Adriane Souza 18/01/2023
A infância da língua
Manoel brinca no ato de escrever, brinca no ato de enxergar o mundo e também ao transcrever isso com as palavras.
Em Ensaios Fotográficos, na poesia intitulada como ?O POETA?, o autor por um momento associa o mundo das imagens com o mundo das palavras, e eu ouso dizer que ele utiliza dessas associações, muito semelhante ao ato inicial de falar e muito parecido também com as brincadeiras de infância, em todas as suas poesias.
Exposto isso, em um verso de outra poesia, Manoel cita sobre a infância da língua depois de discorrer sobre a liberdade das palavras e as coisas inominadas, o que me faz pensar mais uma vez na utilização de associações das palavras que se assemelha a brincadeiras de infância as quais o autor emprega em suas poesias.
Além disso, tive a oportunidade de ler o final da antologia em movimento, voltando de uma viagem de ônibus, num final de tarde; a experiência foi divina, recomendo, pois, após essa experiência, acredito que a leitura das poesias de Manoel pedem movimentação.
Por fim, Manoel de Barros é um eterno menino, uma eterna criança. Suas poesias, sem dúvidas, são uma ode a infância, que ocasionou em mim um olhar diferente em relação a essa fase inicial da vida, me fazendo retornar a lembranças dessa época e provocando também um misto de sentimentos felizes e nostálgicos.