Os dragões não conhecem o paraíso

Os dragões não conhecem o paraíso Caio Fernando Abreu




Resenhas - Os Dragões Não Conhecem O Paraíso


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Sabrinna.Alento 17/11/2017

Com Caio, Blues. (uma resenha-exorcismo extremamente pessoal)
Quando esses dragões do Caio chegaram na minha casa, eu há muito observava as fumaças púrpuras e o perfume de alfazema. Eu estava saindo de um relacionamento onde eu me apaixonei pela primeira vez. O livro chegou, eu desembalei e pulei para o último conto e li em voz alta e chorei e solucei e quase exorcisei a minha dor, mas ainda não. Caio segurou firme na minha mão dessa vez, como nunca antes. Segurou meus cabelos para que eu vomitasse abraçada com o vaso de louça depois de uma noite de bebedeira e contemplava comigo o anoitecer, com um jeito de pessoa misteriosa marcada por um grande amor. Vivi esse livro página por página, caminhei nas ruas de madrugada, fiz o diabo com minha dor e minha solidão. Chafurdei do outro lado da tarde. Senti a brisa à beira do mar aberto porque pela primeira vez provava de um amor que tinha medo de ser queimado com a água benta do próprio desejo. Os Dragões Não Conhecem o Paraíso é um livro melancólico e pungente, monocórdio, quase monossilábico. Sinestésico como sempre, Caio me fez degustar bebidas e sentimentos, toques, sons. Não deixa a desejar na sua estrutura e técnica, e a(o) leitor(a) não se sentirá apenas preso, mas quando menos perceber, será ele/ela a própria palavra na ponta da língua e da literatura do Caio.
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LaraF 19/12/2009

Como sempre Caio Fernando Abreu com sua intensidade, delicadeza, força e sua capacidade de dizer coisas que não conseguiríamos...
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clairdelunesz 15/11/2023

"Os dragões não permanecem. Os dragões são apenas a anunciação de si próprios. Eles se ensaiam eternamente, jamais estreiam. As cortinas não chegam a se abrir para que entrem em cena. Eles se esboçam e se esfumam no ar, não se definem [...] Os dragões não conhecem o paraíso, onde tudo acontece perfeito e nada dói nem cintila ou ofega, numa eterna monotonia de pacífica falsidade. Seu paraíso é o conflito, nunca a harmonia."

não sei o que dizer, só gosto muito da escrita do caio fernando abreu, e gosto mais ainda de como começar a ler um conto dele é não saber quais caminhos aquilo vai tomar (talvez todos os possíveis) pra no fim evocar sentimentos que você nem sabia que estavam ali.
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Lorena 28/03/2023

Confesso que foi o primeiro trabalho do autor que eu li inteiro. Só conhecia Caio Fernando Abreu por citações soltas e pequenos trechos divulgados pela internet. E que arrependimento amargo não ter conhecido ele antes!!!!
Adorei o livro. Os contos são diferentes entre si, embora no começo o autor nos diga que da para correlacionar uma história com outra (e realmente dá). Foi uma experiência ritmada e interessante, e gostei bastante da maneira que ele conduz a escrita de cada um dos contos.
A abordagem sobre saúde mental, sexo, amor, homossexualidade, paixão, arrependimento, dor e até homicídio é muito crua e muito bem articulada. Gostei, gostei mesmo!
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jade martins 05/02/2024

Os que mais gostei: "à beira do mar aberto"; "sem Ana, blues"; "dama da noite"; "mel e girassóis"; "pequeno monstro" e "os dragões não conhecem o paraíso"

"Te vejo perdendo-se todos os dias entre essas coisas vivas onde não estou. Tenho medo de, dia após dia, cada vez mais não estar no que você vê. E tanto tempo terá passado, depois, que tudo se tornará cotidiano e a minha ausência não terá nenhuma importância. Serei apenas memória, alívio, enquanto agora sou uma planta carnívora exigindo a cada dia uma gota de sangue para manter-se viva. Você rasga devagar o seu pulso com as unhas para que eu possa beber. Mas um dia será demasiado esforço, excessiva dor, e você esquecerá como se esquece um compromisso sem muita importância. Uma fruta mordida apodrecendo em silêncio no prato"


- Você não existe. Eu não existo. Mas estou tão poderoso na minha sede que inventei você para matar a minha sede imensa. Você está tão forte na sua fragilidade que inventou a mim para matar a sua sede exata. Nós nos inventamos um ao outro porque éramos tudo o que precisávamos para continuar vivendo. E porque nos inventamos, eu te confiro poder sobre o meu destino e você me confere poder sobre o teu destino. Você me dá seu futuro, eu te ofe reço meu passado. Então e assim, somos presente, passado e futuro. Tempo infinito num só, esse é o eterno.
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Léia Viana 27/02/2015

"Eu tinha um dragão que morava comigo..."
“Se o leitor quiser, este pode ser um livro de contos. Um livro com 13 histórias independentes, girando sempre em torno de um mesmo tema: amor. Amor e sexo, amor e morte, amor e abandono, amor e alegria, amor e memória, amor e medo, amor e loucura. Mas se o leitor também quiser, este pode ser uma espécie de romance-móbile. Um romance desmontável, onde essas 13 peças talvez possam completar-se, esclarecer-se, ampliar-se ou remeter-se de muitas maneiras umas às outras, para formarem uma espécie de todo. Aparentemente fragmentado mas, de algum modo – suponho –completo.”

Sempre que Leio Caio fico impressionada de como seus textos, contos conseguem transmitir tantos sentimentos de uma maneira difícil de não se identificar, de se achar ali, no meio daquelas palavras que se transformam em emoção pura e genuína. Caio tinha o dom de escrever contos nada convencionais, mas possíveis na vida real, sem qualquer privação ou pudor ele não se privava.

Tinha conhecimento da imensa amizade entre Caio e Ana C. Cesar (para quem gosta de poesia, recomendo a leitura), e ler o conto "Sem Ana blues" tão dolorido, cheio de amor, saudade e desespero foi belo, mesmo sabendo da tristeza do autor ao escrevê-lo. Foi o melhor texto que transcreve a falta que uma pessoa faz em nossas vidas, a dor, a saudade e o nunca mais muito bem escritos.

Caio, é sempre uma leitura recomendada!
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André Hausmann 30/04/2021

Nunca havia tido contato com o trabalho desse autor e como esse livro foi o ganhador do Prêmio Jabuti de Melhor Livro de Contos e Crônicas em 1989 resolvi começar por aqui.
Essa obra é composta por 13 contos onde o tema principal seria o amor; mas não aquele em que tudo é perfeito, e sim aquele com todas as suas facetas boas e más. Cada conto toca profundamente num desses aspectos, morte, loucura, alegria, abandono, entre outros.
Em alguns momentos fortes, em outros suave, mas com um realismo profundo através da poética e do lirismo existente na sua linguagem particular.
Nem todos os contos me encantou, mas aconselho a sua leitura. Eu, já pretendo ler outros de seus trabalhos mais adiante.
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Kinha Fonteneles 05/10/2013

"Tenho um dragão que mora comigo."
O livro que vou levar para vida toda!
Caio Fernando Abreu, em seu contos, revela uma aura de mistério, sonhos, amores, amizades, loucura... tudo que almejamos e que nem sempre conseguimos.

Meu livro preferido. O livro que me inspirou amores, desamores, afetos e desafetos.

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Marjorie 26/11/2012

O máximo de CFA.
Os Dragões não Conhecem o Paraíso é fantástico! Revela o sofrimento interno de milhares de pessoas que se sentem sufocadas pela sociedade e suas formas de aceitação (ou não) em situações simplesmente humanas. Caio Fernando foi incrível ao expor tanto sofrimento, dor, e verdade em apenas um livro! Não há como ler e não se identificar com algum trecho.
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Carol 08/07/2012

Cara
Esse foi o primeiro livro que li do Caio. Me ensinou a querer ler cada vez mais suas obras. Simples e real....a linguagem é nossa! Fala comigo como se me conhecesse. Genial!
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Potterish 19/06/2012

A paixão – e o desbunde – segundo Caio Fernando Abreu
Resenhado por Thiago Terenzi

Obra constantemente classificada nas livrarias como coletânea de contos, o livro se preocupa desde o princípio em negar-se: “Se o leitor quiser, este pode ser um livro de contos [...] Mas se o leitor também quiser, este pode ser uma espécie de romance-móbile”. Classificação bem mais interessante, esta confere ao livro ares de romance, como se seus 13 contos, aparentemente independentes, formassem um todo unitário – e, de fato, forma. Se assim, obviamente, o leitor desejar.

Os contos – ou capítulos – do romance têm sempre uma temática em comum: a paixão. A forma ímpar com que Caio Fernando Abreu lida com este sentimento tão peculiar é de fato apaixonante. Negando qualquer senso comum ou saída fácil pelo viés romântico, Caio desconstrói a paixão remontando-a livremente ao seu modo: de forma torta e imperfeita, como lhe era comum.

A paixão em Caio Fernando Abreu abandona seus ares de sentimento nobre e ganha um novo rosto: multifacetado e paradoxal, por vezes cercado de alguma melancolia. “Eles se ignoram. Porque pressentem que [...] se cederem à solidão um do outro, não sobrará mais espaço algum para fugas”, narra Caio em um dos contos.

PARA LER A RESENHA COMPLETA ACESSE: WWW.POTTERISH.COM/RESENHAS
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Gabriela Sousa 28/08/2021

Gostei bastante do livro, são vários contos que abordam na maior parte de formas diferentes sobre o tema solidão. O Caio adentra nos conflitos, medos, desejos, raivas, invenções, amores dos personagens. Existe um fundo melancólico no livro, não tem como não sair afetado de alguma forma após ler, nos coloca para pensar sobre a nossa própria vida com as inquietações que os personagens trazem, consequentemente, também ficamos inquietos.

Trechos que eu gostei:

"Que esse era o melhor jeito de chegar ao fundo: pelos caminhos transversos, pelas perguntas banais"

"Não tenha medo, vai passar. Não tenha medo, menino. Você vai encontrar um jeito certo, embora não exista o jeito certo. Mas você vai encontrar o seu jeito, e é ele que importa. Se você souber segurar, pode até ser bonito"

"Os homens precisam da ilusão do amor da mesma forma como precisam da ilusão de Deus. Da ilusão do amor, para não afundarem no poço horrível da solidão absoluta, da ilusão de Deus, para não se perderem no caos da desordem sem nexo"
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Ademar Jr 15/12/2009

Os Dragões Não Conhecem o Paraíso
O Livro é sim muito bom.
Vale a pena ler, pois as histórias fortes são realidades de nossas mentes. Fala de verdades da forma como pensamos, ou pelo menos desejamos que sejam, tudo poeticamente.

Resenha completa em meu blog [Cooltural]: http://wp.me/pCGut-7f

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DD 08/01/2021

São 13 contos diversos de perspectivas diferentes sobre a busca de ser amado e o abandono da solidão, eu gosto da ideia de que o amor talvez seja a resposta, é bem poética a linguagem, gosto mais de alguns contos em relação a outros, mas todos relativamente bons, me vi em alguns personagens por vezes
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Sandra.Pogalski 16/01/2021

Meu primeiro livro de contos do Caio concluído 100%. Até o momento Caio é meu autor brasileiro favorito, os contos navegam por meio de experiências, tristezas, angústias e beleza. Caio é belo e triste, um pouco sacana e tão cheio de esperança. Perdi a conta de quantas vezes li o conto dos Dragões, um eufemismo encantador.
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