Pedro 18/10/2022
Uma filosofia "pessimistamente" consoladora
É sabido que Arthur Schopenhauer é um filosofo que enxergou o mundo com grande criticidade e viu a realidade tal qual é. Por isso, é tido como pessimista, todavia, vi nesse seu "Pessimismo" uma consolação ao sofrimento humano.
O autor defende a tese que a existência humana é um sucessão de desejos que quando saciados levam-nos a desejar outra coisa ou estarmos em tédio. Creio que de certa forma iluminado pela máxima budista -" O desejo é a origem de todo sofrimento"- Schopenhauer atinge a verdade,haja vista, a própria atualidade em que o homem é conduzido a querer a cima de tudo e todos, majoritariamente pelo consumo de objetos, entreterimento e pessoas. E, no entanto, continua em sua miserável condição. Assim, a percepção do autor sobre o sofrimento humano traz ao ocidente a luz da sabedoria oriental.
Além disso, a conjectura transcendental da Vontade de Viver e sua manifestações e influências no homem tem em si a explicação para o querer humano. Sem dúvida, algo que será melhor explorado em sua obra máxima "O Mundo como Vontade e Representação".
Ademais, Schpenhauer não é insento a sua condição histórica, como nós também não o somos, e tem ideias retrogradas quanto às mulheres; capítulo em que qualquer mulher sentir-se-á extremamente atacada com ideias tão machistas. Nesse sentido, a visão sobre o amor de Schopenhauer, ao meu ver, é fundamentada e influênciada em uma seleção sexual, originada no Darwinismo, aplicada ao homem. Contudo, quanto a atração ele não deixa de ter razão.
Em seu capítulo dedicado à morte, a parte mais metafísica e trancendental do livro foi para mim clara. Ao invés de defender a morte como o fim completo da existêncoa, ou meio para atingir o paraiso; defende-se a morte como um fim do indivíduo e retorno ao todo do universo. E, nesse pensamento a Vontade de Viver manisfestada na prole é a continuação do homem para seus filhos.
Agora, no que tange a moral o autor exprimiu a verdadeira forma de se ser moral, por meio da iluminação que o indivíduo é parte do todo, e o individualismo nada é. Ainda que de encontro ao princípio do Eu, não acho que Schopenhauer tenha errado, pois a milenios esse linha de raciocínio é defendida.
Há ainda um capítulo em que discorre-se sobre a arte. E, novamente Schpenhauer explicita ideias interessantes, pensando a arte como o instante que o indivíduo exconmulga a sua dor e deixa de senti-la. Sem dúvidas um argumento interessante é traçado.
Enfim, é uma leitura muito prazerosa e de fácil acesso, recomendo àqueles que gostam de filosofia em especial.