Ubirajara | Iracema

Ubirajara | Iracema José de Alencar
José de Alencar
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Resenhas - Ubirajara


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Francisco.Antonio 17/09/2016

Ubirajara 1ºA
Ubirajara era um índio guerreiro da tribo araguaia que, por sua força, coragem e habilidade, conseguia tudo o que queria. Ganhou o nome Jaguaré

Um dia, durante uma caçada, conheceu a virgem Araci, da tribo tupi, e por ela se apaixonou. Ela, também interessada nele, lançou um desafio: aquele que fosse o melhor guerreiro ficaria com ela.

Enquanto preparava-se para a luta, Jaguaré envolveu-se em uma longa luta com um guerreiro tupi, da qual saiu vencedor. Levou o adversário como prisioneiro para sua tribo, para que fosse morto a seu tempo.

Foi então para a tribo dos tocantins lutar pelo amor de Araci. Venceu o desafio mas, quando revelou a sua identidade, descobriu-se que o índio que ele havia aprisionado era irmão de sua amada. Ubirajara então voltou à sua tribo, libertou-o e convocou os araguaias para lutar contra os tocantins.

Quando se preparavam para a batalha, os araguaias souberam que os tapuias também estavam em guerra contra os tocantins e queriam uma aliança. Ubirajara, no entanto disse que não queria ajuda nenhuma e derrotaria os dois grupos. Na batalha entre os tapuias e os tocantins, morre o maior guerreiro dos tapuias e o chefe dos tocantins perde a visão.

Quando os araguaias chegaram à tribo tocantins para a luta, Ubirajara pediu para que o chefe cego atirasse para o ar. Ele também atirou e, com as duas flechas cruzando no ar, foi selada a paz. Assim, Ubirajara tornou-se marido de Araci e deu a ela Jandira como escrava. Ela, por sua vez, a deu ao marido como esposa. Assim, Jandira e Araci tornaram-se esposas do maior guerreiro araguaia tocantins.

A união dessas duas tribos deu origem a uma nova nação, denominada ubirajara!
Luciane.Bastos 25/09/2016minha estante
Ótimo resumo, mas faltou uma análise crítica ao final. Nota: 1,5.




Nivea.Coelho 16/09/2016

Ubirajara - 1º A
É um livro do gênero romance, foi escrito em 1874, por José de Alencar. Neste livro narra a história da formação da nação Ubirajara, que tem como personagem principal Jaquaré (Ubirajara), um jovem caçador da nação Araguaia, e seu objetivo era ir à terras distantes, capturar um prisioneiro e conquistar o tão desejado título de guerreiro.
Um dia caminhando à beira do rio Tocantins-Araguaia, depois de muitos dias na mata, ele encontra Araci, da tribo Tocantim, uma virgem muito belo a qual ele se apaixonou, ela propôs um desafio a ele, que fosse mais forte e temido guerreiro ficaria com ela, então Jaguaré aceitou o desafio que foi lançado. Mas antes de retornar para tribo, Pojucã, seu irmão, se encontra com Jaguaré, se envolveram m uma longa e grande luta, mas no final o jovem Araguaia saiu vencedor. Então levou Pojucã como prisioneiro para sua tribo (Araguaia), onde será reconhecido como Ubirajara. Depois, Camacã, o grande chefe da nação Araguaia e pai de Ubirajara, reconheceu a valentia de Ubirajara e o nomeou como chefe da nação.
Na noite anterior, Ubirajara sonha com Araci, mas sendo interrompido por Jandira, que foi escolhida para ser sua esposa, porém, ele não queria, mas, pois tinha se apaixonado por outra virgem. Insatisfeita com essa decisão, Jandira saiu pela selva. Ao chegar a grande taba dos Tocantins, Ubirajara é escolhido por Itaquê, o grande chefe dos Tocantins, Itaquê não poderia perguntar origem nem nome, então o jovem Araguaia tinha que escolher um novo nome e o escolhido foi Jurandir. Depois de muitas provas, Jurandir se tornou vencedor do desafio, mas quando revelou sua verdadeira identidade, foi descoberto que o índio (Pojucã) que ele havia aprisionado era irmão de sua amada. Ubirajara então voltou para sua nação, libertou Pojucã e reuniu os araguaias para lutar contra os tocantins.
Quando se preparavam para luta, os araguaias souberam que os tapuias também estavam em guerra contra os tocantins, e queriam aliar-se aos araguaias, no entanto, Ubirajara disse que não queria ajuda e derrotaria as duas tribos. Nessa batalha morre o chefe dos tapuias e o dos tocantins, perde a visão. Quando os araguaias chegaram a tribo Tocantim para a luta, Ubirajara pediu para o chefe da nação Tocantim que atirasse uma flecha para o ar, e ele também atirou, selando portanto, a paz.
Assim, Ubirajara tornou-se marido de Araci e deu a ela Jandira como escrava, mas Araci resolveu dar também Jandira como esposa para ele. Desde então Jandira e Araci se tornaram esposas de Ubirajara. A união dessas tribos deu origem a uma outra nova nação chamada, nação Ubirajara, que dominou o deserto por muito tempo.
Luciane.Bastos 25/09/2016minha estante
O resumo está muito bom, mas faltou uma análise crítica ao final. Nota: 1,5.




z..... 08/09/2016

Edição da Editora Egéria - 1979
Apenas o registro da primeira leitura que fiz do romance. Essa edição é ilustrada, fato que me instigou a ler o livro na adolescência, e está bem organizada na disposição das notas de referências. Tinha essa edição, mas doei para uma biblioteca.
Caracterizando algo, foi o último romance indianista do autor, escrito em um período próximo de sua morte, e é o mais distanciado do período da colonização. O cenário é a região do Tocantins em um momento pré-Cabral.
Como se sabe, é altamente idealizado, com o indígena sendo valorizado como nunca foi no olhar do colonizador. Lembrei dessa e outras obras indianistas quando li "O paraíso destruído", do frei Bartolomé de Las Casas.
Para conhecer uma bonita e idílica história sobre o índio, essa é uma boa pedida, mas para saber da realidade da colonização, o livro do frei é impactante e recomendado.
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z..... 08/09/2016

Edição da Martim Claret - 2005 (Coleção Obra Prima de Cada Autor)
Calai ao soar da inúbia e escutai essa maranduba.
No caminho da aratuba, às margens do Tocantins pré-Cabral, contam as lendas sobre os Ubirajaras, senhores da lança. Nação formada pela união dos guerreiros das araras com os guerreiros dos tucanos, a quem os cantores chamavam de Araguaia e Tocantim.
A história começou no encontro da onça com a estrela do dia, o araguaia Jaguarê e a virgem tocantim Araci, unidos pelas chamas da alegria, mais veloz que o tapir e mais bonita que o guanambi, nas matas do taari. Nessa lenda, a onça tornou-se o morubixaba de sua nação, ao ser o único a disparar a pahã do forte arco de Camacã, seu pai, o maior chefe dos araguaias, e derrotar o poderoso Pojucã, matador de gente, a quem desconhecia a origem tocantim. A onça se tornou o hábil Ubirajara, nome de guerra após o confronto com Pojucã, e parte como o desconhecido Jurandir em busca de sua estrela diurna, renunciando ao amor de sua prometida Jandira, a virgem com sorriso de mel, que entregou ao prisioneiro tocantim como esposa de túmulo.
Juracir é recebido na nação tocantim, sem revelar sua verdadeira origem, e numa disputa pela mais bela virgem, Araci, conquista o direito de desposá-la. Itaquê, pai e líder dos guerreiros tucanos, ao descobrir a identidade do desconhecido visitante, principalmente como o vencedor da luta contra seu filho Pojucã e futuro algoz do mesmo, o afasta da tribo sem sua esposa Araci.
Em desdobramentos diversos, a nação tocantim enfrenta a nação tapuia e Ubirajara liberta Pojucã para auxílio de sua tribo. Itaquê é ferido em um episódio esdrúxulo e, mesmo assim, derrota o morubixaba Canicrã, líder dos tapuias. Outras batalhas se desenrolam e os tucanos saem vencedores, mas com uma perda significativa, referente à invalidez de seu maior líder, Itaquê.
Nenhum guerreiro é capaz de substituí-lo por não conseguir disparar seu arco, nem mesmo o forte Pojucã, seu filho, e é esse o cenário para Ubirajara se tornar o líder das duas nações. O mesmo une os dois arcos, fortes como o ubiratã, e dispara duas pahãs que se encontram nos ares, celebrando uma união lendária a partir dali, com suas esposas Jandira e Araci.

A história tem um desenvolvimento simples e o que a torna atrativa é o ar lendário caracterizado por Alencar. Às vezes o indígena parece um semideus grego, mas com um código de honra samurai, sendo heroico e imponente em um idealismo mais que exagerado. Outras vezes a concepção ao indígena mostra uma selvageria impiedosa e bárbara, o que acontece em relação aos tapuias. No final das contas, é como uma inusitada história de cavalaria, com direito a torneio pela princesa e idealização de um lendário herói romântico. Pontos, afinal, buscados no indianismo.
É um dos últimos livros do autor e uma coisa que só agora prestei atenção, referente à biografia, está na idade que faleceu. Aquela barba ao estilo D. Pedro II faz pensar em um sexagenário, mas a realidade é que o autor faleceu com apenas 48 anos. Vitimado pela doença que talvez tenha mais matado grandes escritores do século XIX, a tuberculose.

Gostei da obra, mas detestei essa versão da Martim Claret (2005). Aff! Fico invocado de lembrar que troquei uma edição antiga da Editora Egéria, que gostava e onde li pela primeira vez o romance, por essa. Fato para padronizar meu acervo e reduzir espaço. Não gostei dessa edição por ter suprimido todo o texto final do capítulo I, onde Jaguarê vence Pojucã e tem seu lendário grito assumindo a identidade de Ubirajara; também pelas limitações nas notas de referência, que para mim são uma atração à parte na exploração à linguagem tupi. Tiraram muita coisa. Por causa disso vão as três estrelas em uma obra que merece cinco.

Quando lembro que troquei minha edição anterior, que também era ilustrada (doei para uma biblioteca), por essa...
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Nena 13/02/2016

Ubirajara é uma história de amor e guerra entre duas tribos rivais. Diferente dos dois outros romances de José de Alencar, com abordagem indígena, nesse, o amor não é entre índios e brancos, e sim, entre tribos rivais.
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Lu 04/09/2015

Por que valeu a pena ler Ubirajara ?
Quando peguei na minha estante, o livro Ubirajara para ler, minha intenção era retomar com ele meu ritmo de leituras que há muito tempo eu não conseguia manter.Então por ser um livro pequeno me impus uma meta de 2 dias para lê -lo, no entanto essa meta sucumbiu já nas primeiras linhas e só completei toda a leitura no dobro do tempo:4 dias. É que Alencar, já nos avisa que será uma leitura com overdose de palavras estranhas a nós, pois é claro, não faz parte da nossa cultura, nem do nosso dia-a-dia. Então, se me dão licença para um conselho: leiam Ubirajara, com um dicionário ao lado, pois isso irá permitir curtir a leitura com mais prazer e claro, compreensão.
Outro fato que me chamou atenção na leitura de Ubirajara é a importância que se da aos 'nomes', nessa cultura . A nós, cabe carregá -lo esse que nos é dado desde que nascemos para sempre, seja como fardo ou como presente.Não importa, gostando ou não carregaremos o nome até a morte. Alencar, nos diz que ali não. Ali o nome exerce uma função temporária.Dura apenas o tempo necessário para identificar seu dono, até que ele por um feito maior conquiste a glória de carregar consigo um nome que faça jus a ele. E aí, pensando nisso , fiquei pensando. E se nós, também tivéssemos essa oportunidade de mudar de nome ao longo da nossa vida?Será que usariamos ao nosso bel-prazer essa regalia ou manteriamos a nossa identificação que nossos pais escolheram pra nós? E se pudéssemos escolher, qual seria o meu nome agora? E o seu? enfim....rs.
O último e não menos importante ponto que me chamou atenção na história de Ubirajara, podem acreditar não foi Ubirajara/Jaguare /Jurandir. Na verdade, o protagonista não me conquistou e achei que durante todo o percurso o que Alencar queria era justaumente isso, que ele figuraesse nos nossos sonhos como o nosso herói! afinal, ele é o mais forte, o mais veloz, o maís perspicaz , o mais corajoso e destemido, e o mais e mais e mais e mais. Mas, se você já leu Ubirajara e não prestou atenção no que vou dizer agora, proponho que o releia e se atenha a duas figuras que passeiam pela história de Ubirajara como coadjuvantes , mas que pra mim foram as responsáveis por me fazer gostar e indicar o livro pra todo mundo. Tratam-se de Jandira e Araci. Alencar nos conta que as mulheres não tem voz, não tem vontade na cultura indígena. Isso fica muito claro, tanto na comemoração da festa do guerreiro como na festa de hospitalidade oferecida a ele na nação Tocantim . Elas ficam à parte na primeira, só assistindo a comemoração dos homens como meras espectadoras, são submissas, obedientes ... até que prestamos atenção em Jandira, que cansa de esperar pelo seu noivo no dia seguinte à festa do guerreiro e vai atrás dele, para saber se ele não vai cumprir sua palavra e casar com ela. Até que a mesma Jandira não pensa duas vezes antes de fugir de sua aldeia, pra não ter que se casar com um prisioneiro do seu amado, apenas porque ele mandou que ela assim o fizesse. E digamos de passagem era muito conveniente para ele que fosse dessa forma. Quanto à Araci, é descrita como a mais desejada virgem da nação Tocantim e já nos seus primeiros diálogos com Jaguare ela propõe que ele se junte aos outros 100 pretendentes que a desejam na sua aldeia, ganhe a todos na tal competição que estava programada, para que ele como vencedor possa receber o grande troféu cobiçado por todos, que nesse caso é ela.
Araci, já nós mostra que não é modesta, e recebe de Jaguare um sonoro não, nesse momento. Porém, capítulos mais a frente observamos, agora já como Ubirajara, o guerreiro entrar na aldeia Tocantim disposto a conquistar a esposa Araci custe o que custar...mais uma vez, vemos aí o poder que uma mulher tem, até mesmo numa cultura onde ela supostamente, não tem poder algum.
Araci ama o guerreiro, mas não vê problema nenhum em dívidi-lo com outra mulher . Até mesmo porque ficamos sabendo que em sua casa sua mãe dividiu o amor de seu pai, com outras mulheres. Mas, quando ela propõe isso a Jandira, esta se recusa, pois diz com todas as letras que a rival "...não sabe amar o guerreiro, que a escolheu para mãe de seus filhos ". Ela nunca ofereceria sua rede de esposa a outra mulher...
Duas mulheres, dois amores e duas formas diferentes de se amar o mesmo homem... No final, Alencar consegue conciliar de forma poética e satisfatória o amor das duas mulheres... Aquelas, consideradas as submissas, sem voz numa cultura tão patriarcal, mas que souberam fazer com que suas vontades fossem satisfeitas até mesmo pelo mais forte, destemido e corajoso guerreiro que todas nações já viram... :-)

Ah! E pensando no amor dessas duas mulheres. Com quem você se identifica mais? Com Jandira ou com Araci? :-)
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Miria80 22/07/2015

Protagonista muito egocêntrico
O autor disse que esse livro é irmão de ''Iracema''. Concordo em partes, porque ambos contam histórias indígenas. Mas ''Iracema'' tem muito mais romantismo, suavidade e paixão. ''Ubirajara'' só trata de feitos heroicos do personagem principal, suas lutas, guerras e disputas pela noiva desejada. Não consegui enxergar por exemplo nenhum romance amoroso entre os personagens, parece que tudo é apenas um ''capricho''. O protagonista Jaguarê (também chamado de Jurandir, Ubirajara), é muito egocêntrico, sei lá, parece que ele se acha muito rs. E na minha opinião, isso é o que mais deixou o livro chato. Parece que ele acha que o mundo gira ao redor dele. Enfim, José de Alencar tem romances maravilhosos. Eu ainda estou bem longe de ler todos eles, mas pretendo chegar nesse nível e acho que já posso concluir que ''Ubirajara'' é o mais fraquinho.
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Gi Marinho 09/02/2015

Narra a história de um índio tupi, que quer torna-se grande guerreiro (ubirajara significa "senhor da lanças" ou pra nós, lanceiro). É um livro no qual o autor, José de Alencar tenta criar um "herói nacional" na literatura o qual nos falta, tenta também mudar a imagem do índio para a sociedade da época (período do império) em que o índio era visto como um selvagem. O livro foi feito com base em muita leitura e estudos de Alencar, portanto, não é só fruto de sua cabeça, mas, também embasado no que realmente se sabia sobre os índios dessa época, fato que se pode comprovar ao ler o livro, com muitas notas de rodapé (algumas tomando a página inteira) explicando o significado das palavras e dos costumes indígenas.
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B. Soares 10/07/2014

O pior - e o mais cansativo - romance que já li.
Aprende-se bastante com Alencar, não há dúvida, sobretudo quando trata-se de palavras novas, eruditas às quais o famoso romancista cearense sempre buscou introduzir em suas obras. Neste romance ele exagera - e muito!
O excesso de termos indígenas tornam a estória de difícil compreensão e de lento transcorrer. As descrições são muito extensas, e, não bastasse as já citadas razões, o personagem tem seu nome alterado por/em várias ocasiões no decorrer de sua vida. Jurandir, Ubirajara, enfim...

O romance é embasado unicamente nos feitos heroicos - na tradição indígena - do jovem guerreiro que dá nome à obra. Sua infância e juventude, as batalhas nas quais se envolve, sua ascensão: Ubirajara, através da hábil pena alencarina, percorre velozmente as matas cearenses e tem - devo dizer - um fim merecido.

Não aconselho-vos a lerem-no.
Há melhores, lembrem-se!
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nerito 03/03/2013

Ubirajara, o Senhor da Lança
Jaguarê é um jovem índio da tribo araguaia, filho de Camacã, líder supremo. Apesar de sua fama como exímio caçador, o rapaz deseja realizar uma façanha de guerra e assim receber um nome de guerreiro e galgar melhores posições junto ao seu povo.

Mas o que antes era uma busca por realização pessoal torna-se uma épica jornada de amor e superação, quando Jaguarê se encontra por acaso com Araci, bela filha do chefe dos tocantins. Apesar do interesse mútuo, os jovens são de tribos rivais e Jaguarê sequer tem a posição social necessária para disputar o amor de Araci.

A oportunidade surge então para o rapaz quando, pouco depois de se despedir de Araci, Jaguarê encontra Pojucã, campeão dos tocantins. Numa luta equilibrada, Jaguarê acaba perdendo sua lança para o adversário, que não imaginava que a arma obedecia apenas a seu mestre. A lança se volta contra Pojucã, que acaba derrotado. Assim Jaguarê, por ter vencido o mais forte guerreiro dos tocantins, assume o nome de Ubirajara, o senhor da lança.

Escrito por José de Alencar e publicado em 1874, esse romance indianista apresenta um texto composto de frases e parágrafos curtos, com verbos em geral no tempo presente, o que garante ao texto certo dinamismo. Alencar procura valorizar um vocabulário indígena, o que pode muitas vezes soar estranho e artificial.

Ao contrário de muitos romances de Alencar, "Ubirajara" procura explorar as cenas de ação sem deixar de fora o sangue e a violência. Um dos combates em especial nos faz lembrar das lutas de imobilização nos hoje famosos torneios de MMA.

"Os dois campeões recuaram passo a passo até que se acharam a um tiro de arco.
Então soltaram o grito de guerra e se arremessaram um contra o outro brandindo o tacape.
Os tacapes toparam no ar e os dois guerreiros rodaram como as torrentes impetuosas no remoinho da Itaoca.
Dez vezes as clavas bateram, e dez vezes volveram para bater de novo.
Os animais que passavam na floresta fugiram espavoridos, como se a borrasca ribombasse no céu.
Ainda uma vez encontraram-se os dois tacapes e voaram em lascas pelos ares.
O ubiratã é forte; mas há outro ubiratã que lhe resiste. Como o braço de Pojucã é que não há outro braço. Já viste, jovem caçador, o veado nas garras da jibóia? Assim vais morrer.
Se tu fosses a cascavel que somente sabe morder, Jaguarê te esmagaria a cabeça com o pé e seguiria seu caminho. Mas tu s a jibóia feroz; e Jaguarê gosta de estrangular a jibóia. Não morrerás pelo pé, mas pela mão do caçador. Lança teu bote, guerreiro tocantim.
Pojucã estendeu os braços e estreitou os rins de Jaguarê, que por sua vez cingiu os lombos do guerreiro.
Cada um dos campeões pôs na luta todas as suas forças, bastantes para arrancar o tronco mais robusto da mata.
Ambos, porém, ficaram imóveis. Eram dois jatobás que nasceram juntos e entrelaçaram os galhos ligando-se no mesmo tronco."

O trecho acima ilustra um dos muitos momentos em que a ação recebe grande destaque no enredo.

É importante observar que Alencar, normalmente tão descritivo, acaba sendo sucinto demais em suas descrições. Acredito que isso rouba um pouco a força do romance.

Outro aspecto que deve ser destacado é o uso dos nomes próprios pelos personagens e como o próprio herói muda de nome ao longo da aventura. Jaguarê, após se tornar Ubirajara, dias depois adota o nome de Jurandir, que usará enquanto disputar o amor de Araci.

A despeito dos preconceitos presentes na obra, vale lembrar que existia sim um projeto indianista de valorização nacional. Não cabe aqui a discussão ou defesa desse projeto. Aponto somente que a literatura também cria os seus mitos e tradições, que vão além das lendas orais. Vale destacar assim textos como O Hobbit e O Senhor dos Anéis, tão em voga ultimamente.

Em que Ubirajara se aproxima dessas narrativas épicas? Primeiramente, na posição do herói. Guardadas as devidas proporções, o protagonista do romance de Alencar, assim como os personagens dos livros de J.R.R. Tolkien, enfrenta uma série de desafios, todos ligados a jornadas. O herói está em trânsito constante, símbolo das mudanças a que todo protagonista está submetido. Essas mudanças marcarão o crescimento desse herói. No caso do protagonista do romance indianista, essa mudança também está marcada nos diferentes nomes que o herói assume ao longo de sua jornada.

Da mesma forma que no livro O Hobbit, há em Ubirajara um desafio a ser alcançado. No romance britânico, o desafio é encontrar o tesouro e enfrentar o maligno dragão Smaug. E a busca desse objetivo acaba por desencadear uma terrível guerra. Em Ubirajara, o tesouro é o amor da jovem Araci, filha do chefe supremo dos tocantins. Os acontecimentos que envolvem a disputa pela jovem lançam também Ubirajara em um aguerra que irá selar o destino das tribos.

Por esses e outros motivos, Ubirajara pode apresentar-se ao leitor como uma agradável surpresa. No que se espera uma leitura enfadonha, arcaica, a grande surpresa poderá se apresentar na descoberta de um texto dinâmico e ágil, repleto de romance e aventuras.

Leia outras resenhas no blog:
http://www.oguardiaodehistorias.com.br
ajuliaalves 05/03/2013minha estante
Gostei muito da sua resenha, muito bem destacada a parte das lutas. Vou dar uma olhada no seu site. *.*


nerito 05/03/2013minha estante
Obrigado, Julia! Puxa, seu comentário é um grande incentivo para continuar resenhando! Abraço! ^_^


Gustavo 08/04/2013minha estante
Poxa cara, sua resenha é muito interessante. E como disse a amiga aí de baixo a maneira como você interpretou as lutas foi muito boa.


Paula1735 19/04/2013minha estante
Parabéns!Sua resenha ficou muito boa, também me surpreendi bastante com o livro. Pensei que seria uma leitura cansativa, mas depois que comecei a ler eu achei a história interessante.




Rogerio Costa 19/01/2013

José de Alencar - Ubirajara
José de Alencar retrata muito bem a vida dos indigenas, além de Ubirajara, José de Alencar também escreveu mais dois romances que retratam o mesmo tema: os costumes dos primeiros habitantes do Brasil.
A guerra é uma das principais tema do romance, além da honra, da força e coragem dos guerreiros.
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Lílian 26/11/2012

Eu gosto dos romances indianistas de José de Alencar.
Percebo, claro, que o indígena é estereotipado e até assume traços muito próximos aos dos europeus e que, como tentativa de gerar uma identidade nacional, foi um tanto forçada.
Mas gosto de imaginar a jornada de Ubirajara atrás da índia pela qual se apaixonou, cujo nome me escapa agora, das guerras entres as diversas nações indígenas, dos rituais e tudo mais.
Um romance que se lê muito rápido e que não decepciona.
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Danizita 25/06/2012

Pela margem do grande rio...
Caminha o jovem caçador Jaguarê, que se torna o bravo guerreiro Ubirajara e une duas fortes tribos, tornando-se líder de uma grande e poderosa nação indígena. Li esse livro duas vezes, já faz um tempo, mas me recordo que é bem interessante, porém, não acho que essa obra retrata com fidelidade os índios brasileiros, mas valeu a pena conhecer.
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