Sparkles 01/06/2023
"E tudo que amei, amei sozinho"
Por onde começar? Quarentena é o terceiro e último livro da trilogia.
Um dos motivos de eu gostar tanto dessa trilogia é que de alguma forma ele traz para a gente duas histórias, uma sobre um momento pós apocalíptico em Nova York, sobre vírus, sobre sobrevivência, medo... E outra, sobre um garoto, sobre seus sentimentos, seus defeitos, sua mente e seu coração. Um drama psicológico de início ao fim. Além disso uma história sobre abandono, sobre se sentir sozinho e achar um lugar (ou pessoas) para chamar de casa, sobre mecanismos de sobrevivência, sobre pessoas defeituosas e reais.
A escrita do James Phelan é fluída, e muito bem feita e planejada. As cenas de ação são dinâmicas e te prendem. A ambientação da história também é muito importante e bem descrita. Fora os detalhes! O livro é rico em detalhes importantes, que talvez passam desapercebidos mas que são encantadores. Enfim, recomendo com coração aberto!
* Agora a partir de aqui teremos spoilers:
Eu gosto de pensar que os três livros desenvolvem o psicológico do Jesse em três estados majoritários. O primeiro: Negação. O segundo: Aceitação, e o terceiro: Redenção. Assim que eu enxergo.
O livro segue a ideia de "As aventuras de Pi" e fica claro desde o segundo livro que o autor não deseja responder todas as perguntas, então o final não foi uma surpresa para mim. Acredito que o que o Jesse nos descreve é uma metáfora dele e como ele mesmo disse "Todos eram indistinguiveis agora. Todos eram uma pequena versão da realidade, todos ofereciam diferentes sentidos da palavra casa.". Mas não que a história de uma Nova York destruída deva ser descartada, você pode olhar para as duas histórias e ver a beleza em cada uma, e acreditar no que desejar acreditar.
Eu tenho minha interpretação da história, e se você quiser, tenha a sua também.