Êxtase da Transformação

Êxtase da Transformação Stefan Zweig




Resenhas - Êxtase da Transformação


101 encontrados | exibindo 16 a 31
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7


Samantha @degraudeletras 22/02/2020

ZWEING. Stefan. Êxtase da transformação. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
Christine (sobre)vive na Áustria entre guerras, mora com a mãe e trabalha numa agência dos correios. O dinheiro mal dá para chegar ao final do mês se não for pelo racionamento constante de alimento e itens de necessidades básicas. Sua vida é posta de ponta cabeça com o convite de sua tia para viajar durante alguns dias com ela.


O contraste entre a vida miserável de Christine e a bonança em que a tia e seus amigos vivem é dilacerador para a jovem, ela constata que em apenas algumas poucas horas o tio ganha o que a ela levaria meses a fio de uma labuta massacrante. Os bailes e conversas bobas a enfeitiçam, fazem com que esqueça sua real origem e chegue a acreditar que ela faz mesmo parte daquele meio.


O regresso antecipado da moça desembaça sua visão para a real e dura vida que leva, passa a odiar cada detalhe que torna a sua vida pesada. O desfecho disso é surpreendente e o final em aberto deixa para o leitor a escolha entre catarse ou punição.


Ao longo de todo o romance me identifiquei demais com a vida de Christine, não que eu viva num cenário de pós guerra, mas o massacre cotidiano do trabalho é muito semelhante, como a eterna preocupação de acordar cedo para não se atrasar, a rotina esmagadora e as vontades tolhidas.


"E, ao sentar-se de manhã, às oito horas, Christine está cansada - cansada não por ter completado e realizado alguma coisa, mas cansada de antemão de tudo aquilo que virá, sempre os mesmo rostos, as mesmas perguntas, os mesmo gestos, o mesmo dinheiro." P. 161


Uma das passagens que melhor representa esse meu sentimento de pertencimento é a seguinte:


"Todas as manhãs, quando vou ao trabalho, vejo os outros saindo dos portões de suas casas, maldormidos, sem alegria e com rostos inexpressivos, dirigindo-se a um trabalho que eles não escolheram e não apreciam, e que nada lhes importa, e vejo-os novamente à noite nos trens, quando voltam, com chumbo nos olhares e nos pés, todos esfalfados sem objetivo, ou com um objetivo que não entendem." P. 197


Há um trecho que em Êxtase da transformação me lembrou um outro livro, que é o 24/7  capitalismo tardio e os fins do sono, pois ele fala que o sono ainda é a única coisa possível que proporciona certo distanciamento da rotina, que recebe corpos exaustos e os faz esquecer de tudo.

A narrativa de Zweig é encantadora, a construção da ida à sociedade burguesa e regresso ao massacrante cotidiano do operário é de causar revolta e reflexão. Gosto MUITO de livros que abordam a temática trabalho e sociedade, pois me mostra o quanto ainda temos a progredir nesse sentido. O autor traz análises da exploração do Capital que ainda são atuais e nos faz pensar no quanto ainda temos que progredir para alcançar o bem estar social.


É cada vez mais comum encontrar essa exploração dentro das empresas disfarçadas de nomes bonitos com Coach ou qualquer coisa que o valha, chamam de motivação e dão míseros trocados de recompensa para desempenhos que adoecem os indivíduos com stresse, ansiedade e depressão. As vezes os objetivos que colocam em nossas cabeças, como ganhar um pouco mais ou ter um cargo X não vale todo o adoecimento mental que isso pode causar.


Stefan Zweig nasceu em 1881 e matou-se em 1942, no Brasil,  por não acreditar que haveria um fim a todo o terror nazista que se instaurava durante a Segunda Guerra Mundial. Zweig se refugiou no Brasil e chegou a publicar o livro Brasil, país do futuro enquanto esteve por aqui.

site: https://degraudeletras.wordpress.com
comentários(0)comente



@rmendes29 19/02/2020

Muito bom
Um livro que retrata muito bem a realidade imposta pela guerra.
comentários(0)comente



Aline Santos Rosa 15/02/2020

Depressivo
Que livro triste. Até a metade, era quase uma Cinderela mais deslumbrada, depois era uma angústia de ler. Não leiam caso estejam passando por um momento frágil. Contempla o suicídio. Não gosto de livros assim, não recomendo. Terminei por teimosia.
comentários(0)comente



Lu Tibiriçá 09/02/2020

Detalhes das mudanças provocadas pela guerra.
Um livro descrito com uma riqueza de detalhes que incomoda o leitor às vezes. Isso porque a história pára em diversos momentos para descrever: um ambiente, um sentimento, um pensamento...
A história em si tem a crueza das histórias de um pós-guerra: a pobreza e a necessidade de ter dinheiro, a absurda diferença entre as classes sociais e a vergonha que se pode sentir do seu passado ou de um parente menos favorecido...
Ao fazer uma viagem de férias paga por uma tia distante, a personagem principal se percebe pobre, miserável mesmo. E isso destrói seu mundo e a forma como percebe tudo.
A transformação sofrida por ela (mais de uma, na realidade) pode ser comparada à forma como a própria Áustria mudou após a Primeira Guerra e também o próprio autor...
Esse inclusive é um personagem à parte em sua própria história, merecendo um capítulo nessa edição enviada pela TAG.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Adriana Pereira Silva 01/12/2019

Somos a média das 5 pessoas com as quais mais convivemos, produtos do meio
“Êxtase da transformação” relata as consequências advindas da 1ª Guerra Mundial na vida de pessoas que viviam em meio a ela na Europa, tendo participado ou estado ao lado de todos os acontecimentos e sofrido com o que dela restou e se mantém em seus meios. Mostra o seu impacto no meio e o cenário de miséria que assolou incontáveis famílias e o contraste com o mundo da alta burguesia.
Narra a história da inocente Christine, uma moça de 28 anos que nada vivera de feliz na vida, apenas perdas, de pessoas durante a guerra e devido a ela, e de posses, fazendo com que ela e a mãe ficassem privadas dos mais elementares bens materiais para poderem viver.
Christine é convidada pela tia que mora nos EUA, a passar as férias onde ela se encontra, num imponente hotel na Suíça, nas redondezas de Pontresina. Ela acaba sendo convencida pela a mãe a ir e poder descansar, pois há dez anos trabalhava e nunca havia tirado férias. Aceita e parte para viver uma nova realidade que muda toda sua vida.
No hotel descobre um novo totalmente novo para ela, que em sua inocência, era outro mundo com pessoas diferenciadas, onde não podia haver tristeza ou sofrimentos. Mas tudo não é bem assim, e com isso, descobre, bem amargamente, que não faz parte dele, mas sim de outro mundo, da miséria, pobreza e privação de sonhos.
“algo está acontecendo, [...] algo que a consciência em sua paralisia não entende, e é o seguinte: aquele novo ser, o outro, aquele ser artificial e duplo dos nove dias de sonho, aquela irreal e, no entanto, bem real senhorita Von Booler, está agora morrendo dentro dela. [...] Já não faz parte dela, nada daqui, deste outro mundo, superior, mais ditoso, agora faz parte dela, tudo agora se tornou estranho e emprestado como no primeiro dia.” (p.146)
“ela deve novamente entrar naquela pessoa morta, a Hoflehner!” (p.147)
Retornando à realidade do mundo real, não mais será a Christine antiga, agora, o que resta é o ódio por tudo e por todos, “de si própria e dos outros, da riqueza e da pobreza, de toda a vida, pesada, insuportável e incompreensível.” (p.158)
E com o tempo passando, descobre as alternativas que lhe restam e que se revelam à sua frente, definindo seu destino.
De toda essa história, o que fica como reflexão: o quanto a riqueza pode transformar, para o bem e para o mal. E o quanto o ser humano é capaz de se transformar e guardar mágoas e ódio diante do mundo. E o que isso pode fazer com uma pessoa. É o poder da sedução e o que isso pode nos transformar que é o perigo. E, assim, o quanto temos que estar atentos com o que as ilusões e decepções podem fazer conosco mesmos.


“É possível sentir falta de um lugar e, ao mesmo tempo, saber que jamais passaremos por seus portões, seja porque não pertencemos à classe certa ou não temos a cor de pele certa, a nacionalidade certa. Este é o cenário em que a nostalgia se transforma em ódio. Este é o cenário em que o paraíso se transforma em inferno.” (Aylet Cundar-Goshen)
comentários(0)comente



Carolina CM 18/01/2020

Ninguém sente falta do que nunca teve.
Esse livro é muito poderoso, muito reflexivo, pesado...começa apresentando a protagonista no seu mundinho pós guerra. Até que...ela é convidada a passar 14 dias com uma tia rica da qual ela nem sabia a existência. A tia foi para os Estados Unidos muito jovem e sumiu, retornando com o inusitado convite que a sobrinha passe um tempo com ela em um luxuoso hotel nos Alpes. Cristine não sabia quão pobre era, nunca havia pensado na sua vida miserável, não sabia que só lhe faltavam vestidos de seda, um bom cabelereiro, salto alto e um batom vermelho para ser uma moça cheia de vida. Mas lá nos Alpes ela ficou sabendo, ela viu moças da sua idade, ela viu camas fofas e louças bonitas para comparar. Sim, um mundo bonito e feliz existe, mas não para ela. Quando volta ao seu mundinho a revolta é imensa, nada pode ser como antes porque ela tem com o que comparar, ninguém falou para ela, ela viveu uma vida diferente...Cristine fica amarga, dura e não vê saída para esse, agora, fundo do poço onde se encontra a sua existência. O livro é bem desesperador. É tão desesperador que pára, acho que o escritor escreve a segunda parte muito tempo depois...é tão complexo que não dá pra pensar mesmo em uma continuação para esse desespero. Para mim a grande sacada do livro termina aí. Daí vem a continuação, ela encontra um rapaz tão desesperado quanto ela e, depois de compreenderem que não há saída normal possível, eles têm umas ideias fora do normal para colocar em prática. É um livro bastante pesado sobre o pós guerra, as consequências para quem lutou e quem ficou...O contraponto com os americanos...A questão da pobreza (do quanto isso envergonha as pessoas...o sofrimento da pobreza), as classes sociais, o desespero de não ter saída e o contraponto de quem vive anestesiado nessa pobreza porque não conhece nada além disso. As cenas da Cristine se transformando no hotel são espetaculares, esse livro vale muito a leitura.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



thais.s.freitas 15/05/2024

Êxtase de Transformação de Stefan Zweig, na edição da TAG que adquiri em promoção, é uma obra cativante que mergulha nas complexidades da experiência humana e das transformações sociais. A narrativa habilmente entrelaça os destinos de personagens em meio a um cenário de mudança e inquietação social, no entre guerras, o inicio quando descreve a repartição que a protagonista trabalha já é acachapante!
Zweig conduz os leitores por uma jornada emocionante, culminando em uma virada surpreendente que transforma completamente a trajetória da história, fazendo parecer que estamos lendo outro livro, conforme os demais relatos aqui... é surpreendente a narrativa do retorno a vida "normal".
Um dos aspectos mais marcantes é a caracterização do personagem Ferdinand, cuja odiosidade e complexidade são meticulosamente exploradas ao longo da segunda parte da trama. O que pode ser aborrecedor, é um personagem que é inserido "do nada"e ganha um protagonismo SURPREENDENTE. Sua personalidade e ações desencadeiam eventos que impactam profundamente os demais personagens (uma personagem, na verdade), tornando-o tanto um catalisador quanto um antagonista na narrativa. A reviravolta no final revela camadas ainda mais profundas de sua natureza, desafiando as expectativas do leitor e acrescentando uma dimensão fascinante à história.
Além disso, o livro aborda questões de direitos civis através das experiências dos personagens, mostrando situações de opressão, discriminação e luta por igualdade (e os sentimentos e psicologias por detrás destes eventos). Através de uma prosa envolvente, lírica e provocativa, Zweig convida os leitores a refletirem sobre as injustiças sociais e as lutas por direitos civis que permeiam a narrativa. No final, "Êxtase de Transformação" não apenas cativa pela sua trama envolvente, mas também pela sua profundidade emocional e relevância social.
Estou IMPACTADA.
comentários(0)comente



Fabi.Filippo 10/12/2019

Que livro !!
Eu simplesmente adorei esse livro. Nunca tinha ouvido falar do autor e qual foi minha surpresa ao saber que o bordão ? Brasil país do futuro? foi inventado por ele.
Stefan Zweig era austríaco e chegou ao Brasil em 1936 , se suicidou em Petrópolis em 1942 e os manuscritos do livro foram achados em sua casa após sua morte. Pelo que li se suicidou durante a segunda guerra ao perceber o avanço nazista e concluir que a humanidade havia acabado.
O livro se passa na Áustria devastada após a primeira guerra, e mostra a vida de Christine uma jovem de 28 anos, funcionária pública , miserável que cuidava de sua mãe doente. Christine recebe o convite de sua tia para passar uns dias nos Alpes Suíços e lá conhece uma vida que nunca pensou existir.
De início ela tinha até medo mas depois fica tão feliz mas tão feliz que sente até que sua alma muda :
- ?Começa a suspeitar que nossa alma é urdida de um material misteriosamente sutil e maleável, que uma única experiência é capaz de expandi-la até o infinito, e todo um universo cabe em seu minúsculo espaço?. Alguns críticos comparam essa parte do livro com um conto de fadas semelhante ao da Cinderela.
Mas outros não deixam de sinalizar uma crítica social , onde para uma pequena parcela ter beleza , dinheiro e berço é mais importante.
Isso é reforçado quando por inveja e mexericos descobrem a origem humilde da protagonista e a ridicularizam. E com isso as férias de Christine terminam antes do tempo.
O choque ao ter que voltar para a sua vida de outrora é tanto , que se transforma em ódio e agressividade.
Christine então conhece uma pessoa tão revoltada quanto ela, meio que se envolvem emocionalmente mas não conseguem se ajudar, muito pelo contrário , quando estão juntos só lamentam a vida que levam e alimentam o ódio ao sistema.
Planejam o suicídio porém planejam um roubo para tentar usufruir de uma vida que nunca mais acham que terão. O livro termina meio de supetão, parecendo que não foi terminado, mas mesmo assim não deixa de ser uma leitura excelente.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Conça 13/12/2019

Minhas impressões, opniões e sentimentos...
4.7

Zweig nasceu em Viena, em 1881, no seio de uma típica família judaica da alta sociedade. Seu pai em um bem sucedido fabricante têxtil, e Stefan, convicto de sua vocação para a literatura desde muito cedo, revisou enfrentar a tradição familiar para não seguir os negócios do patriarca. Usava todo seu tempo livre para ler. Um dos maiores escritores europeus de seu tempo. Encontrou refúgio no Brasil após fugir do nazismo. Mas seu amor à pátria destruída foi mais forte e o levou à depressão e, posteriormente, à morte.

Êxtase da transformação é um romance que retrata com detalhes o impacto social da Primeira Guerra, o cenário de miséria que assolou incontáveis famílias. Ao mesmo tempo, explora as nuances e o universo íntimo maculado por esses processos exteriores e que resultam em depressão, ansiedade, sentimentos de exclusão e não-pertencimento, conferindo ao livro uma notável camada de complexidade psicológica.
Partindo dessa premissa, eu sabia que esse romance revelaria muito mais de Stefan Zweig.

O romance se passa em 1926, e a protagonista, Christine Hoflehner, é uma jovem de vinte e oito anos que trabalha como funcionária dos correios em uma pequena vila austríaca. Após ter perdido o pai e irmão na guerra, passa a viver com a mãe, uma mulher enferma. Christine, que nunca vivera nada extraordinário nem jamais saíra da terra natal, experimenta um abatimento advindo de sua dura vida em uma rotina entediante, sentindo-se tão derrotada quanto seu país em crise. Após um convite inesperado de sua tia, ela é lançada em um mundo repleto surpresas.

Narrativa de fácil entendimento que contribuiu bastante para o acompanhamento de toda a trajetória do enredo envolvido.

Christine chama atenção em vários aspectos, mas o principal é a variação de sentimentos que circundam as pessoas com deficiência na desigualdade social. Ela tem a oportunidade de sonhar após o convite da Tia. Mas, no regresso é tomada por grande decepção e revolta, natural de qualquer ser humano independente de raça, classe social e posição religiosa.

De várias impressões que tive a oportunidade de perceber na leitura desse romance, do começo para o meio da leitura, comecei a cogitar que era dois romances com objetivos diferentes. Porém, com a continuidade cheguei a conclusão que algo seria revelado como um enorme desabafo. E ao ler as notas suplementares percebi que minha conclusão estava correta. Na minha mais pobre das opniões, esse romance é uma grande arma carregada de munições para abrir nossos ideais quanto ao Estado e o que ele exige de cada cidadão, bem como, o estado psicológico das pessoas que estão entre as perdas e o ganhos de nosso cotidiano.

Recomendo a obra sem sobram de dúvidas a título de esclarecimento para os reflexos de uma guerra declarada e para o olhar do que não nos pertence.

Ah...antes que esqueça, me encantei com o mimo desse kit.
comentários(0)comente



Soninha 07/01/2020

Triste e Tocante
Christine parece uma criança ao ganhar um brinquedo, ou a ir brincar em um parque de diversões, quando conhece o outro lado da moeda. Em um dos lados está sua vida miserável cheia de privações, sem horizontes. Do outro, após o convite de sua vida, um oásis de prazer, fortuna, requintes. Pessoas bonitas, ricas, que não se preocupam com quanto tem no bolso, ou quanto custa isso ou aquilo. Ela se deslumbra, mas um acontecimento inesperado e bem orquestrado fará com que seu sonho tenha um fim, levando-a ao desespero, ódio, descrença, e até a pensar em um fim mais trágico.
comentários(0)comente



Monique @librioteca 06/01/2020

Êxtase da Transformação é o conto de fadas que deu errado, a história da metamorfose da Cinderela ao contrário. As duas partes/fases deste romance parecem um pouco desconectadas, é quase como se fossem duas ideais para livros diferentes. Isso é sentido na leitura. Mas de modo geral, Zweig é muito feliz no uso das palavras para revelar a transformação psicológica de Christine, e nos aproxima de seus pensamentos internos, nos forçando a questionar o que realmente constitui a identidade e a felicidade de alguém. Enfim... recomendo.
comentários(0)comente



Victor Vale 06/01/2020

Riqueza, nobreza, luxo são ilusões. Estado, poder e direito também o são. Só a miséria é real e encará-la e desesperadora.
comentários(0)comente



101 encontrados | exibindo 16 a 31
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6 | 7


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR