Reflexões Sobre A Revolução na França

Reflexões Sobre A Revolução na França Edmund Burke




Resenhas - Reflexões sobre a Revolução em França


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Sergio139 11/04/2024

Foi maravilhoso estar dentro da mente de um gigante.
As reflexões de Burke são precisas, claras, transparentes e deveriam ser ensinadas em todos os cursos de ciências humanas. Um gênio humilde é um observador preciso. Quanta sabedoria e análise real dos fatos em tempo real. Como precisamos disso hoje. As notas que o livro trás são maravilhosas e elucidativas.
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Ezequiel.Soares 31/12/2023

O mal da Revolução
Um dos fundadores do conservadorismo moderno nos apresenta neste livro alguns elementos fundamentais do pensamento conservador e do porque a revolução francesa foi de encontro com esse pensamento. O autor traz a diferença da revolução francesa para a revolução americana. Uma visava a liberdade, outra a profanação da democracia.
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Rodrigo 18/06/2023

Reflexões sobre a Revolução na França
Bem, em resumo, Reflexões sobre a Revolução na França de Edmund Burke é uma obra que critica a Revolução Francesa, defendendo a preservação das tradições e das hierarquias sociais estabelecidas. Burke enfatiza a importância do conhecimento acumulado ao longo do tempo e argumenta contra mudanças abruptas e violentas na sociedade. Sua obra continua sendo debatida e estudada como uma importante crítica conservadora à Revolução Francesa.
Recomendo a leitura.
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Pablo 15/06/2023

Importante historicamente.
É um livro de imprudência histórica e, atualmente, tem seu valor por isso. Vale a leitura pra quem quer entender o contexto da época, mas se for pra ter um primeiro contato com as ideias do conservadorismo há livros melhores pra isso.
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Fortunato Barbosa 09/05/2023

Um Clássico em defesa das virtudes e valores da Civilização Ocidental
O livro na verdade trata-se de uma correspondência, onde, de antemão, é bom informar que não possui epígrafes, capítulos ou qualquer separação de temas internos. É uma correspondência ininterrupta. Após a excelente introdução feita por João Pereira Coutinho, já temos a pena de Burke em ação até o fim.

Na introdução, João Pereira Coutinho faz um breve resumo contextualizando, explicando e diferenciando o que Burke estava atacando, defendendo, e o motivo que o fazia escrever sobre um problema estrangeiro, que para alguns contemporâneos, como Thomas Paine, não impactava os britânicos. Coutinho explica alguns termos usados por Burke, como por exemplo "preconceito", onde, nada mais era que a "razão social" e "sabedoria sem reflexão" de um povo, e não de um homem isolado.

Basicamente, os revolucionários franceses não se importavam com os costumes e instituições do passado, buscavam demolir tudo através de uma ideologia iluminista-ateísta, deixando uma população órfã dos confortos externos e inteligíveis na sociedade, trazendo consequências sociais destrutivas, como: perseguição aos religiosos cristãos, assassinatos, confisco de terras, inflação, relativização das leis, juízes sem resguardo constitucional, destruição da moeda, instituição militar anárquica, e etc.

Dentre os principais pontos, argumentos e citações de Edmund Burke no livro, estão:

- Burke inicia sua correspondência elogiando os princípios da Revolução Gloriosa na Inglaterra;
- Faz críticas ao fato dos franceses receberem com honras um clube inglês desconhecido e sem credibilidade na Inglaterra, como se fossem autoridades com respeitabilidade;
- Defende a liberdade que está atrelada a moralidade;
- Burke diz que a Revolução Francesa pode prejudicar toda a Europa;
- Cita como um sermão de um pastor foi usado com fins políticos para incitar os revolucionários, com inúmeras críticas aos que usam da fé cristã para respaldar atrocidades, inclusive relativizando trechos bíblicos para isso, através de um messianismo secular;
- Por causa do tipo de autoridades religiosas que se submetem a serventia política partidária, a igreja perde a sua relevância no mundo (Tocqueville faz uma crítica parecida em "Da Democracia na América");
- Burke explica a diferença entre a Revolução Gloriosa e a Revolução Francesa, mostrando como os princípios fundamentais são diferentes;
- Como o parlamento inglês atuou de forma habilidosa para preservar a Coroa da Inglaterra e como os Lordes e Comuns exaltam a Deus pelo privilégio te terem reis protestantes;
- Burke faz uma defesa da Monarquia hereditária, como ela é garantia de liberdade e direitos. Contudo, também menciona outros tipos de governos legítimos pelo mundo;
- Ele cita o impeachment como um mecanismo legal;
- Refere-se ao Rei como alguém que não deve ser adulado e nem humilhado;
- "As leis são obrigadas a segurar a língua diante das armas" (p. 63), criticando o modus operandi dos franceses;
- "A natureza nunca diz algo diferente do que diz a sabedoria", trata-se uma nota de rodapé citada por Burke, da sátira de Juvenal;
- Um povo que não respeita os antepassados não cuida das gerações futuras;
- "Respeitando seus antepassados, vocês teriam aprendido a respeitar a si mesmos" (p. 71);
- Burke diz que os súditos devem se qualificar para não serem guiados cegamento por ninguém;
- "Os tolos correm os anjos temem pisar" (p. 84);
- Burke explica que não podemos forçar as pessoas a serem o que não são e ir contra a natureza;
- As qualificações de um Estado e estadista são virtude e sabedoria;
- Resguardar o direito de um grande proprietário em ter a sua terra, é a segurança do direito do pequeno proprietário. Quem relativiza uma grande propriedade, destrói a pequena;
- Burke explica como a Câmara dos Lordes na Inglaterra, são na pior das hipóteses a estabilidade e continuidade;
- Em nome de uma liberdade abstrata, os revolucionários estão destruindo toda a sociedade;
- O governo é um artifício da sabedoria humana;
- Burke diz que é preferível um todo mal atendido do que uma parcela perfeitamente atendida;
- Os revolucionários queriam apenas ver o circo pegar fogo a qualquer custo;
- "Que todos os bispos fossem enforcados nos postes de luz" (p. 121) grito dos revolucionários;
- Burke ironiza dizendo que não foi iluminado por essa luz moderna do aclamado iluminismo francês;
- Burke lamenta que a cavalaria e honra se foi e os sofistas venceram;
- "Mas agora tudo está prestes a mudar. Todas as agradáveis ilusões que tornavam o poder suave e a obediência liberal, que harmonizavam os diferentes tons da vida, e que, por uma assimilação branda, incorporavam na política os sentimentos que embelezavam e suavizam a sociedade privada, serão dissolvidas por este novo império conquistador de luz e razão. Toda a decente roupagem da vida está prestes a ser rudemente arrancada. Todas as ideias superpostas, decoradas pelo guarda-roupa de uma imaginação moral, que o coração possui e o entendimento ratifica como necessárias para cobrir os defeitos da nossa natureza nua e claudicante, e para elevá-la à dignidade em nossa própria estimativa, devem ser destroçadas como uma moda ridícula, absurda e antiquada" (p. 126);
- "Deveria haver um sistema de costumes em cada nação que pudesse ser apreciado" p. 127);
- "Não basta aos poemas ser belos; eles também devem ser doces" (p. 127), nota de rodapé citado por Burke, retirado de Horácio em 'Ars Poetica';
- "Os reis serão tiranos na política quando os súditos forem rebeldes nos princípios" (p. 128);
- A Civilização é resultado do Cristianismo e Cavalheirismo;
- Burke cita a fé cristã como guardiã da Ciência;
- "Nós não somos os convertidos de Rousseau; não somos os discípulos de Voltaire; Hélvetius não fez qualquer progresso entre nós. Os ateus não os nossos pregadores...Nós tememos a Deus; olhamos com admiração para os reis, com carinho para os parlamentos, com dever para os magistrados, com reverência para os sacerdotes e com respeito à nobreza" (p. 139);
- Burke diz que havia alguns "livres pensadores" na Inglaterra que ninguém se importava com eles;
- Burke defende que a religião é a base da sociedade e que não precisamos do ateísmo;
- "Não somos protestantes por indiferença, mas por zelo" (p. 146);
- A sociedade é contrato dos vivos, mortos e por nascer;
- Burke descreve a Igreja e o Estado como guardiões da literatura e artes;
- O Estado é o guardião de todas as instituições, do qual, a Igreja é a principal;
- Os ingleses ilustres são os que mais sabiam que precisavam do Evangelho;
- Todos os homens públicos da Inglaterra, inclusive os que tinham simpatia pela Revolução Francesa, repudiavam o confisco das propriedades da igreja pelos franceses;
- Alguns literatos se reuniam para conjuntamente atacar e descredibilizar a fé cristã. Esses escritores simulavam zelo pelos pobres e exageravam os defeitos do clero;
- A Revolução Francesa tinha o propósito de destruir a Igreja;
- Burke diz que qualquer que se opor aos revolucionários será taxado de "defensor da antiga servidão";
- Burke argumenta que a opressão da Democracia é pior que da Monarquia;
- A Monarquia se adapta melhor que uma república, pois a Monarquia consegue absorver as virtudes de um República, mas uma República não consegue absorver as virtudes de uma Monarquia;
- Burke não negligencia que havia abusos por parte da Coroa inglesa;
- A França tinha uma população maior que a Inglaterra, mas a Inglaterra tinha mais riqueza;
- Burke elogia por algumas páginas a França e suas conquistas e virtudes do passado;
- Burke defende a nobreza e a chama de "ornamento civil";
- Os revolucionários queriam "reparação histórica" pelos abusos dos clérigos do passado, culpabilizando os seus contemporâneos por aquilo que não fizeram. A chamada "dívida histórica";
- Burke desmonta a "dívida histórica" dizendo que se fosse rastrear todas as injustiças do passado, todos deviam algo; e que os revolucionários estavam usando o passado para criar revanchismo onde não existia;
- Os revolucionários atacavam os vícios fazendo uso dos mesmos vícios;
- Os franceses sucatearam a sua própria Igreja;
- Havia o fanatismo ateu no movimento francês;
- "A superstição é a religião das mentes fracas" (p. 237);
- Burke diz que a raiva destrói em meia hora o que a prudência levou 100 anos para acumular;
- Toda reforma deve ser feita de luz em luz, respeitando sempre o conhecimento passado;
- Os processos da França estavam sendo entregues a alquimistas, aventureiros e empíricos; ironiza Burke;
- Revolucionários desesperados usavam como parâmetros a opinião de satíricos que não estavam compromissados em ajudar, apenas criticar;
- Burke diz que a França de tornou um jogo de apostadores;
- Burke descreve como a incompetência da Assembleia dos revolucionários destruiu a moeda e trouxe inflação;
- O Judiciário não é mais independente e tem medo de julgar, pois a lei foi relativizada e eles tinham medo de serem mortos caso julgassem contra a Assembleia;
- Haviam órgãos públicos isentos da aplicação da lei, a França literalmente se tornavam uma oligarquia;
- O Exército pode cair em anarquia, estavam perdidos, não sabiam a quem obedecer, avisa o Ministro da Guerra para a Assembleia;
- Burke ironiza dizendo para enviarem panfletos de Voltaire para os soldados lerem, visando trazer a união e obediência deles;
- Burke profetiza sobre Napoleão Bonaparte: "Ante a fraqueza de um tipo de autoridade, e a incerteza de todas as outras, os oficiais de um exército permanecerão por algum tempo amotinados e cheios de facções até algum general popular, que entender a arte de conciliar a soldadesca, e que possua o verdadeiro espírito de comando, atraia os olhos de todos os homens sobre ele. Os exércitos vão obedecê-lo por conta própria. Mas no momento em que este evento acontecer, a pessoa que realmente comanda o exército será o seu mestre — o mestre do seu rei, o mestre de sua Assembleia, o mestre de toda a sua república" (p. 321);
- Burke passa uma grande parte do final do livro falando sobre finanças, fazendo comparações e análises políticas-sociais.

Esses são alguns dos principais pontos que anotei e consegui resumir, pois existe muito mais. Apenas leiam!
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Diego Avlis 28/12/2022

QUASE 100% correto
Burke faz asserções coerentes sobre a Revolução Francesa, ao dizer que mudanças que não preservam certos valores do passado tendem a dar errado.

O princípio do conservadorismo é criar coisas com as bases consolidadas do passado (que deram certo)...

A minha discordância com ele parte da ideia de que algumas bases são podres, portanto, precisam ser demolidas desde a sua raiz (como é o caso da monarquia francesa naquele período).

Não concordo com a ideia da permanência da monarquia da época nem tampouco com o nível de autoridade cedida a Igreja (da Idade Moderna).

De resto, concordo com tudo...

Acho que Edmund Burke, se pudesse ver o que se tornou a França depois da Revolução Francesa, iria enaltecer a Revolução ao invés de abominá-la, mas ele não viveu muito tempo para ver os seus efeitos.

É por isso que acho que ele está certo até "a página 2" a respeito desse processo político revolucionário na França.

Mas independente do seu posicionamento a respeito do assunto, a leitura desse livro é fundamental para entender o pensamento do conservadorismo.
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Leonardo.Broinizi 27/10/2022

Obra fundamental do conservadorismo
Por ser um livro fundamental para um dos espectros políticos mais influentes no ocidente, desde seu surgimento no século XVIII até os dias de hoje, esta é uma obra importante para todos interessados em história política.

O prefácio é de João Pareira Coutinho, considerado um dos mais importantes escritores conservadores de língua portuguesa. Ele é breve e tece algumas considerações sobre a obra.

O texto de Burke é escrito como uma carta, num fôlego só, sem capítulos ou quaisquer divisões.

Suas considerações sobre a Revolução Francesa são, resumindo muito, de que ela foi temerária, apressada, inspirada não tanto por princípios sinceros (muitos motivos mesquinhos ocultos por traz de decisões tomadas em prol de um "bem maior"), que seus teóricos demoliram instituições experimentadas pelo tempo para introduzir formas até então apenas teorizadas e, por tanto, com enormes chances de fracassaram terrivelmente, entre outras coisas.
Temos, então, neste livro de Burke um apelo à cautela, moderação, apreço à ordem estabelecida com o tempo, espírito voltado ao reformismo e contrário às revoluções, defesas de valores como família, clero, nobreza, coroa, enfim, valores conservadores.

Apesar de não me considerar conservador e discordar de diversos pontos, acredito que boas lições podem ser extraídas de valores como cautela e moderação, e considero reformas preferíveis às revoluções.
Indico a leitura a quem se interesse por política, história dos pensamentos e pra quem queira conhecer uma das bases do conservadorismo.
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Estefany 11/09/2022

Difícil
Burke decide aumentar uma carta que tinha mandado para um conhecido sobre o que tem ocorrido na França (de sua época, é claro) e desse aumento surge o livro "Reflexões sobre a revolução em França".

Ao longo do livro, o autor dissecará as contradições e os crimes, que não são poucos, no regime revolucionário francês. Enquanto isso, ele faz comparações entre a constituição francesa e a constituição inglesa, sempre em defesa da inglesa.
__
A leitura me foi menos cansativa pelas ironias e "piadocas" que tem ao longo do livro. Sinceramente, se tu tens 15 anos igual a mim e não é um gênio, não leia esse livro, espere mais um pouco, conselho de amiga.
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Davi.Rissi 20/08/2022

O livro é tem origem em uma carta, onde o autor faz comparações entre a Inglaterra e a França. Neste desenvolvimento, faz críticas a revolução francesa, e defende a constituição inglesa. Afirma que uma sociedade só será construída respeitando os antepassados, conservando aquilo que é bom e mudando aquilo que precisa ser mudado de acordo com a demanda de cada época, o que não foi feito na França, o que levou ao caos e destruição

Leitura um pouco complicada, por se tratar de uma carta, são 320 páginas sem divisões nítidas de temas, mas que são mudados no decorrer do texto, o que faz se perder no texto com mais facilidade.

Diagramação é boa. Tem de ser lido com calma
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Gigio 25/04/2022

Uma explicação clara sobre como destruir um país
O livro é de difícil leitura, mas Edmund Burke dá muitos exemplos e apontas as falhas absurdas que os revolucionários franceses cometeram. Muito sangue a troco de nada. Saquearam a Igreja e a Monarquia e usurparam seu lugar castigando o sofrido povo Francês da época com uma desvalorização insana da moeda corrente.
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Rafaela1002 06/04/2022

Reflexões, longas Reflexões...
Não gostei dessa edição em específico. A letra é muito pequena e tem vários erros de gramática. Com relação ao conteúdo em si, Burle trata do caráter da Revolução Francesa e seu impacto na vida dos franceses. Por várias vezes o autor diz que essa Revolução é mais uma luta de egos do que uma conquista para a humanidade. De outra forma, a Revolução tem um caráter anti religioso, anti costumes e moral.

Não consegui terminar a leitura corrida pois o final é muito difícil de entender, mas eu recomendo para quem tem paciência ?
Ezequiel.Soares 01/04/2023minha estante
Os erros a que você se refere não seria porque algumas partes estarem escritas em português de Portugal?
Pelo menos foi isso que percebi no prefácio. Não erros, mas um português/ Portugal.




Rodrigo.Bittencourt 29/03/2022

Inteligente, mas extenso
Apesar de discordar da linha de raciocínio de Burke, é preciso reconhecer a coerência de seu pensamento e o cuidado que ele tem em analisar o objeto de estudo. O livro, porém, é muito enfático em suas críticas e parece demonstrar, pela história do autor, algum incômodo pessoal com as investidas da Revolução Francesa. Burke é, contudo, acurado em algumas análises que apontam a extrapolação cívica dos revolucionários e, por vezes, sua inexperiência e/ou ingenuidade técnica. A cautela que ele defende baliza alguns bons passos que se pode tirar do conservadorismo.
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Gabriel 25/09/2021

Clássicos são clássicos e eu não tenho a pretensão de vociferar contra o lugar que ocupam entre os leitores há décadas ou séculos. Entretanto uma leitura humilde que se faça de qualquer obra também deve ser acompanhada de uma posição sincera a respeito do que foi lido.

Custei um pouco a ler este livro, embora ele já estivesse na minha biblioteca há alguns anos. Reconheço que foi melhor assim porque é preciso certa bagagem intelectual para uma melhor compreensão de alguns livros -- e este certamente entra na lista.

Trata-se de uma compilação das cartas escritas por Burke em resposta a um jovem francês que lhe pedia opiniões acerca do que se passava na França durante o período inicial dos eventos revolucionários.

É preciso destacar o estilo de escrita burkeano, que insere adequadamente ironias refinadas em críticas certeiras. A revolução francesa suscitou muitas paixões e Burke não estava alheio a isso; ele próprio foi vítima das reações de seu tempo. Contudo, o seu olhar perspicaz se torna ainda mais digno de conhecimento por conta da forma como o assunto é tratado em simples cartas sem a pretensão de construir um tratado coeso a respeito da revolução.

Apesar dessas características positivas e de muitas outras que podem ser elencadas, há de se mencionar também aquilo que pode constituir uma dificuldade para o leitor: o livro segue exatamente o formato epistolar, então não há divisão capitular, aparecendo aqui e ali algum óbice para melhor entendimento do que está sendo tratado. Como eram cartas e o próprio autor preferiu manter dessa forma, nem sempre será possível contar com uma linha de raciocínio coesa. Mas isso é detalhe.

Para mim, acredito que o que mais causou enfado [e me surpreendeu negativamente] foi o serviço de editoração do livro. Não posso avaliar a tradução porque não conheço o texto original, mas a revisão do texto final deixou muito a desejar.

Não compromete a leitura da obra, mas não deixa de ser um objeto de irritação e desânimo para leitores insuportáveis como eu.

Mais à frente pretendo reler numa outra edição para confirmar se essas minhas impressões foram justas.
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