Ô, Copacabana!

Ô, Copacabana! João Antônio




Resenhas - Ô, Copacabana!


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Marcos Vinicius 26/05/2019

Copacabana nua e crua
A prosa poética de João nos mostra uma Copacabana do século passado vista através do cerne da vida boêmia, agitada e malandra da "princesinha" carioca. Copacabana mostra-se ao mesmo tempo perfeita e artificial: com sua praia aterrada, suas famosas avenidas e seus estábulos promíscuos, encanta a toda gente: turistas locais, estrangeiros e até mesmo aqueles de outras região que tentam a vida na estimada zona sul da cidade.
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Marcos Vinicius 26/05/2019

Copacabana nua e crua
A prosa poética de João nos mostra uma Copacabana do século passado vista através do cerne da vida boêmia, agitada e malandra da "princesinha" carioca. Copacabana mostra-se ao mesmo tempo perfeita e artificial: com sua praia aterrada, suas famosas avenidas e suas estábulos promíscuos, encanta a toda gente: turistas locais, estrangeiros e até mesmo aqueles d outras região que tentam a vida na estimada zona sul da cidade.
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Arsenio Meira 24/06/2014

"De porrada em porrada, acabamos virando colecionadores. "

"Ô, Copacabana!" é uma típica produção de João Antônio. Mescla de trechos narrativos, crônica e reportagem, a obra parece não se fechar rigidamente dentro de um gênero definido. Afora qualquer classificação que o texto receba, não é possível separar os gêneros presentes na obra, pois, a cada trecho, ou a cada focalização dos diversos aspectos de Copacabana, evocando uma caminhada pelo bairro e sua história, os gêneros se misturam. Sobre alguns personagens reais ( Mariazinha Tiro-a-Esmo ou Elzinha Prejudicada,) personagens "pingentes" do bairro, o tom narrativo tipicamente joãoantoniano toma a frente; sobre os eventos, tais como o Festival do Osso – um evento sobre cães promovido pela elite carioca – ou o réveillon "chué" do bairro, a crônica aparece com maior vigor; na caracterização da praça Serzedelo Correia, ou "praça dos Paraíbas", na descrição da vida noturna e diurna na Galeria Alaska, por sua vez, a reportagem parece ditar o tom.

O que parece conferir unidade a tal mescla, sem que se perca a unidade da obra, é o foco enviesado dirigido a Copacabana, uma caracterização que ressalta as questões geralmente não consideradas para a formação da imagem do bairro carioca. Desse modo, João Antônio dá seguimento a sua marca enquanto narrador-repórter: a preferência pela margem excluída do espaço citadino. Nesse sentido, pode-se dizer que a representação do bairro se dá de uma maneira dúplice: o foco está todo nos seus aspectos decadentes, porém, estes não são descritos senão com referência constante à imagem de Copacabana cara aos entusiastas do turismo e da identidade nacional ufanista.

Ainda quando esta Copacabana do glamour não é relatada, o que ocorre mais frequentemente, sua imagem aparece sempre como oposição necessária à descrita, isto é, ainda que o narrador-repórter prefira os bas-fonds do bairro, é impossível não relacionar essa imagem decadente e contraditória com a outra, sobejamente conhecida pelos panfletos, músicas, poemas, milhares de imagens etc... A imagem trabalhada de Copacabana, aqui, portanto, vira do avesso a imagem solidificada de um bairro turístico, ilustrado e reverenciado por motivos que, como se vê, só os possui se imersos em uma contradição gritante, escancaradora dos desníveis do desenvolvimento brasileiro. Assim, no bairro, a imagem valorizada serve, sobretudo, a efeitos de propaganda e, ainda, claramente, à especulação imobiliária e a um tipo de atração de grupos sociais diversos, seduzidos por sua paisagem, descoberta agora falsa e caricatural. Esta representação, em marca negativa, parece querer desvelar duas Copacabanas: a decadente caracterizando de maneira reflexa a "glamourizada" princesinha do mar.

As personagens de João Antônio só teriam a compartilhar essas experiências “radicalmente desmoralizadas”. Resta-lhes, assim, a solidão, o silêncio, o estar-separado, ausente de vida comum. Sem propriedade, família, nada que as “fixe ao chão”, elas apenas compõem um cenário. Por não trocarem experiências, não deixam rastros que possam ser seguidos por outras pessoas. Tudo isso expressa o “desenraizamento total”. Elas não projetam também nenhum tipo de sonho; aliás, não há futuro neste cenário, apenas o dia-a-dia. E o olhar visceral de um escritor apontado como maldito, marginal, que viveu e escreveu, à maneira de seu mestre, o grande LIMA BARRETO, para contar o outro lado da moeda. E contou.
Paty 03/07/2014minha estante
Ô, Arsenio!!! gostei.


Arsenio Meira 03/07/2014minha estante
kkk, Paty, o Ô foi bacana demais!! O João Antonio foi, literalmente, um dos escritores que mais viveram ao lado dos personagens folclóricos, excluídos, marginalizados, e por aí vai. Neste livro, a versão real de Copacabana, que até pode ser a "princesinha do mar" de dia... De noite, são outros quinhentos: não há princesa, príncipe nenhum, nem trono, exceto aquele que a gente conhece e, geralmente, fica lá no fundo dos botecos pés sujos, inferninhos, e etc.
Abração!




Ana Carolina 17/06/2014

A Copacabana do João. Do Rio.
Vou caminhando com João Antonio pelas ruas do Rio. De Copacabana. Segurando em sua mão, de um lado, e sendo levada pelas mãos da minha avó, do outro. Desviamos dos hidrantes nas calçadas, dos carros, passamos por botequins, andamos pelas pedras portuguesas do Rio de Janeiro da minha infância. Redescubro o Rio com o João Antonio. Vejo o que não via, pela minha altura de menina, pelo que não via ainda, em lugar nenhum, na minha pouca vida de menina. João Antonio me faz reencontrar o velho e o novo. A minha Copacabana, dos morros, das pedras, da praia, das galerias e casas de suco. A Copacabana do João. Do Rio. Do meu passado. De todos nós.
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