Resenhas - Stoner

Lí­lian 09/04/2021

Personagem monótono, mas uma história que tem mto a ensinar. Gostei mto do livro e a escrita é ótima.

Maiara 11/04/2021

"O Stoner aqui presente, eu imagino, a vê como um grande repositório, como uma biblioteca ou um armazém, aonde os homens vêm por livre e espontânea vontade e selecionam o que irá completá-los, onde todos trabalham juntos como abelhinhas numa colmeia coletiva. O Verdadeiro, o Bom, o Belo. Eles estão logo ali virando a esquina, no próximo corredor; estão no próximo livro, aquele que você não leu, ou na estante seguinte, aquela a que você ainda não chegou. Mas você vai chegar lá um dia. E quando chegar... quando chegar..."

Christiane 03/05/2021

E agora, vou ler o quê?
Livro excelente, partindo de uma premissa simples. Serve para nos lembrar que toda história de vida é bonita, quando bem contada. Todos os bons momentos e as pequenas tragédias, vamos superar a tudo.

gimafe 04/05/2021

Que livro!!!
Que livro!! Que escrita!!

O autor conseguiu, através de profundidade e qualidade de escrita, tornar uma história aparentemente simples em algo grandioso.
Esse livro conta a história de William Stoner que saiu do interior pra estudar na Universidade do Missouri. Formou-se e tornou-se professor na mesma universidade. A história segue a vida profissional e pessoal de Stoner  ao longo dos anos.
É um relato de vida com erros e acertos, talvez mais erros que acertos. É sobre as escolhas que o ser humano faz e suas consequências. É sobre vida, perdas, amor, desilusão, resiliência, aceitação.
Um casamento falido, poucos amigos, uma amante que lhe tira dos eixos, uma filha em meio ao caos e a dedicação pelo mundo acadêmico que em alguns momentos desanima e em outros parece arrebatar Stoner de sua letargia.
Um livro que vale cada minuto de leitura. Simples, mas intenso. E, novamente, que escrita!!!

Luds 25/05/2021

Eu já tinha lido e ouvido muita coisa sobre Stoner. É um livro que merece ser lido quando você é chamado por ele. Já no primeiro parágrafo nós sabemos onde a história vai parar, então fica a cargo do leitor dar uma chance pra se deixar envolver nessa história ou partir pra outra. Esse livro estava me chamando a alguns meses (eu cheguei a comprá-lo três vezes, mas isso aí é outra história rs) e mesmo depois dessa primeira leitura acho que ainda tenho muito pra viver com ele.

Eu vejo algumas pessoas falando do Stoner como essa criatura medíocre, que passou pela vida sem muitos destaques ou realizações, mas eu preciso discordar de alguns desses posicionamentos. É preciso perceber que a vida da grande maioria de nós é justamente como a de Stoner. Ou vc acha que sua vida daria um livro melhor do que esse nas mãos de um escritor comum? John Williams conseguiu de forma muito direta enumerar tudo aquilo que constituía Stoner como tal; nós sabemos onde vai dar, mas mesmo assim queremos ler até o último parágrafo como se fosse pra ter certeza desse fim. Eu ainda fico intrigada em como essa simplicidade consegue ter um impacto tão grande e ainda não entendi como ele fez isso. Tenho que viver (e ler) muito ainda pra conseguir dimensionar tudo o que esse livro é capaz de entregar.

Temos muitos Stoners por aí, tanto como personagens da vida real quanto livros como esse que existem e estão perdidos em estantes pelo o mundo sem o reconhecimento que mereciam. Não pense que você não é um deles.

Millene.Grandemagne 21/06/2021

Trechos
"Ele chegara àquela idade em que, com crescente intensidade, ocorria-lhe sempre a mesma pergunta, de tão essencial simplicidade que não dispunha de meios para enfrentá-la. Via-se perguntando a si mesmo se sua vida valia a pena ser vivida. Se alguma vez valera. Era uma pergunta, suspeitava, que mais cedo ou mais tarde ocorria a todos os homens. Mas se perguntava se ocorreria aos outros com tamanha força impessoal como viera a ele. A pergunta trazia consigo certa tristeza, mas era uma tristeza difusa que - ele achava - pouco tinha a ver com ele ou com seu destino em particular. Nem mesmo tinha certeza se a pergunta fora provocada pelas mais imediatas e óbvias causas, ou seja, pelo que a sua própria vida se tornara. Vinha, segundo ele, do acúmulo dos anos, da densidade dos infortúnios e das circunstâncias e do que tinha compreendido deles. Sentia um prazer triste e irônico a pensar que o pouco conhecimento que conseguira adquirir o levava a essa conclusão, e que, no fim das contas, todas as coisas, até mesmo tudo que tinha aprendido e que permitia que ele compreendesse isso, eram fúteis e vazias, por fim reduzidas a um nada que não conseguiam alterar."

"Parecia capaz, à sua vontade, de remover sua consciência do corpo que a continha e de observar a si mesmo do lado de fora, como um estranho que repetia os gestos habituais de forma estranhamente familiar. Era uma dissociação que nunca sentira antes. Sabia que devia ficar preocupado com ela, mas estava entorpecido, e não conseguia se convencer de que isso importava. Estava com 42 anos, e nada via pela frente que quisesse desfrutar e pouco para trás que valesse lembrar."

"Em seu quadragésimo terceiro ano, William Stoner aprendeu o que os outros, muito mais jovens que ele, haviam aprendido antes dele: que a pessoa a quem se ama no começo não é a pessoa que enfim se ama, e que o amor não é um fim, mas um processo através do qual uma pessoa experimenta conhecer outra."

"Quando era muito jovem, Stoner pensara no amor como um estado absoluto da existência que um homem, se tivesse sorte, poderia ter o privilégio de vivenciar. No entanto, em sua maturidade, ele o rejeitara como o paraíso de uma religião falsa, que se devia contemplar com irônico ceticismo, desprezo suave e maduro, além de uma nostalgia embaraçada. Agora, em sua meia-idade, ele começava a entender que não era nem um estado de graça nem uma ilusão. Via-o como uma parte do devir humano, uma condição inventada e modificada momento a momento e dia após dia, pela vontade, pela inteligência e pelo coração."

"Não conseguia pensar em si mesmo como velho. Às vezes, ao se barbear de manhã, olhava sua imagem no espelho e não se reconhecia naquele rosto que retribuía surpreso seu olhar, naqueles olhos claros que despontavam de uma máscara grotesca. Era como se ele usasse, por alguma razão obscura, um absurdo disfarce, e tinha a impressão de que, se quisesse, poderia tirar aquelas sobrancelhas espessas e brancas, aquela juba de cabelos encanecidos, aquela carne que cedia em volta dos ossos proeminentes e as rugas profundas que o faziam parecer velho."

"Eu não. Eu tenho mais três anos e daí estarei fora. Eu penso às vezes no que perdi, os lugares que nunca visitei, e... Que diabo, Bill, a vida é muito curta. Pq vc não sai tbm? Pense em todo o tempo... 'Eu não saberia oq fazer, disse Stoner, nunca aprendi."

Klênyo 04/07/2021

Só posso dizer que fui arrebatado por esse livro!
"o amor é uma condição inventada e modificada momento a momento e dia após dia, pela vontade, pela inteligência e pelo coração."

É, sobretudo, sobre a passagem do tempo e suas transformações na vida de um homem comum, por isso mesmo de fácil identificação e empatia com o personagem.

Muitas vezes dá vontade de entrar na história pra dar um sacode em Stoner.

Tava com saudade de dar 5 ? numa leitura!

Robert125 15/07/2021

"O romance destaca-se não só pela sua clareza e inteligência, mas também pela maneira como tantas vezes o material banal, nada promissor, é dramatizado de uma forma tão fria" - John McGahern, 2002.

Acompanhar a trajetória de um homem comum foi grandioso, já que a escrita de John Williams transportou-me para minha universidade (aliás, saudades) e me fez pensar sobre todos os Stoner's, Walker's, Lomax's, Finch's etc que cruzei e me relacionei no meio. A forma como o autor começa a narrativa e resume toda a vida do protagonista em poucas linhas já demonstra o poder que a obra possui. Infelizmente a mesma se transformou em um romance esquecido nas últimas décadas, ainda bem que ela foi resgatada.

Uma vida sem grandes feitos. Uma leitura necessária. Uma obra indispensável.

Montenegro 21/07/2021

Há beleza na simplicidade
O romance chamou minha atenção pela clareza, mas principalmente pela maneira como retrata a vida cotidiana de um homem simples. A paixão de Stoner por lecionar mostra o verdadeiro sentido de pertencimento.

Uiny 24/07/2021

?O que há em Stoner para justificar esse grande apelo e esse enorme sucesso?? Essa é a pergunta feita por Peter Cameron no posfácio dessa obra emblemática, sendo que eu não tenho uma resposta para ela.

Stoner é um livro monótono, que conta uma história sem plots ou grandes acontecimentos, o William Stoner simplesmente vive. Há de se destacar que vive da maneira mais apática e passiva possível. Todos os personagens desse livro mandam e desmandam no que acham que deve ser a vida deste homem e ele simplesmente deixa.

Essa falta de ação de Stoner não quer dizer que não haja história a ser contada no livro. Edith se encarrega do papel de vilã (ou seria apenas uma mulher infeliz com um parceiro acomodado numa vida qualquer?) junto com o Lomax, mas não seriam todos vilões em certa medida já que o mocinho só sofre?

Um grande livro, não entra para minhas preferências, mas é uma grande obra com certeza.

?Parecia capaz, à sua vontade, de remover sua consciência do corpo que a continha e de observar a si mesmo do lado de fora, como um estranho que repetia os gestos habituais de uma forma estranhamente familiar?.

Stela Marçal 26/07/2021

Stoner
Livro de história simples e atemporal. Quantos de nós se conforma e se contenta com a vida que tem.
Quantos sonhos são deixados para trás, no final o que realmente importa?

maria_angelica 26/08/2021

Grande escritor. Que redação maravilhosa que, do nada resulta num livro repleto de emoções e sentimentos, que me prendeu dia e noite. Que livro!

Magasoares 28/10/2021

Stoner
Mesmo sendo uma leitura que te prende e ter gostado dela, não gostei muito da passividade do Stoner(minhas 3 ???vai para isso) Mas acho que a estória te prende por isso mesmo, por o Stoner ser assim, calmo, muito calmo mesmo. Mas leiam, e tirem suas próprias conclusões. Recomendo

Weslley 09/11/2021

Uma das melhores leituras que já fiz
Comprei esse livro por acaso no começo do ano, não sabia nada sobre e até poucos antes também não. Só fui saber um pouco mais ao ler a pequena sinopse que tem na orelha do livro.

Pensei que ia ser uma leitura enfadonha, contando a vida de um homem simples e sem grandes feitos. Bom, é a vida se um homem simples, mas a leitura não é nada enfadonha.

Nessas páginas iremos conhecer William Stoner, filho de fazendeiros e que tem a oportunidade de ir para a faculdade, a partir daí começa a dividir sua vida no campo com os livros.

Há muitos ensinamentos na vida de Stoner. Sofremos com ele, amamos com ele, sentindo por ele. O autor nos faz envolvermos de uma forma incrível. Há momentos de "inércia" do Bill que sentimos vontade de esganá-lo, é muita calma para uma pessoa, mas é o jeito dele, fazer o que, né? Virou um dos favoritos da minha vida.

Juliana.Savi 07/12/2021

Quando li resenhas dizendo que o livro era narrado de forma linear, pensei que pudesse ser um pouco cansativo, mas fui surpreendida. O autor apresenta Stoner desde sua infância ao fim de sua vida (isso não é spoiler; todo mundo nasce e todo mundo morre!) mas nesse ínterim o protagonista é apresentado de forma crua e sem julgamentos. É possível se amar e se odiar Stoner ao mesmo tempo. É um livro incrível por trazer a profundidade da vida comum, ordinária. Ao mesmo tempo os coadjuvantes são muito bem elaborados a ponto de ser interpretá-los erroneamente, caso o leitor seja muito parcial para defender o ponto de vista de Stoner. Obra profunda e complexa, que vale a pena.