O gigante enterrado

O gigante enterrado Kazuo Ishiguro




Resenhas - O Gigante Enterrado


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Nara 20/02/2016

Perdoar é esquecer!
Perdoar é esquecer! Essa é a maior metáfora presente nesse livro! Mas não se engane, ao pé da letra, é o pior livro do mundo... Vai odiar o final até você começar a perceber as coisas, perceber as metáforas... Que os elementos fantásticos não foram simplesmente jogados ali sem um propósito. O que o esquecimento faz na vida de um casal e o que ele faz para povos em conflito? Forgive is to forget, give to get. Perdoar é esquecer, dar para receber.
Blackpantoja 20/02/2016minha estante
Noss '...pior livro do mundo' kkk cê tá sendo muito dramática Nara [#soacho], talvez o Sr.Ishiguro não tenha acertado na receita do seu livro ele usou muito os sentimentos e esqueceu de a fantasias também tem um sabor ótimo ....


Madu | O corvo livros 22/02/2016minha estante
Concordo com o Adilson e também com você, Nara. O primeiro sentimento ao terminar a leitura é de raiva, tempo perdido, mas como diz a frase na capa, você se recusa a esquecê-lo. A leitura não é a das melhores no sentido instantâneo mas vale a pena saborear as metáforas dias após o fim do livro.




Eduardo.Silva 21/01/2021

O poder de uma lembrança
Fui ler esse livro sem muitas expectativas, mas não tinha ideia do quão profundo essa leitura é. Nela vamos conhecer o casal de idosos Axl e Beatrice, um casal que se ama profundamente, mas que devido uma misteriosa nevoa que ataca a região, eles perderam suas lembranças. Eles decidem um dia embarcar em uma jornada até a vila de seu filho, o qual eles não possuem nenhuma lembrança, apenas que ele os espera ansiosamente. Mas oque os espera nessa jornada por terras marcadas pela guerra e feridas que não se cicatrizaram?

Só posso dizer que foi uma leitura que aproveitei muito. Uma história repleta de metáforas e reflexões que me fizeram refletir muito. O autor merece uma verdadeira salva de palmas pela explicação do titulo, simplesmente genial. Se você gosta de fantasia, não deixe esse livro passar
Jéssica 21/01/2021minha estante
Uau que resenha, já me fez ficar ansiosa pela leitura ??


Eduardo.Silva 22/01/2021minha estante
Pode ler amiga que vai gostar




Wilton Black 05/05/2016

O Agridoce Bafo do Dragão
Ainda tenho as últimas palavras de “O Gigante Enterrado” flutuando na minha memória quando começo a escrever esta resenha. Permeia também uma sensação de encantamento, nostalgia e a certeza de ter terminado um daqueles livros que demoram em partir, que nos deixam órfão.

Em uma terra amaldiçoada por uma misteriosa névoa que causa um esquecimento coletivo, um casal de idosos, guiado pela intuição e por um desejo incompreendido de buscar o filho perdido, parte em uma jornada por uma terra assolada por recentes guerras e ameaçada por uma dragoa.

A narrativa caminha aos passos de Axl e Beatrice, o casal protagonista, e a história flui com lirismo e incríveis descrições de uma Grã-Bretanha que respira ares de paz, ao mesmo tempo, convive em um ambiente de iminente caos. A todo momento somos levados a refletir sobre o poder da memória e a influência que ela nos causa. A jornada dos protagonistas é guiada por lembranças que vão surgindo durante o percurso. Lembranças de guerras passadas, memórias do filho que se foi, recordações de antigos conflitos pessoais. Axl e Beatrice fortalecem um amor que, mesmo no esquecimento, continuou vivo, nos fazendo questionar qual o poder da memória na nossa vida?

Outros personagens surgem no caminho do casal. O jovem Wistan e o garoto Edwin dão um tom de maior ação ao enredo e recriam a imagem de guerreiro, com suas batalhas de espadas e o jeito de herói. Já Gawain e seu fiel cavalo Horácio são tipicamente “quixotianos” e, ao mesmo tempo, transbordam um humor e apatia nata de um fiel escudeiro do Rei Arthur. O dragão - que neste caso é uma dragoa - é a motivação do aparecimento dos guerreiros e das desavenças entre saxões e bretões.
É no agridoce bafo de Querig que àquele mundo fantástico se mantêm vivo e os conflitos enterrados. É no sono do dragão que a aparente paz dorme sob cautela e sob túmulos de gigantes.

É com este cerne que a história se desenvolve; na busca pelo filho e pelas lembranças, Axl e Beatrice enfrentam fadas, monges, cavaleiros. Passam por lugares lúgubres, aldeias, montanhas, lagos e a cada novo passo a personalidade de ambos desabrocha, revelando que as memórias também podem reavivar desavenças e antigos remorsos.

Confira a resenha completa em:

site: http://wiltonblackpoemas.blogspot.cl/2016/05/o-agridoce-bafo-do-dragao.html
Helder 05/02/2017minha estante
Sua resenha é muito melhor que o livro. Vi tudo isso por lá, mas tudo extremamente superficial. Infelizmente não encontrei este encantamento.


Wilton Black 11/03/2017minha estante
Eu acredito que muitas vezes os livros devam ser lidos na época correta. Talvez não fosse o momento certo para você lê-lo ou, talvez, eu o li no momento ideal. Um abraço.




May 21/01/2018

Aquele tipo de livro que parece um parto: você acha que vai ter um bebê lindo e saltitante, mas acaba por expelindo apenas uma pedra do seu rim.
Roger 01/08/2018minha estante
Melhor definição ahahaaaa Peguei ranço desse escritor... como pode gente ter amado e dado 5 estrelas neh? Leitura cansativa afffffff


Roger 01/08/2018minha estante
* tanta gente ter amado...




Jéssica @paraisoliterario 18/06/2015

Resenha O Gigante Enterrado | Lendo & Comentando
Kazuo Ishiguro é um autor que vem recebendo várias críticas positivas ao longo dos anos, tanto de blogueiros quanto de outros autores e isso vem me deixando muito curiosa a respeito de seus livros então surgiu a oportunidade de ler a prova de O Gigante Eterno e eu não pensei duas vezes e fui logo solicitando!

Nesta leitura somos apresentados para a Grã-Bretanha em uma terra devastada por várias guerras que aconteceram recentemente, a queda do rei Arthur e que também assombrada por uma maldição, uma névoa que provoca o esquecimento em todos ali e essas ameaças de serem invadidos por ogros deixam os moradores inquietos e preocupados.

Nesse contexto conhecemos Axl e Beatriz, um casal que decide partir em uma busca pelo filho, mesmo não se lembrando da aparência dele ou da última vez que tiveram contato com ele, aliás ele não sabem nem mesmo seu paradeiro, tudo que possuem são indícios. Durante sua jornada eles encontram alguns cavaleiros que sobraram da época de Arthur e esse encontro vai gerar algumas consequências para eles.

Ao decidirem continuar sua busca pelo filho eles vão acabar procurando também por uma forma de anular os efeitos da névoa e o casal de idosos terão seu amor posto a prova, será que o sentimento que nutrem um pelo outro será o bastante para superarem as adversidades de sua jornada? Como eles podem superar essas dificuldades se não podem nem ao menos se agarrarem a lembranças de momentos que viveram juntos?

A ficção criada por Ishiguro é absolutamente apaixonante bem como as personagens criadas por ele. O background que o autor cria para basear a personalidade do casal faz com que vejamos algumas coisas que podem passar despercebido para nós no dia-a-dia, eles sustentam uma união onde as lembranças não são uma opção.

A grande discussão proposta pelo autor do livro é relação entre a memória pessoal e a coletiva e como ela interfere na nossa vida, afinal de contas quem somos nós sem nossas lembranças? Ou seria melhor esquecer o passado e e viver o presente? Esta proposta realmente mexeu muito comigo durante a leitura.

Esse é um livro com um tema bem puxado e que pode não agradar todo mundo, principalmente aqueles que estão numa fase onde preferem uma leitura mais leve no momento, mas a proposta é tão interessante que certamente aqueles que decidirem lê-lo vão se sentir arrebatados pelo livro.


site: http://www.lendoecomentando.com.br/2015/06/o-gigante-enterrado-kazuo-ishiguro.html
Pri Paiva 18/07/2015minha estante
O nome do livro é o Gigante Enterrado ;)

Gostei da resenha =)


Joyce 24/07/2015minha estante
Fiquei com vontade de ler!




Mateus Braga 28/01/2022

Fantasia medieval com idosos
Uma leitura diferente para os que estão acostumados com histórias de fantasia medieval, o que pode ser algo bom e/ou ruim.

Para mim foi uma experiência mediana. Por vezes a leitura é lenta e repetitiva, o que entendo perfeitamente ter sido intencional, por abordar personagens já na terceira idade.

Ao mesmo tempo, é uma perspectiva nova, que traz sentimentos também novos para nós que já "julgamos" ter visto de tudo.

Talvez seja interessante destacar também que está foi minha primeira leitura com o autor.

Outras observações interessantes, que podem ajudar a decidirem por uma possível leitura, é que o livro não faz parte de nenhuma série, apesar de abordar personagens da lenda arthuriana (que pelo que entendi, pois não sou conhecedor das histórias de rei Arthur, se passa bem depois dos tempos de seu reinado).
_napaulices 01/02/2022minha estante
Amei o título hahaha


Mateus Braga 01/02/2022minha estante
^^
kkkkkkkk




TataFlor 22/11/2016

Difícil concluir essa leitura...
Há livros que caem como uma luva e se encaixam perfeitamente no momento em que estamos vivendo, outros nos levam de maneira maravilhosa para um novo momento...com esse livro não me ocorreu nenhuma das duas situações...
O livro foi de difícil leitura, me contive para não ser o primeiro livro abandonado por mim. Os capítulos são grandes, os acontecimentos são um pouco demorado, talvez seja um livro para ser lido com menor pretensão, pelo simples prazer da leitura...não um livro com expectativas na história...o livro não é ruim, mas não faz muito o meu gosto a maneira como as coisas acontecem são bem cansativas, e o final não é muito conclusivo, fica mais entrelinhas do que um final claramente concluído....pelo menos o final chega mais próximo de uma conclusão do que os finais dos livros do Murakami...acho que isso é comum nos autores japoneses
Aryane Marques 07/12/2016minha estante
Concordo com tudo o q vc disse, confesso que comecei a ler este livro com expectativas maiores em relação a história é sim o final foi bem estranho, mas tudo bem n foi uma leitura ruim :) ótima resenha aliás


TataFlor 03/01/2017minha estante
Somos duas então que criamos expectativas demais...eu acho rs...
Obrigada pela força Aryane ;)




Coruja 03/09/2015

Ouvi falar de O Gigante Enterrado pela primeira vez quando li a entrevista que ele deu, junto ao Gaiman, para NewStatesman. Até então, eu não tinha lido nada do Ishiguro, embora o conhecesse de nome e ele estivesse na minha lista de desejados (especialmente o Nunca me Deixes e Resíduos do Dia, que vivo cobiçando, mas estão esgotados em todo canto que procuro…).

Fiquei curiosa e coloquei o volume na minha lista de desejados… pouco depois, saiu a edição em português, que é, simplesmente, a coisa mais linda do mundo. Ele entrou em promoção no aniversário da Amazon e não hesitei: lá foi ele para o carrinho de compras. Nem preciso dizer que já o comecei quase imediatamente à sua chegada, não é?

O Gigante Enterrado é uma brilhante história de fantasia, com dragões, trolls, gigantes e cavaleiros do rei Arthur. Mas é também, sobretudo, uma história agridoce sobre memória e traição, sobre vingança e violência. É uma história bem pesada sob o tom de conto de fadas - aliás, como todo bom conto de fadas também é.

Há um névoa que embota emoções e rouba as memórias dos aldeões espalhados por uma Bretanha perdida entre histórica e fantasia. Sem lembranças, é difícil manter um senso de identidade. Pais esquecem seus filhos, maridos esquecem esposas, a rotina é a única coisa que se mantém inalterada, fixa, sem chance de qualquer progresso.

Mas alguma coisa está começando a mudar e, às vezes, há momentos de claridade. E é assim que Axl e Beatrice, nossos protagonistas, lembram que têm um filho, de quem se separaram após uma briga - embora eles não se lembrem por quais motivos brigaram. Mas esse, talvez, seja o momento de perdoar e se reencontrar. E assim é que eles decidem sair de sua aldeia para tentar reunir sua família - e buscar significado para suas vidas.

No caminho eles encontrarão um guerreiro, um menino e um cavaleiro, e descobrirão a verdade por trás da névoa e talvez até mais do que barganharam inicialmente: talvez, no final das contas, seja melhor manter o passado enterrado e assim manter nossa paz, do que lembrar e trazer de volta à luz velhas faltas e crimes.

Em outras palavras, é a alegoria de Adão e Eva e a Árvore do Conhecimento.

A linguagem é construída de forma extremamente cuidadosa, elegante e simples. Há um tom quase onírico, extremamente poético em todo o enredo. Independente até da história, para quem se deleita com frases bem construídas, esse é um livro clássico.

Com tudo isso, O Gigante Enterrado não é um título que eu indicaria para todo mundo - Ishiguro é extremamente sutil e deixa todo o enredo aberto à interpretação. Não há respostas fáceis (às vezes, não há nem mesmo perguntas, que dirá respostas…) e o ritmo é lento, no passo de nossos idosos protagonistas. É, mais que um romance, uma reflexão. Por isso existe algo de genérico em seus personagens e muita gente critique que não conseguiu sentir empatia por eles: o objetivo aqui não era emocionar, mas ser um convite à introspecção.

site: http://www.owlsroof.blogspot.com.br/2015/09/para-ler-o-gigante-enterrado.html
Beth 10/09/2015minha estante
Tuas resenhas são sempre ótimas! Procura os títulos esgotados na Estante Virtual, e não esquece de "Quando éramos órfãos", outro do Ishiguro que amei.


Coruja 15/09/2015minha estante
Obrigada, Beth! Adoro escrever essas resenhas e poder discutir com outros leitores sobre o que li e receber indicações como a sua. Abraços!




Kleber.Luiz 17/02/2017

demora pra empolgar
não entendi o final
Andreev 05/04/2017minha estante
Era a hora dela não a dele


Kleber.Luiz 13/04/2017minha estante
há obrigado amigo




Mila F. @delivroemlivro_ 01/07/2015

Fantasia reflexiva, muito bom!
O Gigante Enterrado (2015, The Buried Giant) é um livro de Kazuo Ishiguro, que há 10 anos sem escrever presenteia, novamente, seus leitores com mais uma obra. Ishiguro é nasceu no Japão, mas erradicou-se na Inglaterra. Trata-se de um escritor com romances premiados e já adaptados cinematograficamente, escreveu o livro Não Me Abandone Jamais, Noturnos, Quando Éramos Órfãos e Os Resíduos do Dia.
Logo no começo da obra começamos a acompanhar um casal de idosos Axl e Beatrice que saem do lugar onde moram para ir a procura de seu filho, já que estão há anos sem se encontrarem. Portanto, a narrativa fala sobre essa viagem do casal, os percalços, as aventuras e descobertas.
É interessante ressaltar que a história se passa em uma terra marcada por guerras e há algo místico onde os personagens não conseguem se lembrar quem são e nem de seus passados com exatidão. No princípio do livro pensei que isso se dava porque o casal era idoso, com o desenrolar da narrativa percebi que havia um mistério, uma névoa (como os personagens chamam) de esquecimento que se alastrou por todas as pessoas, com o prosseguimento da narrativa, vão surgindo outros personagens que acompanham o casal de idosos nessa jornada, que acaba mudando completamente de rumo.
Nesse ínterim, surgem o guerreiro Wistan, o menino aprendiz Edwin, e o cavaleiro de Artur, Sir Gawain. Todos os personagens juntos debatem sobre diversas temáticas e conceitos que nos fazem questionar e recordar um pouco da nossa própria vida. Ficamos a par que a névoa do esquecimento é fruto do bafo da dragoa, que deve ser morta para que todos possam recordar de seu passado.
Na medida em que essa viagem torna-se uma aventura e ao mesmo tempo algo além do que Axl e Beatrice imaginaram ao sair da comunidade em que moravam, vamos percebendo descobrindo fatos sobre a vida de cada um dos personagens que de certa forma estão todos ligados, mas que por conta da névoa, jamais poderiam saber, tais detalhes vão se delineando em sonhos, pequenas recordações, coisas que aparentemente os próprios personagens têm dúvida se o que lembram é/foi real ou não.
Esse é um ponto genial do livro, porque o leitor se coloca sob a névoa do esquecimento também, ou seja, não somos apenas leitores passivos, nós acabamos participando dessa narrativa, estamos sob o efeito da névoa, não recordamos o nosso passado, que é o passado da humanidade, porque nem toda a história possível seria capaz de nos fazer lembrar todas as vitórias, guerras, perdas e dores pelas quais a humanidade já passou.
Sem dúvida, O Gigante Enterrado, é um desses livros que nos fazem refletir sobre nossa própria história, sobre tudo aquilo que esquecemos e já não somos mais capazes de lembrar. Durante toda a leitura me deparei com temas absurdamente fantásticos e passíveis de um estudo mais aprofundado, de uma pesquisa e análise literária, sem dúvida, se eu tivesse algum artigo para fazer sobre algum livro, eu escolheria esse.
Não vou dizer que a leitura é fácil, leve, fluida, os livros de Ishiguro, pelo menos o que já tinha lido anteriormente (Não Me Abandone Jamais) não é uma leitura fácil e bonitinha, é uma narrativa lenta, lenta como uma viagem a pé, para fazer o leitor pensar e assimilar o que está lendo. Kazuo Ishiguro tem uma narrativa madura, um estilo próprio, um jeito lento de contar estórias e uma forma peculiar de misturar realidade, ficção e elementos fantásticos/absurdos.
O leitor tem que se entregar a essa leitura para poder tentar recuperar sua essência, não é apenas uma leitura para entreter e passar o tempo, é um livro para inquietar. Apesar de eu ter gostado muito, sei e reconheço que o livro pode não agradar a todo tipo de leitor, acredito que é uma leitura madura, complexa e metafórica que merece ser observada, sobretudo, as entrelinhas, o não-dito.
Para concluir, quero ressaltar o próprio título do livro O Gigante Enterrado, daria um bom estudo sobre o que é o gigante enterrado e o porquê desse título tão metafórico, Fabuloso desde a escolha do título ao seu desenvolvimento.
Minha experiência anterior com o escritor, fez-me apreciar bem mais esse livro do que o anterior, porque antes eu não sabia que estilo de narrativa esperar e agora, bem mais preparada e mais madura literalmente e literariamente, inclinei-me a apreciação da obra e gostei, não obstante, creio que em alguns momentosa narrativa se tornou brevemente maçante, mas o escritor soube contornar esse detalhe, com partes bastante eletrizantes e misteriosas. No fim da leitura fiquei com saudade, confesso que fiquei afeiçoada aos personagens – sobretudo ao casal de idosos – e chegar ao fim, com aquele Fim, me deixou saudosista.


site: www.delivroemlivro.com.br
Joyce 24/07/2015minha estante
Você escreve muito bem! Adorei a resenha!


Luciana 29/07/2015minha estante
Ótima colocação de que a leitura é lenta como uma viajem a pé. É para apreciarmos a paisagem com bastante atenção.




Pipoco 19/01/2018

Decidi pela leitura do livro após sua premiação com o Nobel. Não é, definitivamente, o tipo de enredo que me atrai em um livro. No entanto, temos aí uma escrita belíssima e bastante metafórica que perpassa algumas questões pelas quais me interesso: memória, afetividade, espaço, pertencimento e relacionamento. Confesso, porém, alguma dificuldade com leituras fantasiosas, o que por vezes me deixava confuso, mas não seria justo se falasse que se trata de um livro ruim: pelo contrário, a escrita é belíssima e a narrativa é muito agradável.
Luciana Lamblet 20/01/2018minha estante
Quero começar com "Os vestígios dos dias"




Thais.Carvalho 19/08/2022

Uma jornada épica que se passa em tempos longínquos na região da Inglaterra. Envolve criaturas míticas, ogros e dragões.
DANILÃO1505 20/08/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!




Victoria.Olzany 05/02/2022

Confesso que, durante a maior parte da leitura, a trama não me agradou, não me prendeu (talvez pela minha pessoal falta de afinidade com o estilo do livro). Então, no geral, me foi uma leitura um tanto penosa.
Porém, o final é de uma tristeza e de uma beleza incríveis, que me pegaram desprevenida. Por isso, no final das contas, ficou um carinho singelo por esse livro.
Ellie 18/02/2022minha estante
Eu estava tentando achar as palavras pra descrever o que aconteceu nesse livro e o seu comentário resumiu tudo, perfeito




spoiler visualizar
J. 17/11/2015minha estante
Li várias resenhas aqui no Skoob depois de ler o livro e antes de chegar na sua. Já esperava que uma expressiva quantidade de pessoas fosse ler o livro como uma narrativa literal da jornada de um casal de idosos em busca do filho. Também não me surpreendi com a quantidade de pessoas que leu o livro como se um livro de aventuras fosse (e mencionasse as criaturas mágicas, dragões, cavaleiros e minha nossa!). Fiquei intrigado com algumas coisas que li, do tipo (sim, cheguei a anotar) "ele tinha toda a cara de um livro que sairia da minha zona de conforto, e realmente sai. Alta fantasia, com muita descrição e escrita poética: tudo isso pode ser lindo, mas não é exatamente minha praia."... bom... daí eu comecei a duvidar de que havíamos lido o mesmo livro. Alta fantasia, sério? A fantasia está ali apenas para que se compreenda a alegoria (2), a figura maior que o autor está pintando (de uma forma bastante onírica, devo dizer... mas pode ser simplesmente que essa minha impressão tenha sido acentuada pela menção constante da névoa). Enfim, há tanta coisa para pensar sendo apresentada (3)... foi uma sorte chegar na sua resenha que, devo dizer, é concisa, sincera e de muita precisão. Thumbs-up! E vamos compartilhar (1) esse livro que ele merece.




Paulo 11/08/2020

Com uma leveza digna de um artista da pena, Kazuo Ishiguro nos leva a questionar sobre o quanto seríamos capazes de sacrificar para obtermos a verdadeira paz. Seríamos capazes de realizar um ato de absoluta covardia, de terror inimaginável para obtermos séculos de paz duradoura? Seríamos capazes de conviver com nossos próprios espíritos? Estaríamos verdadeiramente em paz? Ele brinca com essas e outras questões em uma narrativa que parece ser lenta, mas que quando você se dá conta está completamente absorvido pelas questões existenciais que cercam Axl, Beatrice, Edwin, Wistan e Sir Gawain. A narrativa dessas pessoas se interconecta em uma rede povoada por ogros e dragões em uma Inglaterra pós-arturiana.

Nossa história começa em uma vila com um doce casal de idosos chamados Axl e Beatrice. Depois de adiarem a viagem por muitos anos, eles decidem finalmente ir visitar seu filho (ao qual eles tem poucas recordações) que eles sabem viver em uma vila não muito distante de onde eles moram. Tendo uma forte sensibilidade, Axl percebe uma estranha névoa que paira nas ilhas e está entorpecendo a memória das pessoas de alguma maneira que ele não sabe explicar. Algo está sendo escondido de todos, inclusive deles mesmos. Ao pegar a estrada, eles decidem primeiro se aconselhar com um famoso monge local para descansar e medicar sua esposa Beatrice e no caminho eles acabam se encontrando com Wistan e o jovem Edwin. O cavaleiro bretão Wistan está em uma missão para derrotar a dragoa Querig que vive na montanha próximo da vila para onde Axl e Beatrice pretendem ir. É aí que o cavaleiro decide escoltar o casal de idosos e nossa aventura começa.

A escrita de Ishiguro é extremamente delicada e sutil. Muitas vezes eu me pegava imaginando o autor escrevendo sua narrativa com o bico da pena de tão delicada que é sua forma de escrever. A narrativa é em terceira pessoa e partimos de dois núcleos principais: ora a partir de Axl e Beatrice, ora a partir de Edwin. Fico imaginando que esse é o tipo de história que não vai agradar a todos porque ela tem um nível de desenvolvimento bem lento. Ishiguro não tem a menor pressa em mover suas peças. O leitor demora a perceber aonde ele quer chegar. Não se preocupem: existe um sentido último e uma enorme surpresa na jornada de Axl e na de Wistan e uma importante história a ser contada.

A relação entre Axl e Beatrice é um dos pontos altos da narrativa. Como Ishiguro consegue nos mostrar bem a relação entre ambos. Isso sem ser água com açúcar. Percebemos que ambos se amam de verdade e que tem os seus momentos de amor e devoção e aqueles em que eles discordam. Isso vai do tempo de amadurecimento da união de um casal. Mesmo pequenos gestos confirmam isso: eles sempre andarem juntos ou a preocupação constante de Axl com o conforto de Beatrice ou o receio de Beatrice com a presença de Axl. E assim, não há nenhum grande mistério na história do casal: a história deles é uma aventura em busca de seu filho. Nada além disso. Só que teremos grandes surpresas nesse trajeto.

Muito já se foi dito sobre se o romance é ou não uma fantasia. O próprio autor não gosta de ter o seu romance vinculado ao gênero. Para mim é uma fantasia sim. A diferença é que o elemento fantástico não é uma ferramenta da narrativa, e sim um estado presente na narrativa. É a mesma sensação que temos quando lemos Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Marquez ou Como Água para Chocolate, de Laura Esquivel. Então a todo o momento temos a presença da névoa que de alguma maneira afeta a memória de toda a população das ilhas britânicas ou a dragoa Querig que permanece como o grande vilão a ser abatido ou os ogros que atacam camponeses incautos. Mas, a aventura não se move em função disso. Se eu pudesse ser mais ousado, Ishiguro usa a fantasia quase como uma alegoria para aquilo que ele tem a dizer. Por exemplo, os ogros são uma alegoria para a extrema violência que assolavam as estradas durante a Idade Média. Os camponeses eram mortos a todo o momento e precisavam andar em caravanas. Bandoleiros eram pessoas sem identidade definida quase como se fossem ogros ou brutos. A dragoa Querig está presente por conta do seu bafo de névoa que encobre a ilha do qual falarei a seguir. Ou seja, é sim uma fantasia.

O autor gosta de brincar com como a memória pode ser dobrada ou entorpecida. Em O Gigante Enterrado, uma névoa poderosa está sendo usada para encobrir um acontecimento terrível do passado. A partir desta narrativa da memória surgem dois problemas a ser resolvidos pelos personagens: queremos nos lembrar de tudo o que foi esquecido, mesmo que seja algo horrível; e por que reviver memórias passadas se elas desenterrarão feridas que já poderiam ter sido cicatrizadas. O primeiro caso é algo mais íntimo e pessoal e tem a ver com um amadurecimento próprio, uma auto-análise que fazemos bem mais adiante. A gente aceita aquilo que já aconteceu e tratamos como parte daquilo que forma o nosso todo. Tudo é parte de nossa experiência pessoal; acertos e erros. Já o segundo caso cai em um ponto de toque mais complexo. Por exemplo: e se pudéssemos apagar magicamente o que foi feito com os judeus durante o Holocausto? Houvesse uma forma mágica ou um artefato qualquer que apagasse apenas isso da memória de todos? Seríamos capazes de reverter o processo? Reviver toda a dor novamente? É nessa encruzilhada que os personagens vão se situar no final da narrativa, mas em uma situação distinta.

Uma das partes que eu mais gostei também na narrativa se passou no monastério. Temos toda uma rede de intrigas acontecendo ali dentro com monges e padres estranhos que não sabemos se são apenas bondosos ou escondem alguma coisa. De repente aparece um instrumento de tortura com uma máscara e ferros pontiagudos. Me lembrou bastante os momentos investigativos passados em O Nome da Rosa, de Umberto Eco. A forma como Ishiguro coloca os personagens e a ambientação é muito boa e consegue envolver os leitores em algo que não te dá pistas exatas sobre o que está acontecendo. A gente sabe que alguma coisa está errada só não sabe o que e de onde é. Achei isso fascinante.

Preciso escrever também um parágrafo sobre Sir Gawain, um dos últimos remanescentes da corte do rei Arhur. Um homem alquebrado pelo tempo e pelas guerras montado em seu cavalo Horácio e partindo em uma última missão em busca da dragoa Querig. Assim como Wistan. A percepção que eu tive é que Gawain tem uma participação quase quixotesca em O Gigante Enterrado, embora seu papel tenha sido mais dramático do que cômico. Digamos que Gawain represente um legado de tempos passados e difíceis e que tiveram que ser resolvidos com medidas extremas. Nesse sentido Wistan e Gawain representam imagens espelhadas embora com idades diferentes. Tem dois capítulos no livro que Ishiguro nomeia Devaneios de Sir Gawain que são extremamente melancólicos e nos mostram um pouco do que se passa na mente do nobre cavaleiro. Ele precisou conviver com a culpa de ter feito as ações sob o comando de Arthur, um homem justo e de ter sobrevivido a tudo. Nem sempre ações justas significam boas ações. Talvez essa seja a maior lição deixada pela imagem de Gawain.

O Gigante Enterrado é um belíssimo livro, de um lirismo inacreditável e é compreensível o fato de ele ter sido tão premiado como foi. É um daqueles livros que ou você ama ou você odeia. Para mim, foi uma ótima leitura. Ishiguro me mostrou por que é um dos grandes da literatura mundial e fico feliz que essa tenha sido a minha porta de entrada em seus escritos. Mal vejo a hora de pegar outro de seus trabalhos.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
edu basílio 19/09/2020minha estante
excelentes suas reflexões! :-)




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