Estação Onze

Estação Onze Emily St. John Mandel




Resenhas - Estação Onze


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gustav0 07/03/2022

não sei nem como explicar, mas esse livro funcionou pra mim em todos os sentidos. amei como a narrativa foi construída, pulando de diferentes anos e momentos, onde cada acontecimento é importante e carrega o seu peso na trama. amei a construção dos personagens, não teve nenhum menos interessante e eu sempre queria ler mais sobre cada um deles. amei as reflexões e o impacto que elas tem na história e no leitor.
enfim, um dos melhores livros que já li.
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Ricc 23/05/2023

Em uma noite, Arthur Leander morre enquanto atuava no palco. Nessa mesma noite, uma gripe mortal começa a se espalhar pelo mundo. Há caos e morte. Parece ser o fim.

***PODE CONTER SPOILERS***

Estação Onze é uma história pós-apocalíptica onde os sobreviventes de um terrível vírus tentam se reconstruir, na esperança de reencontrar um sentido para vida.

Marcado por memórias e lembranças de um mundo que já não mais existem, acompanhamos a nostálgica trajetória de personagens como Jeevan, Kirsten e outros. Ainda assim não é apenas um romance sobre sobrevivência. É sobre luto, família, coragem para ressignificar o caminho. É sobre comunidade, arte.

Eu diria que 'Estação Onze' é o primo mais novo de 'The Leftovers'. A atmosfera de ambas as obras se completam e trazem consigo uma nostalgia, uma maneira filosófica e reflexiva e enxergar o mundo com outros olhos.

Inusitado é fazer essa leitura após sobreviver uma pandemia que assolou e dizimou milhares, como recentemente vivemos. E, do ponto de vista literário e pessoal, isso teve um efeito maior na imersão desse livro.

É uma leitura interessante, intimista. Recomendo.
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Fernanda Turino 17/08/2015

Para quem ama distopias
Eu adoro histórias de distopias, sou uma viciada em “The Walking Dead” e amo a trilogia “Jogos Vorazes”, além dos clássicos “1984” e “Admirável Mundo Novo”, entre outros. Por isso, assim que li a sinopse de “Estação Onze” logo fiquei interessada em lê-lo. Além disso, o livro tem uma capa linda com uma textura muito gostosa. Novamente, sou fisgada pela capa.

O tema distopia está na moda, diversas produções literárias e audiovisuais que falam sobre sociedades “pós-apocalípticas” estão surgindo. Mas de todas as que eu gostei de ler ou ver, a história de “Estação Onze” é a que considero a mais possível de realmente acontecer. Nada de zumbis ou jovens brigando até a morte em uma arena, o livro fala sobre um futuro não muito distante em que 90% da população mundial foi dizimada por uma doença: a Gripe da Geórgia.

A narrativa alterna capítulos que falam sobre o mundo antes e pós gripe e o momento atual do livro é o ano vinte depois que a doença dizimou quase todas as pessoas do mundo. E nesse mundo duas décadas após o grande e devastador evento, as pessoas vivem sem eletricidade, internet ou qualquer outro tipo de tecnologia tão presentes no nosso cotidiano.

Vários são os personagens deste livro e que são bem diferentes entre si: há os membros da Sinfonia Itinerante, uma companhia de teatro que se apresenta em diversas cidades do mundo pós Gripe da Geórgia, há um ex-papparazo com treinamento de paramédico, há um ator famoso e suas ex-mulheres… Há ainda uma história dentro da história e que justamente dá nome ao livro. Estação Onze é uma história em quadrinhos que também descreve um mundo distópico em que os personagens vivem em uma estação espacial, a Estação Onze. A HQ é praticamente um personagem do livro.

A história destes personagens é ricamente entrelaçada. Há de se ficar atento às “pistas” que a autora dá para acharmos os elos de ligação mais sutis. Tramas aparentemente desconexas têm um ponto em comum. Mesmo com as indas e vindas no tempo, a situação apresentada é a mesma e ao final do livro todos os pontos são ligados.DSC_2130 cópia

Sem grandes reviravoltas mirabolantes, o livro tem uma leitura fluída e prende a nossa atenção da primeira à última página. Não dá vontade de parar de ler. É um livro que indico com empolgação! Leiam!

site: https://cultsemserpedante.wordpress.com/2015/08/17/eu-li-estacao-onze/
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knychalapabola 23/06/2020

Muito bom
Achei o livro sensacional, muito bem escrito e estruturado. A história é muito interessante e foi ótimo poder explorar um mundo tantos anos após o apocalipse. Entretanto senti que faltou algo, mas não sei bem o que.
Aliás, me fez entrar em pânico com toda essa situação de corona vírus e quarentena, então por esse motivo me esforcei pra não me entregar por inteiro a leitura. Mesmo assim, apreciei muito, é um bom livro!

PS: A construção da timeline foi ÓTIMA. E isso, somado aos capítulos mais curtos, faz a leitura fluir muito rápido e ser bem compreensiva. Além disso, a diagramação é com uma letra enorme, então se eu não estivesse sofrendo por amor e parando de ler a cada instante pra ouvir música triste, talvez eu tivesse terminado em um dia. ??
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DarcioGeo 06/10/2023

Um dos melhores do gênero!
Em 2023 me deparei com diversos livros sobre temáticas e estilos variados. Terror, suspense e até nosso bom e velho sci-fi. Dentre esses tomos, Estação Onze ganha posição de destaque, figurando no meu top 1 de melhor livro lido do ano. É uma narrativa que te prende, intimista, melancólica e esperançosa ao mesmo tempo. Pude perceber certas semelhanças com o filme Cloud Atlas por conta das estórias interconectadas e interdependentes e das várias camadas interpretativas que a narrativa ostenta. Um ponto que me chama a atenção no livro é a fuga do lugar-comum de estórias sobre apocalipse ou pós-apocalipse, não é sobre sobreviver (embora seja importante, óbvio) mas viver. Elementos como música, poesia, teatro e narrativas são símbolos e imagens que dão tempero e sentido à nossa existência, sem elas, talvez não seja prazerosa uma vida longeva.
Recomendo demais!
Hellen 06/10/2023minha estante
Já me deparei com esse livro inúmeras vezes, mas não dei atenção, colocarei em minha lista;)


DarcioGeo 06/10/2023minha estante
Vale demais Hellen!




Sofia.Souto 17/12/2021

"Todos os trailers da Sinfonia Intinerante estão assinalados com esse nome, SINFONIA INTINERANTE grafado em letras brancas dos dois lados, mas o trailer da frente leva dizeres adicionais: Porque sobreviver não é suficiente".
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Marcos 02/06/2022

Original, Intrigante e Diferente. Estação Onze em sua essência.
Apesar de ser uma história que no geral não me agradou tanto, eu gosto do tema, o que me chamou bastante atenção. Adoro o tema pós apocalíptico.
Temos, então, uma história sobre perspectivas diferentes em tempos diferentes sobre como o "Vírus da Geórgia" atingiu o mundo (EUA/Canadá). Apesar desse vírus ser da gripe, ele afeta o ser humano de uma forma muito mais letal que a Covid 19 por exemplo, levando o tempo de ação do vírus até a morte do paciente em até 48h no máximo e nesse tempo não há como achar uma cura. Em 9 dias o mundo entra em estado de CALAMIDADE TOTAL.

Ao ler certas partes do livro algumas descrições me fizeram lembrar de histórias como Mad Max, Maze Runner e Fim dos Tempos, mas por se tratar de perspectivas diferentes e momentos diferentes de cada personagem o leitor é inserido em dramas familiares e jornadas pela sobrevivência individual e de grupos, o que torna alguns momentos da leitura irrelevantes na minha opinião, pois a minha expectativa sobre o livro era outra. Em certos momentos esquecia até que estava lendo um livro sobre a extinção da raça humana. No livro diz que a autora estudou dança contemporânea na School of Toronto Dance Theatre, isso provavelmente têm influência nas descrições sobre peças teatrais, músicas e entrevistas.

Basicamente o livro conta a jornada de Kirsten Raymond que é membra da Sinfonia Itinerária, grupo itinerante de teatro que viaja em seus trailers puxados por cavalos e seus sentinelas apostos, apresentando seus espetáculos pelas cidades já devastadas pelo vírus e pela ação do tempo. Porém Kirsten não é a única personagem, a história começa quando ela ainda tinha 8 anos de idade e apresentava uma peça de teatro ao lado do ator Arthur Leander que morre no palco apresentando o papel do Rei Lear e a partir daí seremos apresentados a alguns personagens como Jeevan, as 4 mulheres de Arthur (Elizabeth mãe de seu único filho, Miranda autora da HQ Estação Onze, Lydia e Thanya sua assistente) junto com seu amigo Clark.

De uma forma dramática, digo que por se tratar de momentos e perspectivas diferentes a história fica entre um vai e vem sem muitas especificações em capítulos curtos e específicos do livro, linhas temporais que apenas em alguns momentos diz quantos anos se passaram ou em que ano voltou. Mostrando o antes, durante e depois da calamidade.

A protagonista não é nenhuma heroína que salvará a humanidade e nenhuma figura política que fará algo pelo povo numa distopia ou universo qualquer e a falta de uma grande jornada ou um grande objetivo leva a crer que alguns não gostaram do livro. No meu caso eu gostei de como fui levado pela história mas também há desfechos que não me agradaram muito. É um livro sensível em um cenário ruim e que também nos faz refletir sobre o nosso cotidiano e como tudo está conectado e dependente, seja da energia, da tecnologia etc. Essa tal sensibilidade é passada tanto pela história quanto pela escrita e esse sentimento além de ser passado pela personagem principal que é só uma garota que faz parte de um grupo que encena peças de teatro pra uma população em situação de desgraça. Então me fez questionar que se num mundo pós apocalíptico nós viveríamos ou apenas sobreviveríamos porque a nossa essência humana de viver está ligada diretamente à arte. Sobre essa sensibilidade na escrita, há um capitulo que a autora retrata como seria a vida no pós-calamidade, um capitulo chamado "Uma Lista Incompleta" e em outro capitulo chamado "O que se perdeu na calamidade". E aí começa a história mostrando que mesmo durante uma calamidade ainda podemos achar e procurar motivos pra viver, seja pela arte ou pela fé.

Utilidade Pública: Final em aberto. Não gosto de finais em aberto, mas neste livro não me incomodou tanto. A gente tem um final que não diz nada, só nos trás um sentimento de interrupção e de nos questionarmos qual foi o final deles. Mas a história de quase todo o mundo foi interrompida pelo vírus. A calamidade é apenas um fundo, a questão aqui é você entender que precisa apenas se conectar com as histórias dos personagens. Isso tudo torna a história da autora muito original no meio do gênero "pós apocalíptico".
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Edu 12/05/2022

Diferente da série e isso é ótimo.
Depois que vi uma das melhores séries que vi esse ano de 2022, fui convencido a ler o livro homônimo.

Sao duas obras distintas que seguem caminhos diferentes e fazem escolhas que se adaptam muito bem para seus formatos.

A série me emocionou com os laços dos personagens.O livro me deixou reflexivo sobre a solidão.

Não são complementares, não são necessários um ao outro e são igualmente obras incríveis que deveriam ser consumidas.
Amanda.Ellen 10/06/2022minha estante
Não sabia que tinha série.fiquei curiosa pra assistir


Edu 20/06/2022minha estante
A serie tá na HBO. Recomendo bastante




Vini87 17/05/2022

Nem sei muito bem oq dizer...
Pela sinopse eu esperava uma coisa e recebi outra.

O livro tem três linhas do tempo, e a que eu mais queria ler sobre(durante a calamidade) é a que menos aparece, e isso pra mim deixou o livro meio morno.

Apenas um personagem ganhou o cargo de queridinho pra mim, e também é o que menos aparece.

Não sei, a premissa do livro é muito boa, mas talvez tenha sido trabalhada de uma forma fraca, morna mesmo.
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Paulo 03/07/2022

Em 2022, voltamos a ter um pouco de noção de normalidade, apesar de todas as pessoas que perdemos por conta da pandemia. Mas, a realidade poderia ser muito diferente como Emily St. John Mandel nos mostra em Estação Onze. Caso o surto de coronavírus tivesse escapado do controle, possivelmente veríamos uma realidade bem diferente da nossa, nos moldes dessa com sobreviventes habitando pequenos núcleos de povoamento. Mas, o que faz dessa história incrível são as sutis conexões entre os personagens existentes nessa histórias, pessoas cujas vidas se cruzaram por meios até insondáveis. E que apenas o leitor conseguirá enxergar essas conexões enquanto essas pessoas lutam para permanecer vivas e encontrarem um lugar no mundo. Ou até encontrar algum tipo de paz interior.

A história começa com um acontecimento que, embora insignificante diante da tragédia global que ocorre logo a seguir, será lembrado por alguns como um marco de um mundo sombrio que chegou: a morte de Arthur Leander de ataque cardíaco enquanto encenava Rei Lear. Nesse dia, uma pandemia de gripe que atinge proporções globais varre o mundo e muda para sempre a sociedade humana fazendo com que nós voltemos no tempo com tecnologias anteriores à Revolução Industrial. Nesse estranho mundo, Kiersten se lembra com carinho do tempo que passava com Arthur enquanto aprendia como lidar com a pressão do teatro. Essa nova Kiersten, quase vinte anos depois, é uma das estrelas da Sinfonia Itinerante, uma companhia de teatro que leva alegria e emoção às pessoas que sobreviveram neste estranho novo mundo. A Sinfonia encena peças de Shakespeare e em uma de suas idas e vindas eles chegam a uma estranha cidade dominada por um homem chamado de o Profeta. Um homem que converteu a população a uma forma de pensar usando ideias saídas de uma série de quadrinhos chamada Estação Onze. Estranhamento esta HQ liga Arthur, o Profeta, Kiersten e Miranda, a primeira esposa de Arthur e aquela que escreveu a HQ. É aí que veremos passado e presente colidindo em uma emocionante história sobre resiliência, esperança e nosso lugar no mundo.

Só para me livrar do elefante na sala logo de cara, a adaptação da HBO é uma coisa e o livro é outra completamente diferente. Esqueçam um e outro. Seguem caminhos distintos. Muita coisa não bate. Um exemplo sem dar spoiler é que o Jeevan só anda com a Kiersten naquela noite na peça de teatro. Eles nunca mais se veem depois de se despedirem.

Certamente a autora não facilitou a vida para ela mesma. Estação Onze é uma narrativa que depende de passado e presente para ser compreendida em sua totalidade. Mas, a autora usou o melhor caminho possível ao usar de uma não-linearidade para contar sua história. O leitor vai e vem na narrativa e isso é totalmente compreensível. Nós não nos perdemos em nenhum momento. Tudo acontece em vários atos como em uma peça de teatro em que o roteirista busca maneiras de fazer com que nos interessemos por aquilo que está acontecendo no palco. Seja um momento trágico ou até uma melancólica reflexão, ficamos presos a uma trama que se desenrola como um novelo de lã. Quando tiramos uma linha, esse novelo vai se desfazendo em histórias múltiplas e únicas que se interconectam pelo tempo e espaço. Seja um ator frustrado com uma vida de luxo, uma artista buscando tomar seu caminho em suas mãos, uma jovem tentando sobreviver a uma realidade dura e cruel ou um homem cujo melhor amigo morreu e ele se vê precisando ser o curador de um museu de relíquias do passado. A escrita é um pouco pesada, mas ela consegue suplantar isso com personagens cativantes e falhos. Por serem falhos é que eles são humanos.

Não tenho como não mencionar Arthur Leander, talvez o ponto de conexão entre estes vários personagens. Através de sua trajetória que se encerra no primeiro capítulo da história, vemos um homem que saiu de uma pequena ilha do Canadá para buscar o estrelato. Alguém que correu atrás de um sonho e, por ser carismático e talentoso, foi capaz de chegar lá. Só que no meio do caminho, ele perdeu a si mesmo e a sua própria identidade. Arthur tenta a todo custo negar suas origens, mas cada vez que faz isto, mais reforça o lugar de onde veio. Uma das coisas mais tristes neste livro é perceber o quanto Arthur é um homem infeliz; por mais fama e dinheiro que ele possua, isso não é o suficiente. Acreditem, Arthur é um cretino completo que se envolve com várias mulheres (três esposas) e possui um filho ao qual ele não foi capaz de ter dado atenção. E que o fantasma da culpa agora bate em sua porta. Em um último momento de luz em sua vida, ele tenta abandonar a vida de glamour e papparazzis e reencontrar seu filho, que agora mora longe dele. Talvez sua decisão tenha sido tarde demais.

No palco de sua última apresentação, Arthur cai após um terrível ataque cardíaco e tem seus primeiros socorros feitos por Jeevan, um homem que já foi várias coisas em sua vida (inclusive um papparazzi) e agora descobriu que seu sonho é poder ajudar as pessoas com problemas de saúde. Ele não consegue ajudar Arthur e tenta consolar uma jovem Kiersten, abalada em perder a pessoa que ela admirava. Ao retornar para casa, ele descobre através de seu amigo que trabalha em um hospital que a epidemia de gripe era mais séria do que parecia em um primeiro momento. E que a humanidade não sairá ilesa disso. É aí que Jeevan sai correndo atrás de suprimentos para que ele e seu irmão Frank, que é cadeirante, consigam sobreviver alguns meses e depois consigam pensar no que fazer a seguir. Jeevan é um homem em busca de si mesmo. Ele tentou várias profissões e buscava uma forma de ganhar dinheiro e tocar a vida. Ser papparazzi é uma profissão ingrata, mas pelo menos pagava bem. Depois de algumas situações bem ruins, ele descobre que quer fazer algo que possa fazer com que ele tenha orgulho de si mesmo. Essa constatação acontece depois de ele tirar uma foto constrangedora de Miranda, primeira esposa de Arthur, em um momento em que eles estavam prestes a se separar. Anos mais tarde, em um mundo diferente do anterior, Jeevan é um homem preocupado em salvar vidas. Mesmo que ele não seja capaz de salvar todos, sua consciência está em paz com ele.

Poderemos dizer isso a respeito de Miranda? Alguém que veio da mesma ilha que Arthur e foi a maneira com a qual eles se conheceram: ela em busca de alguém que coloque seus pés de volta ao lugar onde nasceu e ele, buscando alguém que o faça esquecer do lugar onde nasceu. Mesmo que no fundo tudo que Arthur deseje seja essa sensação de lar. Miranda inicialmente sustenta um namorado artista que não consegue arrumar nenhum trabalho. E depois de muitas discussões e um paternalismo barato, Miranda vê em Arthur a possibilidade de fugir de uma relação fracassada. Mesmo trabalhando em uma empresa ligada à marinha mercante, seu tempo livre é usado para desenhar uma história em quadrinhos a partir de seus próprios sentimentos. Estação Onze é, para Miranda, uma metáfora de sua própria vida. Mas, a HQ será apropriada por outras pessoas em um futuro distante para trazer alento e palavras de conforto para suas vidas. A complicada vida de Miranda, desenhada em três quadrinhos de ficção científica, oferecerá estranhas e profundas conexões com pessoas que desejam apenas entender o que vem a seguir. É o exemplo perfeito de o quanto as histórias que escrevemos, após sua publicação, não pertencem mais a nós.

Estação Onze chega nas mãos de Kiersten de uma forma bastante surpreendente em seu último dia como uma criança normal. E ler esses quadrinhos significa tocar esse momento efêmero que ficou para trás. Vinte anos depois da tragédia, a vida anterior é uma lembrança esvanecida de sua mente. Tudo o que ela conhece agora é a dureza de um mundo forjado nas batalhas diárias pela sobrevivência. Onde os olhares são rudes e desconfiados e qualquer ferimento pode significar a morte. A viagem ao lado da Sinfonia Itinerante é o seu passaporte para um modicum de realidade. A Sinfonia se tornou a sua família e qualquer ameaça a ela vai ser paga com sangue. E é por esse motivo que quando as pessoas que ela ama são ameaçadas por um fanático religioso, Kiersten não consegue ficar parada. Teoricamente Kiersten é nossa protagonista e ela representa os nossos olhos nesse mundo novo. Em um contexto tão terrível, o que é a normalidade? Nossa personagem vai precisar buscar muita força interior para superar os desafios impostos sobe ela.

A pergunta que todos devem estar se fazendo é: por que Shakespeare? E aí precisamos entender qual é o impacto do bardo inglês nas histórias que chegam até nós. Mesmo tendo escrito suas famosas histórias há séculos atrás, sua influência chega até hoje e muitas histórias são apenas releituras de histórias como A Megera Domada, A Tempestade, Hamlet, Rei Lear, Romeu e Julieta. É inegável o alcance atemporal do autor e é possível pensar em um futuro onde suas histórias continuam a encantar multidões. Contar histórias é tocar vidas e quanto mais as ouvimos e fugimos de nossa realidade, nos recompomos e refletimos sobre o que nos torna nós mesmos e onde nossas existências fazem sentido neste mundo em que habitamos. O mundo criado por Emily St. John é cruel, não poupa aqueles que foram acomodados por uma realidade pacífica. Este novo mundo exige um pouco mais de sujeita daqueles que tentam tocar suas vidas. E mesmo assim, a magia de Shakespeare consegue resistir a tudo isso.

O livro Estação Onze é um belo exemplo de como uma narrativa pode ser tão bem contada e nos fazer chorar diante de personagens que precisam tanto de nós. Acompanhar a Sinfonia Itinerante nesta estranha jornada que nos leva ao passado e ao presente da humanidade é um enorme prazer e somos presenteados com belas encenações de peças icônicas de Shakespeare. É uma bela leitura e que vai nos colocar diante de histórias marcantes.

site: www.ficcoeshumanas.com.br
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Fabianna1 14/06/2023

História intensa porém confusa e chata!
Tudo começou quando eu vi na lista da HBO MAX o nome da série ?Station Eleven? ou seja, ?Estação Onze?, mas antes de tentar ver a série fui ver os comentários no YouTube, e pude ver nos comentários que é baseado em um livro, porque pela descrição da série me interessou a história, então fui começar ler esse bendito livro. Gente que decepção!!! A história desse livro é completamente confusa, a maioria das partes se perde na narrativa, eu simplesmente achei sem pé e nem cabeça, e ainda o autor demonstrou nesse livro uma certa desconstrução de palavras. Muito esquisito essa história! Muito mal construída, ou seja, muito mau contada. Eu acho que teve tudo pra dar um livro foda, mas foi perdido, lento e chato. Estou pensando ainda se vejo a série, pra ver se ainda tenho esperanças, mas se o livro me decepcionou que aonde tem coisas detalhadas, acredito que a série não vai me impressionar, mas quem sabe ainda vejo?
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Isa 08/02/2022

Humano e visceral
Ao ler a sinopse de "Estação Onze", eu não poderia imaginar o rumo que a história poderia tomar. Confesso que foi uma leitura difícil, talvez pela alternância entre cenas do passado e presente, além de acompanharmos aqui vários personagens que, aos poucos, têm suas histórias entrelaçadas. Às vezes acontecia de eu me apegar muito à uma cena e a próxima ser chata, então isso quebrava a fluidez da narrativa. Porém, a partir da página cem as coisas se encaminharam para algo diferente do apresentado até então.

Gostei muito de ver como cada personagem reagiu à realidade que estava diante dos seus olhos; a perspectiva incerta de um amanhã/depois; a contemplação dos mais simples e mínimos detalhes. Queria ter visto mais de alguns personagens, como a Miranda e Elizabeth (e a questão do fanatismo religioso). Acho que a autora trouxe um mundo pós apocalíptico diferente do habitual e soube mesclar isso com elementos bem legais, como o teatro (e as diversas referências de Shakespeare) e elementos geek.

Gostei mt de ver como a hq do dr. Onze estava presente na história tbm.
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fev 17/04/2022

Eu estava esperando mais sobre essa leitura. A parte sobre o passado chamou muito mais a minha atenção que a parte das pessoas já vivendo em um pós-apocalíptico. Só a partir da parte sobre o terminal que as coisas começaram a melhorar, mas aí já tinha sido uma leitura simples demais. Não é um livro perfeito e acho que a autora deixou muitas coisas na superfície, não conseguiu aprofundar de maneira significativa nos acontecimentos. Também faltou certa profundidade em alguns personagens que mereciam mais desenvolvimento, como o profeta, por exemplo. Enfim, é um livro fraco, mas que ganha certa simpatia quando passa um tanto depois da metade.
ekatherinah 17/04/2022minha estante
E já vi tanta gente falando bem desse kkkk cheguei a cogitar a ler em algum momento, mas...de superficialidade já basta A Rainha Vermelha


fev 18/04/2022minha estante
Realmente não me conquistou tanto. A autora foca mais nos personagens do que na situação toda. Dessa forma não explica muito as coisas.




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Maria 21/12/2020

Sobreviver não é o suficiente.
Pra ser muito sincera, não acreditei que terminaria essa leitura. No início da história, com suas trocas entre passado antes da pandemia, passado durante a pandemia e presente pós pandemia, é difícil se sentir preso na leitura, sabe?

Você conhece tantos personagens diferentes e por mais que veja a "ligação" entre eles, não chega a ser cativante, já que os capítulos são curtos e a todo momento muda o foco de cada um.

Porém, segui firme e quando cheguei na metade do livro, tive um boom de interesse. Nessa altura você já está acostumado com as trocas, já conhece todos os personagens muito bem, e acontecem situações que te matam de curiosidade e te fazem ficar preso à história.

Acabou se tornando uma das minhas leituras preferidas, por mais que o final pudesse ter sido melhor desenvolvido, é um livro muito bom, muito real dada a nossa situação atual, e muito satisfatório.

Então se houver dúvidas sobre ler ou não, dá uma chance. Insiste um pouquinho. Vai valer a pena.
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