Nirielly0 29/03/2024
Uma mini resenha não tão boa (sob minha perspectiva)
A minha primeira leitura de Jane Austen concluída, tinhas muitas expectativas para esta autora e elas foram, em parte, supridas. Talvez fiquem mais claras após eu ler orgulho e preconceito, que é o que eu tenho mais vontade de ler (e acho que o mais famoso da autora). Sobre a escrita dela: eu gostei bastante, a descrição da vida cotidiana e ordinária do sec XIX, tão diferente da nossa época, sempre me chamou muita a atenção.
Razão e sensibilidade, Elinor e Marianne, duas irmãs que compartilham de temperamentos e pensamentos bem opostos, mas que fazem com que o leitor se identifique com cada uma delas (ao menos foi assim que me aconteceu). A descrição dos sentimentos aflorados de Marianne retratam muito bem como às vezes me sinto, e em como Elinor age com prudência e responsabilidade na maior parte do tempo, usando sempre a razão, também na dedicação e força dela de se manter parcial em consolar e cuidar de quem está mal mesmo quando ela também está destruída por dentro. Posso dizer que um pouco das duas é muito presente em mim.
Recomendo a leitura. Os detalhes dos sentimentos, a construção dos personagens (alguns deles sendo uma incógnita que é muito bem desenvolvida ao longo da estória, ao qual muda a perspectiva do leitor. Além de que quando se vê Elinor tornou-se mais sensível e Marianne mais racional - pois não é possível ser só razão ou coração o tempo inteiro durante toda uma vida) são muito interessantes de acompanhar, com cenários bem legais, sem falar de alguns plot twists... Só achei que o final da personagem de Marianne (especificamente seu casamento) deveria ter sido mais detalhado, não foi algo que me cativou ou agradou.
Por fim, algumas partes que me chamaram bastante a atenção:
? se entregar totalmente no escolhe se empenhar: "Sejam quais forem suas ocupações, sua entrega ao que faz não deve ter limites, nem deixar que tenha o senso do cansaço." (p. 44)
? ter um senso de opinião profunda (e não ser como marianne descreveu Brandon rs): "que não tem nem gênio nem gosto nem espírito. Que sua inteligência não tem brilho, seus sentimentos não têm ardor e sua voz não tem expressão." (p. 49)
? a construção de intimidade com uma pessoa pode ser relativa: "Não é o o tempo nem a oportunidade que determinam a intimidade, é só a disposição. Sete anos seriam insuficientes para algumas pessoas se conhecerem, e sete dias são mais que suficientes para outras." (p. 54)
? essa foi pq me identifiquei com a descrição de Marianne mesmo: "Tampouco do de Marianne ? disse Elinor ?, eu dificilmente diria que é uma menina alegre. É muito impaciente, muito intensa em tudo o que faz. Às vezes fala muito e com muita animação, mas raramente é alegre mesmo." (p. 80)
? ?aquela descoberta óbvia, mas que eu nunca tinha parado pra pensar: "felizmente a mente humana está sempre disposta a se familiarizar com facilidade a qualquer mudança para melhor," (p. 282)
? ?a descrição de Willoughby para Marianne: "Marianne, linda como um anjo, chamando-me de Willoughby com aquele tom! Ah, meu Deus! Estendendo a mão para mim, pedindo-me uma explicação, com aqueles olhos feiticeiros cravados em meu rosto com tão expressiva solicitude!"
palavras novas descobertas na leituta: satírica, pútrida, amoniaco, aquiescência e magnanimidade (*algumas não anotei)