O general em seu labirinto

O general em seu labirinto Gabriel García Márquez




Resenhas - O General em seu Labirinto


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Alexandra 14/10/2022

América que me foi negada
O general em seu labirinto fez-me refletir o quanto ignoro a história do próprio berço. Preciso saber mais.
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Marlon.Abel 23/08/2022

José Palacios, seu servidor mais antigo, o encontrou boiando nas águas depurativas da banheira, nu e de olhos; abertos, e pensou que tinha se afogado. Sabia que era essa uma de suas muitas maneiras de meditar, mas o estado de êxtase em que jazia à deriva parecia de alguém que já não era deste mundo. Sem ousar aproximar-se, chamou com voz surda, em obediência à ordem de acordá-lo antes das cinco para viajar com as primeiras luzes. Ao emergir do sortilégio, o general viu na penumbra os olhos azuis e diáfanos, o cabelo encarapinado cor de esquilo, a majestade impávida do seu mordomo de todos os dias, trazendo na mão a xícara com a infusão de papoulas com goma. Agarrou-se sem forças às bordas da banheira e surgiu dentre as águas medicinais com um ímpeto de delfim, imprevisto num corpo tão depauperado.
? Vamos embora ? disse. ?Voando, que aqui ninguém gosta de nós.
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pablobrodrigues 10/08/2022

#resenha | «O General em seu labirinto», Gabriel García Márquez [Tradução de Moacir Werneck de Castro] (Record, 1989)*
A leitura pode ser entendida como uma das atividades mais sublimes que um ser humano pode realizar. Desvendar um código, como as letras, é algo que permite ao leitor a entrada em mundos desconhecidos, em mares nunca antes navegados. A Literatura vista como um desses mundos é um espaço que está aberto a todos. Há uma porta aberta esperando somente, que entrem por ela.

Sendo a Literatura esse mundo e compreendendo as páginas de um livro como um meio que permite a entrada, este mesmo livro não é somente o caminho para um novo lugar, como também é a chegada. Dessa forma temos a narrativa do escritor Gabriel José García Márquez como a estrada e a chegada a esse universo literário. Por meio de seus escritos podemos sentir o aroma e o clima de uma América Latina muitas vezes somente idealizada e desconhecida.

O General em seu labirinto é um dos brilhantes livros escritos por esse autor colombiano, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura (1982). De construção singela o livro é um tipo de narrativa que nos leva a olhar para a história Latino-americana através de uma percepção nova. Não importa se somos estudiosos da literatura, historiadores, leitores em início da jornada, a escrita de Márquez consegue nos cativar e nos prender. A simplicidade do autor não significa falta de exímio trabalho. Em agradecimentos que acompanham a edição de O General em seu labirinto, lançada pela editora Record (1989) tradução de Moacir Werneck de Castro, ele nos revela a complexidade de escrever os últimos dias da história do grande Simón Bolívar. Escolhendo um “tempo menos documentado da vida do general” indicando que “fundamentos históricos” não foram à centralidade do seu projeto.

Temos então, em O general em seu labirinto, não a presença do glorioso Bolívar, aclamado no ano de 1813 como Libertador da Venezuela, ou o grande personagem histórico simplesmente, mas um General que “já esta carcomido pela moléstia”, um Bolívar completamente desconhecido. O autor coloca em discussão em seu livro questões como a monumentalização do grande General, tocando em pontos como a reconstrução do próprio discurso histórico.

Alberto Manguel nos aponta que um monumento sempre traz a inscrição “lembre-se e pense”, e essa é a nossa atitude diante da imagem histórica do General Bolívar. Uma estátua equestre do General sobre uma base de granito em plena cidade do Rio de Janeiro gera em nós o sentimento de magnitude, e entendemos que somente os grandes homens podem ocupar tal espaço. Os elementos de uma estátua declaram interruptamente que os tempos não podem apagar o que este símbolo representa.

Porém, o que vemos na escrita de Márquez é um comandante que agora pertence ao passado, que rememora os tempos de glória. Uma personagem que deixa evidente que morrerá, nos apresentando uma monumentalização às avessas, ou em palavras de Joachim du Bellay “Aquilo que é sólido, pelo tempo é destruído,/ E aquilo que passa, resiste ao tempo”. O processo de humanização contido nas páginas d’O general em seu labirinto faz com que o leitor tenha uma aproximação com um Bolívar desconhecido. Doença, fragilidade e cansaço são intempéries da vida que só atingem ao humano, e não ao monumento. Detalhes esses que são extremantes bem elaborados por Gabriel García Márquez e que passam a somar à imagem coletiva do grande Libertador.

O autor não só demonstra os elementos de fragilidade como também elementos como o amor e amizade. José Palácios não é somente o “servidor mais antigo”, mas é também digno de estar presente no fim da história do General, é o servo que é “cumplice em tudo”. É uma espécie de secretário que desempenha o papel de confidente, “José Palácios sabia o quanto o general era sensível”, “o viu lutando para conter as lágrimas”. Para Palácios a maior herança, portanto, é morrer com o General.

García Márquez destaca ainda a grande relação de um general e suas inúmeras mulheres, entre elas, Manuela Sáenz, que o acompanha nos últimos dias de sua vida, ainda que em pensamento, e também as suas amantes, que buscava inutilmente esconder. Todas as personagens que giram em torno do grande General morrem sem a glória de um dia antes desfrutada, e ainda reforçam a decadência de um Bolívar abandonando.

O leitor se surpreende ao encontrar essas histórias paralelas a do General e de ler em certos momentos a história de simples personagens. Um caso particular no livro é o da cozinheira Fernanda Barriga, uma “índia plácida, gorda, tagarela”, que ocupava um papel de destaque na vida do General. Chamada por Carreño, especialmente, para cuidar da falta de apetite de Bolívar durante a viagem de exílio, pelo rio Magdalena, essa personagem pode apontar para essa “nova história”, em que apresenta o grande e o pequeno. Uma história olhada por baixo.

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Saindo dessa “história tradicional” e essencialmente política, que se interessa pelas grandes figuras públicas em detrimento de uma história da arte, da ciência, do medo, García Márquez constrói sua obra levando em consideração tema ocultos que permeia a vida do Grande Símon Bolívar. Se os últimos dias do Libertador são desconhecidos, de raros documentos, o autor boliviano reconstrói a história pelas lacunas documentais, não tendo a serviço a historiografia simplesmente, mas a literatura. A história nas páginas de O General em seu labirinto é entendida através de elementos esquecidos: um secretário, uma cozinheira, entendendo que “tudo tem um passado que pode em princípio ser reconstruído e relacionado ao restante do passado.”

O General em seu labirinto é um dos grandes livros de uma literatura que segue a grande temática latino-americana, mas que ao mesmo tempo não se resume nisso. Sendo, então, a porta, o caminho, e a chegada ao mundo Literário. Entrar nesse universo de grandes frases será um deleite para os que ousarem ler as páginas de Gabriel Gárcia Marquez.

REFERÊNCIAS
BURKE, Peter. A escrita da história: novas perspectivas. Tradução: Magda Lopes. São Paulo: UNESP, 1992.

MANGUEL, Alberto. Lendo imagens: uma história de amor e ódio. Tradução: Rubens Figueiredo. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

MÁRQUEZ, Gabriel Garcia. O general em seu labirinto. Tradução: Moacir Werneck de Castro. Record: Rio de Janeiro, 1982.

site: https://pablobrodrigues.wordpress.com/2013/11/19/um-secretario-uma-cozinheira-e-um-general-de-pablo-rodrigues/
Leticia 10/08/2022minha estante
Que resenha! Convenceu-me a tirar meu exemplar que está parado na estante há anos e começar a ler o mais rápido possível.


pablobrodrigues 10/08/2022minha estante
Obrigado, Leticia. Fico feliz com sua leitura e apoio. Depois me conte como foi ler o Márquez de «O General em seu labirinto». Forte abraço. Se cuide. ?




laura 17/06/2022

-Eu não existo
A Alasca me fez entrar no labirinto de Bolívar, me
prendendo junto dela nesse enigma tão
fascinante!

Por mais que a personagem do John Green tenha
me colocado no labirinto do general, ver os
últimos momentos de Bolívar e entrar em suas
aventuras e pensamentos foi extraordinário.

A humanidade de uma figura tão incrível é algo
maravilhoso de se ler, Garcia Márquez é perfeito.

Obrigada Alasca, você me colocou em um
labirinto que eu não fazia ideia que queria entrar!

Demorei um pouco para ler, mas vale muito à
pena!

//
"Estou condenado a um destino de teatro"

"-Vamos morrer!-disse.
O general o arremedou de bom humor:
-Não mais do que já estamos."

"Por favor, carajos, deixem-nos fazer sossegados a nossa Idade Média!"

"As vidas não acabam só com a morte-disse o general- Há outras maneiras, incisive algumas mais dignas"

"Nunca mais tornarei a me apaixonar, é como ter duas almas ao mesmo tempo."

"Como sairei eu deste labirinto?"
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limagovea 01/05/2022

te amamos, Gabo
A escrita de García Márquez é impressionante pela sua capacidade de poetizar qualquer situação.

Sofri para terminar, mas vale a pena passar por todas as descrições. Conhecer de perto personalidades que fazem parte da nossa história é uma puta experiência.
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filipetv 21/04/2022

Das cidades colombianas que visitei, não há uma sequer que não tenha um bairro, uma rua, uma praça cujo nome não homenageie Simón Bolívar. Nessas cidades, são inúmeras também as estátuas do Libertador em seu cavalo com a espada em riste ou em posição altiva. Porém, na biografia romanceada "O Genral em Seu Labirinto", Gabriel García Márquez retarata um Bolívar decadente, adoecido e tão humano quanto qualquer um de nós.

Depois de ler o capítulo "A Última Face", de Álvaro Mutis, García Márquez pediu ao amigo que não continuasse a história, pois ele gostaria de escrever sobre o Libertador. Então mergulhou em dezenas de obras sobre Bolívar e sua época, além de ler milhares de cartas que o general escreveu durante sua campanha hercúlea para liberar o continente da metrópole espanhola.

Mas ao contrário do que essa pesquisa poderia sugerir, o autor decidiu escrever sobre uma parte da vida de Bolívar que mais carece de fontes e documentação: sua última viagem descendo o rio Magdalena entre Bogotá e a costa caribenha, um percurso que o próprio García Márquez fez durante o período em que estudava na capital e visitava os pais em Sucre.

Nos oito capítulos que compõem a obra, a narrativa acompanha o sofrimento de um homem em despedida: do país, da vida, mas, principalmente, do poder, um tema recorrente na obra de García Márquez. Nos primeiros quatro capítulos, acompanhamos a viagem em si pelo rio, já nos quatro restantes, viajamos por algumas cidades do caribe colombiano, até a derradeira Santa Marta, onde Bolívar veio a falecer em 17 de dezembro de 1830, dezenove anos após o início de sua empreitada libertadora. Durante essa trajetória, vários flashbacks revelam momentos marcantes da biografia do general.

Muito elogiado pela crítica, "O General em Seu Labirinto" é um exercício interessante, pois pela primeira vez García Márquez se viu restringido a utilizar os dados da sua pesquisa não para criar um personagem, mas para compor uma figura real em um momento de sua vida carente de referências, o que dá mais uma prova da capacidade ilimitada do autor de não só criar realidades, mas de recriar o que sempre existiu.
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Ludimila 17/04/2022

?- Carajos! - suspirou. - Como vou sair deste labirinto??
Conheci e me interessei pelo livro por causa de ?Quem é você, Alasca?? então decidi comprar.

Sinceramente, a história não me prendeu, é tanto que passei meses lendo. É interessante até certo ponto, mas depois fica muito parada porque é mais do mesmo.

O livro fala sobre um general que está consumido pela tuberculose e pela febre. Sua mente febril é como um labirinto no qual se misturam visões e lembranças.

O livro inteiro é relatando sua última viagem também.



Legalzinho, mas não leria novamente.
heve 14/06/2022minha estante
Quero ler ele por causa da Alaska, sei que provavelmente odiarei, mais quero ver ele como a Alaska viu


Ludimila 15/06/2022minha estante
Li nesse mesmo pensamento, mas realmente não gostei tanto do livro ?




Tony 07/03/2022

Um grande personagem da história nos países sul americano. Lutador de sua própria história de sua solidão desde de criança.
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lubeilke 05/11/2021

"O General em seu Labirinto", de Gabriel Garcia Márquez
A obra “O General em seu labirinto” tem como personagem central Simón Bolivar, mas não mais o grande general libertador das Américas. Gabriel Garcia Márquez tem como ponto medular de sua obra o general Simon Bolivar em seu âmago, após ter renunciado à presidência da Grã-Colômbia, expectando que o peso da liberdade da América se dispersasse de seus ombros, contudo não é factível experenciar leveza alguma ao abdicar do desejo mais profundo de seu espírito e da substância que lhe dá sentido à vida. Portanto, Garcia Márquez toma o epílogo da vida de Simón Bolívar para conduzir sua obra, discorrendo em relação à viagem do desterrado general por cidades venezuelanas, às margens do Rio Magdalena, intuindo embarcar em direção à Inglaterra, enquanto tomado pela melancolia e sob o peso de sua renúncia.
Preliminarmente, a predileção de Garcia Márquez em se debruçar sobre a narrativa do final soturno da vida de um general epopeico, que lutara em grandes batalhas e atravessara valentemente os Andes, se apresenta de maneira monótona. Não obstante, no decorrer da narrativa reconhece-se a importância de tal recorte, a partir das reflexões e devaneios do personagem, pois na solidão e na melancolia é que desnudam-se os mistérios mais substanciais do íntimo do indivíduo. Dessa forma, Garcia Márquez evoca o lado humano e frágil de Simón Bolivar, pormenorizando seus traços mais insólitos e profundos, desconstruindo a misticidade e a ideia homogênea consolidada sobre este.
Contudo, a narrativa não se constitui de maneira homogênea, se debruçando apenas sobre a solidão e melancolia de Simón Bolivar. Ao passo que Garcia Márquez evoca a humanização sobre o personagem, o autor conjura também bravos feitos históricos e instantes de vigor súbito de Simón Bolivar. O desterrado e desvalido general, permanecia vivo sendo alimentado pela memória dos seus anos de glória. Um general perdido em um labirinto de recordações e conflitos interiores, acometido pela solidão e pelo seu sonho perdido de América.
Dessa forma, o autor conduz o leitor por um caminho inconstante, trazendo à luz um diálogo entre as faces “heroica” e “humana” de Simón Bolivar. Este amalgama entre a melancolia e a heroicidade, desenvolvido com maestria por Garcia Márquez, transmutam a figura de Simon Bolívar em uma representação de uma utopia, um sonho inglório de América. Ou seja, Garcia Márquez articula uma ressignificação sobre este personagem e como podemos pensá-lo na conjuntura atual da América Latina.
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alex 30/09/2021

O general em seu labirinto, de Gabriel García Marquez (1989)
Após comprar por impulso (e por conta do autor), descobri tratar-se de uma biografia romantizada dos últimos meses de vida do venezuelano Simon Bolívar, que no século XIX lutou pela independência de diversas regiões da América "espanhola", com o propósito de uni-la em um grande Estado.

É uma leitura diferente pra quem está acostumado com as grandes obras do autor. Além disso, a ignorância sobre os locais e dos grandes nomes presentes na história, sem dúvida, retiram grande parte de seu brilho e prazer.

Não há uma grande discussão psicológica, política ou filosófica. O foco é na descrição dos acontecimentos desse última parte da vida de Bolívar.

Não recomendaria a leitura, exceto por alguma curiosidade específica sobre o tema.
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Beatriz 27/07/2021

muito bom
no começo desse livro eu estava pensando em abandoná-lo, pois estava achando muito sem graça, mas conforme foi passando, foi aparecendo mais história da vida do general eu fui gostando. Até chegar no final, eu amei o final, não acredito que achei esse livro ruim no começo.
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Alessandro117 16/06/2021

Cara...
Meu deus, o Gabo a cada livro faz-me apaixonar mais e mais por sua escrita. Ele consegue transportar-me para o lado do Simon de Bolívar e toda a sua jornada, de uma derrota e um ícone que ruiu. Criei empatia pelo Bolívar e até mesmo sua causa panamericana! Obrigado Gabo, por mais está obra.
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Giany.Alves 18/04/2021

O Grande General
O livro traz um pouco da história do grande General Simon Bolívar que lutou pela libertação e sonhava com a unificação da América Latina, o grande Gabriel Garcia Marques narra no livro os últimos acontecimentos de Simon Bolívar, logo após renunciar ao cargo de presidente, contando sobre os fatos acontecidos e abrindo espaços para recordações do passado.
Apresenta os últimos meses de vida, o agravamento da sua doença e apresenta um pouco sobre a personalidade e a obstinação de ajudar o povo no sonho da libertação e união.
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Cibele 31/01/2021

Maravilhosa
Ótima leitura, Gabo sempre surpreende com a sensibilidade e a forma como coloca as suas narrativas, neste caso inspirado na tragetoria de Simon Bolívar.
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Wb_Lobo_07 12/01/2021

O Final épico de um grande herói
Esta é a primeira resenha que faço aqui no Skoob, e começo com um livro que une duas figuras extremamente fascinantes. O primeiro Gabriel Garcia Nobel de literatura e na minha opinião o melhor autor latino-americano de todos os tempos, o segundo o General Simón José Antonio de la Santíssima Trinidad Bolívar y Palácios Ponte-Andrade y Blanco, o Libertador, que também na minha opinião um dos maiores nomes da história da américa latina.
Confesso que chego a esse livro como o final de uma jornada, após conhecer a fundo a história de Bolívar, através de outros livros, séries e documentários. Passando por sua infância em San Mateo, sua glória, aclamação como libertador, as traições do jogo político chego ao fim de sua jornada, onde este chega pobre e “sozinho”.
Os personagens do livro já eram bastante conhecidos por mim, com suas características e temperamentos, a narrativa de Gabo nos transporta para junto do General nos seus últimos dias, acredito que se tivesse vindo direto para este livro seria como começar uma série pelos capítulos finais onde muita coisa passaria despercebida ou faltando alguma conexão.
Por fim o livro se apresenta a mim como a união de dois gênios sendo totalmente fascinante.
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