Paulo 30/01/2023
Filosofia da arte
O livro tem boa tradução e é fácil de ler.
Aristóteles analisa a estrutura da tragédia grega definida como “a mimese de uma ação de caráter elevado, completa e de certa extensão, em linguagem ornamentada, com cada uma das espécies de ornamento distintamente distribuídas em suas partes; mimese que se efetua por meio de ações dramatizadas e não por meio de uma narração, e que, em função da compaixão e do pavor, realiza a catarse de tais emoções.”
O Estagirita ensina que o belo se encontra na extensão e na ordenação, ou seja, na proporção. A tarefa do poeta não é a de dizer o que de fato ocorreu, mas o que é possível e poderia ter ocorrido segundo a verossimilhança ou a necessidade. A poesia se refere, de preferência, ao universal, ao passo que a história se refere ao particular.
A tragédia é a mimese de homens melhores do que nós e a comédia de homens piores.
A representação de sofrimentos verdadeiramente grandes e trágicos desperta no espectador a piedade e o terror que purgam o seu espírito e o tornam sereno e puro.
Platão censurava a arte por ser ela uma imitação da realidade. Aristóteles, por outro lado, entende que a arte recria a realidade em uma nova dimensão, contribuindo para o crescimento da humanidade.
Obra imperdível e introdutória ao estudo da filosofia da arte.