As dores do mundo

As dores do mundo Arthur Schopenhauer




Resenhas - Dores do Mundo


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Simone Brito 13/08/2016

Filosofando
Literatura Alemã
Livro de filosofia escrito pelo alemão Arthur Schopenhauer que usa sua opinião e referências de vários filósofos e personagens importantes da história mundial para definir as dores do mundo.
O livro começa fazendo um pequeno relato da vida do autor. Filho de pai negociante, de gênio forte e que amava a liberdade, e mãe escritora, uma das mais famosas de seu tempo, porém de temperamento igualmente forte e gênio difícil. Arthur herdou o caráter de seu pai e a inteligência de sua mãe. Depois da morte do pai, sua mãe reconstruiu a vida a despeito do que pensava Arthur, o que ocasionou muitas brigas entre ambos, a ponto da mãe empurrá-lo escada abaixo durante uma discussão, fato que culminou com o rompimento definitivo do relacionamento entre eles. Frustração que Arthur levou pelo resto da vida, pois segundo ele, “um homem que não conheceu o amor da mãe e o que é ainda pior, sofreu o ódio de sua mãe, não tem motivos para ficar encantado com o mundo”.
A vida infeliz que gozou influenciou diretamente sua filosofia, carreira que abraçou com mestria, chegando ao doutorado. No entanto, a contragosto de sua mãe, que não admitia duas pessoas de sucesso na mesma família, e depois de muitas dificuldades e decepções, conseguiu publicar vários livros e levou sua filosofia às grandes universidades da Alemanha.
A partir de então, nós leitores conseguimos entender perfeitamente a grande carga emocional desse livro, sendo o pessimismo uma das características mais marcantes.
Schopenhauer imprime fortemente sua opinião a respeito do que seriam as dores do mundo. Chegando a afirmar que o mundo é um lugar de penitências e que só a dor é positiva.
Ao longo da leitura nos deparamos com considerações do autor sobre amor, morte, arte, moral, religião e política. No entanto, precisamos ser imparciais durante a leitura e não nos deixar influenciar pelas opiniões intensas e muitas vezes radicais expressadas por um filósofo que tornou-se sombrio, desconfiado e obcecado por temores e visões sinistras.
Esse livro é para pensar, para refletir, por isso, apesar de curto é muito intenso.
Particularmente, destaquei vários pontos que julguei interessante ora por concordar, ora por discordar veementemente.
De acordo com Arthur, a mais eficaz consolação em toda a desgraça, em todo o sofrimento, é voltar os olhos para aqueles que são ainda mais desgraçados do que nós: este remédio encontra-se ao alcance de todos. E verdade seja dita, esse comentário é perfeito no que tange a melhora da autoestima. Certo ou errado não vem ao caso, o que importa é que olhar para quem está pior nos torna fortes e mais dispostos a seguir adiante. Portanto, entendo esse comentário do autor como uma lição para a vida.
E por falar em vida, o autor nos diz que ao tormento da existência vem ainda juntar-se a rapidez do tempo, que nos inquieta, que não nos deixa respirar, e se conserva atrás de cada um de nós como um vigia dos forçados de chicote em punho. Poupa apenas aqueles que se entregou ao sofrimento. Apesar de pessimista, enquadra-se perfeitamente nos dias atuais. Reafirma ainda, dramaticamente, que viver é sofrer e que o mundo é o inferno e os homens dividem-se em almas atormentadas e em diabos atormentadores. Querer é essencialmente sofrer, e como o viver é querer, toda a existência é essencialmente dor. Quanto mais elevado é o ser, mais sofre... A vida do homem não é mais do que uma luta pela existência com a certeza de ser vencido...
Em relação ao amor, o autor afirma que é subjetivo e por isso dá ilusão à consciência, cobrindo-se com a máscara de uma admiração objetiva. E por mais que possa parecer desinteressada e ideal a admiração pela pessoa amada, o principal foco, na realidade, é a criação de um novo ser, a procriação. E isso é provado pelo fato de o amor não se contentar com um sentimento recíproco, mas exigir posse. A certeza de ser amado não poderia consolar a privação daquela que se ama, segundo o autor.
Interessante a explicação que Schopenhauer nos deu para o fato de homens e mulheres tratarem o amor de forma diferente, embora ambos, instintivamente, possuam o mesmo propósito, a procriação. Em sua visão, o homem é por temperamento sujeito a inconstância do amor, a mulher à felicidade. O homem, de fato, pode gerar mais de cem crianças ao ano, se tiver mulheres à sua disposição; a mulher, embora tivesse o mesmo número de maridos, não poderia dar à luz mais do que uma criança por ano, excetuando gêmeos. Por isso o homem anda sempre em busca de outras mulheres, enquanto a mulher permanece fielmente dedicada a um só homem, porque a natureza a impede instintivamente e sem reflexo a conservar junto a si aquele que deve alimentar e proteger a futura família. Daí resulta que a fidelidade no casamento é artificial para o homem e natural para a mulher.
Esse comentário sobre o amor foi um dos que achei interessante, mas existem inúmeros ao longo do livro e seria impossível descrevê-los aqui, porque essa resenha seria quase um outro livro.
Para finalizar, destaco ainda um pensamento sobre religião que achei extremamente intolerante e preconceituoso, mas reflete a visão do autor acerca do alcorão. Em sua opinião, o livro sagrado do Islã é medíocre e os pensamentos ali encontrados não possuem valor algum.
A despeito desse comentário que, a meu ver, deveria ser feito com parcimônia, achei fantástica a análise que o alemão fez a respeito de como o homem encara a religião.
Enfim, eu poderia ficar escrevendo muitas outras coisas mas espero que minhas palavras tenham servido para despertar a curiosidade das pessoas e as façam ler esse interessantíssimo livro.
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Nietking 13/01/2015

Nos seres humanos vivemos nossas vidas sem ao menos um segundo observá-las, como a procedemos, a decidimos, e a escrevemos, falando em uma escala cientifica, somos movidos por nossos impulsos nervosos, e falando por filósofos infortunadamente inteligentes como Schopenhauer somos movidos por nossas vontades, e em meio disso somos fantoches, a vontade comanda o nosso the sims, a nossa vida e nossas escolhas, mas o que seria a vontade? Será apenas o desejo de comer um lindo bolo, ou uma deliciosa torta? Também, mas aqui a olharemos em escalas maiores, em escalas que envolvem diretamente nossas ações, pensamentos, atitudes, o que define o ser nós.
Olhamos o mundo, olhamos nós e nossas relações sociais, viver em sociedade determina muitas regras para serem severamente compridas, isso não é novidade a ninguém, e já está tão comum falar em alienação, que o termo "escravos do sistema" não tem o mesmo impacto que tinha na era punk, os postulados sociais se apresentam de várias maneiras umas absurdas outras congruentes, porém nós não o constatamos pelo fato de que por mais que o estado seja chulo, ele mantem um funcionamento "estável". Para a sociedade funcionar ela precisa de uma estabilidade, um grama para Huxley, uma cooperação para Marx, e uma burrice sem tamanho da humanidade para Schopenhauer, que diz que o estado reconstrói o homem que não deveria existir, pois não passa de um bípede!
A visão do livro e do próprio autor é total pessimista, onde a razão para se viver são miseráveis e praticamente inexistentes, o mundo não passa de um lugar de penitencia e tormentos da existência, “se nossa existência não tem por fim o imediato, a dor, pode se dizer que não tem razão alguma de ser mundo” para o autor a desgraça e o sofrimento é a regra da vida.
Schopenhauer vê a dor como positiva, já que tudo que vimos e desgostamos, pensamos só neles, porém a dor é corrosiva então corremos dela em busca da satisfação, negligenciando nós mesmo, pois a satisfação sempre está intercalada em uma das regras sociais e do estado, o homem é selvagem nós o conhecemos no estado civilizado já que “o Estado não é mais do que o açamo cujo fim é tornar inofensivo esse animal carnívoro e dar-lhe aspecto de um herbívoro”então a satisfação é negativo por que suprime o desejo e termina o desgosto, termina o que você de fato é, na busca da satisfação que é o cômodo, o trivial, estar coerente com o mundo nós negamos a vontade e o nosso próprio ser. Portanto o Estado nos dá a ajuda de seguir caminhos confortáveis, garantidos, para que possamos ter satisfação e não frustração.
O homem crê em deus por que sabe que sua sobrevivência depende desse status quo, o mundo sujo o faz sobreviver á essa miséria, “na terra cada um sofre a pena da sua existência”
A vida portanto é um lugar de penitência pois se essa fosse pura reflexão e razão a espécie humana não existiria já que teriam pena e polpariam a geração futura.
Essa questão do Estado castrar quem somos, fazer-nos temer das nossas vontades, define nossa ética e afirma nossa moral, e nos torna essa espécie humanamente corrompida.
Em meio as regras e o homem, existe o tempo “ao tormento da existência vem ainda juntar-se a rapidez do tempo, que nos inquieta, que não nos deixa respirar, e se conserva atrás de cada um de nós como uma, e poupa apenas aqueles que entregou ao aborrecimento”
“matar o tempo” é uma forma de fugir do aborrecimento, é a origem do instinto social, do estado, e da miséria.
“na vida civil o domingo representa o aborrecimento e o resto a miséria”
“o aborrecimento dá-nos a noção de tempo a distração tirá-o”
A sociedade trabalha de modo a manter uma miséria suportável e uma ausência de dor relativa que o tédio logo aproveita para banir o sofrimento, os seres humanos não suportam a si mesmos, então procuram a distração, as coisas toscas e comuns que pessoas, toscas e comum procuram, entre essas coisas destacaram tanto as materiais, quanto as sentimentais. Reclamamos de tempo mas quando o temos o usamos de mau gracejo.
Schopenhauer faz uma critica severa ao modo de vida da sociedade em que viveu, em sua visão as atitudes que as pessoas tomam são uma bagatela ao intelecto humano, e é esse que reflete o gênio do homem, a miséria, toda as coisas que as pessoas realizam hoje ainda em sua visão realizarão daqui duzentos, trezentos e quatrocentos anos a frente, as atitudes pensadas no futuro, e as lembranças do passado, negligência quem somos hoje no presente, e a humanidade anda portanto em um circulo sem fim, gerações e gerações cometendo os mesmos pecados, se iludindo com as mais pacatas ideias, revivendo as histórias diversas vezes contadas, fugindo do tempo, e de si mesmas, colaborando apenas para que essa humanidade progrida para o regresso.
E quando o homem desperta desse mundo montado pela walt Disney, terá a visão límpida de que, apenas a morte é a libertação em um mundo tão podre como este.
“todo homem que despertou dos primeiros sonhos da mocidade que tem um consideração a sua própria experiência e a dos outros que estudou da história do passado e a da sua época, se quais quer preconceitos demasiados arraigados não lhe perturbam o espirito, acabara por chegar a conclusão de que esse mundo dos homens e o reino do acaso e do erro, que o dominam e o governam ao seu modo sem piedade auxiliados pela loucura e pela maldade, que não cessam de brandir o chicote”
Após essas porradas na consciência, me pergunto, e até mesmo o próprio Schopenhauer pergunta:
“então entre todos os fins que tem a vida humana pode haver um mais considerável?”
O autor não admite uma solução direta, mas anuncia os mais grandes efeitos que podem viver uma alma humana, ele diz que a arte nos livra da vontade e portanto da dor, dentre as citações que ele anuncia deixo aqui a que mais me chamou atenção:
“o que há de intimo e inexplicável em toda a musica, o que nos procura a visão rápida e passageira de um paraíso familiar e inacessível ao mesmo tempo, que compreendemos e que contudo não lograríamos explicar, é ela dar uma voz as profundas e surdas agitações do nosso ser, fora de toda a realidade, e por conseguinte sem sofrimento”
“quando ouço musica, a minha imaginação compraz-se muitas vezes com o pensamento de que a vida de todos os homens e a minha própria vida não são mais de que sonhos de um espirito eterno, bons e maus sonhos, de que cada morte é o despertar”
"o espirito intimo e o sentido da vida verdadeira e pura do claustro e do ascetismo em geral e sentirmo-nos dignos e capazes de uma existência melhor do que a nossa, e querermos fortificar e manter essa convicção pelo desprezo de todos os vãos gozos deste mundo.espera-se com segurança e calma o fim desta vida, livre de ilusões enganadoras, para saudar um dia a hora da morte como a da libertação"


Alexandre.TristAo 31/10/2019minha estante
A vida como ela é. Nelson.
Ser apenas desejante, o tesão do surfista de descer na onda, depois, remar de volta para pegar outra.





Vanessa 15/01/2012

São trechos que Schopenhauer escreveu divididos em alguns temas: as dores do mundo, do anor, esboço acerca das mulheres, a morte, a arte, a moral, pensamentos diversos sobre religião e política e o homem e a sociedade.
Além disso, há vários outros temas inclusos entre os apresentados no índice (os mesmos apresentados acima), como piedade, poligamia/monogamia, tolerância, cristianismo, música, etc. O autor amplia nossa visão sobre alguns assuntos, dando margem a novas discussões.
O livro é, realmente, muito interessante.
le 28/05/2018minha estante
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Signs of Life 28/05/2011

define bastante
é um livro que defende bastante as ideias que Schopenhauer tinha sobre os conceitos, mostrando uma atmosfera pessimista, algo que é marcado como sua caracteristica
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