncipe a uns 15 anos atrás.

E um personagem tão cativante quanto!

É engraçado, não consigo fazer uma resenha decente, analítica. Tá sem pé nem cabeça, eu sei, mas não onde tá o ombro, não sei como colocar.


Só li, imaginei a cena como uma criança a ler uma fábula, só que com a diferença de sentir as profundidades ditas.E são algumas, um daqueles livros de pra quem gosta de roubar umas frases e anotar em algum lugar.

Uma criança travestida num adulto que interprete parábolas ao sentido e não ao pé. Puebre niño.


Sem louvar ou sem adorar, é isso; singelo, profundo, meigo e filosófico. E muito bem escrito. Muito. Não sei explicar, é viciante, vontade de engolir o livro. Só que deglutando, lendo devagar, saboreando. Tem uma serenidade no jeito que ele escreveu.


E foi a primeira experiência com Calvino por indicação, e já vou roubar mais algumas da fonte.

Já disse que tem uma inocência cativante?

Surreal.

(sentido anos 20, não 70!)

Sinceramente
meleu 07/09/2013minha estante
Também tentei escrever uma resenha e tive a mesma dificuldade. Li a sua e me identifiquei muito, é isso mesmo que eu queria dizer! :)

De qualquer maneira já tinha enviado a minha... ;)




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Madu33 10/10/2022minha estante
Seriooo meiry eu odieiiii o livro




Tuca. 07/12/2010

O leitor comum
Comento sobre este livro no post do link abaixo. Visitem:

http://oleitorcomum.blogspot.com/2010/12/por-que-ler-os-classicos.html
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André Sekkel 13/01/2012

O Barão na árvores
CALVINO, Italo. O barão nas árvores. São Paulo: Companhia de Bolso, 2009.

O barão nas árvores, de Italo Calvino, traduzido por Nilson Moulin, é um livro simples, de leitura fácil e agradável. Possui também uma resenha musical, feita pelo grupo Cordel do Fogo Encantado – é a música Sobre as folhas (ou O barão nas árvores), do terceiro e último disco, Transfiguração. Como diz a música:

“Contarei a história do barão

Que comia na mesa com seu pai

Era herdeiro primeiro dos currais

Mas gritou num jantar

‘Não quero nada!’

Nesse dia subiu num grande galho

Nunca mais o barão pisou na terra”

A diferença é que no livro Cosme é o herdeiro do barão de Rondó. Seu pai era um nobre que visava títulos mais altos, como o de duque, e por isso insistia na etiqueta dos filhos (além de Cosme, havia Biágio o irmão mais novo, e Batista, a irmã maluca que gostava de caçar lesmas, ratos e animais nojentos), sempre com a esperança de ser convidado para uma festa ou qualquer outro grande evento que favorecesse uma possível indicação ao título de Duque. A mãe era chamada de generala, pois suas preocupações eram todas de caráter militar.

Por conta da pressão familiar, principalmente do pai, e das esquisitices da irmã, Cosme decide, num almoço, que não vai comer a sopa de escargots feita por Batista:

“Recordo (a história toda é narrada pelo irmão Biágio) que soprava vento do mar e mexiam-se as folhas. Cosme disse: ‘Já falei que não quero e não quero!’, e afastou o prato de escargots. Nunca tínhamos visto desobediência tão grave” (p. 7).

O episódio aconteceu no dia 15 de junho de 1767. Naquele dia, Cosme, antes de ser expulso da mesa por seu pai, enquanto seu irmão comia, por medo, aquela asquerosa sopa de lesmas, já havia abandonado o almoço e subia numa árvore do jardim. Nesse mesmo dia, ele pode perceber o que havia para além dos muros da propriedade de seu pai, como o jardim dos Rodamargem, vizinhos e inimigos dos Rondó.

Cosme, espiando por entre os galhos, observa uma menina num balanço, Viola, e, numa brincadeira, diz para ela que nunca mais iria encostar na terra, enquanto ela duvidava. Entretanto, ele levou isso tão a sério que nunca mais pisou na terra. Desde então, Cosme de Rondó passou a habitar no alto das árvores. Fazia tudo ali: teve de aprender novos costumes, como o de andar de galho em galho, o de dormir sem ter uma cama, o de fazer as necessidades sem um fosso etc…

Vivendo assim, independente da vida normal e cheia de obrigações que todos levavam, Cosme pode se dedicar a várias coisas, mas a mais interessante de todas foi como adquiriu o gosto pela leitura. Um certo bandido João do Mato foi quem o aproximou dos livros; quer dizer, ele gostava de ler e certo dia, quando por um impulso inesperado jogou uma corda para que o bandido trepasse numa árvore para escapar dos guardas, apresentou alguns livros a esse terrível João do Mato, que se apaixonou pela leitura. Ele, então, pedia livros a Cosme, cada vez numa quantidade maior, a ponto do herói ter que criar uma correspondência contínua com um livreiro da região, que conseguia para ele os mais importantes livros da época.

João do Mato se tornou um leitor voraz e exigente: não queria qualquer romance, queria bons romances, bons livros de filosofia etc. Foi aí que Cosme começou, também ele, a ler um livro atrás do outro. Estabeleceu, inclusive, correspondência com Voltaire, Rousseau e Diderot.

Aqui entra uma parte interessante e divertida do livro, pois Italo Calvino começa a brincar com as ideias desses importantes filósofos do século XVIII. Um engraçado episódio acontece no capítulo 19, com o fim do romance de Cosme e Úrsula, quando ele, para esquecer as dores que sentia com a separação, resolve se dedicar aos estudos:

“Convalescente, imóvel na nogueira, retemperava-se em seus estudos mais severos. Começou naquela época a escrever um Projeto de constituição de um Estado ideal fundado em cima das árvores, em que descrevia a imaginária República Arbórea, habitada por homens justos. Iniciou-o como um tratado sobre as leis e os governos, mas, ao redigir, a sua inclinação de inventor de histórias complicadas acabou predominando e o resultado foi uma miscelânea de aventuras, duelos e histórias eróticas, inseridas, estas últimas, num capítulo sobre o direto matrimonial. O epílogo do livro deveria ser este: o autor, fundado o Estado perfeito sobre as árvores e convencida toda a humanidade a estabelecer-se ali e a viver feliz, descia para habitar na terra deserta. Deveria ter sido, mas a obra permaneceu incompleta. Mandou um resumo para Diderot, assinando simplesmente: Cosme Rondó, leitor da Enciclopédia. Diderot agradeceu com um bilhete” (pp. 155-156).

O trecho não deixa de ser uma crítica aos usos descabidos que alguns fazem das ideias desses filósofos franceses do século XVIII. Quer dizer, somente quem leu a Enciclopédia, pode ter a ideia de escrever um tal Projeto de constituição de um Estado ideal fundado em cima das árvores, imaginando como habitantes homens justos tais como aparecem em Rousseau e Diderot. Aliás, a irônica brincadeira de Italo Calvino pode muito bem ser estendida ao primeiro, que escreve o famoso aforismo do “bom selvagem”, já que era como um selvagem, aos olhos dos outros, que Cosme vivia. Em muitas passagens do livro Biágio conta como seu irmão era comparado aos índios das Américas, com seus costumes selvagens de viveram nas árvores e imitarem os barulhos dos animais, caçarem e comerem a comida fria (como Cosme, sobre as árvores, poderia aquecer alguma coisa?).

Em seguida, no capítulo 20, Biágio conta de uma viagem que fez a Paris, onde fora convidado para uma festa em homenagem a Voltaire. Ele conta que sempre evitava dizer quem era seu irmão, por conta das gozações que sofria…

“…Mas o proclamei bem alto quando, em Paris, fui convidado para uma recepção em homenagem a Voltaire. O velho filósofo estava em sua poltrona, paparicado por um enxame de damas, feliz como um pássaro e maligno como um porco-espinho. Ao saber que vinha de Penúmbria, apostrofou-me:

- C’est chez vous, mon cher chevalier, qu’il y a ce fameux philosophe qui vit sur les arbres comme un singe? [É em sua terra, meu caro cavaleiro, que tem o famoso filósofo que vive sobre as árvores como um macaco?]

E eu, lisonjeado, não pude me conter ao lhe responder:

- C’est mon frère, monsieur, le baron de Rondeau. [É meu irmão, senhor, o barão de Rondó]

Voltaire ficou muito surpreso, talez pelo fato de que o irmão daquele fenômeno parecesse uma pessoa tão normal, e se pôs a fazer-me perguntas, como:

- Mais c’est pour approcher du ciel, que votre frère reste là-haut? [Mas é para se aproximar do céu, que seu irmão fica lá no alto?]

- Meu irmão afirma – respondi – que aquele que pretende observar bem a terra deve manter a necessária distância. – E Voltaire apreciou muito a resposta.

- Jadis, c’était seulement la Nature qui créait des phénomènes vivants – concluiu –; maintenant c’est la Raison. [Antes, era somente a Natureza quem criava fenômenos vivos; agora é a Razão] – E o velho sábio mergulhou de novo na conversa das suas hipócritas teístas” (pp. 157-158).

O episódio brinca com as recepções feitas nos palácios parisienses, muito frequentadas por personagens como Voltaire. Havia leitura de obras, interpretações de peças musicais e teatrais, cortejo de moças, comida e bebida aos montes. Nesses lugares, também, eram discutidas as ideias mais recentes, como faz Voltaire nessa passagem, ao fazer uma pequena observação sobre a criação da Razão, que toma o lugar da Natureza. Vale lembrar, aqui, a ideia de que o homem nasce no século XVIII (essa ideia é de Michel Foucault e está em Les mots et les choses [As palavras e as coisas]), ou melhor, é nesse momento que o ser humano se vê como homem, como um ser diferente dos outros seres, ou seja, dotado de Razão (é uma ideia que aparece já naquele período do Renascimento, na Itália, mas que permanece pouco desenvolvido até o século das Luzes).

Depois disso acontecem os episódios da Revolução Francesa, que o barão das árvores resolve apoiar. Encontra-se com os soldados de Napoleão e depois com os soldados russos, que seguiram os rastros do exército ocidental derrotado pelo frio da Rússia e bateu em retirada.

Por outras aventuras passou Cosme, como uma luta contra piratas e incêndios. Foi declarado louco e filósofo… Apaixonou-se também, mas sobre essa parte só vai saber quem ler o livro, porque uma das partes mais comoventes não pode ser desgastada nessa simples resenha.
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jota 24/01/2012

Aventuras arbóreas
O Barão nas Árvores conta uma história passada em 1767, que tem como protagonista Cosme, um garoto de doze anos, herdeiro do barão de Rondó. O narrador é Biágio, seu irmão mais novo. Tendo sido expulso da mesa de refeições pelo pai, por ter se recusado a tomar sopa de escargots, o menino se refugia numa árvore do jardim da família e promete dali nunca mais sair.

Viver nas árvores se torna a vida de Cosme, apesar dos apelos de seus familiares para que ele volte para casa. Mas não. Ele, de galho em galho, de árvore em árvore vai atravessando pomares e jardins e fica conhecendo Viola Rodamargem, filha de um vizinho e inimigo do pai (os diálogos entre as crianças são saborosos). Também faz amizade com diversos meninos que roubam frutas nos pomares.

Cosme se adapta muito bem à vida arbórea, pulando de galho em galho, indo de quintal para quintal nas cercanias e até além (chega a ir assim à Espanha de uma feita), nem por um segundo pisando o chão da Penúmbria - o reino todo já conhece a fama do "menino macaco" e a família Rondó se sente envergonhada sempre que alguém faz menção a ele.

Biágio continua a narrar as aventuras do rebelde e é seu interlocutor sempre que lhe aparece um problema que não consegue resolver sozinho. Através dele ficamos sabendo como Cosme se vira para dormir (dentro de um odre feito de peles de animais, pendurado num galho), comer (fez amizade com uma cabra e uma galinha que lhe fornecem leite e ovos e tem uma enorme variedade de frutas à disposição), tomar banho e lavar suas roupas (instalou uma espécie de chuveiro desviando um pouco de água da cascata de um riacho usando cascas de árvores), fazer suas necessidades (num galho estrategicamente curvado sobre um córrego apropriadamente chamado de Merdança).

Como também gosta de caçar pequenos animais para se alimentar, Cosme arranjou um bassê abandonado pela família Rodamargem para ajudá-lo, e o chamou de Ótimo Máximo. É o cão de sua amada Viola, que ela chamava de Turcaret. Aliás, nome engraçados ou estranhos é que não faltam aqui: tenente Borboleta, conde D'Estomac, etc.

Depois, há vários capítulos tratando da amizade entre Cosme e João do Mato, um bandido da Penúmbria. Na verdade, um ladrão de frutas que mete medo em toda a população rural. Por um capricho, Cosme o salva de ser preso e ele passa também a morar nas árvores. É João do Mato que desperta em Cosme a vontade de ler. Exageradamente até.

João do Mato, é um leitor exigente, não lê qualquer coisa, e Cosme se vê obrigado a conseguir mais e melhores livros para o amigo bandido. E também vai lendo muito, demais. Motivado pela leitura, chega mesmo a estabelecer correspondência com filósofos e escritores de então: Diderot, Voltaire, Rousseau. Um dia João do Mato cai nas garras da polícia, é preso e enforcado.

E logo Cosme está com dezenove anos. Viola de Rodamargen, agora uma marquesa viúva de dezessete anos, retorna à Penúmbria e novamente ele cai de amores por ela. Tendo adquirido novos hábitos (mundanos), a marquesa quer fazer amor com ele e com mais dois amantes (ménage à quatre?). Ele não consente, ressente-se e torna-se cada vez mais estranho - ou mais louco, segundo alguns. Ou um filósofo, segundo outros - ecos da Revolução Francesa.

Posteriormente, envolve-se com as tropas francesas que vão combater na Rússia (até conversa com Napoleão, sempre pendurado numa árvore) e mais tarde com os soldados russos que invadem a Europa depois da derrota napoleônica.

Acompanhamos as aventuras, as paixões e as ideias de Cosme até por volta de seus sessenta e cinco anos. Como diz Biágio, irmão e narrador, "a juventude passa rápido na terra, imaginem nas árvores, onde tudo está destinado a cair: folhas, frutos." E passou tanto tempo que nem Penúmbria existe mais...

Embora não seja emocionante, O Barão nas Árvores ainda assim é uma história bastante curiosa e, por vezes, também muito engraçada.

Lido entre 04 e 12.01.2012.
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Felipe 22/10/2012

O homem não é um pássaro
O século XX foi prodigioso em diagnósticos negativos sobre o destino da literatura. Uns diziam que era impossível continuar escrevendo depois de Ulisses (puff!), outros que após Auschwitz a literatura se encontrava morta. O fato é que este mesmo século tão massacrado de horrores reais e intelectuais viu surgir, na Itália, um pequeno livro chamado O Barão Nas Árvores e, diante dessa criação, era impossível dizer que a literatura estava morta.

O delicioso livro de Ítalo Calvino é um fascinante afresco sobre os poderes da imaginação e da literatura. Temos um homem que, desde criança, se rebelando contra a sociedade e seus ditames, resolve, literalmente, subir às árvores e de lá, como profetiza o narrador logo no começo do romance (narrador que é também o irmão do personagem principal), nunca mais descer.

Aquilo que poderia se configurar numa simples narrativa infantilizada é transformada por Calvino numa peça digna da mais alta literatura. Temos aqui um romance de formação nas árvores, em que o Barão Cosme passará pelos mais clássicos graus de aprendizagem e compreensão do mundo, sem jamais deixar seus galhos. As peripécias do Barão na província de Penúmbria são conjugadas com os eventos históricos que marcaram a passagem do século XVIII para o XIX, como a revolução francesa, as campanhas de Napoleão Bonaparte (o livro nos reserva um encontro antológico entre o Barão e Napoleão) e toda a atmosfera intelectual que reinava no fin de siécle.

Quem tem este livro em mãos está diante de uma mistura impecável de motivos folhetinescos e literatura engajada do mais alto nível artístico, cujo apelo ao “prazer do texto” é o objetivo principal. Calvino era um desses entusiastas da literatura que faziam com que sua paixão pelo poder revolucionário e íntimo das letras transparecesse de forma explícita na sua prosa imagética, colorida e eficaz. As passagens finais do livro atingem o paroxismo da plasticidade e da elegância de um exímio contador de histórias.

O homem não é um pássaro, mas a literatura pode ser, por si só, as asas tão necessárias para a imaginação cada vez mais engaiolada de um século filisteu e medíocre, que decreta, de ano em ano, a morte desse objeto tão estimado e tão importante à condição humana: a literatura.
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Silvana 01/05/2013

Cosme Chuvasco
O barão nas árvores é o tipo de livro que prende o leitor, pois no desenrolar da história há o realismo mágico que envolve e deixa sempre algo para ser revelado depois. É o caso por exemplo, do fato de Cosme, que resolve viver nas árvores, prometer que não colocará jamais os pés no chão outra vez, a partir daí o enredo vai revelando como ele resolvia o problema de tomar banho, lavar roupa, namorar e outras coisas do dia-a-dia de uma pessoa normal. A narrativa é contada em 3a. pessoa, quem conta é o Biágio, irmão mais novo do barão.
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Lucas1429 23/01/2014

Um novo estilo de vida!
Livro simplesmente incrível. Proporciona ao leitor uma visão de mundo (literalmente) diferente e única. A forma com que é narrado deixa fácil imaginarmos as paisagens pelas quais o protagonista passa, se aventura e vive suas experiências. Cada capítulo, ao abordar um tema novo e intrigante, embora nexo à história como um todo, prende o leitor facilmente. Muito reflexivo, deixa claro também as diversas despedidas que temos na vida, através do que passa o distinto Barão Cosme Chuvasco de Rondó, personagem também extremamente cativante, um tanto ingênuo e idealista, cheio de ideias e disposto a melhorar o que puder do seu redor. Afinal, "o mundo visto a certa distância" proporciona uma visão de mundo mais ampla. As poucas partes que apresentam uma narração um pouco mais histórica, relacionando os fatos aos acontecimentos da época (virada do século XVIII para o XIX), não é arrastada e também vem cheia de aventuras e novidades. Um livro desconhecido, porém de grande valor!
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otxjunior 08/03/2014

O Barão nas Árvores, Italo Calvino
É uma mistura de O Pequeno Príncipe com O Menino do Dedo Verde com Menino de Engenho. Todos os meus livros queridos da infância num só. Mas, agora, lendo com uns 10 anos de atraso, não consigo embarcar nas aventuras como antes. Os tempos de subir em goiabeiras ficaram para trás. Só me perguntava por que ele não descia das árvores e ao mesmo tempo orgulhoso de seu espírito contestador e de sua coragem ao revelar a sua verdadeira natureza, sem hipocrisia ou falsidade: Duas das primeiras coisas que aprendemos ao tornarmos adultos.
Em junho de 1767, Cosme de Chuvasco Rondó, então com doze anos de idade, foge para um bosque depois de um desentendimento com seu pai, o Barão Rondó, e decide nunca mais descer das árvores. Toda a história é narrada por seu irmão, que descreve a vida arbórea de Cosme, através de uma série de aventuras e desventuras, tais como enfrentar um gato do mato, ser cúmplice do ladrão mais temido da região e salvar o vilarejo de uma ameaça pirata.
A narrativa melhora consideravelmente a partir da segunda metade, ou talvez eu finalmente tenha me acostumado com a linguagem poética de Italo Calvino, e assim pude aproveitar melhor cada passagem desse coming-of-age inusitado. O livro é cheio de momentos cômicos, principalmente no que tange o relacionamento de Cosme e Viola, esta uma personagem ambígua e muito divertida. Por outro lado, também tem sua parcela de filosofia, nostalgia e melancolia. Pelo menos para mim, que observava Cosme de baixo para cima, infelizmente esquecido do prazer de aproveitar uma bela vista por entre as folhas.
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Maria Ferreira / @impressoesdemaria 01/06/2014

Uma história de determinação
Foi com doze anos, no dia 15 de junho de 1767, que Cosme Chuvasco de Rondó decidiu fazer das árvores a sua morada.
Durante um almoço em família, em que o prato principal era escargots, Cosme, apos sair de um castigo justamente por conta desses mesmos escargots, se recusa avidamente a comê-los. Seu pai o expulsa da mesa, mas antes que o fizesse, Cosme já estava de pé, se encaminhando para a árvore mais próxima, o carvalho ílex. Deu sua palavra que de lá jamais desceria e foi o que fez.
Em cima das árvores Cosme viveu como se andasse em solo. Como a região em que ele morava era cheia de árvores, ele podia ir de um lugar a outro sem nunca precisar descer. Se adaptou a sua nova vida arbórea. Suportou frio, chuva, criou um mecanismo para fazer suas necessidades e foi muito útil para aos camponeses, pois os ajudava nas caçadas e no campo. Teve até um cachorro que o ajudava na caça, um cão bassê que deu o nome de Ótimo Máximo.

Continuou estudando em cima das árvores. Pois, pode-se dizer, que sendo ele da nobreza, tinha seu professor particular, o abade Fauchelafleur, que subia nas árvores para ensiná-lo.
Em uma época, corria boatos de que João do mato era o ladrão mais caçado daquela região. No entanto, ninguém nunca o conseguiu ver e tudo o que se referia a roubos e furtos, responsabilizavam ele. Um dia, durante uma fuga, Cosme ajudou João do Mato. O fez subir na árvore em que estava e despistou os camponeses que estavam perseguindo o ladrão. Voltou para a árvore e começou a ler um livro. João do Mato ficou interessado no livro e o pediu emprestado. Depois disso, Cosme e João do Mato passaram a se encontrar para que Cosme emprestasse livros para ele, porque o ladrão ficava escondido e não tinha nada para ocupar seu tempo. João era um leitor exigente, sempre querendo cada vez mais livros e livros de qualidade. Os dois se tornaram leitores assíduos e foi assim que a leitura mudou completamente a vida de um ladrão, pois este não queria mais praticar furtos, já que gostava tanto de ler que passava dias inteiros só lendo. Essa foi a parte que eu mais me identifiquei, por canta da avidez pela leitura.

Mesmo vivendo nas árvores, Cosme também se apaixonou. Seu primeiro e grande amor foi Viola. A conheceu ainda na infância, nos seus tenros 12 anos, mas ela mudou com a família e Cosme nunca mais voltou a vê-la. No entanto nunca a esqueceu. Passados alguns anos, Cosme conheceu Úrsula e com ela viveu um cálido amor. O problema foi que Úrsula era uma exilada que só podia viver em cima das árvores e passado o tempo do exílio, ela voltou para seu país e Cosme não pode ir com ela, pois não queria pisar no chão. Um belo dia, Viola voltou a Penúmbria, o reino em que Cosme morava, e eles dois puderam viver um lindo romance, até que o ciúmes dominou a relação.
A história é toda narrada por Biágio, o irmão mais novo de Cosme. A narrativa é totalmente maravilhosa. o Italo é perfeito. Esse foi o primeiro livro que li dele e quero ler muitos outros.

O que mais marcou no livro para mim, foi a determinação de Cosme e o seu interesse pelos livros.

Fica a dica de um livro ótimo, que, acho eu, deveria ser leitura obrigatória para todos os leitores com um mínimo de criticidade.

site: http://www.minhassimpressoes.blogspot.com.br/2014/01/o-barao-nas-arvores.html
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Gabrielle 26/08/2014

O barão nas árvores
“O barão nas árvores” é um divertido romance em que o menino Cosme Chuvasco de Rondó, por não querer se dobrar às regras do pai, sai de casa e vai viver nas árvores. O pai era o Barão Armínio Chuvasco de Rondó, aspirante a duque e nunca se desvencilhou desse desejo, e por causa dele vivia preso ao passado - era um homem rude, mas não era mau – e exigia que seus filhos aprendessem o mínimo de etiqueta. A mãe, Konradine Von Kurtewitz, conhecida como generala, vivia as reminiscências dos tempos em que acompanhava seu pai general em combates; vivia bordando mapas e marcando territórios com bandeirinhas em seus bordados, entendia muito de estratégias de guerra, adotando assim características militares à suas atitudes. Cosme tinha uma irmã, Batista que se comportava de forma estranha, sempre triste por causa de uma desilusão amorosa, e gostava de cozinhar pratos exóticos como forma de agredir a família. Havia também o irmão de Cosme, Biágio, o narrador da história, responsável por contar as aventuras do menino.

Cosme se afastou de casa aos doze anos após se recusar a comer sopa de escargots e ser expulso da mesa pelo pai. A partir daí, o menino passa a viver nas copas das árvores.

A família de imediato sente sua falta, o pai chega a pedir que desça e volte para casa, mas o garoto se recusa. O tempo passa e todos se acostumam com a ausência de Cosme, convencendo-se de que não voltaria mais ao lar, e ele também se adapta à nova vida, mas sempre que podia rondava as árvores da propriedade de sua família, mantendo contato, principalmente com seu irmão.

Em princípio, os moradores de Penúnbria se assustavam com a presença de Cosme nas árvores, mas logo se acostumaram. O menino tornou-se amigo de camponeses e trabalhadores, conviveu também com um bandido temido nas redondezas, João do Mato, que foi quem despertou no garoto o gosto pelos livros.

Cosme conhece também a menina Viola “de ar tranquilo e nariz empinado”, por quem se apaixona. Avista-a entre os galhos, brincando num balanço na propriedade dos Rodamargem, vizinha à de sua família. Ela, o desafia a descer e ele promete nunca mais por os pés no chão.

Por várias aventuras passou Cosme: desde lutar contra piratas, a formar associações para impedir incêndios, como também descobrir outros moradores de árvores e conviver com eles, ensinando-os suas técnicas, além de descobrir o amor. Era conhecido como louco e sábio – assumiu o título de Barão, despertando medo, raiva, às vezes curiosidade, e certo compadecimento ou gratidão por parte dos prenúmbios.

A contextualização histórica entrecorta o enredo, ora brincando com as ideias iluministas, ora mencionando a Revolução Francesa, o que dá ao romance um tom de crítica às mudanças sociais ocorridas na época em que se passa a trama. Isso à parte, é preciso ler “O barão nas árvores” meio suspenso como o protagonista, o que não é difícil, pois o narrador sutilmente nos conduz a subir nas árvores e contemplar a trajetória de Cosme. É sem dúvida um ótimo romance recheado de surpresas e descobertas que só a leitura pode revelar - como a convivência de Cosme com João do Mato e as aventuras amorosas que não impediram o Barão de se apaixonar – detalhes que não merecem ser desgastados nessa resenha.

site: http://profgabrielle.blogspot.com.br/2014/08/resenha-o-barao-nas-arvores.html
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