spoiler visualizarjessica.guabiraba 10/11/2021
30 não é velhice
"Na mulher de trinta anos agitam-se indecisões, terrores, temores, perturbações e tempestades que jamais se encontram no amor de uma mocinha"
A obra foca em Julie, uma moça jovem que se apaixona perdidamente por um militar, seu pai diz que ela não será feliz com ele, mesmo assim ela casa, tem uma filha e seu pai estava certo. Hélène é fruto desse casamento e surpreendente a todos no final, ela cresceu vendo a infelicidade da mãe, decidiu se aventurar para ser feliz. Mas será que foi? Enfim, A mulher de 30 anos é um marco do realismo e deixa bem clara as características, a crítica ao casamento, a igreja e ao amor submisso. Sobre o título: é uma obra do século XIX que retrata a mulher do século XIX por um homem do século XIX, não tem como esperar que uma mulher de 30 anos há 2 séculos seja a mesma figura de hoje, nem mesmo que um homem a descrevendo traga tons de liberdade. A escrita começa fluída, dá uma travada no meio e logo se recupera. Julie é casada, mas aos 30 já está esgotada do casamento, do marido, da casa, sua felicidade é sua filha, mas tudo tem um preço. Ao longo da história descobre outros amores, ama outros filhos, mas sempre muito bem recatada e do lar. Ela não explode e aceita a sua escolha. Confesso que a escrita realista de Machadão me prende muito mais, no entanto Balzac tem um "quê" poético em sua prosa e isso torna tudo mais interessante.