Fábio Tomaz 25/01/2022
Uma continuação digna para uma história excitante.
Nesta segunda obra, que dá sequência ao livro “Os Exilados da capela”, o autor Edgard Armond nos fornece um pouco mais de detalhes sobre os eventos decorridos no lendário continente de Atlântida, onde nasceu a quarta raça da humanidade, tal qual a conhecemos hoje como homo sapiens sapiens, o desenvolvimento espiritual e religioso dos primeiros tempos da humanidade e, como a deterioração moral dos espíritos capelinos e suas atitudes recalcitrantes nos vícios que trouxeram de suas existências predecessoras, foram responsáveis pelo declínio da sociedade Atlante, que os próprios capelinos haviam ajudado a criar e desenvolver.
Por consequência das ações degeneradas do povo Atlante, observamos como a humanidade em seus primeiros períodos de desenvolvimento como sociedade, atingiu determinada prosperidade, cultura e inteligência, para ver tudo ruir como resultado de seu orgulho, egoísmo e ignorância, culminando no afundamento completo do continente atlante, em duas etapas, trazendo para o planeta Terra um período de grandes transformações geológicas, com a submersão da própria Atlantida resultando na elevação de outros pedaços de terras, outrora submersas, que vieram a formar o mapa mundi tal qual o conhecemos hoje.
O livro nos conta a migração dos Atlantes para os continentes recém emergidos, levando assim o melhor que possuíam de suas tecnologias, conhecimentos e crenças, espalhando assim o germe da comunidade Atlante ao redor do globo recém reformado, explicando como povos antigos como os astecas, maias, hindus, gregos, que a princípio não tinham como se conhecer ou comutar experiencias, apresentam histórias, arquiteturas, crenças e culturas, por vezes similares, mesmo estando separados por milhares de toneladas de águas e quilômetros em uma época em que as grandes navegações ainda estavam longe de se tornar uma possibilidade.
Se Os Exilados da Capela nos trouxe um contexto universal da complexidade da existência e planejamento divino, nos mostrando a origem do homem pré-histórico, “Na Cortina do Tempo” se propõe a abordar o mesmo tema que sua obra predecessora, porém sob um ponto de vista reduzido as primeiras civilizações do mundo, seus primeiros passos e como os seus tropeços resultaram na paisagem e povos que hoje conhecemos.
Não é um livro com tantos detalhes como o primeiro da série, mas é igualmente curioso, instigante e revelador, nos ensinando como as leis de causa e efeito regem nossas vidas a todo o momento e como nossas ações geram consequências que muitas vezes nos perseguirão por muitas existências futuras.
Novamente, assim como primeiro livro, para quem acredita uma aula de história. Para quem não acredita uma obra master de ficção onde o personagem principal é a humanidade.
Para mim, merecedor das cinco estrelas.