Ubirajara

Ubirajara José de Alencar
José de Alencar
José de Alencar




Resenhas - Ubirajara


79 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


nerito 03/03/2013

Ubirajara, o Senhor da Lança
Jaguarê é um jovem índio da tribo araguaia, filho de Camacã, líder supremo. Apesar de sua fama como exímio caçador, o rapaz deseja realizar uma façanha de guerra e assim receber um nome de guerreiro e galgar melhores posições junto ao seu povo.

Mas o que antes era uma busca por realização pessoal torna-se uma épica jornada de amor e superação, quando Jaguarê se encontra por acaso com Araci, bela filha do chefe dos tocantins. Apesar do interesse mútuo, os jovens são de tribos rivais e Jaguarê sequer tem a posição social necessária para disputar o amor de Araci.

A oportunidade surge então para o rapaz quando, pouco depois de se despedir de Araci, Jaguarê encontra Pojucã, campeão dos tocantins. Numa luta equilibrada, Jaguarê acaba perdendo sua lança para o adversário, que não imaginava que a arma obedecia apenas a seu mestre. A lança se volta contra Pojucã, que acaba derrotado. Assim Jaguarê, por ter vencido o mais forte guerreiro dos tocantins, assume o nome de Ubirajara, o senhor da lança.

Escrito por José de Alencar e publicado em 1874, esse romance indianista apresenta um texto composto de frases e parágrafos curtos, com verbos em geral no tempo presente, o que garante ao texto certo dinamismo. Alencar procura valorizar um vocabulário indígena, o que pode muitas vezes soar estranho e artificial.

Ao contrário de muitos romances de Alencar, "Ubirajara" procura explorar as cenas de ação sem deixar de fora o sangue e a violência. Um dos combates em especial nos faz lembrar das lutas de imobilização nos hoje famosos torneios de MMA.

"Os dois campeões recuaram passo a passo até que se acharam a um tiro de arco.
Então soltaram o grito de guerra e se arremessaram um contra o outro brandindo o tacape.
Os tacapes toparam no ar e os dois guerreiros rodaram como as torrentes impetuosas no remoinho da Itaoca.
Dez vezes as clavas bateram, e dez vezes volveram para bater de novo.
Os animais que passavam na floresta fugiram espavoridos, como se a borrasca ribombasse no céu.
Ainda uma vez encontraram-se os dois tacapes e voaram em lascas pelos ares.
O ubiratã é forte; mas há outro ubiratã que lhe resiste. Como o braço de Pojucã é que não há outro braço. Já viste, jovem caçador, o veado nas garras da jibóia? Assim vais morrer.
Se tu fosses a cascavel que somente sabe morder, Jaguarê te esmagaria a cabeça com o pé e seguiria seu caminho. Mas tu s a jibóia feroz; e Jaguarê gosta de estrangular a jibóia. Não morrerás pelo pé, mas pela mão do caçador. Lança teu bote, guerreiro tocantim.
Pojucã estendeu os braços e estreitou os rins de Jaguarê, que por sua vez cingiu os lombos do guerreiro.
Cada um dos campeões pôs na luta todas as suas forças, bastantes para arrancar o tronco mais robusto da mata.
Ambos, porém, ficaram imóveis. Eram dois jatobás que nasceram juntos e entrelaçaram os galhos ligando-se no mesmo tronco."

O trecho acima ilustra um dos muitos momentos em que a ação recebe grande destaque no enredo.

É importante observar que Alencar, normalmente tão descritivo, acaba sendo sucinto demais em suas descrições. Acredito que isso rouba um pouco a força do romance.

Outro aspecto que deve ser destacado é o uso dos nomes próprios pelos personagens e como o próprio herói muda de nome ao longo da aventura. Jaguarê, após se tornar Ubirajara, dias depois adota o nome de Jurandir, que usará enquanto disputar o amor de Araci.

A despeito dos preconceitos presentes na obra, vale lembrar que existia sim um projeto indianista de valorização nacional. Não cabe aqui a discussão ou defesa desse projeto. Aponto somente que a literatura também cria os seus mitos e tradições, que vão além das lendas orais. Vale destacar assim textos como O Hobbit e O Senhor dos Anéis, tão em voga ultimamente.

Em que Ubirajara se aproxima dessas narrativas épicas? Primeiramente, na posição do herói. Guardadas as devidas proporções, o protagonista do romance de Alencar, assim como os personagens dos livros de J.R.R. Tolkien, enfrenta uma série de desafios, todos ligados a jornadas. O herói está em trânsito constante, símbolo das mudanças a que todo protagonista está submetido. Essas mudanças marcarão o crescimento desse herói. No caso do protagonista do romance indianista, essa mudança também está marcada nos diferentes nomes que o herói assume ao longo de sua jornada.

Da mesma forma que no livro O Hobbit, há em Ubirajara um desafio a ser alcançado. No romance britânico, o desafio é encontrar o tesouro e enfrentar o maligno dragão Smaug. E a busca desse objetivo acaba por desencadear uma terrível guerra. Em Ubirajara, o tesouro é o amor da jovem Araci, filha do chefe supremo dos tocantins. Os acontecimentos que envolvem a disputa pela jovem lançam também Ubirajara em um aguerra que irá selar o destino das tribos.

Por esses e outros motivos, Ubirajara pode apresentar-se ao leitor como uma agradável surpresa. No que se espera uma leitura enfadonha, arcaica, a grande surpresa poderá se apresentar na descoberta de um texto dinâmico e ágil, repleto de romance e aventuras.

Leia outras resenhas no blog:
http://www.oguardiaodehistorias.com.br
ajuliaalves 05/03/2013minha estante
Gostei muito da sua resenha, muito bem destacada a parte das lutas. Vou dar uma olhada no seu site. *.*


nerito 05/03/2013minha estante
Obrigado, Julia! Puxa, seu comentário é um grande incentivo para continuar resenhando! Abraço! ^_^


Gustavo 08/04/2013minha estante
Poxa cara, sua resenha é muito interessante. E como disse a amiga aí de baixo a maneira como você interpretou as lutas foi muito boa.


Paula1735 19/04/2013minha estante
Parabéns!Sua resenha ficou muito boa, também me surpreendi bastante com o livro. Pensei que seria uma leitura cansativa, mas depois que comecei a ler eu achei a história interessante.




giovanna.parani 15/10/2022

"as flechas do teu arco não matam mais do que os sorrisos que o amor do guerreiro derrama em teu rosto, estrela do dia"

confesso que fiquei bem perdida enquanto lia, mas achei um livro bom que mostra a cultura indígena, algo não tão comum na literatura daquela época
clara 16/10/2022minha estante
duvido que vc leu


giovanna.parani 16/10/2022minha estante
li bobona, é la para o sasi




Francisco.Antonio 17/09/2016

Ubirajara 1ºA
Ubirajara era um índio guerreiro da tribo araguaia que, por sua força, coragem e habilidade, conseguia tudo o que queria. Ganhou o nome Jaguaré

Um dia, durante uma caçada, conheceu a virgem Araci, da tribo tupi, e por ela se apaixonou. Ela, também interessada nele, lançou um desafio: aquele que fosse o melhor guerreiro ficaria com ela.

Enquanto preparava-se para a luta, Jaguaré envolveu-se em uma longa luta com um guerreiro tupi, da qual saiu vencedor. Levou o adversário como prisioneiro para sua tribo, para que fosse morto a seu tempo.

Foi então para a tribo dos tocantins lutar pelo amor de Araci. Venceu o desafio mas, quando revelou a sua identidade, descobriu-se que o índio que ele havia aprisionado era irmão de sua amada. Ubirajara então voltou à sua tribo, libertou-o e convocou os araguaias para lutar contra os tocantins.

Quando se preparavam para a batalha, os araguaias souberam que os tapuias também estavam em guerra contra os tocantins e queriam uma aliança. Ubirajara, no entanto disse que não queria ajuda nenhuma e derrotaria os dois grupos. Na batalha entre os tapuias e os tocantins, morre o maior guerreiro dos tapuias e o chefe dos tocantins perde a visão.

Quando os araguaias chegaram à tribo tocantins para a luta, Ubirajara pediu para que o chefe cego atirasse para o ar. Ele também atirou e, com as duas flechas cruzando no ar, foi selada a paz. Assim, Ubirajara tornou-se marido de Araci e deu a ela Jandira como escrava. Ela, por sua vez, a deu ao marido como esposa. Assim, Jandira e Araci tornaram-se esposas do maior guerreiro araguaia tocantins.

A união dessas duas tribos deu origem a uma nova nação, denominada ubirajara!
Luciane.Bastos 25/09/2016minha estante
Ótimo resumo, mas faltou uma análise crítica ao final. Nota: 1,5.




Nivea.Coelho 16/09/2016

Ubirajara - 1º A
É um livro do gênero romance, foi escrito em 1874, por José de Alencar. Neste livro narra a história da formação da nação Ubirajara, que tem como personagem principal Jaquaré (Ubirajara), um jovem caçador da nação Araguaia, e seu objetivo era ir à terras distantes, capturar um prisioneiro e conquistar o tão desejado título de guerreiro.
Um dia caminhando à beira do rio Tocantins-Araguaia, depois de muitos dias na mata, ele encontra Araci, da tribo Tocantim, uma virgem muito belo a qual ele se apaixonou, ela propôs um desafio a ele, que fosse mais forte e temido guerreiro ficaria com ela, então Jaguaré aceitou o desafio que foi lançado. Mas antes de retornar para tribo, Pojucã, seu irmão, se encontra com Jaguaré, se envolveram m uma longa e grande luta, mas no final o jovem Araguaia saiu vencedor. Então levou Pojucã como prisioneiro para sua tribo (Araguaia), onde será reconhecido como Ubirajara. Depois, Camacã, o grande chefe da nação Araguaia e pai de Ubirajara, reconheceu a valentia de Ubirajara e o nomeou como chefe da nação.
Na noite anterior, Ubirajara sonha com Araci, mas sendo interrompido por Jandira, que foi escolhida para ser sua esposa, porém, ele não queria, mas, pois tinha se apaixonado por outra virgem. Insatisfeita com essa decisão, Jandira saiu pela selva. Ao chegar a grande taba dos Tocantins, Ubirajara é escolhido por Itaquê, o grande chefe dos Tocantins, Itaquê não poderia perguntar origem nem nome, então o jovem Araguaia tinha que escolher um novo nome e o escolhido foi Jurandir. Depois de muitas provas, Jurandir se tornou vencedor do desafio, mas quando revelou sua verdadeira identidade, foi descoberto que o índio (Pojucã) que ele havia aprisionado era irmão de sua amada. Ubirajara então voltou para sua nação, libertou Pojucã e reuniu os araguaias para lutar contra os tocantins.
Quando se preparavam para luta, os araguaias souberam que os tapuias também estavam em guerra contra os tocantins, e queriam aliar-se aos araguaias, no entanto, Ubirajara disse que não queria ajuda e derrotaria as duas tribos. Nessa batalha morre o chefe dos tapuias e o dos tocantins, perde a visão. Quando os araguaias chegaram a tribo Tocantim para a luta, Ubirajara pediu para o chefe da nação Tocantim que atirasse uma flecha para o ar, e ele também atirou, selando portanto, a paz.
Assim, Ubirajara tornou-se marido de Araci e deu a ela Jandira como escrava, mas Araci resolveu dar também Jandira como esposa para ele. Desde então Jandira e Araci se tornaram esposas de Ubirajara. A união dessas tribos deu origem a uma outra nova nação chamada, nação Ubirajara, que dominou o deserto por muito tempo.
Luciane.Bastos 25/09/2016minha estante
O resumo está muito bom, mas faltou uma análise crítica ao final. Nota: 1,5.




Mih Alves 02/07/2009

Um bom livro,
Jaguarê sai de sua aldeia em busca de um título de guerreiro, após vencer um inimigo se apaixona por Araci, porém em sua terra ele já tinha uma noiva: Jandira. Mas ele a abandona e vai para terra dos tocantins em busca de sua virgem amada, entretanto para tê-la terá de lutar. Enfim, por fim ele vence todas as inúmeras barreiras e une a nação de Pojucã e Araci, que recebeu o nome de Ubirajara. Um bom livro.
comentários(0)comente



Rafaella 06/09/2010

José de Alencar faz a tríade indianista de maneira inversa. Primeiro, 'O Guarani', com o índio já em contato com s brancos. Depois, 'Iracema', que fala sobre o encontro inicial das duas raças. Por último, nos brinda com 'Ubirajara', em que o índio ainda não conheceu o colonizador. Ubirajara, um índio guerreiro, é o protagonista, em uma história que mostra a cultura de um povo através de suas lutas, amores e tradições.
comentários(0)comente



Douglas.Milani 21/02/2024

Bem bacana
Me surpreendeu positivamente. Gostei muito. Me pareceu mais simples que Iracema e com mais aventura. Algumas cenas da batalha final são bastante fortes.
comentários(0)comente



Lílian 26/11/2012

Eu gosto dos romances indianistas de José de Alencar.
Percebo, claro, que o indígena é estereotipado e até assume traços muito próximos aos dos europeus e que, como tentativa de gerar uma identidade nacional, foi um tanto forçada.
Mas gosto de imaginar a jornada de Ubirajara atrás da índia pela qual se apaixonou, cujo nome me escapa agora, das guerras entres as diversas nações indígenas, dos rituais e tudo mais.
Um romance que se lê muito rápido e que não decepciona.
comentários(0)comente



Danizita 25/06/2012

Pela margem do grande rio...
Caminha o jovem caçador Jaguarê, que se torna o bravo guerreiro Ubirajara e une duas fortes tribos, tornando-se líder de uma grande e poderosa nação indígena. Li esse livro duas vezes, já faz um tempo, mas me recordo que é bem interessante, porém, não acho que essa obra retrata com fidelidade os índios brasileiros, mas valeu a pena conhecer.
comentários(0)comente



Rogerio Costa 19/01/2013

José de Alencar - Ubirajara
José de Alencar retrata muito bem a vida dos indigenas, além de Ubirajara, José de Alencar também escreveu mais dois romances que retratam o mesmo tema: os costumes dos primeiros habitantes do Brasil.
A guerra é uma das principais tema do romance, além da honra, da força e coragem dos guerreiros.
comentários(0)comente



Gi Marinho 09/02/2015

Narra a história de um índio tupi, que quer torna-se grande guerreiro (ubirajara significa "senhor da lanças" ou pra nós, lanceiro). É um livro no qual o autor, José de Alencar tenta criar um "herói nacional" na literatura o qual nos falta, tenta também mudar a imagem do índio para a sociedade da época (período do império) em que o índio era visto como um selvagem. O livro foi feito com base em muita leitura e estudos de Alencar, portanto, não é só fruto de sua cabeça, mas, também embasado no que realmente se sabia sobre os índios dessa época, fato que se pode comprovar ao ler o livro, com muitas notas de rodapé (algumas tomando a página inteira) explicando o significado das palavras e dos costumes indígenas.
comentários(0)comente



Miria80 22/07/2015

Protagonista muito egocêntrico
O autor disse que esse livro é irmão de ''Iracema''. Concordo em partes, porque ambos contam histórias indígenas. Mas ''Iracema'' tem muito mais romantismo, suavidade e paixão. ''Ubirajara'' só trata de feitos heroicos do personagem principal, suas lutas, guerras e disputas pela noiva desejada. Não consegui enxergar por exemplo nenhum romance amoroso entre os personagens, parece que tudo é apenas um ''capricho''. O protagonista Jaguarê (também chamado de Jurandir, Ubirajara), é muito egocêntrico, sei lá, parece que ele se acha muito rs. E na minha opinião, isso é o que mais deixou o livro chato. Parece que ele acha que o mundo gira ao redor dele. Enfim, José de Alencar tem romances maravilhosos. Eu ainda estou bem longe de ler todos eles, mas pretendo chegar nesse nível e acho que já posso concluir que ''Ubirajara'' é o mais fraquinho.
comentários(0)comente



Lu 04/09/2015

Por que valeu a pena ler Ubirajara ?
Quando peguei na minha estante, o livro Ubirajara para ler, minha intenção era retomar com ele meu ritmo de leituras que há muito tempo eu não conseguia manter.Então por ser um livro pequeno me impus uma meta de 2 dias para lê -lo, no entanto essa meta sucumbiu já nas primeiras linhas e só completei toda a leitura no dobro do tempo:4 dias. É que Alencar, já nos avisa que será uma leitura com overdose de palavras estranhas a nós, pois é claro, não faz parte da nossa cultura, nem do nosso dia-a-dia. Então, se me dão licença para um conselho: leiam Ubirajara, com um dicionário ao lado, pois isso irá permitir curtir a leitura com mais prazer e claro, compreensão.
Outro fato que me chamou atenção na leitura de Ubirajara é a importância que se da aos 'nomes', nessa cultura . A nós, cabe carregá -lo esse que nos é dado desde que nascemos para sempre, seja como fardo ou como presente.Não importa, gostando ou não carregaremos o nome até a morte. Alencar, nos diz que ali não. Ali o nome exerce uma função temporária.Dura apenas o tempo necessário para identificar seu dono, até que ele por um feito maior conquiste a glória de carregar consigo um nome que faça jus a ele. E aí, pensando nisso , fiquei pensando. E se nós, também tivéssemos essa oportunidade de mudar de nome ao longo da nossa vida?Será que usariamos ao nosso bel-prazer essa regalia ou manteriamos a nossa identificação que nossos pais escolheram pra nós? E se pudéssemos escolher, qual seria o meu nome agora? E o seu? enfim....rs.
O último e não menos importante ponto que me chamou atenção na história de Ubirajara, podem acreditar não foi Ubirajara/Jaguare /Jurandir. Na verdade, o protagonista não me conquistou e achei que durante todo o percurso o que Alencar queria era justaumente isso, que ele figuraesse nos nossos sonhos como o nosso herói! afinal, ele é o mais forte, o mais veloz, o maís perspicaz , o mais corajoso e destemido, e o mais e mais e mais e mais. Mas, se você já leu Ubirajara e não prestou atenção no que vou dizer agora, proponho que o releia e se atenha a duas figuras que passeiam pela história de Ubirajara como coadjuvantes , mas que pra mim foram as responsáveis por me fazer gostar e indicar o livro pra todo mundo. Tratam-se de Jandira e Araci. Alencar nos conta que as mulheres não tem voz, não tem vontade na cultura indígena. Isso fica muito claro, tanto na comemoração da festa do guerreiro como na festa de hospitalidade oferecida a ele na nação Tocantim . Elas ficam à parte na primeira, só assistindo a comemoração dos homens como meras espectadoras, são submissas, obedientes ... até que prestamos atenção em Jandira, que cansa de esperar pelo seu noivo no dia seguinte à festa do guerreiro e vai atrás dele, para saber se ele não vai cumprir sua palavra e casar com ela. Até que a mesma Jandira não pensa duas vezes antes de fugir de sua aldeia, pra não ter que se casar com um prisioneiro do seu amado, apenas porque ele mandou que ela assim o fizesse. E digamos de passagem era muito conveniente para ele que fosse dessa forma. Quanto à Araci, é descrita como a mais desejada virgem da nação Tocantim e já nos seus primeiros diálogos com Jaguare ela propõe que ele se junte aos outros 100 pretendentes que a desejam na sua aldeia, ganhe a todos na tal competição que estava programada, para que ele como vencedor possa receber o grande troféu cobiçado por todos, que nesse caso é ela.
Araci, já nós mostra que não é modesta, e recebe de Jaguare um sonoro não, nesse momento. Porém, capítulos mais a frente observamos, agora já como Ubirajara, o guerreiro entrar na aldeia Tocantim disposto a conquistar a esposa Araci custe o que custar...mais uma vez, vemos aí o poder que uma mulher tem, até mesmo numa cultura onde ela supostamente, não tem poder algum.
Araci ama o guerreiro, mas não vê problema nenhum em dívidi-lo com outra mulher . Até mesmo porque ficamos sabendo que em sua casa sua mãe dividiu o amor de seu pai, com outras mulheres. Mas, quando ela propõe isso a Jandira, esta se recusa, pois diz com todas as letras que a rival "...não sabe amar o guerreiro, que a escolheu para mãe de seus filhos ". Ela nunca ofereceria sua rede de esposa a outra mulher...
Duas mulheres, dois amores e duas formas diferentes de se amar o mesmo homem... No final, Alencar consegue conciliar de forma poética e satisfatória o amor das duas mulheres... Aquelas, consideradas as submissas, sem voz numa cultura tão patriarcal, mas que souberam fazer com que suas vontades fossem satisfeitas até mesmo pelo mais forte, destemido e corajoso guerreiro que todas nações já viram... :-)

Ah! E pensando no amor dessas duas mulheres. Com quem você se identifica mais? Com Jandira ou com Araci? :-)
comentários(0)comente



79 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3 | 4 | 5 | 6


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR