Resenhas - O Mito da Beleza

Lelemarta 21/04/2021

Leitura difícil, mas necessária!
Acho que esse foi o livro que eu demorei mais tempo para ler. Ele é muito complexo e vem pra desmistificar o mito da beleza em diversos aspectos da nossa vida. Por vezes a leitura me pegou e eu me emocionei, as vezes foi muito difícil ler verdades tão dolorosas sobre a opressão pelo mito, mas foi necessário o tanto que eu aprendi e me desconstrui com esse livro é impagável, acho que deveria ser uma leitura obrigatória para homens e mulheres.

Tati.Rosa 20/04/2021

Necessário para todas que querem (se) enxergar além da indústria da beleza e entender o porquê de sermos tão duras conosco e com outras mulheres. Mostra o quanto processos que parecem ingênuos e comuns são, na verdade, mecanismos politicos de opressão, e como tudo isso sempre funcionou e foi internalizado pelas instituições, desde o início dos tempos.
Amei demais.

Nanda 20/04/2021

"As neuroses modernas da vida num corpo feminino se espalham de mulher para mulher em ritmo epidêmico."
"A Supermulher, sem perceber todas as implicações, teve de acrescentar a seus compromissos profissionais o trabalho sério no campo da beleza. Essa nova responsabilidade foi se tornando cada vez mais rigorosa. As somas em dinheiro, a dedicação e o talento que ela devia investir não poderiam ficar abaixo do que anteriormente - ou seja, antes de as mulheres atacarem a estrutura do poder - se esperaria apenas de belezas profissionais nas carreiras de alto nível de visibilidade."

Carla 18/04/2021

Extremamente necessário para todos os gêneros e idades!!
Não sou boa em escrever resenhas, então não conseguirei colocar em palavras o quanto esse livro é necessário. A autora fala da construção da beleza feminina, como o conceito de beleza serve para fazer com que tenhamos ódio de nós mesmas e de outras mulheres, pois assim, seremos mais submissas, desunidas e desarticuladas.

"A sexualidade acompanha a moda, que acompanha a política."

"Ao atribuir valor às mulheres numa hierarquia vertical, de acordo com um padrão físico imposto culturalmente, ele expressa relações de poder segundo as quais as mulheres precisam competir de forma antinatural por recursos dos quais os homens se apropriaram."

"As qualidades que um determinado período considera belas nas mulheres são apenas símbolos do comportamento feminino que aquele período julga ser desejável. O mito da beleza de fato sempre determina o comportamento, não a aparência. A competição entre as mulheres foi incorporada ao mito para promover a divisão entre elas. A juventude e (até recentemente) a virgindade são “belas” nas mulheres por representarem a ignorância sexual e a falta de experiência. O envelhecimento na mulher é “feio” porque as mulheres, com o passar do tempo, adquirem poder e porque os elos entre as gerações de mulheres devem sempre ser rompidos. As mulheres mais velhas temem as jovens, as jovens temem as velhas, e o mito da beleza mutila o curso da vida de todas. E o que é mais instigante, nossa identidade deve ter como base nossa “beleza”, de tal forma que permaneçamos vulneráveis à aprovação externa, trazendo nossa autoestima, esse órgão sensível e vital, exposto a todos."

Thamires.Ohtsubo 17/04/2021

Acredito que toda mulher - aliás, todas as pessoas - deveriam ler esse livro. Embora ele tenha sido escrito há vários anos, ele segue sendo absolutamente atual. A cada capítulo, meus olhos eram abertos para coisas que eu nunca havia pensado, mesmo me considerando feminista há um bom tempo. Mesmo diante da atual postura da autora - que vai contra coisas que eu penso em determinados assuntos - é um livro que vou indicar e presentear pessoas à minha volta. Me dói perceber que o alerta dela não foi suficiente e que continuamos caminhando para o lado que prende, absorve e tira das mulheres a atenção do que realmente importa. Temos tanto poder, tanta capacidade, tanta força e devemos usá-la a nosso favor, e não deixar que que nos aprisionem, nos culpem e empurrem coisas que não nos são necessárias apenas para que não usemos toda a força de mudança que nós mulheres temos! É um livro um pouco pesado, com muita informação, e que precisa de uma leitura mais atenta. Mesmo marcando o livro, lendo e relendo partes importantes, vou reler sem a menor dúvida, pois sei que tem muito mais a ser absorvido e aprendido por mim.

Minha única ressalva é que tem muitos números e pesquisas que são citados, mas não bem explicados, deixando certa dúvida da importância e da veracidade de alguns dados - pois poderiam ser rebatidos com certa facilidade e outras pesquisas com percentuais diferentes de estudo. Mesmo assim, me interessei por ler diversos livros e artigos citados pela autora ao longo da obra.

Sem dúvida, leitura obrigatória!

Deia 14/04/2021

O mito da beleza
O livro trata do processo de construção de verdades sobre a beleza feminina. O patriarcado é pano de fundo para implementação e perpetuação do mito.

priscillacarriel 12/04/2021

O Mito da Beleza
Muito embora tenha sido escrito em 1990, esse livro continua sendo bem atual.
Nos últimos anos houve um nítido crescimento das discussões acerca da liberdade feminina, e isso não é progresso. Dentro dessa pauta, é sempre levantada questões de bem estar individual e uma delas é que o mais importante é se sentir bem, mesmo que pra se sentir bem as mulheres precisem fazer inúmeros procedimentos estéticos invasivos ou não.
O Brasil é campeão em números de cirurgias plásticas, as mulheres estão sempre buscando a perfeição do padrão de beleza, que na verdade é inatingível porque até mesmo as mulheres consideradas mais bonitas, as famosas, as artistas, as blogueiras, que já fizeram um grande número de procedimentos estéticos continuam constantemente na mesma busca, apelando até para o uso de ferramentas digitais para retoques em fotos e vídeos, então vocês já imaginam que o problema é grande. A gente é condicionada a isso desde que nascemos, a feminilidade é uma imposição triste pra nós, mas também é a roda que faz toda a indústria da beleza girar e essa indústria lucra MUITO às nossas custas. Só em 2018, no Brasil - que é o quarto maior mercado de beleza do mundo, esse lucro foi de 108,7 bilhões de reais. Essa falta de questionamento e crítica com a junção do falso empoderamento nos torna reféns. Você já parou pra se perguntar por que a sociedade odeia tanto o que é ser naturalmente mulher? É sobre isso que Naomi Wolf fala nesse livro e é muito importante continuarmos levantando essa pauta. Se o corpo perfeito é feito em centros cirúrgicos, então o corpo perfeito não existe. Se o padrão de beleza que as mulheres almejam vêm da pornografia, então esse padrão não é feito para as mulheres, é feito para agradar os fetiches dos homens. E estamos cercadas de imagens que nos instigam o tempo todo, como uma rede de repetição assombrosa na TV, nas redes sociais, nas produções artísticas são sempre referências e menções a corpos femininos completamente modificados ligados em sorrisos felizes e vidas perfeitas, envolvendo sempre a ?segurança? da mulher, em como ela é amada, desejada e ?respeitada? pelo seu parceiro, como se tudo isso fizesse parte do mesmo pacote: pra ser amada, respeitada e desejada a mulher precisa ser perfeita. Naomi fala dos ritos da beleza, da mídia, do mercado de trabalho sexista, das relações sexuais, da pobreza feminina e do movimento feminista. É um livro completo, cheio de dados, pesquisa, é muito bem embasado e bem escrito. E é um livro que faz uma grande diferença na vida das mulheres, ainda que a leitura seja difícil. Seguindo a mesma linha de leitura, tem também o ?Beleza e Misoginia? da Sheila Jeffreys, que eu particularmente acredito ser mais profundo em diversas questões, mas muito mais difícil de ler.

Bia Brasil 11/04/2021

Conheci esse livro, acho que como muita gente, pelos posts e stories de muitas pessoas no Instagram. No entanto, ele vai muito além de uma capa bonita com temática interessante para compor o seu cenário em uma foto.

Esse livro tem o começo um pouco repetitivo, por contar com introduções escrita anos depois de seu lançamento, entre outras coisas. Mas quando conseguimos passar por essa parte, a leitura se torna muito fluída e instigante.

Ele cumpre o que promete e nos faz repensar todos os pensamentos que já tivemos de outras mulheres e de nós mesmas, além da razão para as quais agimos como agimos. Foi o meu primeiro contato com uma leitura dessa temática e com certeza não será o meu último! Recomendo bastante!

Gabi 08/04/2021

Um livro que toda mulher deve ler
Um livro incrível!! Fala bastante sobre a indústria da beleza e mostra vários exemplos. Repensei bastante várias atitudes minhas com outras mulheres e comigo. Principalmente, como eu me vejo e como eu aceito que os outros me vejam. Um livro que toda mulher deve ler!

Ana Mardegan 07/04/2021

As recentes polêmicas da autora - que se mostrou bastante ignorante sobre as questões relativas à pandemia - abalaram completamente minha (até então) admiração pelo seu trabalho nessa obra tão importante e necessária. O livro é de 1990 e permanece atual até os dias de hoje, traçando diversos paralelos sobre a forma como nós, mulheres, somos condicionadas desde a infância a viver em função da beleza e das repercussões desse "fenômeno" na sociedade. As afirmações da autora me abalarem em diversos momentos, tanto que me peguei refletindo profundamente sobre como aquilo fazia sentido nas minhas próprias vivências. Apesar das controvérsias, acho que toda mulher deveria ler o livro.

Alguns outros pontos me incomodaram, como a enorme quantidade de dados/informações sem qualquer menção à suas respectivas pesquisas ou fontes; frases de efeito mal construídas e a repetição exaustiva de certos argumentos. Muitas vezes senti que algumas conclusões não chegavam a lugar nenhum, ou era jogadas apenas para "chocar", sem muito fundamento por trás.

Tali 06/04/2021

Aquele livro que te fortalece como feminista
Este livro aponta como o sistema reage aos avanços das mulheres, no intuito de controlar e reduzir o acesso de diretos.
O livro caminha sobre a construção do mito, quem ganha com ele, seus mecanismos
violência e aponta alguns caminhos para sua superação.
Leitura super recomendada ?

Isabella 06/04/2021

Indispensável!
Esse livro tem tudo que uma mulher do século XXI precisa saber! A criação do mito da beleza, como ele se sustenta, quem o pratica, quem o apoia e o que devemos fazer. E não só no quesito beleza, mas o livro ainda toca em assuntos muito importantes para o feminismo atual, como a pornografia, o trabalho doméstico, as diferenças do sexo, como as crianças mulheres nascem com ideias sobre seu papel. Toda mulher deveria ler! É o manual completo!

Robs 02/04/2021

Que livro maravilhoso! Toda mulher deveria lê-lo uma vez na vida pelo menos.
O livro foi escrito ha 30 anos e atualmente parece que essa obsessão pela beleza piorou. Viver na era do Instagram, das blogueiras, dos filtros e da nossa auto estima sendo validada através de likes parece ter apenas alimentado essa guerra contra as mulheres.
O livro tem uma linguagem fácil e mesmo depois de 3 décadas é possível relacionar os dados apresentados com o presente. Recomendo muito!

Jana 01/04/2021

O mito ainda existe
Apesar de ser totalmente americanizado e fornecer dados da década de 90, o livro consegue oferecer um conteúdo bastante pertinente pro ano de 2021.

Foi muito interessante perceber a evolução dos dados, o que melhorou e o que piorou de lá pra cá, de que maneira a sociedade evoluiu, estagnou ou retrocedeu em cada ponto.

Há uma contextualização do feminismo no século XX, e muita informação histórica relevante.

É esclarecedor em tantos aspectos, e a mensagem final é inspiradora.

?Não precisamos transformar nosso corpo, precisamos transformar as regras?. Afinal, ?enquanto a definição da ?beleza? vier de fora das mulheres, nós continuaremos a ser manipuladas por ela?.

Marcella 01/04/2021

Em O Mito da Beleza, Naomi Wolf traz uma análise sobre questões extremamente importantes sobre a obrigatoriedade da beleza das mulheres na sociedade. Através de uma escrita didática e exemplificativa, conhecemos a criação desse mito da beleza, qual sua importância política em relação ao controle das mulheres, e como isso reverbera em todos os temas da sociedade, seja no mercado de trabalho, no capitalismo das empresas de cosméticos, na indústria da cirurgia estética, entre outros.
Primeiramente é necessário ter em mente que este livro foi escrito e publicado em 1990; logo, todas as estatísticas trazidas estão desatualizadas, muitos pontos informados como problemáticos já não são tão latentes na sociedade atual, e outros vários pontos importantes hoje não são abordados pelo livro. Por exemplo, na década de 90 a cirurgia estética teve o seu boom com os implantes mamários; hoje, apesar de ainda serem cirurgias amplamente realizadas, tivemos uma evolução para dezenas de tipos de cirurgias, ainda mais invasivas e mais perigosas (como a atual cirurgia de reconstrução de abdômen). De qualquer forma, a base do mito da beleza, apesar de transformada, ainda é presente na vida das mulheres, muitas vezes de forma velada.
O mito da beleza é apenas uma nova forma de controle da mulher, realizado e incentivado por aqueles que tem interesse em manter a sociedade com seu controle patriarcal.
No começo do século XX, o ideal para a mulher era a domesticidade. Nesta época, a beleza não era vista como a principal característica a ser buscada por elas, mas sim seu comportamento doméstico, cuidados com a casa, com os filhos e com o marido. Quando o primeiro movimento feminista trouxe o direito das mulheres à tona, e estas conseguiram o direito ao voto e ao trabalho, a domesticidade não era mais uma forma eficaz de controle. Era necessário criar algo novo, que tanto criasse lucro como impedisse que a mulher tivesse tempo livre para buscar novos direitos e novas formas de vivência social. Assim, nasce o mito da beleza.
Hoje essa busca pela estética é tão intrínseca que todos nós temos comportamentos considerados “normais” que nunca são questionados. Quando, porém, paramos para analisar pontos banais, um sinal de alerta se acende.
A busca pelo corpo ideal levou e ainda leva milhares de mulheres a problemas como anorexia e bulimia. A gordofobia é algo considerado normal. A indústria de dietas e de cirurgia distorce dados para obrigar o corpo natural e saudável a se sentir doente e buscar uma operação. O marketing da indústria de cosméticos induz ao consumo desenfreado, tentando evitar o inevitável: a velhice, vista como sinal de amadurecimento e respeito no homem, mas como algo terrível na mulher.
O problema não é e nunca foi a aparência em sí, se a mulher é realmente jovem ou não, realmente bela ou não (até por que a beleza é algo subjetivo), mas sim o modo como a mulher se vê e se sente, e o modo como o mito da beleza busca o sofrimento e o usa contra a mulher. O problema não é a busca de cuidados próprios que visam a nos sentirmos bem, que nos voltam amor ao nosso corpo, mas sim a forma como o mito da beleza faz exatamente o contrário: leva as mulheres a se odiarem por não atingirem um padrão irreal, e como isso é apenas mais uma sobrecarga nas tarefas de sua vida. A luta contra esse mito não é obrigar as mulheres a desistirem da beleza, dos cosméticos, dos cuidados estéticos, mas sim que estes sejam uma escolha, e não uma obrigação.
Muita coisa já evoluiu e melhorou desde a época em que este livro foi escrito. Porém, ainda há muita coisa a ser conquistada para uma sociedade melhor e mais igualitária. A luta feminista ainda está longe de ser finalizada.